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Fabri

O dia em que Anderson Silva calou Wembley

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Anderson Silva viaja à Inglaterra para enfrentar o anfitrião Michael Bisping no dia 27 de fevereiro, pelo UFC Fight Night 84. Não será a primeira luta do brasileiro na “Terra da Rainha”. Antes de chegar ao Ultimate, Spider fez sucesso no evento Cage Rage. Editor do PVT, o jornalista Marcelo Alonso acompanhou de perto uma histórica vitória de Anderson em solo inglês, e relembrou com imagens e texto:

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Anderson Silva vs Lee Murray – 2004

As imagens do inglês Michael Bisping provocando Anderson Silva na semana passada, no primeiro compromisso dos dois para promover a luta principal do UFC em Londres dia 27 de fevereiro, me fizeram lembrar da estréia de Anderson em Londres no Cage Rage 8 no dia 11 de setembro de 2004.

Na oitava edição do evento, o brasileiro tinha a indigesta tarefa de enfrentar o campeão Lee Murray, que além de excelente lutador, também era temido pelos oponentes e até pelos promotores do show por sua fama de arruaceiro e conhecida ligação com a máfia local.

Quando o psicológico faz a diferença

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Talento, técnica e preparo físico são essenciais para um atleta que queira ser campeão no MMA, mas de nada servem se o seu “psicológico” não for diferenciado.

Dentre as dezenas de eventos internacionais que cobri acompanhando os lutadores brasileiros, confesso que poucas vezes vi tamanha demonstração de “macheza” quanto nos bastidores do Cage Rage 8.

Convidado para enfrentar o campeão local Lee Murray, que havia nocauteado no segundo round seu parceiro de treinos, Pelé Landi, Anderson Silva chegou a Inglaterra com seu aluno Damazo. No hotel o clima era de pressão total. Só se falava que além de casca-grossa e extremamente talentoso, Murray era uma espécie de gangster temido por todos em Londres e que usava muito bem sua fama para amedrontar os oponentes.

Eu já estava acostumado com a tensão da pesagem de vários Prides, UFC´s e até eventos feitos pela máfia Rússia, mas confesso que nunca havia visto algo parecido. Até os promotores demonstravam insegurança sobre como controlar Murray e sua gangue, que costumava chegar armada para a pesagem.

É difícil descrever a tensão que tomou conta do local da pesagem (realizada no salão do hotel onde estávamos hospedados) quando Murray chegou com sua trupe uniformizada (todos de casacos de couro). Todos olhando fixamente para o brasileiro que evitava provocações e conversava com seu aluno como se estivesse em Curitiba na resenha de fim de treino da Chute Boxe.

Até aquele momento conhecia Anderson como o boa praça da Chute Boxe, que já havia mostrado seu valor no MECA e nos ringues japoneses, conquistado o cinturão do Shooto e vencendo Carlos Newton e Alex Stiebling no Pride, mas que fora da academia era totalmente avesso a confusões e costumava arrancar gargalhadas dos parceiros com suas imitações perfeitas dos companheiros de treino. Confesso que não esperava ver o que vi quando chamaram o brasileiro para a balança estrategicamente colocada em cima de um palco no auditório reservado a pesagem.

Murray subiu no tablado xingando o curitibano, arrancando e pisando numa pequena bandeira do Brasil costurada no short da organização. Sob os gritos de sua torcida, colou a testa com Anderson, que com um sorriso irônico o conduziu com a testa para cima das cadeiras que cercavam o tablado, iniciando um tremendo rebuliço. “Da escola onde venho aprendemos a não nos abater com terror psicológico. Cara feia para mim é fome”, disse o brasileiro que permaneceu rindo ironicamente enquanto o campeão arruaceiro o ameaçava na saída da sala. O fato é que a luta havia começado 1 x 0 e o brasileiro saberia usar do destempero do oponente para capitalizar respondendo em cima do octógono.

Show na “Bombonera inglesa”

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O bafafá entre Anderson e Murray foi amplamente divulgado pela mídia local. O resultado disso foi que a torcida lotou as dependência do Wembley Conference Center, localizado a poucos metros do antigo estádio de Wembley (templo sagrado do futebol mundial).

Anderson entrou sob uma barulhenta vaia enquanto Murray era saudado de pé pelos torcedores. Lembro que impressão que tive é de estar prestes a presenciar uma final entre um time brasileiro e um argentino na temida Bombonera.

Anderson subiu no octógono extremamente concentrado parecendo estar consciente que sua atitude na pesagem desestabilizara o local, enquanto Murray não escondia sua ansiedade e nervosismo para dar o troco no brasileiro e presentear sua torcida.

A luta começou com o curitibano acertando uma canelada no rosto do campeão, seguida de uma joelhada voadora que calou a torcida. Durante três rounds o brasileiro deu uma aula de MMA ao inglês. Na maior parte da luta, disputada em pé, aplicou caneladas, chutes giratórios e low kicks. Nas poucas vezes que foi derrubado, Anderson tentou triângulos, omoplatas e arm-locks, todos defendidos pelo inglês. No terceiro round, Murray caiu duas vezes e por pouco não perdeu por nocaute.

No final da luta o brasileiro foi declarado vencedor por unanimidade, conquistando o cinturão do evento e aproveitando o momento para entregar ao inglês a bandeira brasileira que havia rasgado do calção. A atitude de Anderson levou a revolta da torcida que até ali aplaudia o brasileiro. “Pensei que não fosse sair vivo dali. Mas fiz aquilo para mostrar humildemente que desrespeitar um oponente e seu país não leva a nada”, explicou o brasileiro, que acabou sendo surpreendido no vestiário pela visita de Murray pedindo desculpas e reconhecendo sua superioridade.

Curiosamente, dois meses antes, no CAGE RAGE 7, Michael Bisping se consagraria campeão na categoria de cima (Lightheavyweight), nocauteando o também inglês Mike Epstain em sua terceira luta de MMA.

Caminhos opostos

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Depois deste evento as carreiras de Anderson Silva e do ídolo inglês Lee Murray tomariam caminhos opostos. Depois de perder para o brasileiro Murray, que já tinha fama de gangster na época da luta, se envolveria no maior assalto da história. Após surrupiar 92 milhões de dólares de um banco na Inglaterra, o ex-campeão do Cage Rage fugiu para Marrocos onde foi preso em 25 de Junho de 2006, condenado a 25 anos de prisão.

Depois da conquista, o brasileiro voltaria a defender o cinturão em três oportunidades nocauteando os três oponentes (Jorge Rivera, Curtis Stault e Tony Fryklund).

Em Junho de 2006, enquanto Murray era preso em Marrocos, Anderson faria sua estréia no UFC nocauteando Chris Leben em apenas 49 segundos (UFC Fight Night 5).

Em outubro de 2006 Anderson nocautearia Rich Franklin (UFC 64) em apenas 2min59 conquistando o cinturão do UFC e se transformando no maior campeão da história do evento (15 lutas consecutivas invicto e 9 defesas de cinturão).

Galeria de fotos no link:

http://portaldovaletudo.com.br/novo/?p=233

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Foi demais. Spider sempre se mostrou superior nesse quesito. Contra o Diaz havia toda uma pressão e ele foi bem cauteloso, manteve o controle das provocações e da luta. Em alguns momentos até ensaiou uma guarda baixa e suas trolagens características. Contra o Bisping acho que estará mais a vontade, até mesmo porque acredito que o caso de doping não servirá para impor qualquer pressão.

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E depois tem guerreiro do teclado que diz que o AS tremeu para o Weidman..... Eh foda.

Não é bancando o implicante, mas... qual é a relação? Cada caso é um caso.

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Não é bancando o implicante, mas... qual é a relação? Cada caso é um caso.

Tá no contexto. Haja vista estarmos falando do lado psicológico do Anderson.

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E depois tem guerreiro do teclado que diz que o AS tremeu para o Weidman..... Eh foda.

Concordo, não entendo como até hoje ficam inventando desculpas para as derrotas do Anderson. Foram duas surras legítimas tenho pena de uma terceira luta idade pesa para todos até para os gênios.

Editado por Garfield

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Ae Chael, aprende ai o q é ser um gangster de verdade com o Lee Murray (o cara roubou banco)

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A força mental sempre foi um diferencial do A.S. era engraçado como o pessoal do PVT até falava que os adversários entravam cágados kkkk

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Weidman so ganhou do Anderson na sorte e na fatalidade. Eventualmente tenho pena do Weidman, tomaria uma surra do Anderson pior que a do Luke.

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Weidman so ganhou do Anderson na sorte e na fatalidade. Eventualmente tenho pena do Weidman, tomaria uma surra do Anderson pior que a do Luke.

Cara...concordo com a primeira parte. Na primeira o AS foi fazer graça e se ferrou, e na segunda teve akilo.

A segunda nem tanto....não acho que o Waidma tomaria surra pro AS que lutou com ele. Akela historia, o jogo não casa. O Waidma tem o jogo que o AS detesta...wrestling afiado e mto vigor físico pra ficar forçando as quedas.

Mesmo assim, gostaria de ver AS vs Waidma 3.

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Ó interessante é ver o AS na época das vacas magras só com dois gatos pingados na entourage e muito sangue nos olhos , no treino aberto pra primeira luta com o weidman a entourage do AS tinha umas 25 pessoas todas uniformizadas e alguns até mais marrentos que o AS , AS hoje tá rico e famoso , o cara tá domesticado é normal que perca o sangue nos olhos .

Esse Murray é gangster mesmo

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