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Por ouro olímpico, campeã mundial de boxe promete ser "mais malvad

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Por ouro olímpico, campeã mundial de boxe promete ser "mais malvada".

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Incluído no calendário olímpico para os Jogos de Londres 2012, o boxe feminino tem grandes chances de ter uma brasileira no lugar mais alto do pódio. O País não conquista uma medalha no esporte desde Servílio de Oliveira, que faturou o bronze na Olimpíada da Cidade do México, em 1968, único pódio brasileiro no boxe na história da competição. E quem pode igualar este feito e até mesmo superar com uma medalha dourada no peito é Roseli Feitosa, campeã mundial na categoria 81 kg no ano passado e que já está classificada para o Pan de Guadalajara, neste ano.

Mas para conquistar o ouro olímpico Roseli terá que ser "mais malvada". Pelo menos é o que acredita o técnico da atleta, João Carlos Soares, treinador da Seleção Brasileira de boxe. "Não estamos acostumados a ter uma atleta que leva uma Bíblia em cima do ringue, mas isso a ajuda psicologicamente e a nós também. Se ela continuar assim está ótimo, mas ela tem que ser um pouco mais agressiva, um pouco mais sangue nos olhos, daquelas que partem para cima. Às vezes isso preciso.Tenho certeza que ela vai ser campeã", elogiou o treinador.

Em setembro de 2010, Rose, como é carinhosamente chamada pelo seu treinador, então com 21 anos, já entrava para história do boxe brasileiro. A pugilista superou a casaque Marina Volnova por 12 a 3, pela categoria até 81kg, e sagrou-se a primeira do País a se tornar campeã do mundo, nem competição disputada em Barbados. Mas para Roseli, o principal feito foi derrubar ninguém menos que a canadense Mary Spencer, tricampeã mundial, e sua inspiração no esporte, no Pré-Pan, disputado na Venezuela, competição em que a brasileira foi eleita a revelação do torneio.

Em entrevista ao Terra, a pugilista conta como foi o início no boxe e os preparativos para Guadalajara 2011 e Londres 2012.

Confira a entrevista na íntegra:

Terra: Por que escolheu o boxe? Não tinha um esporte menos violento?

Roseli Feitosa: Eu jogava vôlei e era meu sonho ser jogadora de vôlei, estar na Seleção Brasileira, mas por motivos financeiros eu tive que parar. Precisava trabalhar para ajudar minha família, porque já estávamos passando fome. Aí fui fazer musculação na academia e acabei conhecendo meu atual marido, que é mestre de muay thai. Ele, então, falou para eu fazer muay thai, mas preferi fazer boxe, para emagrecer. Aí comecei a fazer e começou a dar certo, graças a Deus.

Terra: Quais são as maiores dificuldades de ser um pugilista?

Roseli Feitosa: Agora estamos tendo ajuda da Petrobras, mas antes a ajuda financeira era complicada. Até hoje é complicado, mas antes era muito pior, principalmente no boxe feminino, que ainda tem muito preconceito. Muita gente desiste, porque tem que trabalhar e treinar, e não dá para conciliar as duas coisas. Se quiser alcançar uma Olimpíada, um Pan, ela tem só que treinar boxe e isso atrapalhava no começo, mas agora temos muita ajuda e isso gera motivação nos atletas.

Terra: Hoje é possível viver só do boxe?

Roseli Feitosa: Desde quando eu comecei, vivo só do boxe. Tinha ajuda da família, mas depois de dois anos comecei a receber o Bolsa Atleta para conseguir me manter. No começo era pouco, mas agora já conseguimos viver apenas do boxe, graças aos resultados que conquistei. Tivemos que sair do Brasil, lutar com garra e determinação porque não tínhamos um retorno financeiro, mas agora está muito bom.

Terra: Antes de chegar a este nível no boxe, o que fazia para sobreviver?

Roseli Feitosa: Comecei a lutar com 18 anos, agora tenho 22. Já trabalhei de recepcionista, vendedora, atendente de telemarketing, e nada dava certo, acho que o boxe estava me esperando. Comecei a fazer o ensino superior, mas não consegui conciliar com os treinos. Larguei a faculdade e muita gente falou que era loucura porque eu tinha uma bolsa de 100% no curso de educação física, mas no ano seguinte já consegui ser campeã mundial, pan-americana e brasileira. Tenho completa convicção de que valeu a pena. Mais para frente penso em cursar nutrição, porque educação física eu não gostei muito. Vou voltar a estudar quando parar de lutar e isso não sei quando vai acontecer.

Terra: A Associação Mundial de Boxe, depois da sua conquista no Mundial, publicou em seu site que o Brasil confirmou o status de potência emergente do boxe. Você concorda com isso?

Roseli Feitosa: Acho que o Brasil já era para ter conquistado muita coisa, porque desde Servílio de Oliveira não conseguimos trazer nenhuma medalha olímpica no boxe, então acho que já deveria trazer mais resultados. O que falta é investimento, patrocínio e motivação para os atletas. Todo atleta sonha em chegar à Seleção e, mesmo quando chegavam, viam que o salário não era muito bom, porque a Seleção fazia o que podia, mas agora com patrocínio tenho certeza que vamos trazer mais resultados. Somos uma potência e tenho certeza que na próxima Olimpíada já vai dar para trazer medalha, principalmente no feminino. Tanto é que já tivemos grandes resultados no Pré-Pan. Ajuda financeira é o que motiva os atletas, além da aproximação para as Olimpíadas de 2016.

Terra: Como está a preparação para o Pan e para a Olimpíada?

Roseli Feitosa: Estou treinando forte desde janeiro. Ficamos um mês isolados, confinados no Equador. Fizemos a seletiva par ao Pré-Pan e foi forte, bem focado. E agora temos que focar ainda mais porque as meninas que perderam para nós no Pré-Pan vão estar no Pan de novo e elas não vão querer perder de novo. Então vamos ter que manter esse ritmo, treinar forte, três vezes mais também para a Olimpíada. A classificação para Londres ainda não está definida, mas quem ganhar o Pan já deve se classificar automaticamente, além do próximo Mundial também ser classificatório.

Terra: Tem algum ídolo no esporte?

Roseli Feitosa: Ídolo mesmo eu não tenho, mas tenho fontes inspiradoras. Gosto muito do Éder Jofre. Lutei com a Mary Spencer. Quando comecei no boxe ganhei um vídeo sobre ela. Ela foi minha inspiração mesmo e sempre tive vontade de lutar com ela. Aí lutei e ganhei.

Terra: Já se meteu em alguma briga longe dos ringues?

Roseli Feitosa: Muito pelo contrário. Não sou nervosa. Sei que isso é minha profissão e é um esporte. Até na luta mesmo às vezes acho que sou muito boazinha, tenho que ser mais malvada. Meus técnicos sempre falaram isso para mim. Mas gosto mais de usar a técnica, mas nunca briguei fora do ringue. Quem sabe lutar não briga, porque sabe que vai machucar. Mas sempre tem os loucos, que aproveitam o que aprenderam para fazer essas coisas, mas aqui é bem diferente. O esporte te ensina a ter disciplina.

http://esportes.terra.com.br/rumo-a-2012/noticias/0,,OI5069377-EI17322,00-Por+ouro+olimpico+campea+mundial+de+boxe+promete+ser+mais+malvada.html

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