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Scolfield

A saga do Felizardo - parte final

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A saga do Felizardo - parte final

Agora que vocês já sabem como o ser humano pode ser cruel, voltemos às crueldades.

Elas não faltaram e Felizardo era sacaneado diuturnamente. Se sentia testado o tempo todo, alternava bocejos longos, típicos de nervosismo, com mal humor e distribuição de patadas. É óbvio que cada patada era rebatida de forma sacana: “Qual foi Felizardo? Tá de brabo por quê? Deixa pra extravasar essa raiva na hora da luta.” E o pior pra ele, muito espaçoso e brincalhão, Felizardo sacaneava todos, fosse com apelidos, ou com pegadinhas. Desse dia em diante ele até tentou uma ou duas brincadeiras, mas a raquetada verbal de volta era infame: “Fica quieto aí Felizardo! Sossega e se concentra senão o gringo aperta o teu pescoço depois de amanhã!” Sim, eu disse depois de amanhã. O martírio de Felizardo duraria 48 horas...

Como a luta havia sido casada e acordada, não havia limite de peso e, portanto no dia seguinte não houve pesagem para Felizardo apesar de testemunhas mentirosas afirmarem para nosso amigo, terem visto o seu adversário na pesagem e que este estava rasgado, com mais de 100kilos, “Gigante!” nas palavras de outro malvado, requintando ainda mais a sacanagem.

Felizardo veio então até mim pra perguntar se não havia jeito de fazer a luta dentro de alguma categoria de peso, no que respondi que naquela altura, com contrato assinado, nem tinha o que fazer. Lembrei a ele que o combinado sai barato, e que ele leu o contrato antes de assinar.

Cada minuto que passava vinha um dar um update na central de notícias, contando alguma novidade do Felizardo, nitidamente acusando o golpe. Nessa altura do campeonato bicicleta não era mais o termo. A freada era de carreta...

A véspera do evento foi talvez a noite mais longa da vida de Felizardo, que encontrou mais um brasileiro sacana (Será que existe algum?) que se dispôs a fazer posições com ele no quarto antes de dormir. Quando os outros souberam que Felizardo estava treinando pra peleja no quarto, foram todos pra lá. Acho que Felizardo nunca viu tanta posição de chão no mesmo dia. Pelo calibre dos lutadores presentes, posso afirmar com folga que foi o melhor seminário de grappling jamais realizado. Cada um mostrava uma posição mais mirabolante e eficaz e lá pela décima - quinta posição alguém disse: “Pessoal, vamos parar porque Felizardo precisa descansar e pela quantidade de coisas que mostramos, é capaz dele não se lembrar de nenhuma amanhã.” A tropa brasileira evadiu do quarto e tenho certeza que Felizardo àquela altura não lembrava mais nem de saída de gravata, que dirá de toda aquela enciclopédia apresentada em menos de 20 minutos.

No dia da luta Felizardo nos privou de sua companhia no café da manhã e no almoço. Simplesmente se encastelou nos seus aposentos e seria impreciso da minha parte dizer que o serviço de quarto precisou fazer a recarga de papel higiênico naquele dormitório.

As horas eram cada vez mais longas, como costumam ser em dia de evento, principalmente pro lutador, que quer logo briga. O mais cruel dos brasileiros, talvez puto por saber que Felizardo havia dado uma olhada pra sua mulher, lançou a cereja do bolo. O Ápice da maldade. Pediu-me que arrumasse um par de luvas do evento e disse que quando Felizardo estivesse aquecendo pra luta dele, (Sim, o combinado era levar a encenação até o último segundo) ele lhe entregaria as luvas, enviadas pelo promotor dizendo que a comissão atlética não aceitaria um evento misto e que seria a luta seria de MMA e que tava disposto a pagar mais 20 mil a ele.

Alguns acharam que seria a sacanagem do século e estavam todos ansiosos com o desfecho, mas como disse anteriormente, Felizardo era muito amigo do lutador. Este se apiedou de nosso bravo guerreiro e mais tarde confessou achar que ele “espanaria o parafuso” e perderia totalmente a esportiva azedando o clima. Por isso, na van que levava os lutadores ao ginásio, confessou a Felizardo a armação toda.

Muito sacaneado como era de se esperar, Felizardo chegou a pensar em se insurgir contra mim, talvez por ser sempre um dos menores do grupo, mas não houve clima pra isso, já que todo mundo estava na parada e é claro, esse filho tinha paternidade múltipla. Na verdade ele até passou um tempo sem falar comigo, mas hoje nos falamos normalmente.

Essa foi apenas uma das peripécias de viagem. Outra hora conto mais.

Se cuidem

PVT

http://portaldovaletudo.com.br/site/pvt-blog.php?area=11

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Comédia, mas a negada devia ter deixado a parada rolar a té o final. :lol: :lol:

Massa essa história manda mais aí velho.

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Convidado delpolsp

hahahahaha, MARQUINHO SEU CAGÃO kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, só sabe pegar mulher mesmo, caralho, essa das luvas ali foi bizarra.............rsrsrsrs

Valeu tetél rs

Abraços

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:lol: :lol: freada de carreta, hehehehe, porra Tetel, tú és um escritor de mão cheia bicho! Ri demais com essa história toda...

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também ri muito com a história e estou no aguardo das próximas

o que eu queria saber é: o tal Felizardo aprendeu a lição com esta história, ou continuou fanfarrão?

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Convidado Spinel

Muito boa a estória!

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Ri demais com essa historia, espero que o Tetel continue escrevendo esses "causos"

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Convidado MalabiSabe

Huahuahuahuahuah, porra era pra terem deixado a parada ir até o final, A parada das luvas foi sensacional...

Felizardo Lambança, quem será esse "artista global"?????? :lol:

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Muito bom o texto, o Tetel tá de parabéns.

o que eu queria saber é: o tal Felizardo aprendeu a lição com esta história, ou continuou fanfarrão?

também tô curioso pra saber se ele mudou, embora eu ache dificil.

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Hahaha show de bola!

há um tempo atras treinei com um pessoal da BTT e escutei uma historia assim. e agr vem o Jucão falar ai.

então suspeito que o felizardo seja da BTT mesmo hehe

mandou mto bem Tetel.

continue com as historias

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