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RIZIN FF, o ressurgimento do MMA no Japão.

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Era o ano de 2007, e Nobuyuki Sakakibara anunciava a venda do PRIDE a Zuffa, empresa dona do UFC. Até então o PRIDE era o maior evento de MMA do planeta. Envolto em suspeitas da participação da mafia japonesa Yakuza, (jamais comprovado) e como consequência a perda de apoio da Tv Fuji, emissora que transmitia os eventos para a tv aberta. E sem o apoio da TV, os milionários contratos de patrocínio foram suspensos, e a DSE, empresa organizadora do PRIDE entra em crise financeira, e Sakakibara se viu obrigado a vender a franquia e também todo os direitos sobre o acervo do videos e contratos dos lutadores, para impedir que o PRIDE se acabe. A promessa do UFC era continuar com a franquia e com os eventos (promessa não cumprida) , e Sakakibara percebeu que foi enganado e a intenção do UFC era comprar a franquia para ficar com os contratos dos lutadores e os direitos autorais da franquia, e assim eliminar a concorrência. Anos mais tarde Sakakibara entrou na justiça contra a Zuffa por quebra de contrato.

Sakakibara recebeu muito dinheiro com a venda do PRIDE,  comprou um time de futebol da segunda divisão japonesa, mas a vontade de fazer um novo evento sempre continuou. Esperou longos 7 anos, pois ficou impossibilitado pelo contrato da venda do PRIDE de exercer ou criar outro evento de lutas.

E assim em 2015 criou o RIZIN, com a mesma fórmula de sucesso do PRIDE,  não aderiu ao Cage,  e continuou com o ringue, um desejo pessoal dele. Criou divisões femininas e com o surgimento do fenômeno Nasukawa Tenshin e o sucesso do kickboxing no japão, introduziu lutas de kickboxing nos eventos. E conseguiu também o apoio novamente da TV Fuji para a tv aberta. Criou parcerias com outros eventos de luta no Japão e no exterior, como o DEEP, Pancrase, Road FC, Heat, RISE , Shoot e principalmente o Bellator, com quem tem uma estreita amizade com Scoot Coker.

E aproveitando a era das redes sociais, conseguiu novos jovens fãs, que não viveram a era PRIDE, fez novos ídolos como os irmãos Asakura, que são fenômenos também como youtubes, Kyoji Horiguchi ( ex-ufc), Roberto Satoshi  Souza, atual campeão ate 70 kg e Kleber Koike ( ex-campeão do KSW) , faixa pretas da academia bonsai jiu-jítsu do Japão, brasileiros radicados no Japão .

Sakakibara conseguiu com o sucesso do RIZIN impedir que o UFC tentasse desembargar no Japão, e as várias tentativas do UFC e do ONE FC de fazer eventos no Japão fracassaram em público e interesse da mídia,  pois o MMA japonês é unico no mundo e Sakakibara sabe como ninguém a fórmula do sucesso, e hoje a fórmula do sucesso do RIZIN é investir nos jovens, através das redes sociais, sem deixar de lado o formato do PRIDE.

Dia 31 de dezembro acontece o tradicional evento de lutas de fim de ano, e o RIZIN chega a edição 33, com os ingressos se esgotando nas primeiras horas de vendas, e pela primeira vez no ano sem restrições de público com o Saitama Super Arena recebendo lotação máxima.  RIZIN Fechou o ano de 2021 mesmo em meio à pandemia com 2 novos formatos de eventos, o RIZIN LANDMARK, exclusivamente para PPV e sem público, que na primeira edição em outubro quebrou recordes de PPV num país sem tradição de vendas de PPV, graças também a luta de Mikuru  Asakura , fenômeno do youtube e hoje milionário,  que dos ringues amadores de MMA se tornou um dos principais lutadores do RIZIN, ao lado dos seu irmão também youtuber. Cada vídeo postado no youtube passa de 1 milhão de visualizações no primeiro dia. Em novembro criou o RIZIN TRIGGER, desta vez inovando e no formato octógono ( cage), com público e com eventos a serem realizadas em localidades fora dos grandes centros japoneses e mesclando lutadores famosos com novos lutadores estreantes no evento.

Em 2022 o projeto do RIZIN é de fazer de 15 a 17 eventos apenas do LANDMARK, não só no Japão mas em outros países, com transmissão por ppv , perfeito numa época em que a entrada de estrangeiros sofre restrições com a pandemia.

Para 2022 a intenção de Sakakibara é de promover mais de 30 eventos da franquia RIZIN/RIZIN LANDMARK e RIZIN TRIGGER!

Desconhecido no Brasil, esse é a realidade do RIZIN no japão atualmente, e após a pandemia o RIZIN pode ser o grande centro dos lutadores estrangeiros futuramente. Mesmo com a preferência do público pelos lutadores japoneses, Sakakibara sabe que os lutadores estrangeiros são essenciais para conseguir voos além do Japão.

                                       by Bom-ba-ye

                                      Tokyo / Japan

Editado por bom-ba-ye

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Sakakibara não conseguiu emplacar mais nada depois do Pride...Não vejo como termos bons eventos denovo no Japão...Acho que o UFC matou esse mercado de vez...

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8 minutos atrás, The Joker disse:

Sakakibara não conseguiu emplacar mais nada depois do Pride...Não vejo como termos bons eventos denovo no Japão...Acho que o UFC matou esse mercado de vez...

quem mora no Japão sabe que não  é isso, UFC nunca emplacou no Japão, porisso eles desistiram de promover eventos no Japão.

Sakakibara é o maior e mais respeitado promotor de eventos de luta no Japão. (dentro do Japão é claro)

 

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Mto bom ler seus relatos @bom-ba-ye

"Sakakibara conseguiu com o sucesso do RIZIN impedir que o UFC tentasse desembargar no Japão, e as várias tentativas do UFC e do ONE FC de fazer eventos no Japão fracassaram em público e interesse da mídia"

Sobre esse ponto você saberia citar os motivos desse fracasso.  UFC tinha nas mãos lutadores bem populares no Japão como Wand, Gomi, Akyiama, Crocop e os irmãos Nogueira.  Sabemos q o UFC é um produto (como um circo itinerante, no bom sentido) q não modifica seu estilo independente do lugar onde se apresente.  Já fui em alguns eventos no BR e tudo ali era americanizado, desde os hotdogs aos estilos mais frios e rápidos de apresentação dos lutadores.  Imagino q esse seria um dos fatores q contribuiu p um choque cultural no Japão, visto q o Pride era um show pirotécnico.  Porém há outros pontos nos bastidores q corroboraram?  Transmissão de tv, divulgação na mídia etc?

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1 hora atrás, Rappa Hemp disse:

Mto bom ler seus relatos @bom-ba-ye

"Sakakibara conseguiu com o sucesso do RIZIN impedir que o UFC tentasse desembargar no Japão, e as várias tentativas do UFC e do ONE FC de fazer eventos no Japão fracassaram em público e interesse da mídia"

Sobre esse ponto você saberia citar os motivos desse fracasso.  UFC tinha nas mãos lutadores bem populares no Japão como Wand, Gomi, Akyiama, Crocop e os irmãos Nogueira.  Sabemos q o UFC é um produto (como um circo itinerante, no bom sentido) q não modifica seu estilo independente do lugar onde se apresente.  Já fui em alguns eventos no BR e tudo ali era americanizado, desde os hotdogs aos estilos mais frios e rápidos de apresentação dos lutadores.  Imagino q esse seria um dos fatores q contribuiu p um choque cultural no Japão, visto q o Pride era um show pirotécnico.  Porém há outros pontos nos bastidores q corroboraram?  Transmissão de tv, divulgação na mídia etc?

Sakakibara é um grande empresário.

Só de conseguir manter uma hegemonia em território japonês, mesmo com o assédio de outras grandes organizações, já mostra o quão bom articulador ele é.

Imaginem o tamanho do mercado japonês! É tudo o que o UFC gostaria de aportar a sua carteira! O povo japonês é pirado em MMA, vale tudo e artes marciais no geral. E o Sakakibara é um dos grandes responsáveis pelo fato de o UFC ainda não ter explorado este mercado. Ele ainda mantém seus eventos com uma base muito sólida por lá.

O Rizzin está forte por lá...

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2 horas atrás, bom-ba-ye disse:

quem mora no Japão sabe que não  é isso, UFC nunca emplacou no Japão, porisso eles desistiram de promover eventos no Japão.

Sakakibara é o maior e mais respeitado promotor de eventos de luta no Japão. (dentro do Japão é claro)

 

UFC pode não ter emplacado no Japão...Mas depois do Pride, nada mais emplacou lá em relação a eventos de MMA.

Ele pode e deve ser respeitado, mas qualquer coisa que ele fez no Japão, está anos-luz atrás do  UFC. 

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32 minutos atrás, Rappa Hemp disse:

Mto bom ler seus relatos @bom-ba-ye

"Sakakibara conseguiu com o sucesso do RIZIN impedir que o UFC tentasse desembargar no Japão, e as várias tentativas do UFC e do ONE FC de fazer eventos no Japão fracassaram em público e interesse da mídia"

Sobre esse ponto você saberia citar os motivos desse fracasso.  UFC tinha nas mãos lutadores bem populares no Japão como Wand, Gomi, Akyiama, Crocop e os irmãos Nogueira.  Sabemos q o UFC é um produto (como um circo itinerante, no bom sentido) q não modifica seu estilo independente do lugar onde se apresente.  Já fui em alguns eventos no BR e tudo ali era americanizado, desde os hotdogs aos estilos mais frios e rápidos de apresentação dos lutadores.  Imagino q esse seria um dos fatores q contribuiu p um choque cultural no Japão, visto q o Pride era um show pirotécnico.  Porém há outros pontos nos bastidores q corroboraram?  Transmissão de tv, divulgação na mídia etc?

como vc citou, o estilo do show não agrada os japoneses, e também a maioria dos japoneses que não acompanham lutas não sabe o que é UFC, transmissão de tv foi inexistente, acho que só por canal a pago e ppv( que japones não tem tradição em comprar), divulgação apenas na mídia especializada sobre lutas, midia esportiva nem comentou sobre UFC até porque ninguém tinha interesse , na tv aberta nunca se falou nada de UFC.  Um dos motivos de ter pouquíssimos japoneses lutando no UFC, porque Dana White sabe que não consegue entrar no mercado asiático e principalmente no japonês. No mercado asiático fora do Japão o ONE fc domina.

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54 minutos atrás, The Joker disse:

UFC pode não ter emplacado no Japão...Mas depois do Pride, nada mais emplacou lá em relação a eventos de MMA.

Ele pode e deve ser respeitado, mas qualquer coisa que ele fez no Japão, está anos-luz atrás do  UFC. 

Acho que ninguém compara UFC com RIZIN…são eventos com finalidades diferentes, o RlZIN foi feito para o mercado japonês…e deu certo no Japão, o UFC é gigante 

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18 minutos atrás, bom-ba-ye disse:

Acho que ninguém compara UFC com RIZIN…são eventos com finalidades diferentes, o RlZIN foi feito para o mercado japonês…e deu certo no Japão, o UFC é gigante 

Pô bom-ba-ye você é uma lenda aqui, eu ficava ansioso pelos seus posts e do Pedro Ramone na época do Pride, nunca curti tanto MMA quanto naqueles tempos.

Fui pro Japão em 2016 e o máximo que vi foi um cartaz do Rizin com Crocop e Wand, mais nada. Não procurei muito mas cheguei a ir a uma academia perguntar onde poderia comprar uma camiseta do Saku e ninguém soube responder e em uma loja em Nagoya não vi nenhum artigo relacionado a eventos.

Pra mim MMA sempre será coisa pra japonês organizar, espero que o Rizin cresça cada vez mais.

 

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Nunca fui ao Japão, mas a impressão que tenho acompanhando de longe é que os únicos esportes realmente populares lá são o beisebol em primeiro e futebol em segundo. Outros esportes como MMA (na época, tava mais próximo do vale tudo) e kickboxing me parecem que foram febres passageiras que passaram com o fim do Pride e K1 respectivamente.

 

Seria legal se surgisse um evento com regras diferentes para desafiar a hegemonia do UFC. As regras do pride, chutes e pisões na cabeça do lutador caído, pedaladas, joelhadas na cabeça do adversário caído, fundidas com as regras do UFC, cotoveladas permitidas e rounds de 5 minutos (só aumentaria o intervalo entre os rounds para 2 minutos) seriam regras perfeitas para o MMA! E também prefiro cage do que ringue, mas um cage no formato retangular de 7 x 7 metros.

Aliás, me tira uma duvida, se o Rizin tem feito sucesso no Japão, porque em 2019, antes do inicio da pandemia, eles realizaram apenas 6 eventos? Lembro que pride também realizava poucos eventos, mas naquela época o UFC também fazia poucos eventos, o MMA ainda não tinha a aceitação (em partes, é verdade) que tem hoje.

Outra coisa que você comentou foi que as suspeitas do envolvimento do pride com a yakuza nunca foi confirmada, mas quero saber sua opinião, você acredita ou não que o pride mantinha relações com a yakuza?

 

Na minha opinião, acho que esses boatos foram criados por algum jornalista americano. O pride era um evento japonês, seu principal publico era japonês, se tivesse lutas “compradas” por que os lutadores japoneses só tomavam surras de brasileiros, russos e americanos? 95 % dos lutadores japoneses do pride eram sacos de pancadas de estrangeiros, as exceções eram Sakuraba, Gomi,  Sakurai e Kawajiri, sendo que desses apenas o Gomi foi campeão da categoria. Já o melhor lutador deles (na minha opinião) e mais famoso, o Sakuraba, tomou duas surras do Wanderlei. Acha mesmo que se a yakuza mandasse no pride e as lutas fossem vendidas, Sakuraba o caçador de Gracies, herói japonês do pride, não teria ganho do “gaijin” Wanderlei e sido campeão da categoria 93 kg?

 

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3 horas atrás, The Joker disse:

UFC pode não ter emplacado no Japão...Mas depois do Pride, nada mais emplacou lá em relação a eventos de MMA.

Ele pode e deve ser respeitado, mas qualquer coisa que ele fez no Japão, está anos-luz atrás do  UFC. 

Duvido que alguém desbanque o UFC algum dia.

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Nunca assisti o Rizin mas em termos de formato, promoção prefiro o One do que o UFC e se eles dominam o mercado asiatico que tem mais pessoas e muito em breve muito mais dinheiro esta supremacia do UFC é ilusória, apenas no Ocidente. Acredito que vamos ver cada vez mais lutadores saindo do UFC e muito em breve a qualidade técnica vai começar a migrar para lá tbm.

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3 horas atrás, Bombtrack disse:

Pô bom-ba-ye você é uma lenda aqui, eu ficava ansioso pelos seus posts e do Pedro Ramone na época do Pride, nunca curti tanto MMA quanto naqueles tempos.

Fui pro Japão em 2016 e o máximo que vi foi um cartaz do Rizin com Crocop e Wand, mais nada. Não procurei muito mas cheguei a ir a uma academia perguntar onde poderia comprar uma camiseta do Saku e ninguém soube responder e em uma loja em Nagoya não vi nenhum artigo relacionado a eventos.

Pra mim MMA sempre será coisa pra japonês organizar, espero que o Rizin cresça cada vez mais.

 

em 2016 o Rizin estava no começo, e o MMA fazia sucesso apenas para um público restrito, a maioria composta por pessoas que acompanharam a era Pride, até hoje para adquirir materiais esportivos relativos ao MMA ou kickboxing tem que ir em lojas especializadas ou adquirir em academias ou pela internet. Não é comum encontrar em lojas de rede , seja  shopping ou nas ruas.

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