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bom-ba-ye

O fracasso dos lutadores brasileiros no Japão

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“Este post é em relação apenas aos lutadores brasileiros que não são radicados no Japão e que lutaram ou lutam no Japão ”.

Quem viveu a era Pride se habituou a ver os lutadores brasileiros sendo as estrelas absolutas nos eventos, nomes como Wanderlei Silva , Ricardo Arona, os irmãos Ninja e Shogun, irmãos Nogueira, Paulo Filho, os Gracies , Anderson Silva, Vitor Belfort, Marco Ruas, enfim uma lista infinita de lutadores brasileiros que passaram pelo Pride, isso sem contar outros eventos como os extintos Dream, Heroes, Sengoku, e os ainda em atividade como Pancrase, Deep, Shoot.

Os brasileiros dominavam os ringues japoneses no final dos anos 90 até por volta de 2010, quando o MMA entrou numa fase de decadência. Essa fase de ouro atingiu o ápice no início dos anos 2000 , principalmente com a rivalidade BTT vs CB, os japoneses lotavam os gigantescos ginásios para ver os lutadores estrangeiros lutando, principalmente os brasileiros. Esse sucesso e as seguidas vitórias muitas vezes era facilitado porque na época o Pride tinha praticamente 2 divisões de peso - 93 kg e pesados, e lutavam com japoneses muitas vezes até 15 kg mais leves. Mas as grandes lutas eram entre lutadores estrangeiros do mesmo peso como Rampage, Randleman, Coleman, entre vários outros.

Isso só mudou com a criação do Pride Bushido, com categorias de peso de 73 e 83 kg. Até que os japoneses começaram a se destacar com Takanori Gomi, Kawajiri, Sakurai , Aoki Shinya, Akiyama, Misaki entre vários outros.

Hoje no Rizin os únicos brasileiros que se destacam , são ídolos e respeitados é Roberto Souza e Kleber Koike, brasileiros radicados no Japão e que fizeram toda a carreira no Japão e Coreia do Sul, e no caso de Kleber sendo campeão no KSW na Europa. Outro que está com os holofotes é o campeão mundial de jiu-jítsu Igor Tanabe, brasileiro nascido e radicado no Japão e estreou no MMA com 4 vitórias por finalização no primeiro round.

Nenhum outro brasileiro não radicado conseguiu fazer sucesso e se estabelecer no evento, talves o único que ainda é citado e que não está lutando por lesão é Luís Gustavo, 5-2 no Rizin, perdendo para Patrick Pitbull e Mikuru Asakura. Tem os irmãos Pitbull que lutaram no Rizin mas são contratados do Bellator, e recentemente Rogério Bondorin recebeu nova chance e venceu no Rizin após ter sido facilmente derrotada na estreia para Yuki Montoya. A realidade atual é que  tem mais lutadores americanos e do Azerbaijão do que brasileiros no Rizin.

Nos 8 anos de Rizin, apenas 20 brasileiros não radicados no Japão lutaram no evento , a maioria com 1 ou 2 lutas apenas e nenhum se firmou.

E isso acontece também nos eventos como Deep, Pancrase ou Shoot, que praticamente não tem lutadores brasileiros latualmente.

Um dos motivos que agravou a situação é a pandemia, que fechou as fronteiras durante 2 anos , mas era uma tendência visto já antes, com quase ausência de lutadores brasileiros nos eventos.

Outro motivo é a mudança de perfil do público japonês em comparação com o Pride. Se antes os japoneses queriam ver lutas de estrangeiros, principalmente os brasileiros, hoje o público quer ver lutadores japoneses e tem pouco interesse em ver lutadores estrangeiros nos eventos.

As grandes estrelas hoje são os japoneses, e isso se acentuou após o sucesso dos irmãos Asakura , e das lutas de Kickboxing de Tenshin no Rizin e Takeru no K-1.

Hoje as categorias que dominam os eventos japoneses são os abaixo de 70 kg.

Essa tendência é muito pior nos eventos de kickboxing, onde o Brasil nunca teve tradição e hoje é praticamente inexistente os brasileiros lutando em eventos de lutas em pé no Japão. O único brasileiro destaque no K-1 é Minoru Kimura, outro brasileiro radicado no Japão que pouco fala português, foi campeão do K-1 com 10 vitórias consecutivas por KO .

Acho uma oportunidade perdida muito grande para os lutadores brasileiros,  principalmente num momento que o MMA tem um grande crescimento e sucesso no Japão, acho que até mais que na era Pride devido às redes sociais , que atraíram um número muito grande de jovens que não viveram a época do Pride.

Na minha opinião é culpa dos próprios lutadores e empresários, que focaram nos últimos anos apenas no mercado americano e esqueceu do mercado asiático e japonês, um dos mercados que tem mais eventos no mundo atualmente. E isso será muito difícil reverter a curto prazo.

Editado por bom-ba-ye

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Baita tópico, ótimas informações. Ta na hora dos empresários voltarem os olhos pro mercado asiático novamente.

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como sao as bolsas no japao hj em dia? acho que nunca vi nada sobre recentemente... acompanhei pride desde o inicio... e dream, rizin e etc nunca tiveram a mesma aura por falta de material humano, penso eu...

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8 horas atrás, bom-ba-ye disse:

“Este post é em relação apenas aos lutadores brasileiros que não são radicados no Japão e que lutaram ou lutam no Rizin”.

Quem viveu a era Pride se habituou a ver os lutadores brasileiros sendo as estrelas absolutas nos eventos, nomes como Wanderlei Silva , Ricardo Arona, os irmãos Ninja e Shogun, irmãos Nogueira, Paulo Filho, os Gracies , Anderson Silva, Vitor Belfort, Marco Ruas, enfim uma lista infinita de lutadores brasileiros que passaram pelo Pride, isso sem contar outros eventos como os extintos Dream, Heroes, Sengoku, e os ainda em atividade como Pancrase, Deep, Shoot.

Os brasileiros dominavam os ringues japoneses no final dos anos 90 até por volta de 2010, quando o MMA entrou numa fase de decadência. Essa fase de ouro atingiu o ápice no início dos anos 2000 , principalmente com a rivalidade BTT vs CB, os japoneses lotavam os gigantescos ginásios para ver os lutadores estrangeiros lutando, principalmente os brasileiros. Esse sucesso e as seguidas vitórias muitas vezes era facilitado porque na época o Pride tinha praticamente 2 divisões de peso - 93 kg e pesados, e lutavam com japoneses muitas vezes até 15 kg mais leves. Mas as grandes lutas eram entre lutadores estrangeiros do mesmo peso como Rampage, Randleman, Coleman, entre vários outros.

Isso só mudou com a criação do Pride Bushido, com categorias de peso de 73 e 83 kg. Até que os japoneses começaram a se destacar com Takanori Gomi, Kawajiri, Sakurai , Aoki Shinya, Akiyama, Misaki entre vários outros.

Hoje no Rizin os únicos brasileiros que se destacam , são ídolos e respeitados é Roberto Souza e Kleber Koike, brasileiros radicados no Japão e que fizeram toda a carreira no Japão e Coreia do Sul, e no caso de Kleber sendo campeão no KSW na Europa. Outro que está com os holofotes é o campeão mundial de jiu-jítsu Igor Tanabe, brasileiro nascido e radicado no Japão e estreou no MMA com 4 vitórias por finalização no primeiro round.

Nenhum outro brasileiro não radicado conseguiu fazer sucesso e se estabelecer no evento, talves o único que ainda é citado e que não está lutando por lesão é Luís Gustavo, 5-2 no Rizin, perdendo para Patrick Pitbull e Mikuru Asakura. Tem os irmãos Pitbull que lutaram no Rizin mas são contratados do Bellator, e recentemente Rogério Bondorin recebeu nova chance e venceu no Rizin após ter sido facilmente derrotada na estreia para Yuki Montoya. A realidade atual é que  tem mais lutadores americanos e do Azerbaijão do que brasileiros no Rizin.

Nos 8 anos de Rizin, apenas 20 brasileiros não radicados no Japão lutaram no evento , a maioria com 1 ou 2 lutas apenas e nenhum se firmou.

E isso acontece também nos eventos como Deep, Pancrase ou Shoot, que praticamente não tem lutadores brasileiros latualmente.

Um dos motivos que agravou a situação é a pandemia, que fechou as fronteiras durante 2 anos , mas era uma tendência visto já antes, com quase ausência de lutadores brasileiros nos eventos.

Outro motivo é a mudança de perfil do público japonês em comparação com o Pride. Se antes os japoneses queriam ver lutas de estrangeiros, principalmente os brasileiros, hoje o público quer ver lutadores japoneses e tem pouco interesse em ver lutadores estrangeiros nos eventos.

As grandes estrelas hoje são os japoneses, e isso se acentuou após o sucesso dos irmãos Asakura , e das lutas de Kickboxing de Tenshin no Rizin e Takeru no K-1.

Hoje as categorias que dominam os eventos japoneses são os abaixo de 70 kg.

Essa tendência é muito pior nos eventos de kickboxing, onde o Brasil nunca teve tradição e hoje é praticamente inexistente os brasileiros lutando em eventos de lutas em pé no Japão. O único brasileiro destaque no K-1 é Minoru Kimura, outro brasileiro radicado no Japão que pouco fala português, foi campeão do K-1 com 10 vitórias consecutivas por KO .

Acho uma oportunidade perdida muito grande para os lutadores brasileiros,  principalmente num momento que o MMA tem um grande crescimento e sucesso no Japão, acho que até mais que na era Pride devido às redes sociais , que atraíram um número muito grande de jovens que não viveram a época do Pride.

Na minha opinião é culpa dos próprios lutadores e empresários, que focaram nos últimos anos apenas no mercado americano e esqueceu do mercado asiático e japonês, um dos mercados que tem mais eventos no mundo atualmente. E isso será muito difícil reverter a curto prazo.

valeu pelas infos

 

sinto falta de brasileiros no Rizin, mas vc me respondeu o motivo

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4 horas atrás, tiago_dm disse:

como sao as bolsas no japao hj em dia? acho que nunca vi nada sobre recentemente... acompanhei pride desde o inicio... e dream, rizin e etc nunca tiveram a mesma aura por falta de material humano, penso eu...

No Rizin as bolsas não são divulgados e os lutadores não podem falar por contrato.

Mas a maior bolsa hoje sem dúvidas é de Mikuru Asakura, creio que deva chegar no total com bônus a 1 milhão de reais, mas comparando os ganhos dele nas sua empresas eh um valor irrisório para ele.

Os tops do Rizin como ele, seu irmão kai Asakura , Kyoji Horiguchi, Roberto Souza e Kleber Koike , e o kickboxer Kouji são os que ganham mais. 

Mas comparando com o atletas de ponta do UFC logicamente tem um abismo muito grande, mas a bolsa dos outros lutadores também devem ser os mais altos da Ásia, equivalente ao ONE, pois nos últimos tempos inúmeros lutadores japoneses que atuavam em alto nível no ONE migraram para o Rizin.

Nos eventos menores o Deep é o que paga mais, devido a parceria com o Rizin sempre há uma rotatividade de lutadores entre os 2 eventos, uma espécie de categoria de acesso.

As maiores bolsas pagas no Japão foi da superluta em 2022, entre Tenshin e Takeru, não foi segredo que embolsaram só em bolsa, sem os patrocínios pessoais, U$1 milhão de dólares cada um.

Takeru recebeu uma bolsa de U$1 milhão de dólares , mais bônus em junho deste ano num evento de luta na França, MTGP impact in Paris, numa disputa de cinturão da ISKA contra o britânico Bailey Sugden, vencido por KO por Takeru. Takeru assinou contrato para lutar kickboxing no ONE, e segundo a imprensa deve receber a bolsa mais alta dentre os lutadores de kickboxing do ONE FC, superando Rodtang.

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Se vc disse que o público jovem do Japão não tem interesse em ver lutadores estrangeiros, não há muito o que se fazer, com o crescimento das redes sociais, duvido que eles não tenham tido a oportunidade de ver o sucesso dos brasileiros na época do pride ou dar uma olhada em eventos estrangeiros atuais como bellator, UFC, PFL etc e ver que tem muito brasileiro bom por aí.

Mas vou dizer uma coisa, não tem mais brasileiro carismático, com aquela áurea de guerreiro e samurai como antigamente, talvez por isso povo japonês perdeu o interesse no lutador brasileiro.

Tínhamos Arona, Wanderlei, ninja, shogun, Bustamante, Mario Sperry, Lyoto, Anderson, Pelé 

Quem atualmente tem o mesmo espírito samurai desses citados, Borrachinha? Walker? Michel pereira? Eles estão mais pra integrantes do circo do Tirulipa do que qualquer outra coisa.

Editado por Ultimate Fighter

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10 horas atrás, Ultimate Fighter disse:

Se vc disse que o público jovem do Japão não tem interesse em ver lutadores estrangeiros, não há muito o que se fazer, com o crescimento das redes sociais, duvido que eles não tenham tido a oportunidade de ver o sucesso dos brasileiros na época do pride ou dar uma olhada em eventos estrangeiros atuais como bellator, UFC, PFL etc e ver que tem muito brasileiro bom por aí.

Mas vou dizer uma coisa, não tem mais brasileiro carismático, com aquela áurea de guerreiro e samurai como antigamente, talvez por isso povo japonês perdeu o interesse no lutador brasileiro.

Tínhamos Arona, Wanderlei, ninja, shogun, Bustamante, Mario Sperry, Lyoto, Anderson, Pelé 

Quem atualmente tem o mesmo espírito samurai desses citados, Borrachinha? Walker? Michel pereira? Eles estão mais pra integrantes do circo do Tirulipa do que qualquer outra coisa.

Nos quase 3 anos durante a pandemia as restrições à entrada de lutadores estrangeiros ao Japão revelaram uma geração de jovens lutadores japoneses talentosos no Rizin que com o uso de redes sociais tornaram se famosos e semi-celebridades, se juntando aos lutadores japoneses já consagrados e aos brasileiros da academia Bonsai do Japão .

Isso fez mudar o mercado japonês e também as exigências do público, que não demonstram muito interesse em ver lutadores estrangeiros ainda desconhecidos. Até em tudo que se relaciona ao UFC os japoneses não tem interesse.

O Brasil  tem excelentes lutadores no UFC, mas o valor das bolsas pagas aos tops de lá fogem da realidade do Japão.

Editado por bom-ba-ye

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20 horas atrás, Ultimate Fighter disse:

Se vc disse que o público jovem do Japão não tem interesse em ver lutadores estrangeiros, não há muito o que se fazer, com o crescimento das redes sociais, duvido que eles não tenham tido a oportunidade de ver o sucesso dos brasileiros na época do pride ou dar uma olhada em eventos estrangeiros atuais como bellator, UFC, PFL etc e ver que tem muito brasileiro bom por aí.

Mas vou dizer uma coisa, não tem mais brasileiro carismático, com aquela áurea de guerreiro e samurai como antigamente, talvez por isso povo japonês perdeu o interesse no lutador brasileiro.

Tínhamos Arona, Wanderlei, ninja, shogun, Bustamante, Mario Sperry, Lyoto, Anderson, Pelé 

Quem atualmente tem o mesmo espírito samurai desses citados, Borrachinha? Walker? Michel pereira? Eles estão mais pra integrantes do circo do Tirulipa do que qualquer outra coisa.

Verdades. Hoje não tem mais este perfil de lutador brasileiro. São em sua grande maioria palhaços de rede social, adaptados para o mercado norte americano. 

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Em 10/12/2023 at 10:03 AM, João P disse:

Verdades. Hoje não tem mais este perfil de lutador brasileiro. São em sua grande maioria palhaços de rede social, adaptados para o mercado norte americano. 

 

Em 10/11/2023 at 1:45 PM, Ultimate Fighter disse:

Se vc disse que o público jovem do Japão não tem interesse em ver lutadores estrangeiros, não há muito o que se fazer, com o crescimento das redes sociais, duvido que eles não tenham tido a oportunidade de ver o sucesso dos brasileiros na época do pride ou dar uma olhada em eventos estrangeiros atuais como bellator, UFC, PFL etc e ver que tem muito brasileiro bom por aí.

Mas vou dizer uma coisa, não tem mais brasileiro carismático, com aquela áurea de guerreiro e samurai como antigamente, talvez por isso povo japonês perdeu o interesse no lutador brasileiro.

Tínhamos Arona, Wanderlei, ninja, shogun, Bustamante, Mario Sperry, Lyoto, Anderson, Pelé 

Quem atualmente tem o mesmo espírito samurai desses citados, Borrachinha? Walker? Michel pereira? Eles estão mais pra integrantes do circo do Tirulipa do que qualquer outra coisa.

Cara o público japonês não é todo esse

bushido aí, gostam de umas lutas bizarras e umas papagaiadas também.

No extinto pride tem vários exemplos como o giant Silva que inclusive era brasileiro.

 

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Bom, o que já ouvi de alguns lutadores e empresários, do mercado asiático em geral, é que, quando você é um lutador sem nome, eles basicamente te contratam para você perder mesmo. Quando não são ameaçados claramente a isso, acabam sendo, indiretamente, prejudicados das mais variadas maneiras possível: passagem de avião em cima da hora, desconto da bolsa não combinado, boicote em caso de vitória e por aí vai....  Não posso falar pelos que lutaram no Rizin, mas essas reclamações são recorrentes no mercado asiático e oriental em geral. Infelizmente nunca falamos dos lutadores "sem endereço", mas é algo a se contemplar, ficar de olho e colocar na conta. Mesmo aqueles que conseguiram superar tudo isso, têm algum relato desse tipo. 

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