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ciclonesurf

Como estaríamos sem Koma?

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Editorial

Imaginem que por algum capricho do destino, o japonês Mitsuyo Maeda Koma ao chegar no Brasil em 1914, tivesse feito algumas apresentações em Porto Alegre e Rio de Janeiro (como de fato ocorreu), mas ao invés de seguir com sua trupe até Belém, decidisse retornar ao Japão e reintegrar a Kodokan de seu mestre Jigoro Kano ou, quem sabe, não ir para Belém decidindo fixar residência em outro estado. Não importa, o fato é que esta pequena mudança de planos obviamente impossibilitaria o encontro entre Maeda e George Gracie e reviraria a histórias das Artes Marciais de ponta-cabeça.

Sem esse encontro, Carlos e Hélio Gracie não aprenderiam Jiu-Jitsu e certamente não poderiam desenvolver a modalidade. Sem a Arte-Suave ensinada por Koma, Carlos e seus irmãos não teriam vencido desafios, consagrado o nome Gracie e muito menos passado seus conhecimentos aos familiares, criando a maior dinastia de lutadores da história.

Sem a revolução que os Gracie fizeram no Brasil e, posteriormente, pelo mundo com o UFC, certamente estaríamos vivendo uma realidade totalmente distinta. Talvez ainda acreditássemos que Bruce Lee foi o lutador mais completo de todos os tempos, quase um super herói, imbatível, como se imaginava nos anos 70. O Vale-Tudo não teria se transformado em Mixed Martial Arts e certamente milhares de lutadores que vivem lutando ou ensinando MMA e Jiu-Jitsu pelos quatro cantos do globo, estariam hoje desempregados ou trabalhando em outras áreas. Sem contar, é claro, que você não estaria lendo a TATAME agora, afinal de contas esta revista só existe em conseqüência da explosão do Jiu-Jitsu e do MMA pelo Brasil e pelo mundo.

O fato é que é impossível quantificar quantas milhares de pessoas no mundo seriam afetadas por este pequeno capricho do destino, o que nos dá a exata noção da importância do encontro entre George Gracie e Conde Koma em Belém no início do século. Diante da relevância deste fato, resolvemos aproveitar o centenário da imigração japonesa para o Brasil para lembra desta história que influenciou tanto nossa vida e mesmo assim acabou sendo negligenciada em todas as reportagens feitas até agora pela grande mídia celebrando a chegada do primeiro navio japonês (Kasato Maru) ao Brasil em 1908.

Além de Conde Koma, Carlos e os irmãos, a matéria presta uma homenagem aos grandes mestres japoneses do Caratê e Judô que também tiveram a coragem de abandonar a cultura, a língua nativa e os familiares para cruzar o oceano (em 42 dias de viagem) com o único intuito de ensinar aos brasileiros sua arte, sendo peças de fundamental importância na transformação do país do futebol e do carnaval em maior celeiro de lutadores do mundo.

Boa leitura e até o mês que vem.

Marcelo Alonso

alonso@tatame.com.br

http://www.tatame.com.br/2008/07/15/Editorial

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Editorial

Imaginem que por algum capricho do destino, o japonês Mitsuyo Maeda Koma ao chegar no Brasil em 1914, tivesse feito algumas apresentações em Porto Alegre e Rio de Janeiro (como de fato ocorreu), mas ao invés de seguir com sua trupe até Belém, decidisse retornar ao Japão e reintegrar a Kodokan de seu mestre Jigoro Kano ou, quem sabe, não ir para Belém decidindo fixar residência em outro estado. Não importa, o fato é que esta pequena mudança de planos obviamente impossibilitaria o encontro entre Maeda e George Gracie e reviraria a histórias das Artes Marciais de ponta-cabeça.

Sem esse encontro, Carlos e Hélio Gracie não aprenderiam Jiu-Jitsu e certamente não poderiam desenvolver a modalidade. Sem a Arte-Suave ensinada por Koma, Carlos e seus irmãos não teriam vencido desafios, consagrado o nome Gracie e muito menos passado seus conhecimentos aos familiares, criando a maior dinastia de lutadores da história.

Sem a revolução que os Gracie fizeram no Brasil e, posteriormente, pelo mundo com o UFC, certamente estaríamos vivendo uma realidade totalmente distinta. Talvez ainda acreditássemos que Bruce Lee foi o lutador mais completo de todos os tempos, quase um super herói, imbatível, como se imaginava nos anos 70. O Vale-Tudo não teria se transformado em Mixed Martial Arts e certamente milhares de lutadores que vivem lutando ou ensinando MMA e Jiu-Jitsu pelos quatro cantos do globo, estariam hoje desempregados ou trabalhando em outras áreas. Sem contar, é claro, que você não estaria lendo a TATAME agora, afinal de contas esta revista só existe em conseqüência da explosão do Jiu-Jitsu e do MMA pelo Brasil e pelo mundo.

O fato é que é impossível quantificar quantas milhares de pessoas no mundo seriam afetadas por este pequeno capricho do destino, o que nos dá a exata noção da importância do encontro entre George Gracie e Conde Koma em Belém no início do século. Diante da relevância deste fato, resolvemos aproveitar o centenário da imigração japonesa para o Brasil para lembra desta história que influenciou tanto nossa vida e mesmo assim acabou sendo negligenciada em todas as reportagens feitas até agora pela grande mídia celebrando a chegada do primeiro navio japonês (Kasato Maru) ao Brasil em 1908.

Além de Conde Koma, Carlos e os irmãos, a matéria presta uma homenagem aos grandes mestres japoneses do Caratê e Judô que também tiveram a coragem de abandonar a cultura, a língua nativa e os familiares para cruzar o oceano (em 42 dias de viagem) com o único intuito de ensinar aos brasileiros sua arte, sendo peças de fundamental importância na transformação do país do futebol e do carnaval em maior celeiro de lutadores do mundo.

Boa leitura e até o mês que vem.

Marcelo Alonso

alonso@tatame.com.br

http://www.tatame.com.br/2008/07/15/Editorial

Se Koma não tivesse ido ao Pará, teria formado alunos nos locais que passou. Esses alunos, amparados por outros imigrantes japoneses, se formariam como judocas (Maeda é considerado pela confederação brasileira de judô, o introdutor da arte no Brasil). A expressão Jiu-jitsu não seria equivocadamente disseminada Brasil afora. E seriamos todos leigos quanto ao MMA.

Existiriam competições de luta no Japão, mas não nos EUA. E seriam em regras bem mais restritas que o MMA de hoje. E não teriam o mesmo apelo.

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Pelo que sei, o nome judo se firmou substantivamente após uma reunião da Kodokan em 1923, ou seja, o Carlos ja tinmha aprendido...O pessoal tende a dizer que o judo foi criado em 1882, mas esse foi o ano que o Sensei Kano abriu sua academia, chamada Kodokan - parece que o apelido dele era Kodo-. Marco inicial? Sim..Data de fundação? não parece....

" E não vejo equivoco algum em chamar de jiujitsu, já que judô é designação para uma escola do jiujitsu" assino embaixo.

Editado por F.Nietzsche

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Quando Koma se desligou da Kodokan, a arte já se chamava judô ou ainda era Kano Jiujitsu? Ou melhor, quando ele começou a treinar, era KAno Jiujitsu ou já era Judô?

E não vejo equivoco algum em chamar de jiujitsu, já que judô é designação para uma escola do jiujitsu

Década de 1920. Ano preciso eu não sei. Vamos entender que os japoneses não tratavam normalmente suas formas de combate corpo-a-corpo com nomes próprios até que Funakoshi sistematizou o karate okinawa como karate shotokan. A partir disso e do surgimento de artes marcias "novas", como o aikido, passou-se a escolher nomes que distinguissem formas diferentes de luta.

Antes, o mais comum era associar a luta ensinada a uma escola e / ou clã. Então, não tem muito sentido, por exemplo, a expressão ju-jutso vir sozinha. Geralmente se acompanhava por um tratamento distinto e o nome da Ryu (escola) de origem. Então: dayto ryu aikijujutso: seria algo como "arte suave em harmonia com a energia universal do estilo (escola) do clã Dayto". O que Kano fez foi pegar vários Ryus e sistematizar o ensino - num padrão uniforme - dentro do Kodokan (hoje, com a americanização da coisa, seria chamada de Kodokan's Wrestling). O que se ensinava no Kodokan: luta marcial corpo-a-corpo. Em algum momento, Kano usou a expressão judô (que ele próprio disse não ser de sua autoria) e ela foi popularizada até obliterar outras formas, como Kano ju-jutso, por exemplo ou Kodokan ju-jutso.

Pelo que sei, o nome judo se firmou substantivamente após uma reunião da Kodokan em 1923, ou seja, o Carlos ja tinmha aprendido...O pessoal tende a dizer que o judo foi criado em 1882, mas esse foi o ano que o Sensei Kano abriu sua academia, chamada Kodokan - parece que o apelido dele era Kodo-. Marco inicial? Sim..Data de fundação? não parece....

" E não vejo equivoco algum em chamar de jiujitsu, já que judô é designação para uma escola do jiujitsu" assino embaixo.

Judô ou o conjunto de técnicas marciais ensinadas no Kodokan era uma mescla das várias formas de ju-jutso comuns no Japão. Com o tempo, algumas técnicas foram ambandonadas e outras foram privilegiadas. O objetivo de Kano, a princípio, não era criar uma arte marcial. Mas reunir de todas o que havia de melhor (e excluir o que não seria tão educativo - na visão dele).

Kano era um pedagogo. Assim como Mário de Andrade, que os anos 1930 viajou Brasil afora para gravar várias manifestações de folclore brasileiro, para impedir que se perdessem, Kano queria evitar que a cultura marcial fosse perdida pela modernização da Era Meiji. Ao mesmo tempo, queria romper com o caráter militarista e exclusivista da cultura samurai (altamente reacionária). Pode parecer estranho dizer isso hoje em dia, mas Kano era um anti-samurai por excelência.

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Década de 1920. Ano preciso eu não sei. Vamos entender que os japoneses não tratavam normalmente suas formas de combate corpo-a-corpo com nomes próprios até que Funakoshi sistematizou o karate okinawa como karate shotokan. A partir disso e do surgimento de artes marcias "novas", como o aikido, passou-se a escolher nomes que distinguissem formas diferentes de luta.

Antes, o mais comum era associar a luta ensinada a uma escola e / ou clã. Então, não tem muito sentido, por exemplo, a expressão ju-jutso vir sozinha. Geralmente se acompanhava por um tratamento distinto e o nome da Ryu (escola) de origem. Então: dayto ryu aikijujutso: seria algo como "arte suave em harmonia com a energia universal do estilo (escola) do clã Dayto". O que Kano fez foi pegar vários Ryus e sistematizar o ensino - num padrão uniforme - dentro do Kodokan (hoje, com a americanização da coisa, seria chamada de Kodokan's Wrestling). O que se ensinava no Kodokan: luta marcial corpo-a-corpo. Em algum momento, Kano usou a expressão judô (que ele próprio disse não ser de sua autoria) e ela foi popularizada até obliterar outras formas, como Kano ju-jutso, por exemplo ou Kodokan ju-jutso.

Judô ou o conjunto de técnicas marciais ensinadas no Kodokan era uma mescla das várias formas de ju-jutso comuns no Japão. Com o tempo, algumas técnicas foram ambandonadas e outras foram privilegiadas. O objetivo de Kano, a princípio, não era criar uma arte marcial. Mas reunir de todas o que havia de melhor (e excluir o que não seria tão educativo - na visão dele).

Kano era um pedagogo. Assim como Mário de Andrade, que os anos 1930 viajou Brasil afora para gravar várias manifestações de folclore brasileiro, para impedir que se perdessem, Kano queria evitar que a cultura marcial fosse perdida pela modernização da Era Meiji. Ao mesmo tempo, queria romper com o caráter militarista e exclusivista da cultura samurai (altamente reacionária). Pode parecer estranho dizer isso hoje em dia, mas Kano era um anti-samurai por excelência.

Muito boa suas informações. De onde elas são provenientes, Manoel?

Editado por rudriguim

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Convidado Hapkido_Taekwondo

Manoel é papudo :blink:

uma vez botava mais fé...mas ja peguei ele falando umas abobrinhas....e to desconfiado hehehe

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Muito boa suas informações. De onde elas são provenientes, Manoel?

Biografias de Kano, Maeda, Kimura e Funakoshi. Não sei se elas existem no Brasil (exatamente as que eu li). Peguei quando morei ou estive na Alemanha e EUA. Sobre o Kodokan, um amigo que mora em Nagasaki me enviou material (artigos, fotos, livro >> tudo em inglês). O fato de ser (mais para ter sido, na verdade) judoca, ajuda um pouco, porque você guarda muita coisa debatida pelos mais antigos e eu tive a sorte de ter instrutores que eram imigrantes ou descendentes.

A CBJ também é muito simpática em ceder fontes, dados e material (inclusive fotos). Há também o livro de Renzo e Royler, embora eu tenha minhas restrições a algumas informações ali pontuadas.

Sobre história do Japãop Feudal, tenho acesso a fontes de pesquisa mais acadêmicas por ser do ramo (historiador e economista) e conhecer especialistas no assunto (não é meu caso).

sem a vinda de konde koma ao Brasil o mma nao existiria hoje

Tenho quase absoluta certeza disso.

Talvez existisse rings, pancrase e shooto. Mas seria uma coisa limitada ao Japão e teria menor repercussão que hoje.

Manoel é papudo :lol:

uma vez botava mais fé...mas ja peguei ele falando umas abobrinhas....e to desconfiado hehehe

Cita aí pequeno gafanhoto :D <_< :lol:

Editado por MANOEL

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seguinte, o jiu tinha muitas ramificacoes... e o de combate praticado pelos samurais tinha sido proibido no Japao...

Daí o Conde Koma passou a privilegiar as quedas ao inves do chao e foi o Carlos Gracie quem quis desenvolver a luta de chao e caracterizar o atual BJJ. Tanto que o JJ foi erradicado do Japao, entao se nao tivesse sido plantada essa semente, realmente tudo isso talvez nunca tivesse acontecido.

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diferença do BJJ para o jiu-jitsu tradicional(sei lah como chamam) ou judô é a ênfase a luta de chão e PRINCIPALMENTE a sistematização do treinamento, as técnicas sempre existiram, mas o foco, a compilação das técnicas e a parte competitiva fez a arte evoluir a ponto de se diferenciar das demais.

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Convidado P.O.J *LOTUS*

Estariamos todos fazendo capoeira !!!! e nao seriamos nada no MMA

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