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mauferrante

Vale-Tudo ou MMA

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VALE-TUDO OU MMA

Ah, o vale-tudo! Lembro-me como se fosse ontem do pequeno círculo de pessoas, praticantes ou não de artes marciais, que eram aficionadas pelo esporte e passavam horas conversando sobre os estilos mais eficientes e lutadores mais agressivos.

Lembro-me de alugar os VHS’S do UFC e ficar impressionado com a diferença de pesos e estilos entre lutadores, com a demora dos árbitros para interromper os combates e com a agressividade destes combatentes, que não se entregavam e, literalmente, “davam a vida” dentro do octógono.

É saudosa a recordação dos épicos confrontos do Pride e das rivalidades que, embora pudessem ser estritamente comerciais, eram verossímeis e traziam aos fãs a real sensação de antipatia entre as estrelas do SHOW.

Escrevo “show” sublinhado e em negrito propositalmente, no intuito de destacar a palavra que deve sempre estar clara na mentalidade dos envolvidos com este tipo de atividade profissional / comercial.

Ao longo dos últimos 10 anos, aquilo que conhecemos como Vale-Tudo tornou-se definitivamente MMA. Não preciso dar pinceladas na história, haja vista que a maior parte dos foristas acompanha o esporte há muito tempo e está totalmente familiarizada com a mesma, motivo pelo qual posso pular direto à exposição dos pontos que gostaria de debater com os amigos que aqui compartilham uma mesma paixão.

Temos sido constantemente agraciados com combates mornos, lutadores burocráticos, teatros gratuitos para promover as lutas, dentre muitos outros fatores que, para mim, vem gerando certo desinteresse em acompanhar o esporte com a mesma intensidade de outrora.

Podemos afirmar que praticamente 60% das lutas que compõe determinado evento são monótonas, com lutadores excessivamente cautelosos e estratégicos, que procuram pontuar de forma defensiva e evitar riscos. Nada contra.

Acompanhamos vários lutadores que adotaram a postura de “roleta-russa”, proferindo comentários aleatórios a potenciais adversários, simulando rivalidades inexistentes com a intenção de despertar interesse no público e se tornar vendável para a organização. Conduta até válida mas mal adotada.

A quantidade de eventos (UFC) aumentou significativamente, mas ao invés de beneficiar os fãs reduziu de forma drástica a qualidade dos cards, causando certa revolta se considerarmos que não é barato pagar a assinatura dos canais mensalmente, menos ainda adquirir uma edição separadamente.

Entendo que a maior parte da culpa de tudo que vem acontecendo é da própria Zuffa, que ao dominar seu segmento de atuação, minou aspectos relevantes da dinâmica que sempre regeu o esporte.

A política agressiva de contratação e demissão de funcionários, os baixos valores de bolsas, o plantel inchado de lutadores, o planejamento de expansão territorial e outros pontos têm gerado consequências que tendem a fomentar o desinteresse do público, pelo menos na minha humilde opinião.

A citada burocracia e cautela dos lutadores nada mais são do que resultado desta postura da organização. Lutador é ser humano, tem contas para pagar, família pra sustentar, percorreu um caminho árduo para chegar no maior evento do mundo. Com essa rotatividade tão grande de atletas, nada mais lógico do que ficar na defensiva e buscar a zona de conforto para assegurar o emprego.

Além disso, a bolsa é baixa e o lapso de tempo entre uma luta e outra é grande, não permitindo que o atleta corra grandes riscos de prolongar sua recuperação. Por entender tal raciocínio, disse anteriormente que não sou contra a postura, mas é inegável que os fãs são quem pagam o preço.

Da mesma forma, a autopromoção que já surtiu efeito para lutadores inteligentes está contaminando vários atletas que nitidamente não sabem vender. Ainda que limitado tecnicamente, Sonnen foi um gênio na forma de se promover, conduzir entrevistas e direcionar ofensas às pessoas certas e com a paciência adequada para se tornar evidente. As rixas entre Hughes e Royce, Tito e Shamrock, dentre várias outras, foram sabiamente apresentadas ao público. Podemos citar uma série de lutadores irreverentes e comunicativos, que sabem como chamar a atenção da plateia. Mas isso deve ser feito com cuidado.

Agora todo lutador acha que sabe vender, e o faz de maneira rasa e fora de contexto, causando mais irritação do que vontade genuína de acompanha-lo. Concedem entrevistas semanalmente, quando não de 3 em 3 dias, criticando todo mundo e enaltecendo seu estilo de luta, sem nem ao menos ter provado sua qualidade técnica. Tudo isso, mais uma vez, tem caráter financeiro, pois o UFC precisa de lutadores que vendam, logo...

Vamos expandir a marca e fazer eventos no Brasil? Claro. E quanto à China? Vamos também. Isso tudo é ótimo para os fãs, pois quase nenhum de nós tem condições financeiras de viajar para outro país e assistir o UFC. Entretanto, compor o CARD com lutas que claramente não acrescentarão nada às suas respectivas categorias e rechear o mesmo com lutadores locais é abusar da inteligência do consumidor. O ingresso é caro para que fiquem empurrando combates desinteressantes se pautando simplesmente na força da marca “U F C”.

Antes de ser mal interpretado, não estou defendendo que os lutadores devem se massacrar dentro do octógono ou parar de tentar se promover, assim como sei que o UFC é uma empresa e, como tal, tem por objetivo aumentar o faturamento da forma mais eficiente possível. Contudo, se você vende um produto “X” a um público “Y”, deve ter ciência de que ambos são os principais fatores de sucesso do seu negócio.

Meu parecer é de um fã assíduo, que acompanha religiosamente o mundo das lutas e sempre torce para que o esporte continue em constante ascensão, mas que sente falta da ansiedade e entusiasmo que dominava mente e corpo na espera de alguma luta ou evento. Acho que o público está sentindo certo cansaço de ficar acordado durante a madrugada para consumir o que está sendo fornecido.

Portanto, chego à conclusão de que OU o UFC começa a conduzir seus negócios de maneira mais sábia e humana, com respeito e incentivo real aos lutadores (seja financeiro ou organizacional) e fãs, ou o chamado “esporte que mais cresce no mundo” vai começar a perder adeptos.

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Pessoal, este é um texto da minha autoria pra debater com o pessoal os rumos que o UFC e esporte estão seguindo nos últimos tempos. Não sei se tem que ir pra segundona, portanto postei aqui mesmo.

Abraço.

Editado por mauferrante

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Texto bem coeso !!!! Concordo com quase tudo !!!!!

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Eu não sei se torço para o Crescimento do MMA(ou vale-tudo como queira).

Com a expansão disso , aparece muito modismo. Explico:

Pessoas que frequentam academia uma vez por semana e dizem que são atletas

Boyzinhos que aprendem a Arte para brigar na rua.

Atletas que dizem que treinam para postar foto nas redes sociais, estão deixando de lado toda a história do esporte.

Não quero de maneira nenhum ser o dono do esporte ou algo do tipo.Mas nao sei se a expansão do esporte seria uma boa ideia.

Lembro de um campeonato de jiu, que eu participei,tinha aquela luta sem pano.Teve uma hora que outro competidor arranhou acidentamente outro competidor no peito , foi um arranhao forte. O muleque nao quis nem saber, parou a luta por conta propria, começou a gritar com o competidor com o juiz e quando seu Mestre venho lhe aplacar a ira, quase teve briga entre os dois, bem o Mestre jiu ja tinha seus 50 anos, e o garotão gritava auto na sua cara e foi uma coisa q me encheu de raiva.

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Eu não sei se torço para o Crescimento do MMA(ou vale-tudo como queira).

Com a expansão disso , aparece muito modismo. Explico:

Pessoas que frequentam academia uma vez por semana e dizem que são atletas

Boyzinhos que aprendem a Arte para brigar na rua.

Atletas que dizem que treinam para postar foto nas redes sociais, estão deixando de lado toda a história do esporte.

Não quero de maneira nenhum ser o dono do esporte ou algo do tipo.Mas nao sei se a expansão do esporte seria uma boa ideia.

Lembro de um campeonato de jiu, que eu participei,tinha aquela luta sem pano.Teve uma hora que outro competidor arranhou acidentamente outro competidor no peito , foi um arranhao forte. O muleque nao quis nem saber, parou a luta por conta propria, começou a gritar com o competidor com o juiz e quando seu Mestre venho lhe aplacar a ira, quase teve briga entre os dois, bem o Mestre jiu ja tinha seus 50 anos, e o garotão gritava auto na sua cara e foi uma coisa q me encheu de raiva.

Também não concordo com esse "boom" do MMA. Tivemos lutas memoráveis no passado e hoje temos um circo e vários palhaços querendo fazer graça(anônimos ou não). Eu pratico Karate a um bom tempo, já disputei campeonatos e, hoje em dia, apenas penso em pegar minha faixa preta e dar aula, ensinando o que o esporte pode proporcionar de bom e, a essência do Karate de combate. No mais, existem duas épocas distintas no MMA ou Vale Tudo, como queiram: antes e após PRIDE FC.

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Atletas que dizem que treinam para postar foto nas redes sociais, estão deixando de lado toda a história do esporte.

irônico ler esse comentário hj...

Eu estava puxando um treino de muay thai hoje e estava com o aluno em um saco de pancada... apareceram uns transeuntes a toa, passaram em frente ao tatame, foram para outro saco de pancada mais afastado de nós, e entraram só para tirar foto. Ainda faziam pose, e um falava para o outro "ó, vou chutar e vc tira foto quando o pé estiver no alto..." não preciso dizer que chutaram tudo errado e de maneira escrota, eu teria vergonha de postar aquela foto... e saíram do nada... toda a ação durou 20 segundos, e eu fiquei perplexo e envergonhado.

Editado por rivvithead

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MMA é um lixo perto do vale-tudo , diversas regras e muitos golpes banidos, o cara fica de quatro e não pode tomar um tiro de meta, não vale varias cotoveladas, cabeçadas, golpes em articulações pequenas, das joelhadas na cabeça com oponente no chão,Golpear a espinha ou parte de trás da cabeça,K.Golpear os rins com os calcanhares ,Qualquer golpe na garganta, Chutar a cabeça de um adversário caído, Aplicar joelhadas na cabeça de um adversário caído, Pisar em um cara caído,. Arremessar o adversário contra a lona ,aplicar bate estaca.

MMA é um lixo, únicas regras que deveriam ter é proibir golpes baixos, mordidas e dedo no olho, o resto deveria valer tudo.

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