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A Arte do Estrangulamento no MMA (artigo: ESPN.com - MMA)

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Título: The art of the choke

Fonte: Espn Mixed Martial Arts

Data: 24/06/2008

Disponível em: http://sports.espn.go.com/extra/mma/news/story?id=3456078

Fiz a tradução

Achei interessante, especialmente a parte que fala sobre a inexistência de dano cerebral, com cuidados médicos adequados. É importante saber e divulgar esse tipo de informação para o público leigo.

A Arte do Estrangulamento no MMA

mma_f_stevenson-mishima_580.jpg

[Joe Stevenson, por baixo, sabe algumas coisas sobre asfixiar e ser asfixiado.]

O lutador da categoria Lightweight, Joe Stevenson, é considerado um mestre em asfixiar adversários. Ele também conhece a sensação de ser apagado no estrangulamento, da mesma forma.

"Eu não podia ver", disse Stevenson à ESPN.com, referindo-se à derrota para BJ Penn, em janeiro, através de um "mata-leão", técnica em que o estrangulamento é aplicado por trás, com um braço envolvendo o pescoço do adversário.

"Eu nem sabia o que tinha acontecido. Eu estava chorando depois."

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[stevenson provando de seu próprio veneno, contra BJ Penn]

Stevenson está acostumado ao outro lado da situação.

Ele, que começou a praticar luta livre aos 11 anos e Jiu-Jitsu aos 13, atribui à sua estrutura corporal o seu sucesso em utilizar estrangulamentos.

"Tenho uma vocação natural para aplicar estrangulamentos; sou baixo e entroncado", disse Stevenson. "Se você é um atleta condicionado, não vai sentir tanto a pressão da técnica encaixada. Sou difícil de finalizar porque faço isso há muito tempo. Conheço minha resistência física. Vinte por cento do treinamento é mental, e 80 por cento é físico; na luta, é o contrário."

Para finalizar Melvin Guillard no "UFC Fight Night 9", Stevenson utilizou a técnica conhecida como guilhotina.

"Eu tinha a cabeça do meu adversário presa sob a minha axila", explicou Stevenson. "Eu usei meus antebraço e punho para pressionar suas carótidas. Com o peso do meu corpo, forcei a cabeça dele. O adversário sufoca na dor, até que desiste."

As técnicas de asfixia foram introduzidas nas competições de Pankration, nos Jogos Olímpicos de 648 a. C. As dispustas eram extremamente brutais e, por vezes, envolviam risco de vida para os lutadores. As regras eram mínimas. Além disso, não havia divisões de peso e limite de tempo. A arena ou "ringue" tinha entre 12 a 14 pés quadrados, para incentivar a ação em curta distância. Árbitros tinham bastões flexíveis para fazer cumprir as proibições de morder e enfiar dedo no olho. As regras, porém, eram quebradas por participantes que, diante de situação desfavorável contra oponente mais forte e mais pesado, recorriam a tais atitudes para evitar graves mutilações. A disputa continuava ininterruptamente até um dos combatentes desistir, ficar inconsciente, ou, naturalmente, morrer.

Em 200 a. C., árbitros passaram a usar bastões rígidos para fazer cumprir as regras, mas o estrangulamento permanceu como uma das principais causas de morte.

Atualmente, o estrangulamento é uma técnica amplamente utilizada no MMA para derrotar o adversário. Não exige superioridade de força e não traz danos significativos, se for adequadamente monitorado.

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[Na foto, Anderson Silva, por cima, faz Dan Henderson "bater", no UFC 82.]

Recentemente aposentado, o árbitro [N.T.: "Big"] John McCarthy, que atualmente realiza comentários e análises na cobertura de eventos para a Fight Network, recorda de ter sido apagado nos seus primeiros dias como lutador.

"Não é diferente de quando um cara é nocauteado, exceto pelo fato de que não se sente efeitos posteriores", disse McCarthy. "É por isso que a primeira coisa que um lutador apagado sempre diz após despertar é 'O que aconteceu?' São momentos esquecidos para sempre."

As técnicas de asfixia são diferenciadas pela forma como afetam a anatomia. Um estrangulamento ("air choke") comprime as vias aéreas superiores (laringe ou traquéia), causando inconsciência por perda de oxigênio no cérebro. Pode ser extremamente doloroso, especialmente se envolver sobrecarga ou torção do pescoço. A esganadura ("blood choke") ocorre quando se comprime a veias jugulares ou artérias carótidas. Sem circulação de sangue no cérebro, o lutador desmaia em 15 segundos, mas sob a supervisão de árbitro bem treinado, nenhuma técnica de asfixia é letal, porque os neurônios só começam a morrer após privação de oxigênio durante período superior a cinco minutos.

Nem sempre é fácil, no entanto, determinar quando a luta deve ser interrompida em situação de estrangulamento.

"Algumas vezes é fácil, pois você consegue ver o rosto e os olhos deles", diz McCarthy. "Mas se o rosto do lutador está virado para baixo, eu olho para a posição das mãos e dos pés. Às vezes, peço para darem sinal com o polegar para cima. É importante porque você não pode confiar apenas na resistência muscular para determinar se ainda estão lutando. Às vezes é parecido com o "rigor mortis" [N. T.: Sinal característico de morte. Retesamento dos músculos]. Mesmo depois que estão apagados, eles podem permanecer rígidos."

Stevenson concorda.

"Alguns ficam inconscientes e lentos pela falta de circulação sanguínea, enquanto outros ficam retesados", diz ele. "Você precisa de um bom juiz [para saber quando parar a luta]."

De acordo com McCarthy, os lutadores não reconhecem que estão em apuros.

"Você conhece a tensão e pressão, mas sabe que não tem muito tempo para sair dali", disse McCarthy. "Você diz para si mesmo: 'eu não vou parar, porque eu sou bom.' Mas não é doloroso, e você simplesmente apaga. Eu serei apagado qualquer dia desses. Isso não causa nada comparável a um nocaute".

Tenho ouvido inúmeros argumentos no sentido de que as técnicas de asfixia deveriam ser banidas do MMA. Mas com um bem treinado e bem posicionado árbitro, posso afirmar que nunca vi um lutador sofrer danos graves ou permanentes. Trata-se de um acentuado contraste com golpes na cabeça, que realmente podem danificar ou matar neurônios.

Dra. Margaret Goodman foi Presidente do Conselho Consultivo Médico da Comissão Atlética de Nevada e contribui regularmente para a revista "The Ring".

Editado por EasyRider

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muito show,já passei por isso! nada fácil,rss

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boa matéria, essa técnica, como foi dito com bons árbitros tem que continuar no mma.

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Convidado Mena I

Até hoje obtive êxito em me safar de um golpe decisivo como este, espero continuar assim...

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Convidado KratosCS

Muito bom valeu por ter postado.

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Treino jiu-jitsu a mais de 10 anos e já sofri inúmeros estrangulamentos e nunca tive problemas maiores. Com um bom professor e conhecendo os próprios limites, as técnicas de estrangulamentos são bastante seguras. Ao contrário de técnicas como chave de tornozelo ou joelho que são bem perigosas e se não forem tomados cuidados extremos podem ocorrer lesões permanentes.

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