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OBSERVADOR

Vale Tudo / MMA na capa da revista EPOCA

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não acho que uma matéria dessas vá abrir espaço pra coisa alguma

muita gente acha que, saiu na mídia, vai dar certo no Brasil

não adianta nada sair na capa da revista e ter eventos amadores e sem continuidade, sem organização, sem calendário e etc

o

Organização, essa eh a paalvra, junto c patrocinio e poder aquisitivo ,qundo se fala em Brasil.

Além do fato d que não dá pra comparar o gosto de um americano, de um japonês, com o de um brasileiro.

Aqui alem da falta d patrcinios, a coisa eh feita c muito sacrficio, na raça,enquanto q lá, tá virando uma mina de ouro.

Mas a minha duvida eh em relação aos PPV aqui, esse eh um bom medidor.

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Um presentinho pra galera do portal...

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A vitória do Vale-Tudo

Como a luta brutal e dramática que surgiu no Brasil está conquistando platéias do mundo inteiro

Por: Marcelo Zorzanelli

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NOCAUTE

Anderson Silva (à esq.) na luta com James Irvin valendo o título mundial.

Anderson levou apenas um minuto para derrubar o adversário

Numa arena de oito lados, dois homens têm 15 minutos para lutar e convencer o outro a desistir. Não há cantos onde se refugiar. Sem camisa e usando luvas que mal cobrem os dedos, eles dão socos, pontapés, joelhadas, cotoveladas, chaves de braço e o que mais for possível para liquidar o oponente. Podem usar golpes de jiu-jítsu, boxe, judô, boxe tailandês e de qualquer outra arte marcial. A beleza dos movimentos pouco importa. O que conta é a eficácia – e, por eficácia, entenda-se a habilidade de massacrar o rival a ponto de mandá-lo para o hospital. É um espetáculo violento, muitas vezes repugnante. O som do punho cerrado atingindo um rosto é audível a distância. A luta é uma sinfonia de ruídos ásperos, gritos de dor e corpos caindo. Por fim, há o gongo. Com seu estalido metálico, ele fatia a luta em três rounds de cinco minutos. O sangue que escorre do rosto dos lutadores não raro mancha o chão do ringue. No começo, você não quer olhar. Quer que acabe logo.

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O MITO

Hélio Gracie, aos 94 anos, é o único faixa vermelha do décimo grau no jiu-jítsu brasileiro. Esse nível só

foi alcançado pelos fundadores da modalidade

A primeira vez em uma platéia de vale-tudo equivale a assistir pacificamente a um crime. Mas algo acontece no fim do primeiro round. Os adversários estão intactos. Respiram em compasso. Olham-se quase com prazer. É só um jogo. Você, depois de se contorcer na cadeira, é finalmente dominado pela excitação. Sente-se como um selvagem.

É geralmente assim uma luta do Ultimate Fighting Championship, o evento esportivo mais concorrido da atualidade. O UFC submeteu o boxe, parâmetro para medir a popularidade de qualquer luta, a uma derrota em quantidade de espectadores, anunciantes e volume de apostas. Sua audiência nos Estados Unidos ameaça até as finais dos campeonatos de beisebol e futebol americano. Na primeira fileira das lutas do UFC, à distância de receber respingos de suor e sangue projetados pelas pancadas, estão celebridades como o ator George Clooney, o rapper Jay-Z ou a modelo Pamela Anderson. Um evento do Ultimate Fighting pode lotar arenas como o anfiteatro do cassino Mandaley, em Las Vegas, de 12 mil assentos, a um preço de R$ 340 por cabeça. Lota também ginásios em Londres e Montreal, cidades a que chegou recentemente. Em cada uma dessas noites – 14 por ano –, 500 mil telespectadores pagam US$ 45 para ver a luta ao vivo pela TV. Num único dia, a receita é de US$ 28 milhões. A marca UFC vale, hoje, US$ 1 bilhão. Um detalhe: esse controvertido esporte, que conquistou o mundo e cresce mais que qualquer outro em popularidade, tem o DNA brasileiro.

No último sábado, o curitibano Anderson Silva, faixa preta em jiu-jítsu, defendeu pela terceira vez o título de campeão na categoria de pesos médios, cujas lutas são as mais empolgantes. Em um minuto, Anderson acabou com o oponente James Irvin, um perigoso nocauteador conhecido por terminar suas lutas no primeiro assalto. Anderson é uma celebridade nos Estados Unidos. Além de ser campeão em sua categoria, detém o título de melhor lutador de todos os pesos. Ele faz parte de uma linhagem de lutadores brasileiros que conquistaram títulos no vale-tudo, como o baiano Rodrigo “Minotauro” Nogueira, campeão entre os pesos pesados do UFC, ou o curitibano Wanderlei Silva, um peso meio-pesado de vitórias gloriosas no Japão. Seus rostos podem ser vistos em campanhas publicitárias, videogames e programas de TV.

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O UFC faz parte de uma onda que varre o mundo: a fascinação por lutas sem regras. Essa é a mais nova forma de uma tradição que remonta às batalhas de gladiadores na Roma antiga. Até na promoção, as lutas atuais lembram a Antiguidade. Nas ruínas de Pompéia, cidade extinta pela erupção do Monte Vesúvio, em 79 a.C., já havia grafites anunciando as lutas e comentando as chances dos gladiadores que lutariam no Coliseu. Nos dias atuais, há disputas de vale-tudo em praticamente todos os países. Na Inglaterra, o campeonato mais famoso é o Cage Rage, cujo campeão entre os pesos pesados é o carioca Vitor Belfort. Campeonatos de sambo, a técnica de defesa pessoal do Exército soviético, são mania na Rússia. No Japão, a popularidade das lutas é tamanha que o país pára toda vez que os lutadores dos campeonatos Dream e K-1 aparecem na televisão. O que explica tamanho interesse?

A aceitação mundial do vale-tudo se deve em parte a sua universalidade. A luta supera as barreiras culturais. Beisebol, rúgbi e críquete têm interesse limitado no Brasil, embora causem furor entre americanos, neozelandeses e britânicos, respectivamente. Lutar mexe com instintos universais. Numa mesma rua, parque ou escola, três grupos de jovens podem praticar esportes diferentes ao mesmo tempo. Uns jogam basquete, outros futebol e um terceiro grupo vôlei. Quando começa uma briga, todos correm para ver. Não é só a curiosidade que explica o interesse pela luta. “O vale-tudo é como um jogo de xadrez”, diz Sergio Batarelli, ex-lutador e presidente da Confederação Brasileira de Lutas Vale-Tudo. “Perto dele, o boxe é um jogo de damas”. Como o xadrez, a luta é um espetáculo de estratégia. Os socos são do boxe tradicional, os chutes e as joelhadas vêm do boxe tailandês, os arremessos foram adaptados da luta livre. Na base de tudo está o jiu-jítsu brasileiro. É sua complexidade que torna uma aparente briga de rua em algo sofisticado, em que a inteligência e a calma superam a força bruta.

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Clique na imagem para ampliá-la

A primeira regra do vale-tudo é: quem não domina a técnica do jiu-jítsu brasileiro está perdido. Nos últimos anos, a popularidade dessa arte marcial vem se espalhando pelo mundo e conquistou Hollywood. O cineasta indicado ao Oscar David Mamet, um fiel praticante, construiu a trama de seu último filme, Cinturão Vermelho, em torno da disputa de poder numa academia de jiu-jítsu. Os atores Jim Carrey e Nicolas Cage também treinam (leia o quadro na pág. 5). “A faixa preta de jiu-jítsu brasileiro é uma licença para imprimir dinheiro”, diz Scott Adams, um olheiro do UFC que veio acompanhar uma luta de vale-tudo no Rio de Janeiro. “Hoje, o professor de jiu-jítsu pode ganhar mais que um médico.” No Brasil, há até um senador da República que veste quimono. Faixa preta desde os 22 anos, Arthur Virgílio (PSDB-AM) treina com regularidade e acompanha as lutas.

O esporte que desperta a mesma paixão no comediante milionário, no cineasta cult e no senador oposicionista se desenvolveu no Brasil há mais de 80 anos. Carlos Gracie, morto em 1994 aos 92 anos, é o patriarca do jiu-jítsu brasileiro. Seu pai, um diplomata neto de escoceses, fincou raízes em Belém, no Pará. O pequeno Carlos era um delinqüente, conta sua filha Reila na biografia Carlos Gracie – O Criador de uma Dinastia, lançada neste mês e já na lista dos mais vendidos. Aos 14 anos, Carlos conheceu, no circo que chegara à cidade, um japonês especializado em “jujutsu”, a versão mais antiga do jiu-jítsu.

Criado por monges indianos há 4 mil anos, o jiu-jítsu – “arte suave”, em japonês – era a forma que os monges desarmados encontraram para se proteger de salteadores. Um sistema de defesa pessoal que não exigia força física e usava torção nas articulações, estrangulamentos e alavancas para imobilibizar o adversário. Carlos descobriu ali sua vocação. Teve aulas com Mitsuyo Maeda, um adido comercial do Japão no Brasil. Maeda, conhecido como Conde Koma – “conde combate”, em japonês –, ensinou ao brasileiro os fundamentos da luta. O jiu-jítsu e a filosofia oriental, principalmente a macrobiótica, passaram a ser sua obsessão.

“A faixa preta de jiu-jítsu brasileiro é uma licença para imprimir dinheiro”, diz um olheiro do UFC

Com o tempo, Carlos iniciou seus irmãos e amigos no jiu-jítsu. Passava horas explicando seus benefícios. “Quanto mais perfeita for a consciência de nossas possibilidades e de nossos recursos, mais confiantes enfrentaremos as situações”, escreveria anos mais tarde, em seu livro Introdução ao Jiu-Jítsu, publicado em 1948. Mais tarde, quando se mudou para o Rio de Janeiro, Carlos exercitou seu talento promocional por meio de desafios públicos. Certa vez, publicou o seguinte anúncio: “Se você quer ter a face esmurrada e arrebentada, o traseiro chutado e os braços quebrados, entre em contato com Carlos Gracie neste endereço”. Seu objetivo era mostrar que o jiu-jítsu era a arte marcial perfeita, capaz de transformar alguém sem força física numa máquina de derrotar gigantes.

“Nas décadas de 40 e 50, o jiu-jítsu era uma seita no Rio de Janeiro”, diz o senador Arthur Virgílio. Quando sua família se mudou para o Rio, no fim dos anos 50, ele era uma criança problemática. “Eu não gostava de ir à escola, não gostava de sair”, diz. Quando começou a treinar jiu-jítsu, Virgílio diz ter descoberto uma nova força. “Sempre digo que os Gracie fizeram e fazem parte de minha vida, na medida em que eles me tiraram daquela situação de humilhação e me fizeram auto-suficiente”. O cineasta David Mamet também tirou lições do jiu-jítsu. Em recente entrevista a ÉPOCA, ele comentou sua paixão: “Você pode estar lutando com um cara melhor que você, mas, se souber cansá-lo e deixá-lo sem gás, tem chances de vencer a luta. Uma das lições mais valiosas que aprendi com o jiu-jítsu foi que um homem distraído é um homem derrotado”.

Hélio Gracie, irmão mais novo de Carlos, foi o verdadeiro transformador do jiu-jítsu. Aos 94 anos, Hélio é o único ainda vivo a ter atingido o ranking brasileiro mais alto: faixa vermelha do décimo grau (concedida apenas aos Gracies pioneiros na prática). É convidado a dar seminários no mundo todo. Vive com a mulher e com os cachorros num sítio em Itaipava, no Rio de Janeiro. Foi Hélio quem inventou as alavancas que igualam as chances de lutadores de tamanhos distintos. Hélio foi personagem constante nos jornais pelos desafios que aceitou – às vezes contra homens com o dobro de seu peso – e ganhou. Abatia capoeiristas, pugilistas, judocas e caratecas com a mesma facilidade. Uma façanha para quem, na adolescência, sofria de vertigens que não o deixavam sair de casa e mal ia à escola porque desmaiava durante as aulas.

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FAZ PARTE DO SHOW

Atrações dos intervalos entre os assaltos, as octagon girls são escolhidas por meio de um reality show na TV americana

“O jiu-jítsu que meu pai desenvolveu não era de competição, era de defesa pessoal”, diz Rorion, filho de Hélio, eleito pelo pai seu sucessor como patriarca dos Gracies. Rorion tem uma academia em Torrance, na Califórnia. “Dou aula para muita criancinha frágil, mulher, homens fracos, pessoas que têm medo de andar na rua”. Segundo ele, o método Gracie é “delicado”. Bem diferente da imagem criada nos anos 90 pelas demonstrações de selvageria oferecidas pelos jovens praticantes de jiu-jítsu conhecidos como pit boys. “Quando aprende o verdadeiro jiu-jítsu, o sujeito passa a desprezar as brigas de rua”, diz Hélio.

O Exército americano usa o jiu-jítsu como método oficial para lutas corpo a corpo desde 2003. Nos EUA, há uma modalidade específica para mulheres, voltada para a proteção contra estupros, o Rape Safe, criado por Rorion. Em 1972, Rorion foi surfar no Havaí e perdeu as passagens de volta. Trabalhou como cozinheiro e dormiu na rua até conseguir embarcar para o Brasil, onde fez faculdade de Direito. Seis anos depois, de volta à Califórnia, foi figurante no seriado Starsky & Hutch, alugou uma casa e montou uma academia na garagem. A primeira aula era grátis. Para promover o jiu-jítsu, Rorion desafiava lutadores de outras academias. Um amigo sugeriu que ele gravasse e vendesse as fitas dessas lutas. Anos depois, organizou o primeiro campeonato televisionado com lutadores de estilos mistos. Chamou-o de Ultimate Fighting Championship. A idéia era reunir especialistas em todas as artes marciais, sem divisão por peso, num ringue onde valesse tudo.

O cineasta John Milius, diretor do filme Conan, o Bárbaro e aluno de Rorion, colaborou com a cenografia e criou o octógono onde as lutas se desenrolam. “Eu queria jacarés do lado de fora do ringue, para ninguém fugir”, diz Rorion. Sem os répteis, o primeiro UFC aconteceu em 1993. A expectativa, otimista para a época, era vender 45 mil acessos pelo sistema pay-per-view, em que o telespectador paga um extra para assistir à transmissão. Venderam 85 mil. O irmão de Rorion, Royce Gracie, com 60 quilos, derrotou todos os oponentes com seu domínio de jiu-jítsu. Foi a glória brasileira.

“Dou aula para criancinha frágil, mulher, gente que tem medo de sair na rua”, diz Rorion Gracie

Nas primeiras edições, o UFC não tinha divisão de pesos, limite de tempo nem proibia golpes brutais, como cabeçadas ou chutes na cabeça de oponentes caídos, conhecidos como “tiro de meta”. A pancadaria causou reações extremas. O então senador John McCain e atual candidato republicano à Presidência dos EUA disse: “O UFC é uma briga de galos humana”. Em 2001, o campeonato era proibido em 36 Estados americanos.

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NO EXÉRCITO

Ryron Gracie, filho de Rorion, ensina a militares americanos técnicas de jiu-jítsu. Um faixa preta pode ganhar tanto quanto um médico

Foi quando entrou em cena o ex-pugilista Dana White, um americano de cabeça raspada e fama de falastrão. “O jiu-jítsu brasileiro abriu meus olhos para um mundo totalmente novo”, diz White. Treinando em Las Vegas, ele reencontrou os irmãos Frank e Lorenzo Fertitta, com quem estudara no colégio. Donos de um império de cassinos, os Fertittas estão na lista dos 500 mais ricos do mundo da revista Forbes. Os irmãos, que treinavam com professores brasileiros, queriam entrar no negócio de lutas.

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A paixão dos dois pelo jiu-jítsu é tão grande que, no contrato de sua sociedade, há uma cláusula segundo a qual as diferenças de opinião entre eles deverão ser resolvidas no tatame. White, então empresário de dois campeões do UFC, convenceu os Fertittas a comprar o empreendimento por US$ 2 milhões. Começava uma das mais impressionantes viradas da história do esporte. “O UFC original estava se tornando um show de horror”, diz White. “Se muita gente quer ver um show de horror, há muito mais querendo ver um esporte com atletas de verdade”. (Leia a entrevista no final da matéria.)

Três anos após a compra, os Fertittas já haviam investido US$ 34 milhões e não conseguiam tirar o UFC do vermelho. “Houve um momento em que pensamos em fechar a coisa toda”, diz White. No mercado, a marca estava cotada em US$ 7 milhões, um quinto do que haviam investido. Os Fertittas decidiram, então, aplicar o último golpe: financiar um reality show numa TV de público masculino jovem. O roteiro era simples: White treinava os lutadores e, no fim de cada episódio, acontecia uma luta. O show custou US$ 10 milhões. Foi um sucesso. Na TV paga do Brasil, o vale-tudo é, além do futebol, o único esporte com um canal específico: o Premiere Combate. A assinatura custa R$ 45. Elton Simões, diretor do canal, afirma que a receita é de R$ 1 milhão mensal. “Os maiores lutadores são os brasileiros”, diz.

O campeão Anderson Silva, de 33 anos, tem sete vitórias e nenhuma derrota no UFC. Nascido em Curitiba, foi criado pela tia, porque a mãe não tinha condição financeira de mantê-lo. “Ele era muito brigão”, diz Sandra dos Santos, irmã de criação de Anderson. “Mas sempre foi trabalhador.” Enquanto treinava boxe tailandês, Anderson trabalhou sete anos como atendente numa lanchonete da rede McDonald’s. Ao conhecer o jiu-jítsu, interessou-se por vale-tudo. “Na minha primeira luta, derrotei um casca-grossa com facilidade”, diz. Anderson tem um estilo que desafia a compreensão dos comentaristas esportivos americanos. Parece descoordenado quando chuta e abre a guarda. Ele está, na verdade, criando armadilhas. Quando consegue agarrar o braço ou a perna do adversário, leva-o ao solo. Ali, termina as lutas rapidamente. “Treino para sair do ringue do jeito que entrei: inteiro”, afirma.

Nos EUA, Anderson é conhecido como The Spider, a aranha. Ele próprio escolheu o apelido. “O Homem-Aranha é o único super-herói que precisa trabalhar para sobreviver”, afirma. Anderson diz ter dificuldades para sair na rua. “Para andar 100 metros, demoro quase duas horas”, afirma. “Dou autógrafos, falo da minha vida.” Ele não diz quanto ganha, mas um atleta de seu nível recebe entre US$ 100 mil e US$ 500 mil por luta, sem contar contratos de publicidade e cessão de imagem para games. Como outros lutadores de origem humilde, Anderson mantém projetos sociais. Ele tem duas academias para crianças carentes em Curitiba e dá aulas num projeto social mantido por Rodrigo Minotauro, no Rio de Janeiro. “Os lutadores têm preocupação social e transmitem uma imagem positiva do país”, diz Simões, do Premiere Combate.

A possibilidade de fazer sucesso no exterior atrai milhares de jovens brasileiros. “São garotos da periferia, de origem simples, que se encantam com o exemplo dos campeões”, diz Simões. Na academia Upper, no Rio, o ex-lutador do UFC André Pederneiras organiza um vale-tudo oriundo do Japão, chamado Shooto. Ele vende ingressos a R$ 100 e precisa controlar a entrada. “Muita gente fica de fora”, afirma. O campeão aposentado Wallid Ismail, um amazonense dono do mais expressivo campeonato de vale-tudo brasileiro, o Jungle Fight, diz que os dias do esporte desorganizado acabaram. “Esses garotos querem dar uma condição melhor para a família, não querem brigar por brigar”. Nas palavras do olheiro Adams, “o Brasil é onde o esporte começou, e vocês têm uma vantagem incrível sobre o resto do mundo”. O próprio Adams lutou no UFC e venceu, enquanto cursava a faculdade de Administração. Durante a luta, Adams se empolga e levanta para aplaudir.

"Treino para sair do ringue do jeito que entrei: inteiro", diz o campeão invicto Anderson Silva

Como o ex-craque dos gramados Romário, Leonardo Silva dos Santos, de 28 anos, nasceu na Vila da Penha, subúrbio carioca. Gostava de futebol, mas, quando viu o primeiro campeonato de jiu-jítsu, mudou de idéia. Foi o campeão mais jovem, aos 15 anos, e seguiu uma carreira meteórica até ganhar sete títulos mundiais. Passou a dar seminários pelo mundo, mas sentiu o chamado dos ringues. “Há dois anos, comecei a levar o vale-tudo a sério”, diz. Ele é uma das maiores apostas brasileiras. “Só fico triste porque é difícil fazer vale-tudo no Brasil. Sustento minha família com esse dinheiro”. Com calma de monge, Leonardo falava poucos minutos antes de entrar no ringue. Contra um campeão argentino, aplicou uma chave de perna e liquidou a luta em menos de dois minutos. Não derrubou uma gota de suor. Não fez o outro sangrar. Seu rosto permanecia plácido. O último gesto de Leonardo, no ringue, foi oferecer a mão ao adversário para levantá-lo do chão.

O rei do ringue

O presidente do UFC quer torná-lo maior que Copa do Mundo

ENTREVISTA – DANA WHITE

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OS DONOS

Dana White (centro) com os irmãos Lorenzo e Frank Fertitta. Juntos, eles compraram a marca UFC por US$ 2 milhões. Hoje, ela está avaliada em US$ 1 bilhão

ÉPOCA – O UFC é maior que o boxe?

Dana White – Sim. Na minha opinião, o boxe está morrendo porque não há mais boas lutas. O maior problema é que ninguém está disposto a colocar um monte de dinheiro para salvar o boxe do jeito como fizemos com o UFC.

ÉPOCA – O senhor se preocupa com a possível rejeição causada pela violência?

White – Quer saber de uma coisa? Odeio golfe. Acho o esporte mais idiota do mundo. Mas muita gente gosta, assiste e joga. Se estiver passando golfe na TV, troco de canal. É assim que eu acho que deve ser com as lutas: se as pessoas não gostam, não assistam a elas.

ÉPOCA – Como o senhor lida com as críticas de que as regras do UFC sanitizaram o vale-tudo?

White – Não acho que haja necessidade de cenas chocantes. Os lutadores são atletas que querem ser os melhores do mundo, e não matar o oponente. Quem vê UFC pelas cenas chocantes não é um verdadeiro fã de lutas. Nem todo mundo vai ser fã de lutas, nem todo mundo vai gostar de UFC.

ÉPOCA – Sua imagem está associada ao UFC, e o senhor não perde uma oportunidade de aparecer. O senhor se considera uma espécie de astro do rock?

White – Não. Sou só o presidente de uma empresa. Sabe, as pessoas vêm até mim nas ruas ou nos shows e dizem: “Amo o que você faz, amo as lutas, amo o que você construiu”. Isso não é como ter fãs, são só pessoas mostrando apreço pelo UFC.

ÉPOCA – Qual é o futuro do UFC?

White – Queremos expandir a marca pelo mundo. Meu sonho é que o UFC seja maior que a Copa do Mundo de Futebol. Ele é o esporte que mais cresce no mundo. Até crianças aprendem. É a melhor coisa para ensinar a uma criança: a ser confiante e ativa, a ficar em forma.

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Desulpe mas vcs leram so o primeiro paragrafo e pronto...

Ele mesmo admitiu que se levou pela excitação. Como ele msmo disse, era a primeira vez q ele tava assistindo.

"A primeira vez em uma platéia de vale-tudo equivale a assistir pacificamente a um crime. Mas algo acontece no fim do primeiro round. Os adversários estão intactos. Respiram em compasso. Olham-se quase com prazer. É só um jogo. Você, depois de se contorcer na cadeira, é finalmente dominado pela excitação. Sente-se como um selvagem."

tb achei muito bacan o trecho da materia q ta ai no site.

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Galera vocês estão se precipitando...ao que parece ele no primeiro parágrafo descreveu o que um leigo sente ou pensa ao assisitir a um evento ao vivo pela primeira vez...mas a partir do primeiro round ele percebe que não é nada disso!!! E quando deve começar a mostrar o que realmente é,a matéria é cortada, vamos ler primeiro a matéria toda...que deve ser umas 5 paginas sobre o esporte, e não apenas o primeiro parágrafo pra depois crucificar o jornalista, que pode estar fazendo um favor a todos nós amantes de MMA!!

isso, isso, issso. e claro q ele é leigo q vai cometer alguns erros, como essa do andersom ter disputado o cinturão com o irvine, mas parece q essa materia é boa.

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Primeiramente agradeço ao forista Syph0s por postar a matéria na íntegra. Valeu mesmo.

Continuo achando que o jornalista na matéria toda dá enfoque equivocado sobre o esporte, para justificar o sucesso do esporte.

Os depoimentos dos atletas e ex-atletas e sobre a história do JJ e do MMA são o ponto positivo da entrevista.

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meu Deus, este jornalista fdpta simplesmente acabou com a imagem do MMA, nao se cansa de falar que e uma luta sangrenta e fala como se objetivo fosse levar alguem pro hospital....

sem +

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Se querem ver o MMA bem falado na mídia, acho errado tentar atingir o jornalista com floods, mensagens ofensivas ou coisas do tipo.

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Caramba quanta desinformação na matéria. Dana White foi treinador do TUF em que temporada? aehahehaehaheahe

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uma coisa eh expandir o mercado do mma no mundo falando a verdade, outra eh dizendo que trata-se de uma luta em q vc tem q levar o outro pro hospital.

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valeu por postar a matéria!

achei a entrevista do dana , legal

a nao ser pela copa do mundo... mas compreendo

mesmo o reporter sendo leigo, acho que nao justifica o uso de frases como: 'A primeira vez em uma platéia de vale-tudo equivale a assistir pacificamente a um crime.'

aí o cara tenta se retratar:

Mas algo acontece no fim do primeiro round. Os adversários estão intactos. Respiram em compasso. Olham-se quase com prazer. É só um jogo.

Sei lá... aí vem um 'especialista' e diz que quem faz esse tipo de esporte é troglodita, que não é coisa de gente civilizada e etc... aquela velha ladainha.

Tá certo que o cara tem que usar frases impactantes, pra surtir algum efeito, aguçar a curiosidade dos leitores, mas esse cara viajou

Pra vender a materia dele, queimou um esporte em ascenção.

Tá pra chegar o dia em que a imprensa lance algo positivo sobre uma arte marcial 'de contato', basta ver a festa que eles fizeram com o jiu jitsu na decada de 90

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Convidado Herzizou

Prefiro esperar para ler a matéria na íntegra.

E acho que todos deveriam fazer o mesmo. Como é uma matéria de capa, ela deve ter pelo menos umas 6 ou 8 páginas. Esse trecho do site mal ocupa 2 páginas. Vamos esperar.

E pra quem for mandar comentários criticando a matéria no site: Manerem nos xingamentos e escrevam num português no mínimo decente. Tudo o que o MMA não precisa é de reforço para os esteriótipos com os quais sofrem praticantes e fãs aqui no Brasil.

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Prefiro esperar para ler a matéria na íntegra.

E acho que todos deveriam fazer o mesmo. Como é uma matéria de capa, ela deve ter pelo menos umas 6 ou 8 páginas. Esse trecho do site mal ocupa 2 páginas. Vamos esperar.

o post que eu fiz acima é a matéria na íntegra... sou assinante..

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Convidado Herzizou

Agora vi que o Syph0s colocou a matéria na íntegra, ótimo.. algum moderador poderia atualizar no primeiro post, porque senão a maioria vai ler só o resumo do site mesmo.

o post que eu fiz acima é a matéria na íntegra... sou assinante..

Valeu cara, vou ler!

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O CARA MUDOU O TEXTO DO SITE

Agora os comentários negativos nao farão mais sentido, ainda bem que um user do site da época deixou claro que o texto da noite está diferente do texto da tarde

Não sei se isso foi bom ou ruim

bom pq o cara reconheceu que tinha feito merda

Ruim pq quem é leigo vai ver aquele monte de comentário negativo e vai soar sem sentido

quem for comentar no site, nao esqueça de avisar que o texto foi mudado

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