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'Bruxa das lesões': Especialistas alertam para planejamento e

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“Bruxa das lesões”: especialistas alertam para planejamento e proteção nos treinos

Colin Foster

O MMA se torna um esporte mais competitivo a cada dia, e o funil para se chegar ao maior evento do mundo, o UFC, é cada vez mais estreito. Para se manter nele, então, é preciso dobrar a dedicação. Diante desse quadro de extrema concorrência, os atletas são puxados ao máximo nos treinos e se submetem a dietas e processos de perda de peso extremados para vencer a balança um dia antes de suas lutas. Esses fatores, somados às fatalidades naturais na vida de qualquer um, são problemas ressaltados tanto por atletas quanto por lutadores que sofrem constantemente com lesões nos treinos.

Levantamento feito pelo PVT com ajuda do editor do MMA Brasil, Alexandre Matos, descobriu que cinco dos nove eventos principais do UFC tiveram mudanças ou na luta principal ou no co-main event (veja os números no fim da reportagem) por conta de lesões. Nenhum desses cards, no entanto, foi mais marcado pela “bruxa das lesões” do que o UFC 133, que finalmente acontece este sábado, para alívio do presidente Dana White e do matchmaker Joe Silva. Os dois tiveram de lidar com nada menos que nove atletas lesionados no card.

“Não foi difícil casar as lutas, foi difícil, sim, mantê-las”, lembrou White durante a coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

A primeira baixa do UFC 133 aconteceu com um atleta que nem de contrato assinado estava. José Aldo iria defender o cinturão dos pesos pena diante do invicto Chad Mendes na Filadélfia, mas um problema recorrente no ombro, que já o havia tirado do UFC 125, em janeiro, impediu a luta. Treinador de Aldo e líder da Nova União, uma das equipes com mais atletas profissionais no mundo, André Pederneiras ressalta que a maior preocupação com proteção nos treinos deve caminhar ao mesmo passo da evolução e do aumento da combatividade do MMA.

“Num esporte de alto nível como o MMA as lesões são naturais. O que tem que se fazer é um trabalho o mais protegido possível, algo que não acontecia antigamente, nos primórdios do treino de MMA, quando rolava treino de muay thai sem caneleira, trocação de porrada em protetor bucal, coquilha... mas isso é coisa do passado. Hoje o atleta e o treinador têm que ter noção de que é a proteção que vai deixá-lo apto a lutar, porque os treinos são muito duros, existe muito risco de cortes e lesões, e você pode ficar fadado a perder um evento. Se mesmo protegido você já se lesiona, imagina sem?”, argumenta Dedé.

Outra grande preocupação na Nova União é dividir bem as categorias de peso. Conhecido por ter a melhor academia de pesos leve do mundo, Pederneiras selou uma parceria com a Delfim para que os sparrings de pesos pesados como Ronnys Markes e Thales Leites não aconteça junto com nomes como Dudu Dantas, Marlon Sandro ou até mesmo Luis Beição, e sim com atletas do mesmo porte como Pedro Rizzo e Glover Teixeira. “A diferença muito grande entre dois caras pode gerar lesões. Sempre procuro separar mais ou menos por categoria para minimizar isso. Se entrar um soco de um cara de 90kg em um de 70kg, mesmo que não seja de maldade, pode deixar o cara mais leve bem mal. Nosso acordo com a Delfim é justamente pra evitar isso”, explica.

Rafael Cordeiro vê necessidade de atletas “cyborgs” e elogia seguro do UFC

Outro nome de respeito no MMA mundial é Rafael Cordeiro. O curitibano, criado na Chute Boxe, lidera nomes como Mauricio Shogun, Fabricio Werdum, Renato Babalu e Wanderlei Silva na Kings MMA, na Califórnia, e convive diariamente com lesões e recuperação de lesões. Para ele, além do aumento na carga de treinos, a cobrança por boas exibições e a pressão constante que um atleta, principalmente no UFC, vive, são fatores que mexem com o psicológico e automaticamente com o corpo na hora dos treinos.

“A carga de treinos tem que ser pesada mesmo. Antigamente não era tão forte, tinha menos lesões, mas hoje é 100% em tudo, do wrestling ao muay thai, e trava um pescoço aqui, um ombro ali... O que acontece é que a evolução do esporte faz com que o atleta precise ser quase um cyborg, tem que estar sempre preparado em alta rotação em todos os quesitos. Hoje não é só a vitória que conta, é o estar bem, se apresentar bem, a necessidade de nocaute, de finalização, a cobrança pela vitória e o que a derrota acarreta. Isso tira o atleta da zona de segurança dele, o deixa sobrecarregado e pressionado. Automaticamente, o corpo responde a essa pressão e acontecem as lesões”, opina.

Recentemente, o UFC anunciou a criação de um plano de saúde com seguro que cobre o tratamento de lesões em treinos de seus atletas. Rafael Cordeiro elogiou a medida da Zuffa e relembrou o quão difícil é para um atleta manter as contas em dia num periodo de lesões. “As pessoas veem na TV e não sabem o que passa com os atletas. O dinheiro que eles recebem é suficiente pra se manter, mas também é preciso usá-lo para pagar as contas de casa, os treinos, suplementos... muitas vezes não dá pra ter plano de saúde, algo que é muito caro nos Estados Unidos principalmente. O UFC inovou e acertou em cuidar bem dos atletas, porque são eles que vão fazer o barco do business deles continuar andando. Tem que cuidar da imagem e do patrimônio deles, o atleta é uma joia que precisa ser bem cuidada”, afirma.

Atleta e treinadores têm que estar em perfeita sintonia no camp, diz preparador físico

Com a concorrência cada vez mais acirrada e os eventos internacionais cada vez mais restritos, a boa preparação do atleta se torna um diferencial. É preciso, entretanto, tomar cuidado para não confundir preparação com overtraining (excesso de treinos), o que, segundo os especialistas, é o principal motivo de lesões. Saber diminuir o ritmo no momento certo e respeitar os períodos de descanso é apontado por Lula Guerreiro, conceituado profissional e preparador físico de nomes como Paulo Thiago, Guto Inocente e Francisco Massaranduba, como primordial para um atleta se manter saudável.

“O boom do MMA aumentou a dificuldade para os atletas se destacarem. Assim, muitos esquecem os períodos de descanso e a necessidade de uma boa alimentação e treinam quatro, cinco vezes por dia, visando só a melhora técnica. Mas sem uma base física adequada, ele ficará sujeito a um maior número de lesões, especialmente as musculares e articulares. É claro que existem as fatalidades, mas é preciso ter um tripé básico bem constituído por treinamento, boa alimentação e descanso. Se um desses falha, certamente causará danos ao atleta, e isso pode lhe custar muito caro”, analisa Lula.

O preparador físico considera também um fator fundamental a preocupação com um camp bem constituído por profissionais tanto da parte técnica como da parte física, e que todos esses estejam em sintonia perfeita durante cada fase de treinos. “Os treinadores têm que saber escutar o atleta, mas sem afrouxar os treinos quando não é necessário, dando o descanso na hora certa. A periodização de todo o camp de treinamento do atleta deve ser feita em conjunto por todos os treinadores e respeitada por toda a equipe. Se o atleta não se acostumar a dar 100% em cada treino, certamente não vai ser condicionado a dar os mesmos 100% durante os três ou cinco rounds na hora da luta”, completa.

Números: algumas das principais lesões do MMA em 2011

UFC 125 (janeiro): José Aldo se lesionou e não enfrentou Josh Grisp.

UFC 128 (março): Rashad Evans se lesionou e deu lugar a Jon Jones contra Shogun

UFC 130: Frankie Edgar e Gray Maynard se lesionaram e deixaram a luta principal

UFC 131: Brock Lesnar não enfrentou Junior Cigano por conta de uma diverticulite

Os lesionados do UFC 133: Michael McDonald, Jose Aldo, Jon Jones, Riki Fukuda, Rogerio Minotouro, Vladimir Matyushenko, Phil Davis e Alessio Sakara. Rich Franklin enfrentaria Minotouro, mas como não foi possível conseguir novo oponente para ele, saiu do card.

Strikeforce: Alistair Overeem, antes de ser cortado, alegou lesão na costela; Guto Inocente sofreu problema na mão operada; Yuri Villefort rompeu os ligamentos do joelho e Danillo Villefort, que luta no dia 12 de agosto, iria estrear em junho mas lesionou a cervical.

Bellator: Patricio Pitbull não disputou o cinturão dos penas contra Joe Warren por lesão no punho.

Lesões no Brasil: Murilo Bustamante, Luciano Azevedo, Luis Besouro e Diego Braga (Clube da Luta); Zezão Trator e Kiko France (WFE Platinum).

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Impossivel um atleta do nivel desses caras não ter contusões a não ser que tenham a estrutura do Wolverini.

Editado por Ommeletman

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Impossivel um atleta do nivel desses caras não ter contusões a não ser que tenham a estrutura do Wolverini.

Ou do Dan Henderson, que é praticamente a mesma coisa :rolleyes:

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um esporte de contato como MMA, só não se machuca se for um robô

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É fato que há um tempo atrás não tinhamos esse número tão elevado de lesões.

Isso veio com a evolução do esporte e a demanda por diversificar os treinos e ser bom em todos os fundamentos.

Mas acho que vale uma reflexão por parte das equipes,lutadores, treinadores e preparadores físicos.

Fica fica evidente que muita gente está com uma carga de treinamentos muito maior do que o seu corpo pode suportar.

Acho que o pessoal vai ter que encontrar um ponto de equilibrio, pois na situação atual, está ficando impossível programar um evento com o mínimo de antecedência, sem cancelamentos e substituições em lutas do show.

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Realmente, teve um evento não lembro qual que quase todas as lutas houveram mudanças por lesõe,s incrível, sem falar na LHW, quem ganha a cinta se lesiona

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