Hugo Krug

O VALOR DA LEALDADE

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O VALOR DA LEALDADE

“Lealdade – Qualidade, ação ou procedimento de quem é leal”. “Leal – do latin legale, cuja raiz é lex, ou seja, lei. Sincero, franco e honesto. Fiel aos seus compromissos”.

Na cultura marcial oriental o termo lealdade é empregado com frequência na literatura, dojos e demais ambientes coletivos de aprendizado.

Na antiguidade o “MESTRE” escolhia um discípulo dentre seus ensinandos, e fazia dele sua imagem. Esse aluno seria o aprendiz de toda uma vida, e perpetuaria seus ensinamentos para seus descendentes diretos e discípulos futuros.

Nesta época a relação que mantinha o vínculo entre APRENDIZ e EDUCADOR era a lealdade que, conforme está descrito no primeiro parágrafo deste texto, é o sentimento mais nobre que pode haver entre duas pessoas.

Lealdade pode ser definida como um comportamento irracional embasada na gratidão dentre as partes. Mesmo sendo uma característica humana, até os animais são leais aos seus donos, uma vez que sabem que esses tiveram um importante papel na manutenção de sua sobrevivência.

Nos dias de hoje este valor parece que perdeu a importância. Todos justificam que o “profissionalismo” é mais importante do que a relação moral entre a criação e o criador.

Por vezes podemos nos deixar influenciar pelos argumentos financeiros que, em nosso mundo capitalista, tem grande relevância. Por outro lado, é através do “sifrão” é que se conhece o valor das pessoas.

Tem indivíduos que vendem a sua honra pelo valor certo (ou errado). Que abrem mão daquilo que acreditam por entenderem que a “carteira cheia” é mais importante do que a história vivida junto aqueles que dedicaram uma vida em prol da sua formação.

No MMA moderno, não vemos mais a figura do “MESTRE” e aluno. Tudo virou uma relação meramente comercial e isso não é algo pejorativo, mas certamente é algo momentâneo, pois o atleta só tem o seu valor enquanto estiver vencendo... Enquanto o discípulo é algo mantido para a vida toda.

Infelizmente existem atletas que esquecem suas raízes e de tudo o que outros tiveram que fazer e passar para que os mesmos se tornassem realidade. A ausência da gratidão nestas realações é algo notável, e o tempo certamente irá ensinar ao lutador a gravidade de suas ações impulsivas.

O fato é que, hoje o mercado está cheio de oportunistas que esperam lutadores “prontos” e os convencem com “promessas” e pequenos agrados.Pegam o prédio pronto, pintam e assinam como construtores!

Enquanto eles tiverem valor de mercado, serão paparicados, bajulados, etc... depois descartados como mercadoria.

Lembro-me de minha infância e da história que ví retratada na ficção pelo filme ROCKY 5. Algo que antes era uma relação evidente de mocinho (Rocky) e vilão (Tommy Gun), hoje em nosso esporte se tornou prática padrão.

E de todos, os errados não são os oportunistas, pois estes sempre estiveram e sempre estarão lá.

Por fim digo que, é importante que o atleta varie seus treinamentos e vá buscar conhecimento em todos os lugares onde existam pessoas em condições de ensiná-lo, mas sempre seguindo o direcionamento daquele que de fato se importa com ele, com sua saúde e com sua história.

Diogenes Fernandes

Articulista Fighter online

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Eu concordo em partes. Em tese o texto defende que o atleta não tenha controle sobre sua propria carreira devido a 'lealdade', seria isso? E a relação mestre-discípulo não é comercial? Que eu saiba academias de arte marcial não funciona de graça e ninguém treina de graça, salvo exceções.

Eu penso que há casos e casos,.. eu não consigo imaginar por exemplo, o Aldo deixando a Nova União dado a historia q ele tem com o Dedé etc ou o Anderson o Minotauro team mas isso nao quer dizer que todos atletas tem essa historia de vida ligada ao lugar que o acolheu pra q justifique essa lealdade toda.

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É uma bela indireta a alguns atletas brasileiros que estão aderindo a moda estatunidense de se relacionar no esporte.

Na minha opinião, esta é a grande diferença.

Americano é atleta, brasileiro (a maioria) é artista marcial.

Americano não tem essa de respeitar a academia e tudo mais.... isso ainda é muito forte no jiu jitsu (a uns 10, 15 anos era muito mais)

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Delicado esta temática.

Acredito que o pior tipo de atleta seja aquele que, quando está começando é um poço de humildade, mas basta vehncer uma ou duas lutas, que esquece de tudo o que por ele foi feito...

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Convidado Saulojiujitsu

É uma bela indireta a alguns atletas brasileiros que estão aderindo a moda estatunidense de se relacionar no esporte.

Esse método esta transformando os americanos lideres do MMA moderno...

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Só aprende quem merece.

Muitos acharam que tinham luz própria e ficaram pelo caminho.E a grande maioria que apoia atitudes creontistas não vai muito longe ou não se sustenta por muito tempo, a não ser é claro, os que tem luz própria, como Minotauro, Anderson, Vítor,Couture, Henderson, Fedor, Matt Hughes e agora o JJ, estes são lutadores com luz própria, mesmo que tenham creontado em algum momento de suas vidas, conseguiram dar continuidade sem os seus MESTRES iniciais.

A certeza é que seus MESTRES viram neles potencial e possibilidade de eternizar suas técnicas.

A fidelidade do Wallid ao Carlson e do Aldo e Shaolin ao Dedé é digna de louvor.

Engraçado que algumas pessoas sempre levantam o aspecto pagamento, para justificar a creontagem.Será que este tipo de pessoa também troca de time de futebol toda hora ??

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Mas isso era esperado com a massificação do esporte.

Começa pelo fato do MMA englobar inúmeras artes. Na era da monovalência até que dava para se esperar uma maior "lealdade", já que existia apenas uma academia e um mestre, um professor.

Lembro das brigas homéricas e das críticas ferrenhas para cima dos "creontes", ainda no início do PVT. :D Quem apenas treinasse em outra academia, era visto como se tivesse xingado a mãe de alguém...

E com defesas homéricas dos foristas. Hoje isso mudou muito.

Ainda na época das "academias", ainda dava para se firmar a fugura dos mestres e líderes, como na CB, BTT e etc... Mas com esse profissionalismo e massificação, as coisas ficam cada vez mais complicadas.

Também sinto falta da figura dos mestres, mas acho que a lealdade continuará sempre existindo. Talvez ela mude para os colegas de treino e parceiro e não como antigamente, com os mestres que viraram "treinadores", mas sempre existirá, pois faz parte do esporte e de qualquer arte marcial.

Veja o caso do Anderson, que não luta contra o lyoto por dinheiro algum. Aldo e Dedé, Cigano e a equipe do Minotauro...

Nem todos são peregrinos como Belfort. :D

Mas o lado 'bom' da profissionalização e o fim da rixa eterna da creontagem, é que ela uniu e fortaleceu os laços entre lutadores, que antes jamais pisariam em outras academias.

Agora, o que jamais pode existir é ingratidão.

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A antiga relacao que os mestres tinham com os alunos nao tinha fins profissionais. Quando o objetivo muda, mudam tambem os conceitos.

Todo mundo quer participar das glorias dos outros, mas quer se afastar dos fracassos. Esta choradeira de fidelidade so apareceu quando treinadores de jiu-jitsu comecaram a perder alunos e depois que o MMA virou profissional. Qual o motivo? Prestigio e dinheiro. Ninguem reclama quando o aluno Ze Ninguem vai embora da academia. Ninguem fala nada quando se abandona um professor fracassado. Mas ninguem quer perder um pupilo promissor que comeca a despontar.

Os mestres, empresarios e managers dao enfase a esse assunto de lealdade para tentar criar um liame invisivel que prenda a eles o atleta talentoso utilizando uma palavra que eles so conhecem pelo dicionario. Cobram etica e lealdade e dizem preferir a relacao que existia no passado. Mas no passado nao existia dinheiro envolvido, nao existiam grandes eventos, nao existiam bolsas milionarias, nao existiam contratos de patrocionio. a solucao seria estes mestres insatisfeitos se dedicarem apenas a alunos que queiram aprender a arte e passar para frente sem competir ou se envolver na parte profissional. Mas eles nao querem. Desejam participar do bolo. Querem garantir o seu quinhao do dinheiro e da fama que o esporte movimenta. Querem virar um Mestre popstar.

O significado da palavra lealdade tem que ser conhecido pelos atletas e mestres. Mas existe outra palavra que tambem precisa ser incluida na discussao.

Hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui.

Muitas vezes a palavra lealdade pode estar sendo utilizada para esconder esse comportamento mesquinho e reprovavel.

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A antiga relacao que os mestres tinham com os alunos nao tinha fins profissionais. Quando o objetivo muda, mudam tambem os conceitos.

Todo mundo quer participar das glorias dos outros, mas quer se afastar dos fracassos. Esta choradeira de fidelidade so apareceu quando treinadores de jiu-jitsu comecaram a perder alunos e depois que o MMA virou profissional. Qual o motivo? Prestigio e dinheiro. Ninguem reclama quando o aluno Ze Ninguem vai embora da academia. Ninguem fala nada quando se abandona um professor fracassado. Mas ninguem quer perder um pupilo promissor que comeca a despontar.

Os mestres, empresarios e managers dao enfase a esse assunto de lealdade para tentar criar um liame invisivel que prenda a eles o atleta talentoso utilizando uma palavra que eles so conhecem pelo dicionario. Cobram etica e lealdade e dizem preferir a relacao que existia no passado. Mas no passado nao existia dinheiro envolvido, nao existiam grandes eventos, nao existiam bolsas milionarias, nao existiam contratos de patrocionio. a solucao seria estes mestres insatisfeitos se dedicarem apenas a alunos que queiram aprender a arte e passar para frente sem competir ou se envolver na parte profissional. Mas eles nao querem. Desejam participar do bolo. Querem garantir o seu quinhao do dinheiro e da fama que o esporte movimenta. Querem virar um Mestre popstar.

O significado da palavra lealdade tem que ser conhecido pelos atletas e mestres. Mas existe outra palavra que tambem precisa ser incluida na discussao.

Hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui.

Muitas vezes a palavra lealdade pode estar sendo utilizada para esconder esse comportamento mesquinho e reprovavel.

Concordo com praticamente todo o texto do colega. O ponto que discordo se deve ao fato do foco não ser exatamente este.

Na verdade, o texto fala daquele aluno que não era nada! Que foi lapidado ao longo do tempo e revelado para o mercado pela mesma pessoa.

Por fim, depois do sucesso, o aluno simplismente esquece que ele próprio é o resultado final de um trabalho feito por outras pessoas...esse sim é o cúmulo da creontagem!

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