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Cristiano Martins

Entrevista com Sergio Babu, treinador de Jiu-Jítsu

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Sergio Gasparelli, conhecido no mundo da luta como Babu, é advogado, e faixa preta de Sergio Penha, treinador de chão de feras como Anderson Silva, Minotauro, Minotouro, Lyoto Machida e tantos outros.

Babu esta em uma nova fase em sua vida onde tem a oportunidade de levar a sua enciclopédia de chão a serviço do MMA americano, e dos Brazucas que por lá estão.

Em um papo que durou uma hora Babu falou de tudo um pouco, confira abaixo a alegria que senti entrevistando esse cara que literalmente já gravou seu nome na pedra chamada MMA.

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Fanáticos: Você saiu da BTT ou esta expandindo os horizontes da equipe ai fora?

Babu: Eu saí esse meu trabalho aqui não tem relação com nenhuma equipe já constituída, é um trabalho formado com alguns treinadores entre os quais esta o Diógenes, a minha parte é chão o Diógenes a parte em pé, eu acho um abuso alguém dizer que é treinador de MMA, eu me meto onde eu entendo e essa parte é o chão.

Fanáticos: Quais são os atletas com os quais vocês estão trabalhando ai?

Babu: Rashad, Jorge Santiago, Gezias Cavalcante, Cosmo Alexandre, Danilo e Yuri Villefort, Mike Johnson, Anthony Johnson, Vitor Miranda, E eu farei parte do camp do Pezão, mas isso será um trabalho paralelo meu com ele e não tem a ver com a equipe.

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Fanáticos: Você e o Diógenes estão fazendo um trabalho em conjunto, em breve poderemos ver um Rashad que chuta e no Chão finaliza?

Babu: A Vulnerabilidade do John Jones é no Chão, o Phil Davis, por exemplo, queda bem, mas não tem um chão pra assustar ninguém então o Rashad esta treinando chão comigo e um Muay Thai agressivo com o Diógenes.

Fanáticos: Você acha que o Rashad é superior ao Phil Davis no quesito wrestling ou o treinamento que você fará será justamente para tapar alguma brecha na diferença de qualidade entre os dois?

Babu: O Phil Davis é um cara de alto nível, o Wrestling não é uma luta que te deixa tão distante dos demais praticantes, o nível praticamente se equivale, é bem diferente do Jiu-Jítsu o nível dos praticantes de Jiu-Jítsu é bastante diferente entre atletas aqui para se ter destaque você tem que treinar muito, por isso dentro do MMA o nível é equivalente com pouca diferença entre os atletas.

Fanáticos: Fizemos um Ranking de atletas do MMA nacional em que a primeira categoria foi a de 61 kg, Pedrinho Nobre esta em 8º, mas com certeza tem calibre pra figurar nas cabeças em breve, o que você que participou do dia a dia de treinamento do Pedro Nobre tem a dizer sobre ele?

Babu: Cara eu não gosto de falar muito sobre atletas para não criar ciúmes, mas com relação a Pedro Nobre eu creio que ele será brevemente o melhor 61 do mundo, por que ele tem muito foco, ele escuta, presta atenção, ele sabe relaxar no momento certo, treina forte quando tem luta e relaxa no momento certo e isso é difícil em atletas brasileiros, atleta brasileiro quando não tem luta não treina e ele é diferente.

O cara trabalhava a noite, trabalhou de garçom e mesmo cansado com cara de sono no treininho da noite ele estava lá não faltava.

Com relação à questão do Ranking é obvio que conta os eventos que derrepente o Pedrinho não tenha lutado, as situações de lutas que pintaram pra ele acabavam sendo muito em cima e o Eraldo e o Murilo acabavam não fechando e com razão, com certeza ele esta entre os 5 melhores do Brasil fácil, eu confio muito no Pedro e se não houver nenhuma surpresa em breve ele será o melhor 61kg do mundo.

Fanáticos: Qual a importância de Claudio Coelho para você como participante do mundo das lutas?

Babu: Claudinho é referência foi um cara que se juntou com Carlson lá nos primórdios treinou Murilo e Bitteti, mas nunca fechou com bandeira nenhuma, a bandeira dele é a Nobre Arte, eu vi várias pessoas de bandeiras diferentes se respeitando no mesmo espaço por que ele não admite problemas lá, ali todos são iguais e isso prova que ele é uma pessoa iluminada eu procuro o Claudinho sempre que preciso, ele pra mim ocupa o lugar que me faltou quando precisei de um pai, pois o meu perdi cedo.

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No aeroporto de São Paulo ao lado de grandes nomes da luta

Foto: Marcelo Alonso

Fanáticos: Eu já observei que você como córner é muito sereno e um dos melhores corners que já vi atuar, Pezão disse em sua entrevista ao Portal do Vale Tudo que você é um enciclopédia do Jiu-jítsu pra vale tudo e faz questão de te ter em seu camp, como você se sente com esse reconhecimento?

Babu: É tudo que eu busco, é o reconhecimento de um trabalho de muitos anos, eu treinei no meio de Alan Góes, Jucão, Libório, Murilo Bustamante, Zé Mario, Bocão, Claudinho, Marcelo Grosso, Paulão, Arona, Carlão Barreto, Bebeo Duarte,Navalhada, Minotouro e Minotauro muita gente e eu falava “Caramba o Mar ta alto”, eu deixava de almoçar pra poder treinar nesse horário e absorver, lutei contra esposa por que na época eu era casado, depois com namoradas que sempre diziam que era perda de tempo.

O primeiro cara que me chamou de enciclopédia foi Anderson Silva e quando eu vim pra cá buscando uma situação melhor e encontrei uma galera com quem já trabalhei como o pezão e o reconhecimento do Rashad, pra mim foi importante, acho que muita coisa vem pela frente, mas estou começando a colher os frutos de um trabalho que já é antigo.

Porém eu sei que isso não dura se o Rashad e o pezão perderem, a linha de nosso reconhecimento é tênue e precisamos mostrar resultados sempre.

Fanáticos: Que trabalho você tem feito com o Antony Johnson? Tem a ver com o fato de ele ter perdido pro Koscheck finalizado?

Babu: O Anthony Perdeu pro Koscheck na mente, o Koscheck desfocou o Anthony e nós estamos trabalhando com ele para que isso não se repita, nós já viajamos juntos e isso nos aproximou, não adianta eu tentar entrar na mente do cara na base do grito, pra criar um vinculo leva tempo, e no vale-tudo não temos tempo pra colocar o cara o ás no Jiu-Jítsu, então eu trabalho na simplicidade e passando coisas simples mais eficientes o jogo desse cara vai melhorar muito em um curto espaço de tempo.

Fanáticos: Como se faz a transição de um cara nocauteador como o Johnson e o faz entender sobre finalizações no chão?

Babu: Todos os caras que vieram treinar comigo já vieram com alguma bagagem de chão, então eu jogo na anatomia do cara, vejo quais são as deficiências que ele tem na parte anatômica e trabalho o anti-jogo, pra tudo no jiu-jítsu tem uma solução, temos que trabalhar de forma inteligente versátil, porém sem inventar muito.

Depois com o tempo trabalhamos com a cabeça do cara, dependendo da capacidade de aprendizado se for um cara que aprende rápido o treino muda e isso eu tenho obtido resposta com o Rashad e com o Anthony, tudo isso obvio somado à vontade de aprendizado dos caras.

Eu conheço o Jiu-Jítsu o suficiente para ser reconhecido como um treinador que conhece os atalhos dentro da luta esse é meu objetivo, um treinador de chão estrategista.

Fanáticos: Você acha que o Jiu-Jítsu tem ferramentas para desarticular o Jogo dos wrestleres americanos?

Babu: O MMA é o Mix, não tem jeito tem que aprender de tudo, o cara não precisa ser especialista nas disciplinas, mas tem obrigação de conhecer.

Eu mesmo aprendi muito com a galera da luta livre sou faixa preta do Hugo Duarte em uma época que chave de pé era considerada grosseria,coisa de suburbano e isso é técnica de chão é eficiente e tem que ser usada.

Uma disciplina que nós temos na área de quedas e não valorizamos é o Judô, nós temos o 3º ou 4º melhor Judô do mundo, o Lyoto treinou com a gente pro Nakamura Judô e deu queda nele que é atleta olímpico.

Nós não podemos valorizar demasiadamente o wrestling o qual nunca teremos o nível dos caras, mas temos obrigação de conhecê-lo.

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Babu exibindo seu diploma de Luta Livre ao lado de Daniel D’Dane.

Fanáticos: o que acha da desvalorização que vem acontecendo com o BJJ?

Babu: Não vejo o Jiu-Jítsu sendo desvalorizado não, aqui então meu Deus é incrível a valorização, pode ser que no Brasil isso venha acontecendo por causa dos resultados, porém aqui não rola essa desvalorização, Brasileiro não olha pra dentro do país, não busca nossa história, não temos que ficar na cegueira do Wrestling tem muita solução no Judô também, o Paulão se sobressaiu muito por isso, por causa do Judô que tinha.

Fanáticos: Você fica frustrado vendo a quantidade de amarrões no MMA? Ou acha que essa é a evolução do esporte?

Babu: Quanto mais eles amarrarem mais grana eu vou ter, mais camp eu vou fazer, eles criam uma posição que me incomoda e eu crio uma pra sair do incomodo.

O MMA é xadrez, é um esporte mutante, você vê agora os chutes frontais que vieram da capoeira e do karatê cabe aos treinadores trazerem a solução pra isso.

Fanáticos: Você vai incentivar o Rashad que teoricamente é um Faixa preta de BJJ, a finalizar sua primeira luta no evento?

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Babu: Eu não discuto a faixa do Rashad, eu sou extremamente criterioso em dar a faixa, mas eu não posso também negar uma faixa preta pra um cara que não é atleta, que é, por exemplo, dentista e treina comigo há muitos anos e sabe tudo ou até mais que um atleta e não disputou campeonato.

Existe o Jiu-jítsu esportivo e a arte marcial, obvio que existe diferença do atleta para o dentista, mas no caso do Rashad eu o estou preparando para ser campeão, eu não to preocupado onde ele será campeão, o meu jogo é dar munição pra ele atacar e escudo para se defender, não quero puxar sardinha pro meu lado, eu me lembro, por exemplo, quando o Anderson Silva lutou contra o Travis Luther, quem vê o vídeo e ouvir o áudio poderá ouvir a minha voz, ele estava com o triângulo encaixado e eu gritei esquece o triangulo, mete a porrada por que não temos tempo.

Fanáticos: Essa é a hora das considerações finais, a palavra é sua, deixe o seu recado.

Aqui fora vemos as coisas de um modo diferente, e as coisas acontecem de forma muito rápida, mas em tudo temos que ter foco, eu tenho proposta pra voltar pro Rio, mas o meu momento é aqui, eu quero ser um cara lembrado por aquilo que eu fiz, estou aqui buscando valorização, agradeço a Deus essa oportunidade, já tive algumas ai no Brasil e fui fazendo a minha parte, já treinei os melhores, tive oportunidades dada pelo Murilo na BTT e pelo Joinha na Black House, então a minha mensagem é que, se você tem um sonho lute por ele, obvio que se não for algo fora da realidade, mas se teu sonho tem um mínimo de realidade lute por ele que a pessoa frustrada é infeliz, nunca se frustre, lute por seus sonhos, meu mestre Sergio Penha diz, temos que escrever nossos nomes na pedra e eu estou começando a escrever o meu.

Agradecimentos aos membros da comunidade do orkut MMA Vale-Tudo – Pride & UFC.

Hollywood Ŀεο,

Roberto,

.Matthäus,

Victor, Caio Tácito, MAICON @ufc2012

Fonte: Fanáticos Por MMA.

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(Uma disciplina que nós temos na área de quedas e não valorizamos é o Judô, nós temos o 3º ou 4º melhor Judô do mundo) by Sergio Babu.

Toda arte marcial pode ajudar seja pra formar um lutador ou auxiliar na montagem de uma estratégia para luta.

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eu tive a oportunidade de estar no dia a dia do babu treinar com ele escutar ele

e sem duvida ele sabe muito jiu jitsu e faz coisas que vc nao acreditava ser possivel

faz vc acreditar que pode trabalha seu jogo te da apoio e um otimo treinador e amigo

ese ano ainda devo visitar o mestre splinter kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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Gostei da entrevista e concordo com ele em praticamente todas as afirmações.

Principalmente as diferenças entre wrestling e JJ.

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