Entre para seguir isso  
Fernando Justin

Entrevista com Antoine Jaoude

Recommended Posts

Sem lutar desde o fim de 2007, quando disputou o cinturão da IFL, Antoine Jaoude voltou à rotina de treinos fortes, de olho em seu retorno aos ringues. Sem muita sorte nas tentativas de fechar luta em 2008, Jaoude pode estar próximo de fechar contrato com o Sengoku para janeiro. Em entrevista exclusiva à TATAME, o lutador falou sobre a expectativa para o confronto, o fim da IFL, os treinos de Wrestling na BTT, a luta entre Rousimar “Toquinho” com Dan Handerson no UFC e a volta de Pedro Rizzo no Affliction.

1226790285.g.jpg

Estão rolando uns rumores sobre uma possível luta sua no Sengoku, em janeiro. É verdade?

Estou na batalha por lutas. A princípio não tem nada certo, espero que os seus rumores sejam melhores que os meus (risos). O Marco está vendo de lutar lá em janeiro e estamos correndo atrás, na batalha. O Murilo (Bustamante) já me arrumou luta no Dream, mas minha filha estava na UTI com dois meses e meio e eu estava sem condições. Não tenho certeza nenhuma. Estou treinando há duas semanas e estou na expectativa, o Marco falou pra treinar.

Como você vê esse retorno dos grandes eventos de MMA no Japão?

Estou vendo muito bem, ainda mais depois das declarações do Rogério Minotouro dizendo que é muito legal lá. Isso é muito bom, eles têm aquela coisa de samurai, apesar de eu gostar também dos Estados Unidos. Eu tinha vontade de lutar no Japão.

Você ficou dois anos sem lutar e foi para a IFL, onde venceu quatro lutas, mas acabou perdendo na disputa pelo cinturão. Como você encarou o fim do evento?

Na verdade foi meio chato, porque a gente não esperava. O evento parecia estar muito bem, investindo em muita coisa, equipes novas, e reduziram o gasto com outras equipes, mas falaram que era para atender melhor as outras, e do nada faliu. Tínhamos um contrato com eles e não sabemos como ficou, a gente não esperava mesmo. Por um lado foi bom, porque pelo menos não ficamos mais presos a eles e vamos atrás de bolsas maiores.

A IFL fechou as portas, o HCF, onde lutava o Minotouro, e o EliteXC também faliram, e agora o Affliction já teve que adiar a segunda edição. Como você vê essa instabilidade nos eventos?

Quase lutei lá (HCF) também, e quebrou. Eu acho que o pessoal começa uma coisa não muito sólida e tenta quebrar a hegemonia do Ultimate, e investem muito inicialmente e acabam caindo em armadilhas do MMA. Isso leva um tempo para o evento se consolidar. Eu acho que essa é uma das principais razões, além de fatores econômicos mundiais. Isso foi meio chato.

Desde o fim da IFL, o seu foco maior está na Luta Olímpica, na briga por uma vaga na seleção, ou agora seu maior objetivo é o MMA?

Na verdade meu foco maior é no MMA. Eu tenho meus planos na Luta Olímpica, mas é aquela mesma velha história: o MMA é uma base para competir mais no Wrestling, não ter que depender de patrocínio para viajar, contando com a boa vontade dos outros. Estou tentando me concentrar no MMA por enquanto e entrando nas competições de Wrestling e Luta Olímpica. Sou patrocinado pelo Bolsa Atleta e o Wrestling vai ser sempre praticado, porque ganho salário do governo.

O Governo anunciou que deve ser feito um aumento no orçamento do Bolsa Atleta. Como você encara esse benefício para os lutadores no Brasil?

Vejo muito bem. Sou um dos beneficiados, isso tem me ajudado a me salvar nesse momento sem luta. Se não fosse por isso não sei se conseguiria segurar a onda até uma luta. Graças a Deus esse programa tem me ajudado a pagar minhas contas, manter meus treinos, e espero que aumente e inclua mais gente. Tem muita pessoa carente que eu conheço que não tinha esperança e ia largando o esporte, mas hoje são beneficiados e antes tinham que trabalhar com outros empregos, garçom, segurança, pessoas com medalhas de nível internacional e nacional e conseguiram voltar, foram contemplados, mas infelizmente nem todos.

Você ainda está comandando os treinos de Wrestling na BTT? Como estão?

Estão muito bem. Vaio ter o Fury agora com o Maurício, o Toquinho está em negociação com o UFC, não tem data marcada ainda. Esses são os principais focos, estamos trabalhando duro. O pessoal da BTT é muito humilde, sou muito bem recebido lá também por causa do Pedro Rizzo, o Pimentel é meu preparador físico e do Murilo, que conheço há mais ou menos sete anos.

O que você acha que faltou para o Rousimar “Toquinho” conseguir vencer o Dan Henderson? Ele estava com uma lesão no pé na hora da luta?

Acho que não faltou nada, ele fez o melhor que pôde. O Dan Henderson fez o anti-jogo. É luta e não tem nada na regra que proíba fazer isso, mas sabemos que isso atrapalha. A gente traça uma estratégia, se for no Boxe você derruba, mas não deu pra botar nada disso em prática e acho que isso atrapalhou. O Murilo falou que por um lado bom, vimos o jogo do Toquinho melhor para não cometer mais erros. Ele tinha quebrado o dedo dois dias antes da luta, mas continuou treinando como um louco que nem parecia. Vimos ele mancando e fomos perguntar, ele tinha quebrado, se soubéssemos nem teríamos treinado mais.

Parece que o Pedro Rizzo vai enfrentar o Ben Rothwell na próxima edição do Affliction... Como você acha que será a luta entre eles?

O Affliction o motiva ainda mais a treinar focado, então me dá ritmo também se surgir essa luta, e vamos trabalhando em conjunto. Vi isso também na internet logo depois do primeiro evento, e acho uma luta boa pra ele, tem o mesmo estilo do Pedro, chuta, soca, sabe nada de chão. Já vi ele lutando a IFL e acho uma boa luta. O Pedro está muito bem, como já vinha treinando para o evento de outubro, deu uma resfriada e agora voltou a treinar motivado. Estamos vendo muitas coisas boas. Ele está numa revanche com o (Josh) Barnett, acho que ele não estava 100%, estava há muito tempo sem lutar e ficou fora de ritmo.

O que você acha que faltou para uma vitória do Rizzo sobre o Barnett? Você acha que o tempo parado foi o maior problema?

Com certeza. O pessoal do evento gosta muito dele, ele tem carisma nos Estados Unidos, e foi injustiçado no UFC. Falaram isso pra ele naquele evento que rolou no Texas (Art of War) queriam dar uma oportunidade pra ele. Sabemos que ele poderia ter pelo menos quatro cinturões, mas seguraram muito ele, casaram muitas lutas para ele e nada de cinturão. Acho que as pessoas nos EUA gostam dele e querem dar oportunidades. Ele ficou dois anos sem lutar e foi assim: tem luta daqui a um mês, se preparava, mas cancelava. Ficou assim por dois anos e isso foi abalando muito ele. Quando ele voltou foi bem, lutou em dois eventos e venceu o Justin Eilers e o Jeff Monson, aí deu mais uma parada e fez o Affliction.

O que você acha que falta para ele voltar ao topo?

Eu acho que falta ele lutar mais para pegar ritmo de novo. Ele é da escola do Muay Thai e vivia lutando na Holanda e no mundo todo representando o K-1, tinha um bom ritmo. Ele está treinando muito bem agora, no gás, e acho que vai chegar muito bem nessa luta.

http://www.tatame.com.br/2008/11/17/Antoine-Jaoude

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Crie uma conta ou entre para comentar

Você precisar ser um membro para fazer um comentário

Criar uma conta

Crie uma nova conta em nossa comunidade. É fácil!

Crie uma nova conta

Entrar

Já tem uma conta? Faça o login.

Entrar Agora
Entre para seguir isso