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Luta Livre: Daniel D’ane em entrevista exclusiva

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Por Fabio Quio Takao – Brasil Combate

As primeiras notícias de praticantes de Luta Livre no Brasil datam de 1906, mas foi somente a partir de 1928, com Euclydes Hatem, que a Luta Livre passou a ser organizada e se transformou num estilo peculiar.

Ao contrário do wrestling americano, a Luta Livre desenvolvida no Rio de Janeiro teve como propulsor não só as competições que seguiam as regras olímpicas, mas também os desafios de Vale-Tudo. Os primeiros alunos de Euclydes que foram Hugo Melo, Fausto Brunocilla, Sílvio Sarabando e Roberto Leitão, que trouxeram influências de outras artes como Judô e Jiu Jitsu, buscando aprimorar ainda mais as técnicas da Luta Livre.

As influências externas de outras artes e a evolução da Luta Livre aumentaram na década de 80 devido a rivalidade com o Jiu Jitsu. Atletas como Hugo Duarte, Denilson Maia, Eugênio Tadeu e Flávio Molina viveram essa fase e, apesar das regras esportivas continuarem similares às regras olímpicas, eram comuns os treinos usando socos e chutes. Atletas do Muay Thai contribuíram para esse processo através de nomes como o de Marco Ruas.

Atualmente, a Luta Livre é reconhecida no universo do MMA graças a excelentes atletas como Marcio Cromado, Alexandre Cacareco, Gesias Cavalcante e Alexandre Pequeno.

Para conhecer um pouco sobre essa arte que se desenvolveu de forma “endêmica” e hoje tem representantes no mundo todo, tivemos uma conversa com Daniel D´ane, campeão na década de 80. Daniel foi o primeiro professor de Alexandre Pequeno e alterna sua residência entre Alemanha e Rio de Janeiro. Dono de diversas academias espalhadas pela Europa, é também presidente da Federação de Luta Livre Submission do Estado do Rio de Janeiro.

Brasil Combate: A luta livre do Rio de Janeiro é um estilo bastante peculiar e se difere do wrestling americano. Quais as principais características que diferenciam uma arte da outra?

Daniel D’ane: A Luta livre veio com certeza do wrestling americano, mas criou-se um estilo próprio “brasileiro” ao longo desses anos assim como o próprio Gracie Jiu Jitsu (que segundo pesquisas veio do Judô NE-WAZA). Quando foi ensinada a técnica para o Carlos e o Hélio Gracie, eles criaram um estilo próprio “brasileiro” de lutar, como o futebol também que veio para o Brasil pelos ingleses e o brasileiro criou um estilo próprio de se jogar futebol, como o vôlei que veio para o Brasil, através dos americanos, e o Brasil criou um estilo próprio de se jogar vôlei. A Luta livre também tem o seu estilo próprio de lutar bem diferente do seu progenitor mais direto, o wrestling americano. Nossa Luta Livre veio sendo apurada ao longo dos anos dando um upgrade no meio dos anos 80, quando a Luta livre veio para a zona sul do Rio.

Brasil Combate: A maioria dos atletas atualmente visa o MMA. Os treinos de Luta Livre possuem a parte de socos e chutes? Na Luta Livre existe o treino de ataques na guarda? (com as costas no chão)

Daniel D’ane: A Luta livre a partir dos anos 80, intensificou a parte de striking com socos e chutes etc.. Por causa da constante guerra e invasões de academias, principalmente por causa do pessoal do Jiu Jitsu, temos sim bastante ataques na guarda com as costas no chão, mas dentro do nosso estilo.

Brasil Combate: Existe alguma equipe ou atleta que treina visando a modalidade olímpica?

Daniel D’ane: São poucas academias de Luta livre que visam a luta olímpica. No Rio a principal é a do Grão-mestre Roberto Leitão (Ruas Vale-Tudo).

Brasil Combate: Quais são os seus principais atletas hoje?

Daniel D’ane: Os que estão na ativa hoje lutando são:

- Alexandre Franca Nogueira “Pequeno” (atualmente meu aluno)

- Alexandre Ferreira “Cacareco”

- Andréas Schmidt “Andyconda” (Alemanha) que passou cinco anos invicto em torneios de submission na Europa, ganhando todas as lutas por finalização em menos de um minuto. (meu aluno)

- Pedro Rizzo

- Gesias Cavalcante Souza - “Gesias Cavalcante”

- Milton Souza Vieira “Miltinho Vieira”

- Leopoldo Serão

- Leonardo Franca Nogueira “Leozada”

- André Santos da Silva “Chatuba”

- Pedro Manoel “Mão de Pedra”

- Luiz Jorge Dutra da Silva Jr. “Junior Besouro”

- Felipe Pinheiro de Arinelli “Felipe Mongo”

- Marcio de Souza Horacio Soares “Zé Pequeno”

- Ivan M. Ibérico Celis “Ivan Pitbull” (Peru)

- Marcelo Santos Martins Gomes “Zulu”

- Marcos Maciel de Oliveira “Bicudinho”

- Alexandre Fausto Gomes

- Rados?aw Turek “Radek Turek” (Polônia) que é o atual campeão da seletiva européia para o ADCC (meu aluno)

- Malte Janssen (Alemanha)

- Nicolas Renier (França) que também é o atual campeão da seletiva européia para o ADCC

- Terry Etim (Inglaterra)

Brasil Combate: Já existe um calendário de campeonatos no Brasil ou no exterior?

Daniel D’ane: Temos campeonatos de Luta livre todos os anos na Alemanha, Israel e França. Teremos esse ano o 1º na Sérvia. O 1º campeonato da Federação aqui no Rio será dia 18 de abril, no Castelo das Pedras, e iniciará o calendário da Federação no estado.

Brasil Combate: Quais são os planos para a Federação de Luta Livre Submission do estado do Rio de Janeiro?

Daniel D’ane: Os planos da Federação são unificação de todos os atletas e simpatizantes da Luta livre Submission, e criação de uma federação mundial porque temos Luta livre Submission oficialmente em quinze países ao redor do mundo. Informações: http://lutalivresubmission.com.br/

Fonte: http://www.brasilcombate.com.br/luta-livre...vista-exclusiva

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