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Atividade física na meia idade diminui o risco do mal de Alzheimer

As pessoas que se exercitam na meia idade têm uma probabilidade bem menor de desenvolver a doença de Alzheimer e outros tipos de demência quando forem mais velhas, revelou um novo estudo.

Os médicos há muito perceberam que a prática regular de exercícios pode prevenir e controlar a hipertensão, a diabetes e as cardiopatias. Mas alguns estudos recentes, incluindo o último a ser divulgado, permitiram que se chegasse à conclusão mais surpreendente de que o exercício é capaz de proteger o indivíduo contra o desenvolvimento da senilidade, até mesmo vários anos depois da prática de atividades físicas.

Em um estudo publicado na semana passada na Internet no periódico "Lancet Neurology", pesquisadores do Instituto Karolinska fizeram exames para a detecção de demência em um grupo de quase 1.500 pacientes com mais de 65 anos, cujos hábitos relativos aos exercícios físicos foram monitorados durante quase 35 anos.

Para a surpresa dos pesquisadores, eles descobriram que as pessoas que se dedicaram a atividades físicas nas horas vagas pelo menos duas vezes por semana quanto atravessaram a meia idade apresentaram uma probabilidade 50% menor de desenvolver demência e 60% inferior de padecer de Alzheimer, quando comparadas aos indivíduos mais sedentários.

"Se um indivíduo adota um estilo de vida ativo na juventude e na meia idade, isso pode elevar a sua probabilidade de usufruir anos física e cognitivamente vigorosos em um período posterior da vida", afirma Miia Kivipelto, do Centro de Pesquisas sobre o Envelhecimento do Instituto Karolinska, em Estocolmo, e o principal autor do estudo.

Tais estudos retrospectivos não provam que exista causa e efeito, e é possível que as pessoas predispostas a sofrerem da doença de Alzheimer se exercitem bem menos por algum motivo relacionado com a doença. Mas a descoberta confirma aquilo que foi recentemente sugerido por estudos anteriores e em menor escala em animais e humanos.

"Isso é importante e condiz bem com o que descobrimos nos últimos cinco anos", diz Ian H. Robertson, diretor do Instituto de Neurociências da Faculdade Trinity, em Dublin, Irlanda. "Não deve ser motivo de surpresa o fato de o cérebro se beneficiar de exercícios como o restante do corpo, e talvez ainda mais".

Robertson acrescentou que este foi o primeiro estudo por ele conhecido a revelar um vínculo específico entre o exercício e a prevenção da doença de Alzheimer. De fato, os pesquisadores descobriram que as pessoas que mais se beneficiaram dos exercícios foram aquelas portadoras de uma seqüência genética associada ao desenvolvimento da demência.

Para se certificarem de que o hábito de praticar exercícios se constitui em si e por si em um fator de proteção, em vez de ser apenas um componente genérico da saúde pessoal ou dos hábitos saudáveis, os pesquisadores ajustaram o estudo a fim de eliminarem outras influências, como idade, sexo, educação, desordens do movimento, doenças vasculares, tabagismo e consumo de álcool.

Estudos de âmbito mais limitado sugeriram recentemente que a dieta e a atividade intelectual, assim como o exercício físico, podem prevenir o declínio mental associado ao envelhecimento.

Em um deles, pessoas com mais de 60 anos que foram obrigadas a se exercitar regularmente durante seis meses apresentaram melhoria da função mental, mudanças nas imagens de tomografia cerebral e o crescimento das partes de matéria branca em seus cérebros, a área que lida com os processos cognitivos elevados.

Para o estudo da Lancet, 1.449 pessoas que responderam a um questionário sobre os seus hábitos a cada cinco anos desde 1972 foram examinadas em 1998. Naquele ano, 117 haviam desenvolvido demência e 76 a doença de Alzheimer.

O anúncio feito na semana passada refere-se basicamente aos benefícios do exercício de longo prazo sobre o cérebro.

Os pesquisadores não foram capazes de especificar um mecanismo exato. Eles notaram que a demência tem início com mudanças neurológicas silenciosas, detectáveis sob um microscópio anos antes de os sintomas mais notáveis aparecerem.

Pesquisas recentes em ratos geneticamente alterados para desenvolverem Alzheimer fornecem pistas para uma explicação bioquímica mais específica.

Em um estudo publicado em abril no periódico "The Journal of Neuroscience", um grupo desses ratos recebeu um equipamento para exercícios físicos em suas gaiolas, de forma que tivessem a oportunidade de correr durante as suas "horas vagas".

Em uma série de desafios intelectuais subseqüentes, os ratos corredores se revelaram mais capazes de aprender o percurso em labirintos de teste, memorizando as rotas de escape com o dobro da velocidade dos seus companheiros mais sedentários.

E o mais importante foi que quando se realizaram autópsias nos ratos, os cérebros dos animais ativos continham bem menos depósitos de beta-amilóide. Depósitos de agregados desta proteína são típicos da doença de Alzheimer, em ratos e em humanos.

Elisabeth Rosenthal

Em Nova York

Tradução: Danilo Fonseca

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