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Jéssica Bate-Estaca planeja longo reinado no peso-mosca: "Vencer e continuar sendo campeã"

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Jéssica Bate-Estaca planeja longo reinado no peso-mosca: "Vencer e continuar sendo campeã"

Ex-campeã dos palhas tentará roubar o título do peso-mosca, que pertence a Valentina Shevchenko, no UFC 261, marcado para o dia 24 de abril em Jacksonville, na Flórida (EUA)

Ana Hissa 

 

Jéssica Bate-Estaca terá em breve a oportunidade de conquistar seu segundo cinturão no UFC. Mas para sagrar-se novamente campeã, agora pelo peso-mosca do UFC, a paranaense ex-campeã peso-palha do evento precisará bater a atual campeã, Valentina Shevchenko, que já defendeu o título quatro vezes. Em entrevista ao Combate.com, a lutadora contou que o plano é dominar a categoria.

- Agora é vencer, aproveitar o máximo possível e continuar sendo campeã. Não consegui mostrar isso no 52kg, mas acredito que no 57kg, vencendo a Valentina, eu possa continuar com essa alegria de ser uma das campeãs brasileiras.

Seu reinado como a detentora do título dos palhas foi breve - durou apenas três meses. No entanto, Bate-Estaca se encontrou na nova categoria, e o peso pode ser a grande chave para o possível cinturão permanecer por um bom tempo em sua cintura. Enquanto a divisão anterior era sinônimo de sofrimento, a atual permite que ela direcione o foco para as adversárias, além de intensificar o trabalho muscular, ficando ainda mais potente.

- Valeu muito a pena mudar de categoria. Eu estava na 52kg, numa categoria em que estava me sentindo triste. Sempre estava muito preocupada com o peso, não me preocupava com outra coisa. Não me preocupava com a adversária, não me preocupava com qual seria a minha estratégia de luta. A minha preocupação era só o peso. “Nossa, será que eu vou sofrer muito para chegar ao peso? Meu Deus, eu não quero fazer banheira nem sauna.” Isso estava desgastando a minha cabeça. Agora não, eu como uma coisinha diferente durante a semana. Nessa última luta mesmo, os nutricionistas mandaram arroz e carne para mim. Falaram: “Não, o seu peso está muito bom, você pode comer”. No dia que está todo mundo sem comer nada, eu estava comendo arroz no almoço, então isso traz bastante alegria. Saber que eu não preciso me matar para bater o peso, que eu consigo fazer como eu fazia no peso-galo, treinar e perder o peso treinando - explicou a lutadora, que já se aventurou pelas categorias galo, palha e mosca.
 
- Sempre lutei na categoria de 52kg, mas "em off" eu sempre ficava entre 66kg e 68kg. Quando eu ficava sabendo da luta, começava a minha dieta. Três meses antes eram o suficiente para perder o peso, baixando para 52kg. Agora, eu acabo perdendo menos. Isso vai me ajudar mais. Acredito que eu consiga ter um trabalho diferente na parte de musculação. Antes, eu tinha que fazer mais parte física para poder perder peso, nunca estava fazendo exercícios para aumentar a força. Não conseguia. Mas nessa categoria eu consigo, faço musculação para aumentar a força e músculos e entrar na luta mais forte.
 
Para aguentar os cinco rounds, uma preparação especial foi traçada. O camp é uma verdadeira simulação dos combates oficiais, com lutadoras descansadas a auxiliando no treinamento. De uma vez por todas, Bate-Estaca quer pôr fim aos comentários de que a Paraná Vale Tudo não estaria à sua altura.
 
- O Marquinho é um preparador físico muito bom, que sempre me deixa bem preparada para todas as minhas lutas. Não só essa parte de físico, mas também a de luta. Quando vamos treinar na academia, o Daniel sempre me coloca para fazer os cinco rounds direto com as meninas já descansadas. Isso acaba trazendo mais gás e fôlego. A estratégia é essa, fazer os treinos como se estivéssemos lutando, é o que faço todos os dias, como se eu estivesse dentro da luta para aguentar os cinco rounds com um gás bom, tranquila e com fôlego de sobra para quando acabar a luta segurar o cinturão, e ainda dar uns gritos.
 
- Para aquelas pessoas que dizem que eu preciso mudar de mestre e equipe, gostaria de esclarecer que não preciso de nada disso. Olhem onde eu cheguei. Acho que ninguém conseguiu fazer isso que eu fiz, de disputar o cinturão três vezes. Duas no 52kg, e uma agora no 57kg. Isso vai se repetir muitas vezes ainda. Não preciso trocar de equipe, desvalorizar quem está do meu lado para me tornar a melhor do mundo - esclarece.
 
Adotando um tom respeitoso ao analisar o estilo da adversária, Jéssica entende que ele exigirá muita atenção. Com uma luta de chão de excelência, a brasileira busca igualar as duas partes para sentir-se segura também na de trocação.
 
- A Valentina tem muitos pontos fortes e poucos pontos fracos. Um desses pontos que conseguimos perceber foi na luta que ela teve contra Jennifer Maia. Teve a parte de chão, que a Jennifer quedou, e ela conseguiu imobilizar em cima. Como eu sou uma lutadora muito forte, acredito que eu possa usar isso ao meu favor. Tenho quedas muito boas, a parte de chão, do "ground and pound" eu trabalho muito bem também. Acredito que isso eu consiga pôr durante a luta. Um dos pontos fortes da nossa estratégia é colocar a luta para baixo. Se tiver oportunidade, lutar em pé também é uma opção. Mas como ela é uma adversária que também é canhota, já tem essa dificuldade de lutar com alguém que tem uma base diferente, eu venho treinando bastante isso para dominar a área e conseguir entrar com algum golpe de mão no momento que ela estiver chutando. É ir pra cima, não posso dar espaço. A Valentina é uma lutadora que trabalha com o contragolpe, então não posso dar esse espaço para ela colocar os golpes mais fortes dela, que são chutes, esses socos de encontro. Ela tem muito golpe rodado, muitos socos giratórios. Tenho que ficar bem esperta com ela.
 
Por acasos do destino, na mesma noite, Weili Zhang e Rose Namajunas também subirão ao octógono. Foi de Rose que Jéssica tomou o título, que perdeu na luta seguinte para a chinesa. Caso vença o duelo contra Valentina Shevchenko, a paranaense considera descer para enfrentar uma das antigas adversárias, e assim tentar acumular dois cinturões.
 
- Primeiro, o foco é vencer a Valentina. Se a Rose ganhar, dá para pedir uma trilogia, e se a Weili Zhang vencer, posso pedir uma revanche. São coisas que passam pela minha cabeça: fazer essa luta nos 52kg pelo cinturão, mas continuando no peso-mosca. E se vencesse o 52kg, não sei se eu teria a capacidade de levar duas categorias, como a Amanda faz. As categorias peso-palha e peso-mosca são muito concorridas, com lutas o tempo inteiro. Acho que a Weili só não lutou mais pela questão da pandemia e pelo local onde mora. Fica muito difícil viajar da China para qualquer outro lugar do mundo. Acredito que eu não consiga manter os dois cinturões, mas ganhar de novo na categoria 52kg, contra qualquer uma das duas, seria bem legal. E eu manteria o cinturão dos 57kg.
 
- Com a Weili, não posso dizer muita coisa porque a luta foi muito rápida. Não deu tempo de eu conseguir colocar golpes, entender o que estava acontecendo. Quando eu tomei a porrada de encontro, eu agarrei para poder entrar na queda, tomei as cotoveladas na nuca, e não lembro de mais nada direito. Só lembro do que eu vi pela televisão. Acredito que a Rose tem uma chance de vencer, é uma menina que aguenta muita porrada, já tive a experiência duas vezes com ela e ela é muito resistente. Tem umas porradas muito fortes. Ela acertou algumas em mim que chegou a doer o ouvido. É uma adversária dura, muito impactante. Ela é muito séria e mostra essa seriedade dentro do octógono. Acredito que ela consiga sair com a vitória. É claro que para você vencer o campeão, você precisa ser avassaladora, e ela já fez isso contra a Joanna, conseguiu nocautear rapidinho. Por mais que a Weili seja forte, rápida e tenha um gás bom, se a Rose usar a estratégia certa e a envergadura que tem, consegue vencer essa luta. Estou torcendo pela Rose, tomara que ela vença.
 
A confiança mostrada por Jéssica, segundo ela, é trabalhada nos treinos diários, principalmente junto a Gilliard Paraná. A lutadora garante que visualiza todas as possibilidades das suas lutas, e os momentos em que pode estar em vantagem ou não diante das oponentes.
 
- Acho que essa parte da confiança eu venho trabalhando desde quando entrei para o mundo do MMA. Uma coisa que você tem que fazer por si mesma, confiar em você e confiar no seu trabalho, em tudo o que você aprendeu e, principalmente, nos seus mestres, que foram os que te passaram o que você sabe. Essa confiança eu trabalho todos os dias. Antes de dormir, sempre visualizo como será a luta, como vou ganhar, o soco e chute que ela pode me dar. Trazer confiança para dentro de você, saber que podem dar uma porrada muito forte, que podem voltar, mas ter a confiança de que aquilo ali não vai te derrubar, acabar com a sua estratégia de luta. Vai entrar lá dentro e dar o seu melhor. Sempre fui muito confiante, de saber o que eu tinha que colocar dentro da luta e que se eu fizer tudo certo, vou sair com a vitória. Então, é acreditar em mim mesma. Isso você adquire todos os dias quando você vai treinar, descansar. É tudo questão da mente, de colocar na cabeça que você é o melhor do mundo de você mesmo, não de mais ninguém. Você é o melhor e tem que mostrar que você é o melhor. É isso que eu ponho dentro do octógono.

UFC 261
24 de abril de 2021, em Jacksonville (EUA)
CARD DO EVENTO (até o momento):
Peso-meio-médio: Kamaru Usman x Jorge Masvidal
Peso-mosca: Valentina Shevchenko x Jéssica Bate-Estaca
Peso-palha: Weili Zhang x Rose Namajunas
Peso-médio: Uriah Hall x Chris Weidman
Peso-meio-pesado: Anthony Smith x Jimmy Crute
Peso-galo: Danaa Batgerel x Kevin Natividad
Peso-médio: Brendan Allen x Karl Roberson
Peso-mosca: Jeff Molina x Aoriqileng
Peso-galo: Johnny Muñoz x Mark Striegl
Peso-palha: Ariane Sorriso x Na Liang

 

 

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Que Deus abençoe a Jéssica. To torcendo muito por ela, mas a parada é indigesta!

Se ganhar da Valentina, aí eu acredito. Essa divisão é ruim pra caramba

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Nem tinha me dado conta que uma vitória ,além do grande feito de ser contra a Valentina e valer o cinturão ainda a coloca como campeã de duas divisões e com chances de revanche contra três das melhores do mma feminino !

Além disso acho que fez uma boa analise da Valentina, se conseguir colocar em prática tem chances sim de fazer história, adversária duríssima, mas não é  invencível, bora Jessica! 

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