André Galvão - Entrevista

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André Galvão

Por Erik Engelhart

Campeão mundial de Jiu-Jitsu, André Galvão decidiu dar uma “segurada” em sua carreira no MMA para se focar nas competições de Submission, como o ADCC. Morando nos Estados Unidos, o casca-grossa lutou o torneio de Submission, NYC Ultimate Absolute, onde sagrou-se campeão ao fazer quatro lutas. A próxima meta do lutador é o ADCC, e na entrevista exclusiva à TATAME, que você confere abaixo, Galvão comentou a expectativa para a maior competição de Grappling do mundo, analisou a sua “precipitada” carreira no MMA e garantiu que sua volta será de modo mais planejado.

Como foi essa sua conquista no NYC Ultimate Absolute (torneio de Submission)? Já serviu como uma preparatória para o ADCC?

Com certeza, foi excelente. Graças a Deus, fiz quatro lutas válidas pelo absoluto. A minha chave estava dura, só lutei com cara duro. Lutei com um cara sul americano e finalizei, na segunda luta eu peguei o Braga Neto, ganhei raspando no tempo extra. Depois lutei com o Vinny Magalhães na terceira luta, na semifinal. Ele vinha finalizando os outros nas lutas dele, finalizou o (Marcus) Buchecha, depois finalizou o Daniel Simões, e aí lutou comigo e eu consegui pegar as costas dele faltando um minuto para acabar a luta e e fui para a final contra Rustam Chsiev, que derrotou nomes como Robert Drysdale. O russo veio ganhando de todo mundo, estava fazendo o antijogo, um Wrestling duro para caramba, mas graças a Deus consegui ganhar dele na decisão dos juízes. Fiz vinte e cinco minutos direto de luta e ganhei porque fui mais agressivo e, graças a Deus, deu tudo certo.

Como estão os treinos na América? Quem está te ajudando para essa sua empreitada no ADCC?

Está excelente, estou treinando legal aqui. O Bruno Frazatto está me dando uma força qui, tem um cara aqui duro, o Ryan, a galera da Atos está me ajudando bastante também. O (Gilbert) Durinho virá para cá no dia 20. Ele lutou agora, eu fui lá ver a estreia dele no MMA. Está tudo indo muito bem, estou treinando para caramba. A gente tem feito cinco rounds de 10 minutos, praticamente sem intervalo e eu estou focado no ADCC. O Frazatto já está lá e o (Cláudio) Calasans está lá no Brasil e vai lutar também, mas aqui na América está ótimo o treino.

Na última edição do ADCC, em 2009, você foi derrotado na final da categoria até 88kg pelo Bráulio Estima. Quem você acha que podem ser as suas pedras no sapato, já que você luta em uma categoria que é considerada uma das mais difíceis?

Tem vários. A minha categoria esse ano vai ser só pedreira. O Pablo Popovitch, que subiu de categoria, é um cara forte, que foi campeão até 77kg em 2009 e é com certeza um dos caras mais duros na categoria. Tem o Rousimar Toquinho, que vai lutar no UFC alguns dias antes, mas garantiu presença no ADCC, e é uma pedreira também. Tem um campeão da seletiva aqui dos Estados Unidos, é um cara duro e do Wrestling. Eu acho que a categoria mais interessante desse ano vai ser essa até 88kg.

O que a gente pode esperar de você nesse ADCC histórico?

Cara, eu vou lutar para vencer, com sede, vou partir para cima. Estou treinando, focado, motivado, e venho trabalhando duro. Eu vou dar tudo nesse ADCC. Em 2009 eu estava lutando MMA, então não estava tão focado assim no ADCC, fiz de última hora, mas neste ano eu estou focado. Vou estar 100% para lutar sem quimono e vou chegar lá na pressão. Podem me aguardar que eu vou colocar uma pressão boa na galera.

E com relação ao MMA, como ficou a sua carreira? Você acredita que se precipitou ao enfrentar grandes pedreiras logo de cara, sem ter muita experiência?

Acho que comecei sem saber muito de MMA, mas de certa forma não me arrependo, pois consegui lutar só com caras duros e conquistei grandes vitórias. Comecei já pegando muita pedreira, e talvez eu devesse ter me preocupado em fazer um cartel, ser mais cauteloso. A minha primeira luta de MMA eu já fiz contra o Jeremiah Metcalf, um cara que já tinha feito quinze lutas. Na minha terceira luta, eu peguei o John Alessio, um veterano com mais de 40 lutas e passagens pelo WEC e UFC. Lutei com o Luke Stewart, depois de ter sido derrotado no Japão em um resultado bem contestável, pois acho que ganhei, mas no Japão os caras são meio estranhos. Depois peguei o Jorge Patino Macaco, uma pedreira, e depois dessa eu perdi a última luta que eu fiz. Realmente eu não estava preparado, dei mole e aceitei pegar a luta de última hora, e infelizmente fui nocauteado.

Quando pretende retomar sua carreira no MMA?

Pode ter certeza que agora eu vou voltar ao MMA com menos sede ao pote, com mais calma, com paciência, resgatando minhas raízes, já que eu tinha deixado o Jiu-Jitsu um pouco de lado. Eu sinto muitas saudades dos treinos de MMA lá no Rio, sinto muita falta dos meus companheiros lá: o Anderson, Feijão, Distak, Rogerão, Ramon, que está lá agora e é meu companheiro de equipe, meu parceiro. Eu ainda não achei grandes treinadores aqui nos EUA, estou à procura, mas se Deus quiser eu vou voltar ao MMA. Estou organizando a minha academia e quando tudo começar a andar, engrenar direto, vou me focar para fazer minhas lutas de MMA com mais calma, mais tranquilo, sem fazer muita força, chegando lá consciente para lutar. Eu não quero mais perder e não desisti do meu sonho não, estou focado.

Você pretende retomar aos treinos lá na X-Gym?

Então, eu estou aqui nos Estados Unidos. Eu treinava lá na X-Gym, mas estou aqui agora, então não sei, cara. Vamos ver se eu vou fazer minhas lutas de MMA no Brasil, ou talvez nas semanas antes das lutas, eu consiga ir para a X-Gym fazer meus treinos para as lutas de MMA. Com a compra do Strikeforce pela Zuffa, fico mais próximo do UFC, mas agora só penso no ADCC. O MMA vai ter que esperar um pouco.

Fonte: Tatame

[FCB 0]

Não acho q o Galvão vingue no MMA, aliás, venho dizendo isso ha tempos.

[FBI 0]

Não sei até que ponto o Galvão tem sangue no olho pra sair na porrada. Porque MMA tem que ter sangue nos olhos e não é qualquer um que tem. Tipo, vc tem que nascer com isso. Acho que é mais ou menos dessa forma que funciona!!