Entre para seguir isso  
Thiago RS

Carlson Gracie estaria completando 81 anos hoje

Recommended Posts

Fazendo algumas pesquisas sobre história do mma, lutas, etc., acabo descobrindo que Carlson Gracie estaria completando 81 anos hoje (há uma divergência das datas de nascimento nas minhas pesquisas: a wikipedia brasileira diz que ele nasceu em 12/08/1933, porém a wikipedia inglesa e a maioria das outras fontes pesquisadas afirmam q o nascimento foi em 13/08/1932).

Vou postar aqui uma biografia publicada no site do Guga Noblat no portal Terra e uma entrevista recente de Stephan Bonnar, que foi seu pupilo.

---

Desconstruindo o lendário Carlson Gracie

Por Fabio Quio Takao

129_2143-Carlson%20x%20Waldemar[1].JPG

Carlson Gracie contra Waldemar Santana nos tempos áureos do Vale Tudo

A criação

Carlson Gracie possuía todos os elementos de um gênio: dom natural, personalidade marcante, atitudes polêmicas e certa dose de indisciplina. Filho mais velho de Carlos Gracie e Carmem, nasceu em 13 de agosto de 1933 e seu primeiro nome foi Eduardo. Como Carlos Gracie estudava a numerologia, resolveu após algum tempo mudar o registro do filho que passaria a se chamar Carlson. Todos os filhos de Carlos deveriam ter as letras iniciais “C” ou “R”, por considerar que a força dessas letras poderia ser transmitida aos filhos.

Aos cinco anos participou de seu primeiro campeonato, em 1950 aos 17 anos foi campeão Carioca de Jiu Jitsu. Ainda aos 17 anos fez sua primeira luta profissional contra o japonês Sakai. Essa luta foi preliminar a luta de Hélio Gracie contra Kimura. Carlson pesava 67kg contra 92kg do japonês, e mesmo assim a luta acabou terminando em empate.

Por ser o mais velho da segunda geração da família Gracie, Carlson tinha a responsabilidade natural de ser o novo campeão da família, o que fez com extrema naturalidade. No início da carreira enfrentou diversos lutadores famosos no Rio de Janeiro como o capoeirista Cirandinha e Passarito, sempre com diferença de peso acima de 15kg. A violência de seus combates e suas vitórias deram tanto destaque na imprensa que logo ficou conhecido como “O Garotão”.

A genialidade de Carlson se mostrava não só em suas lutas, onde quase sempre era o mais leve, mas também em suas atitudes que mostravam a serenidade com que encarava os mais perigosos lutadores.

Nas suas primeiras lutas, dormia 15 minutos antes, tamanha era sua tranqüilidade. Com o passar do tempo foi ficando avesso aos treinos duros e obrigava Carlos e Hélio a manterem extrema vigilância nos períodos que antecediam as lutas. Uma das instruções de Carlos era que mantivesse abstinência sexual antes das lutas, o que era praticamente impossível, visto seu perfil boêmio e sua fama na cidade.

A consagração

A luta que elevou Carlson ao nível de ídolo foi a seqüência do capítulo mais dramático vivido pela família Gracie: a derrota de Hélio Gracie para Valdemar Santana.

Valdemar Santana praticava luta-livre desde os 18 anos e começou a treinar com Helio Gracie aos 21 anos. Passou a trabalhar como roupeiro da academia para pagar as mensalidades. Depois de desentender com Hélio, Valdemar desafia seu mestre e após 3 horas e 45 minutos, o combate mais longo da história, Valdemar venceu Hélio Gracie.

Segundo o próprio Carlson, Valdemar era tido como um dos lutadores mais duros da academia Gracie e foi seu companheiro não só nos treinos como também viraram amigos. Porém após a derrota do tio, Carlson se vê obrigado a resgatar a honra da família.

A luta aconteceu em 8 de outubro de 1955 no estádio do Maracanãzinho –Rio de Janeiro. Carlson e Valdemar lutariam de Kimono e nas regras do Jiu Jitsu, pois o Vale-Tudo estava proibido na cidade. A luta teria cinco rounds de 10 minutos e apesar da superioridade técnica de Carlson, a luta terminou empatada.

A segunda luta entre Carlson e Valdemar também foi no Maracanãzinho e aconteceu em 21 de Julho de 1956. Devido a pressão feita e ao sucesso da primeira luta, o chefe de polícia permitiu que a luta fosse um Vale-Tudo sem kimono e com seis rounds de 10 minutos.

Carlson, 23 anos pesou 75,700kg e Valdemar, 26 anos, pesou 77,800kg. Valdemar contava com uma musculatura e força física superior e pressionou Carlson no primeiro Round. Porém a supremacia técnica e os golpes mais precisos de Carlson deixam transparecer que a vitória seria inevitável. Valdemar, já com o rosto inchado, começa a sair do ringue fazendo que a luta fosse repetidamente interrompida. Aos 9 minutos do 4º round, Valdemar e Carlson caem do ring e somente Carlson retorna. Com a desistência do “Pantera Negra” (apelido dado a Valdemar por Hélio Gracie), Carlson Gracie conquista o que seria sua mais importante vitória e enfrentaria Valdemar mais quatro vezes, vencendo três e empatando uma.

A vida agitada e os novos desafios

A fama de Carlson atinge tal magnitude, que nos anos 50, foi preso um impostor que entrava nas festas cariocas comendo e bebendo de graça alegando ser Carlson Gracie.

Em 26 de Setembro de 1959, Carlson casa-se com Ione de Carvalho e o acontecimento teve grande destaque na imprensa. A gravidez de Ione antes do casamento foi devidamente acobertada, devido aos rígidos padrões morais da época, e foi o verdadeiro motivo do casamento. Isso fez com que o casamento durasse somente um ano e seria o primeiro dos muitos relacionamentos conturbados de Carlson.

Na carreira, Carlson ainda teria pela frente lutadores que foram considerados por ele mesmo com os mais difíceis adversários: Ivan Gomes e Euclides Pereira. O sucesso do Vale-Tudo já era tamanho no Rio de Janeiro, que em 1958 estreou um programa de lutas na TV chamado “Heróis do Ringue”.

No nordeste o Vale Tudo também era conhecido e Ivan e Euclides já eram ídolos graças ao programa “TV Ringues Torre” e ambos treinavam diversas modalidades como Boxe, Judô e até o Jiu Jitsu Gracie, através de alunos que aprenderam com George Gracie em suas viagens.

Ivan Gomes e Carlson se enfrentaram em 28 de dezembro de 1963 e a luta durou 30 minutos foi uma das mais técnicas e violentas do Vale-Tudo, com Carlson pesando 76Kg e Ivan 98kg. Pela primeira vez um adversário atinge o rosto de Carlson e Ivan também saiu muito machucado, com o combate terminando empatado.

Ivan reconhece a técnica de Carlson e após três meses, visita o Rio de Janeiro e faz questão de conhecer a Academia Gracie. Carlson acaba ficando amigo de Ivan e o convida para montar uma academia em sociedade no Rio de Janeiro.

Foi em 06 de setembro de 1968 em Salvador no estádio da Fonte Nova que Carlson com 35 anos, teve sua única derrota. Euclides Pereira era o adversário e já havia empatado com Ivan Gomes e vencido Valdemar Santana além de ter treinado Capoeira, Boxe e Judô com Takeo Yano. Euclides pesando 75 kg foi o único lutador a entrar no ringue pesando menos que Carlson.

A luta teve seis rounds foi muita equilibrada, mas a vitória foi dada a Euclides por pontos e foi muito contestada por Carlson. A princípio, a luta seria decidida somente por desistência ou nocaute, mas um pouco antes da luta, foi adotada a contagem de pontos. Euclides tentou aplicar vários golpes aumentando seu placar e ao acertar o nariz de Carlson, o sangramento impressionou os juízes que acabaram por dar a vitória a Euclides.

A Dissidência

Em 18 de Dezembro de 1970, Carlson encerrou sua carreira lutando com Valdemar Santana. Afastado dos ringues há cinco anos, a luta foi em Brasília e termina empatada. Carlson já havia lutado 19 vezes profissionalmente, sendo que somente em duas delas foram adotadas as regras do Jiu Jitsu.

Aos 37 anos, após sua incrível trajetória como competidor, muitos pensavam que Carlson já teria feito sua contribuição para o mundo das lutas, porém como característica marcante da família, a superação das expectativas veio como Carlson o Treinador.

A história de Carlson como treinador havia começado após sua luta com Ivan Gomes. Os dois abrem uma academia em 1963 em Copacabana, porém após um ano, Carlson desiste e entra em sociedade em outra academia com Hélio Vigio. Apesar do grande sucesso como lutador, Carlson sempre repassava todo o dinheiro de suas bolsas para Hélio Gracie que administrava a academia Gracie. Com isso, Carlson aos 30 anos não tinha nem carro e nem imóveis e, além disso, gastava muito dinheiro em noitadas e brigas de galo, paixão que manteve até o fim da vida.

Em suas academias, os preços eram sempre abaixo das outras academias e em diversos casos, ele não cobrava mensalidades quando reconhecia algum talento que não tinha condições de pagar mensalidades. Isso tudo só não o levou a falência graças a sua segunda esposa, Sílvia, que conseguia organizar a parte financeira de sua vida. Infelizmente Sílvia morre em um acidente de carro em 1967 e Carlson casa-se novamente com Marly.

Em outubro de 1950, a Academia Gracie organiza o primeiro Campeonato de Jiu Jitsu do estado do Rio de Janeiro, mas por problemas de organização e a desistência das Academias Augusto Cordeiro (Judô), Azevedo Maia e Academia Fadda, o campeonato não é reconhecido pela Federação Metropolitana de Pugilismo. Mesmo assim o campeonato é realizado entre as Academias de Carlos Pereira, Academia Gracie e um único aluno da academia Cordeiro.

Em Junho de 1973 o Jiu Jitsu é reconhecido pela Confederação Nacional de Desportos como esporte oficial. Agora a Federação de Jiu Jitsu da Guanabara podia organizar seus campeonatos oficiais. Em Setembro acontece o primeiro campeonato infanto-juvenil com 200 inscritos. Em dezembro do mesmo ano acontece o primeiro campeonato adulto com130 inscritos e a presença de 11 academias do Rio de Janeiro e São Paulo.

Estava dado o primeiro passo para início das dissidências dentro da família Gracie. Sendo Carlson um competidor nato, era natural que as discordâncias com Hélio Gracie aconteceriam.

Cabia a Carlos apenas a orientação alimentar e empresarial. Apesar da união da família em prol do Jiu Jitsu, Hélio Gracie sempre privilegiou a hereditariedade, portanto seria natural que quisesse que o posto de novo campeão fosse de seu primogênito de sangue: Rorion. Afinal Carlson era “apenas” seu sobrinho. Por muito tempo esse desejo de Hélio ficou adormecido e o talento de Carlson não deixava dúvidas. Porém os filhos de Hélio já tinham idade suficiente para tentar buscar seu espaço e a indisciplina de Carlson fizera com que Hélio deixasse cada vez mais Carlson à revelia. Os treinos de Carlson eram cada vez mais raros e seus adversários cada vez mais preparados.

Para Hélio Gracie, qualquer professor que tentasse abrir uma academia própria para melhorar os rendimentos, era considerado traidor. Carlson já havia feito isso e para piorar a situação, em 1976 no Torneio da fusão do Estado dda Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro, o melhor aluno de Carlson, Sérgio Íris vence Rorion, primogênito de Hélio.

Carlson comemorou muito e a relação com o tio Hélio piorou ainda mais. A Academia Gracie administrada então por Hélio Gracie, passa a ter uma fama de priorizar os treinos mais graduados somente para os filhos de Hélio.

O Treinador

Carlson, assim como Conde Koma e seu tio Hélio, refinou seu Jiu Jitsu na sua forma mais pura, usando-o em combates sem regras. Nesses combates, Carlson se mostrou completo, pois vencia finalizando com estrangulamentos e chaves, mas também usava o Jiu Jitsu como caminho para aplicar socos e chutes, sem com isso sofrer golpes. Apesar dessa experiência única no Vale Tudo, foi no Jiu Jitsu esportivo que Carlson conquistou sua fama como treinador.

129_2143-carlson%20TEAM.jpg

Logotipo que ficou famoso no Rio de Janeiro nas décadas de 80 e 90

Foi na academia de Niterói que formou seu primeiro faixa preta, Serginho Íris e a partir disso, sua sede de títulos aumentava cada vez mais. Sempre envolvido em jogos de todos os tipos e brigas de galos, Carlson não era como Hélio e Carlos, que tinham o Jiu Jitsu como forma de Defesa Pessoal e ferramenta filosófica de aprimoramento da auto-segurança. Para Carlson, o Jiu Jitsu dava vazão ao seu espírito competidor e depois que o Jiu Jitsu esportivo foi instituído, Carlson queria a vitória dos alunos.

Alguns afirmam que o Jiu Jitsu praticado pelos alunos de Carlson era muito limitado e priorizava a força. Isso não é verdade, pois foi graças aos alunos de Carlson é que os alunos das Academias Gracie, Royler Gracie, Royce Gracie, Irmãos Machado, Marcelo Behring e Rickson Gracie puderam ter adversários à altura e a motivação para buscar evolução constante.

Uma característica que Carlson tinha como treinador era aproveitar o potencial do atleta. Se o lutador era bom em estrangulamentos, Carlson melhorava-os para que ganhasse as competições. Não fazia questão de melhorar seus pontos fracos e sim fazer com que os pontos fortes vencessem a competição.

Apesar de ter sido um atleta que não apreciava treinos duros e de ter um estilo de vida caótico, Carlson exigia dos alunos o contrário, ou seja, dedicação total nos treinos, sessões de preparo físico intenso e os famosos desafios Gracie continuaram de outra forma. Como a quantidade de campeonatos na década de 70 ainda era pequeno, seus primeiros faixa pretas como Carlos Rosado lembra que num dia qualquer sem aviso, Carlson trazia algum lutador de outra academia para testar seus próprios, fazendo com seus alunos estivessem sempre prontos.

Grande parte do estilo despojado e por vezes até mesmo desrespeitoso dos treinos de Jiu Jitsu atual são marcas deixadas por Carlson. Por outro lado, a obsessão pelo treinamento físico, a busca pela vitória a qualquer custo são marcas registradas que o mestre deixou no Jiu Jitsu. Durante a década de 70, 80 e parte da década de 90, a equipe de Carlson dominou todos os campeonatos. O exército que o treinador montara era, além de bem treinado, também superior em número, pois suas mensalidades ainda eram as mais baixas e caso o aluno trouxesse títulos, poderia até mesmo ficar isento das mensalidades. Foi o caso de Wallid Ismail, que veio de Manaus e morou na academia durante anos. Em troca, trouxe diversos títulos e talvez um dos mais importantes da década que foi a vitória de Walid sobre o então já tri-Campeão do UFC Royce Gracie.

129_2153-carlso%20e%20equipe2.JPG

Antiga equipe de Carlson Gracie. Em pé da esq, p/ dir.: Murilo Bustamante, Fabio Gurgel (que não era do time), Wallid Ismail, Carlson Gracie. Sentados, da esq. p/ dir.: Zé Mário Sperry, Bebeo Duarte, Alan Goes , Ricardo Cavalcante

Podemos citar alguns de seus alunos mais importantes como Amauri Bitetti, Murilo Bustamante, Carlão Barreto, De La Riva, Cássio Cardoso, Allan Góes, José Mário Sperry, Bebeo Duarte e ídolos mais recentes como Vitor Belfort, Ricardo Arona e Paulão Filho.

Como não poderia deixar de acontecer, o sucesso de sua equipe começa a incomodar e equipes como a Gracie Barra são montadas com a mesma metodologia para produzir campeões. Curiosamente, o lutador da família que mais defendeu o nome Gracie, agora era o inimigo a ser vencido pelo tio Hélio e pelos primos Rickson, Royler e pelo meio-irmão Carlos Gracie Jr.

A volta para o Vale-Tudo

Em 1991, aconteceu um desafio público feito na TV por Wallid Ismail afirmando que nenhuma modalidade era capaz de vencer o Jiu Jitsu. As academias de Luta-Livre aceitaram o desafio e foi montado um time de Jiu Jitsu que incluíam dois alunos de Carlson: Wallid e Murilo Bustamante. Carlson orientou toda a equipe de Jiu Jitsu e os treinos foram em sua academia. Resultado: 3 vitórias para o Jiu Jitsu e 0 para a Luta-Livre.

Em 1996, com a explosão do UFC e do Vale-Tudo, Carlson decide se mudar para Los angeles. Sua primeira participação em Vale-tudo internacional foi no 1º Universal Vale-Tudo em Tóquio com a vitória de Wallid e Carlão Barreto.

Entre os destaques de sua equipe surge um novo fenômeno de 17 anos: Vitor Belfort. Em 1997 em sua estréia, Vitor vence de forma espetacular Tra Telligman e Scott Ferrozzo, ambos mais pesados.

Carlson vai ao Japão e participa do lendário Pride com Allan Góes, Wallid Ismail e Carlão Barreto, mas no Brasil, sua equipe, sem sua liderança carismática não ia bem.

Provando do próprio remédio

Carlos Gracie teve características de personalidade marcantes que ajudaram a fundamentar a dinastia Gracie. Uma das principais era o nepotismo, ou seja, o desejo de passar seus conhecimentos e poderes aos herdeiros. Hélio Gracie, criado sob a filosofia de Carlos, excluiu algumas diretrizes, seguiu a risca outras e potencializou algumas. O privilégio com que Hélio tratava os filhos biológicos era uma marca que sempre deixou claro e foi sendo acentuada conforme o tempo passava. Um comportamento que Helio adotou também era exigir que os professores da academia Gracie se mantivessem como empregados a vida toda, na maioria das vezes recebendo salários que não permitiam que sustentassem suas famílias.

Carlson nunca privilegiou seus filhos, e nunca concordou com a atitude do tio. Passa a ser rival declarado de Hélio nas competições devido à atitude protecionista do tio. Porém, sem perceber, comete o mesmo erro que sempre combateu. Como não conseguia transformar todo seu conhecimento em dinheiro, Carlson pagava mal seus atletas e não conseguia manter as contas em dia.

Com as bolsas do Pride e UFC em franca expansão, o time principal de lutadores percebe que a gestão financeira de Carlson não contemplava o sucesso financeiro e sim as glórias dentro do ringue. É nessa fase que rompe com Vitor Belfort, um dos mais queridos alunos. Além disso, em Abril de 2000 foi criada o que viria a ser uma das maiores equipes de MMA do mundo: a Brazilian Top Team.

Formada por Ricardo Libório, Zé Mario Sperry e Murilo Bustamante, a BTT atraiu muita atenção pelo quilate dos seus atletas. Alguns meses depois, Paulão Filho também entra para a equipe deixando Carlson furioso, expulsando publicamente os ex-alunos. Sua mágoa era tão grande que usava camisetas usando trocadilhos com os nomes dos ex-alunos. Tudo isso recheado com seu humor ácido.

Algum tempo depois se reconcilia com Vitor Belfort. O único que se mantivera ao lado do mestre seria Wallid Ismail. Em 2001 vai pra Chicago ajudar o filho Carlson Jr. a dar aulas e consegue formar uma última leva de lutadores.

Fruto talvez de sua indisciplina alimentar, adquire diabetes e problemas renais. Filho de Carlos Gracie, idealizador da Dieta Gracie, uma dos sistemas alimentares mais importantes do mundo, Carlson sempre que ficava doente recorria à dieta do pai, porém nesse momento isso não foi suficiente. É internado e alguns dias depois morre em 1º de fevereiro de 2006. Chegava ao fim a última luta do maior Técnico de Vale-Tudo e MMA do mundo.

As frases

Uma das maneiras de descrever a personalidade de Carlson é conhecer algumas de suas célebres frases. Nelas é possível perceber suas mágoas com desafetos, seu humor negro e seus exageros. Mas transparece também o eterno espírito imaturo e amor a arte do Jiu Jitsu.

“EU JÁ DISSE PARA OS EXPULSOS: MURILO BUSTAMANTE, RICARDO LIBÓRIO E JOSÉ MARIO SPERRY, O QUE ELES FIZERAM COMIGO FOI PIOR QUE ESTUPRAR A MINHA MÃE”

(Quando os ex-alunos montaram a Brazilian Top Team.)

“SE NÃO FOSSE EU, OS GRACIES ESTARIAM VENDENDO BANANA NO LARGO DO MACHADO”

(Comentando sobre a importância de sua vitória sobre Valdemar Santana, que havia ganahdo de Hélio Gracie).

“A ÚNICA ACADEMIA QUE CONSEGUE SUPERAR A ACADEMIA GRACIE É A MINHA! AÍ ELES FICAM DIZENDO QUE EU SOU DISSIDENTE, INIMIGO.”

“ESSES POLÍTICOS ESTÃO QUERENDO APARECER. PROIBIINDO O VALE-TUDO NO BRASIL. É A MESMA COISA QUE PROIBIR O BASQUETE NOS ESTADOS UNIDOS.”

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Bonnar se arrepende por não ter homenageado Carlson Gracie no Rio

Recém-incluído no Hall da Fama do UFC, finalista do TUF 1 se emociona ao lembrar do mestre brasileiro e de seus últimos dias: 'Foi muito duro'

09/07/2013 21h03- Atualizado em 09/07/2013 21h03

Por Adriano Albuquerque e Evelyn RodriguesLas Vegas, EUA

Incluído oficialmente no Hall da Fama do UFC no último fim de semana, o americano Stephan Bonnar deve grande parte de seu sucesso na organização a um brasileiro: o mestre Carlson Gracie, falecido em 2006, que ajudou a dar o pontapé inicial na sua carreira quando se mudou para Chicago, em 2002. Dois anos depois, Bonnar se tornaria uma das estrelas da primeira temporada do reality show "The Ultimate Fighter" e sua luta na final do programa, contra Forrest Griffin, foi o ponto de virada para o UFC, na época deficitário, alçar voos mais altos e passar a ser considerado o melhor evento de MMA do mundo.

stephan-bonnar.jpg

Stephan Bonnar discursa ao ser incluído no Hall da Fama do UFC (Foto: Adriano Albuquerque)

Bonnar fez questão de mencionar Carlson em seu discurso de agradecimento na cerimônia de indução ao Hall, mas admitiu mais tarde, em entrevista para alguns membros da imprensa internacional, que a homenagem estava atrasada. Ele queria ter honrado seu mestre no UFC Rio 3, em outubro de 2012, quando foi derrotado por Anderson Silva, mas a dor do nocaute o impediu de fazê-lo.

- Foi uma honra tão grande lutar no Brasil, no Rio, na sua cidade. Só me arrependo de não ter falado com a torcida após a luta. Tinha algumas coisas a dizer, mas, na dor da derrota, deixei o octógono. Realmente me arrependo disso, ele merecia ter um respeito mostrado naquela arena. O mínimo que posso fazer é mostrar esse respeito aqui - disse Bonnar.

O peso-meio-pesado se emocionou ao lembrar das histórias do Gracie, como as brincadeiras e apelidos dados aos frequentadores da academia em Chicago, ou o brinde do "burrito gratuito" que era dado num dos bairros da cidade quando se apresentava um cartão do mestre.

- Foi muito duro quando ele morreu em 2006. Ele foi meu córner na luta contra o James Irwin, e estava muito doente. Mesmo antes de eu entrar na luta, estava na hora de ir para o octógono e seus olhos estavam como se ele tivesse passado da hora de dormir. Ele estava com muita dor e foi muito teimoso. Ele devia ter ido ao médico e não foi, aguentou para aquela luta. Eu venci com um dos golpes favoritos dele, a kimura. Ele adorava, e ficou muito feliz com isso. Mas ele estava muito doente ao mesmo tempo. Voltamos a Chicago, ele enfim foi ao médico, mas já era tarde demais. A doença já tinha agido. Lembro que fomos para o hospital, achamos que ele faria o tratamento e melhoraria. Aí, recebi a ligação que ele não aguentou. Não conseguia acreditar. Não consegui sequer voltar para a escola naquele dia. Entrei no carro e simplesmente dirigi até o Colorado, depois para Las Vegas, depois para Los Angeles, treinei em lugares diferentes. Foi duro voltar à academia sabendo que ele não estava lá - contou.

carlson-bonnar.jpg

Carlson Gracie e Stephan Bonnar, antes da morte do mestre (Foto: Reprodução/MySpace)

Confira na íntegra a entrevista de Stephan Bonnar ao entrar no Hall da Fama do UFC:

Como é entrar no Hall da Fama? É a culminação de uma carreira?

É uma honra, não consigo acreditar. Nunca sonhei que poderia sequer conseguir uma luta no UFC, ainda mais ter 17 lutas no octógono e tornar isso um emprego.

Você mencionou o Carlson Gracie nos seus agradecimentos. O quanto ele significou para sua carreira?

Ele me colocou para andar, realmente deu o pontapé inicial. Eu só ia tentar uma vez, tinha uma motivação, ia lutar na minha cidade, era um desafio para mim. "Será que posso fazer isso? Vou tentar, já fiz wrestling, jiu-jítsu, taekwondo e boxe… Vou ver no que isso vai dar". Depois que bati o peso, joguei a roupa de plástico fora, porque não achava que faria aquilo de novo. Foi em 2001. Lembro que durante aquele torneio com quatro lutadores, ficavam anunciando toda hora, "Carlson Gracie vai vir a Chicago em 2002", a noite inteira. Aí ele veio em 2002, e eu era um cara de MMA, com duas lutas. Ele gostou de mim, trabalhou muito comigo, e queria que eu batesse como o Vitor, Zé Mario Sperry, essa era a sua motivação. Ele era incrível. Depois do treino, ele sempre tinha um dólar para os desabrigados. Em Chapotle todo mundo o conhecia, eles tinham um "Dia do Carlson Gracie", em que, se você trouxesse um cartão do Carlson Gracie, você ganhava um burrito de graça! (risos) Íamos à cafeteria pegar um frapuccino, passávamos na casa dele e assistíamos às lutas antigas, e depois treinávamos de novo à noite. Você pensa que caras mais velhos são ranzinzas e carrancudos, mas ele era cheio de vigor e tinha um grande senso de humor. Mesmo com seu inglês limitado, os caras chegavam e ele imediatamente zoava, brincava, deixava a escola toda empolgada. Ele gostava de ter "superlutas" entre faixas-brancas, e de ver os caras mostrarem raça, gritava "Casca Grossa", "Poderoso"… E logo você estava rindo, de bom humor, a fim de aprender com ele.

Foi muito duro quando ele morreu em 2006. Ele foi meu córner na luta contra o James Irwin, e estava muito doente. Mesmo antes de eu entrar na luta, estava na hora de ir para o octógono e seus olhos estavam como se ele tivesse passado da hora de dormir. Ele estava com muita dor e foi muito teimoso. Ele devia ter ido ao médico e não foi, aguentou para aquela luta. Eu venci com um dos golpes favoritos dele, a kimura. Ele adorava, e ficou muito feliz com isso. Mas ele estava muito doente ao mesmo tempo. Voltamos a Chicago, ele enfim foi ao médico, mas já era tarde demais. A doença já tinha agido. Lembro que fomos para o hospital, achamos que ele faria o tratamento e melhoraria. Aí, recebi a ligação que ele não aguentou. Não conseguia acreditar. Não consegui sequer voltar para a escola naquele dia. Entrei no carro e simplesmente dirigi até o Colorado, depois para Las Vegas, depois para Los Angeles, treinei em lugares diferentes. Foi duro voltar à academia sabendo que ele não estava lá.

Você pode falar um pouco mais da filosofia que ele passou para você?

Não era uma filosofia, era mais uma forma de viver dele. Eu gosto de falar dele fora disso de treinos e jiu-jítsu. Isso é um fato, ele foi um dos fundadores do jiu-jítsu, um incrível treinador e professor de jiu-jítsu, e de MMA, "vale-tudo", ele gostava disso. Enquanto o Royce era sobre finalizações, só jiu-jítsu, Carlson gostava de dar uma surra no cara. Ele não gostava de apenas entrar lá e lutar jiu-jítsu, ele queria socar o cara no rosto e o machucar um pouco antes. "Torna a luta mais fácil!" (risos) Gosto de pensar nele fora dos treinos e jiu-jítsu. Mas, quanto à filosofia e ao treino, ele fez um bom trabalho em moldar meu jogo. Eu era um faixa azul quando ele chegou, não sabia muita coisa, e ele trabalhou muito comigo. Em vez de trabalhar em finalizações e na guarda e no ajuste fino, ele trabalhou comigo sempre começando em posições ruins. "Alguém fica por cima pela lateral", "Agora alguém pega pelas costas", "Agora alguém começa na montada", tudo para me fazer sair dessas posições ruins, e ele meio que trabalhou meu jogo para isso. Tive derrotas na minha carreira, mas se você olhar, nunca estive em muito risco, especialmente no chão. Eu nunca fui ameaçado por finalizações, e isso é o Carlson. Ele sempre trabalhou minha defesa primeiro. Foi onde o Sergio Penha entrou. Eu me mudei para cá depois da morte do Carlson, em 2007, e minhas defesas eram tão boas por causa do Carlson que o Sérgio foi capaz de construir as partes mais finas do jogo, melhorar minha posição e as nuances mais sutis das técnicas, me levar àquele nível de faixa-preta.

Ele está nos seus pensamentos hoje porque é um dia muito importante na sua vida…

Sim, ele estaria tão orgulhoso. Ele certamente está em espírito comigo hoje. Foi uma honra tão grande lutar no Brasil, no Rio, na sua cidade. Só me arrependo de não ter falado com a torcida após. Tinha algumas coisas a dizer, mas, na dor da derrota, deixei o octógono. Realmente me arrependo disso, ele merecia ter um respeito mostrado naquela arena. O mínimo que posso fazer é mostrar esse respeito aqui.

stephanbonnar_treinoufc_afp.jpg_95.jpg

Stephan Bonnar esteve no Rio em outubro de 2012 para lutar com Anderson Silva (Foto: AFP)

Você ainda é um cara relativamente jovem, e muitos encaram o Hall da Fama como um final de carreira. Você planeja continuar colaborando com o esporte? Você já trabalhou como comentarista no passado…

Essa tem sido minha vida desde 2004. Mesmo logo depois do "The Ultimate Fighter", nas temporadas seguintes, a emissora me colocava junto ao Forrest para fazer resumos semanais dos episódios e entrevistar os novos lutadores. Depois inventaram o show "Aftermath", que eu apresentava… Foi legal fazer parte daquilo. Foi ótimo estar envolvido e ver os novos participantes. Ser comentarista do WEC foi muito legal, a melhor época da minha vida, sinceramente, foi uma honra tão grande ser o cara que chamaram para isso. Eu realmente gostei disso, de participar de shows pós-luta… Ter essas oportunidades de fazer trabalhos na TV para o UFC são um sonho realizado. Quando eu era garoto, nos jogos de Little League de beisebol, eu era sempre o menino que brigava para chegar na área de imprensa, pegar o microfone e apresentar os caras, dar os apelidos e apresentar os batedores. Eventualmente, eu era expulso porque fazia muitas piadas! Sempre adorei fazer qualquer trabalho de transmissão.

Dana White diz que você e Forrest Griffin sempre terão uma casa no UFC. Você espera algum papel na organização?

Meu lema é não esperar nada de ninguém, e jamais ser decepcionado. Praticar o perdão. Não espero nada. Fiz muito por todos esses anos e sou muito grato por isso. Minha identidade toda foi baseada no UFC, aquilo era minha vida. Se eu não estivesse fazendo um programa de TV, já pensava em qual seria a próxima camisa que faria. Essa era a minha vida, fazer as artes para as camisas, fazer os comentários na TV, aprender sobre os novos lutadores. E eu não sabia dizer quem era o presidente, mas sabia todo mundo que estava nos cards preliminares! No último ano foi desafiador, pois tive de desistir dessa identidade e tirar todas essas camadas para descobrir o que sobrou. O UFC fez mais do que suficiente por mim. Gastei minhas boas-vindas. Já é hora de deixar as coisas andarem e achar uma nova paixão fora do UFC e achar uma nova forma de sustentar minha família, sem depender disso.

E o que você descobriu ao tirar essas camadas?

Sou um grande fã como vocês e tenho sorte o bastante de ter vivido esses últimos oito anos. Como disse, nunca tinha sonhado com isso. Eu não fui um grande campeão de wrestling, All-American e coisa e tal. Sempre fui o cara que não estava no time de All-Stars. Tive sorte de lutar entre os titulares no meu último ano na faculdade. Depois disso, continuei treinando e malhando duro, e não sei nem por quê. Algo dentro de mim apenas queria isso. Descobri o jiu-jítsu e, quando eu estava em Purdue, descobri na internet que Carlson Gracie Jr. tinha uma escola em Chicago. Nas férias fui para lá e treinei, abri minha mente para isso, criei ali. Aí passei a dar aula de jiu-jítsu em Purdue para que eu pudesse continuar treinando nos nove meses que estivesse lá. Mas estava sempre ansioso para voltar a Chicago e aprender mais jiu-jítsu. Continuava treinando e ficando mais forte, e não sabia por quê! Eu me lembro de me perguntar isso, eu não estava competindo nem nada. Depois que terminei a faculdade, me mudei para Chicago, fui arrumar um emprego e voltei para a academia de jiu-jítsu e, imagine, agora eles tinham um treinador de boxe e um programa de boxe, e comecei a brincar com isso. E mesmo assim, tinha um doidinho lá dentro, que era muito dedicado, seria lutador de MMA, tinha uma tatuagem do Carlson Gracie nas costas. Eu lembro de achá-lo tão dedicado, eu ficava depois da aula para treinar boxe com ele. Eu não estava pronto para nada daquilo, mas eu gostava de ajudar. Aí um promotor veio na academia procurando caras para inscrever num torneio de quatro lutadores. Até ali, eu queria aprender mais jiu-jítsu e ser melhor, queria aprender boxe e melhorar, mas eu era jovem, solteiro, tinha acabado de sair da faculdade e estava morando em Chicago, eu estava me divertindo muito, saindo e conhecendo garotas. Pensei, "Cara, tenho que me disciplinar. Como posso levar isso mais a sério? Que tal esse torneio? Nada é mais motivador do que lutar na sua cidade e não querer apanhar na frente de seus amigos e sua família!" (risos) É sério, isso te dá motivação como nada mais. Nos meses seguintes, eu treinei muito duro por causa disso. Não queria apanhar… E isso me tornou mais sério. O doidinho acabou arrumando uma namorada, se apaixonando e desistindo. Logo eu era o principal lutador lá.

Depois da luta, como você vai continuar crescendo e contribuindo?

Vou continuar fazendo o que faço. Tenho a instituição de caridade Garrett's Fight, ele é um artista marcial com Síndrome de Down que tem uma história inspiradora, um cara com quem posso me identificar também, um cara que também teve de tomar o caminho mais difícil, que não era o melhor atleta, que sempre foi ignorado, que sentiu que tinha que se provar. Ele encontrou uma vida e uma identidade através das artes marciais, e é muito inspirador para mim. Ele perdeu muito peso através de dieta. Nós fizemos essa instituição para que pessoas com necessidades especiais possam pelo menos se envolver com artes marciais, se for algo que elas gostarem. Se não, sem problemas, mas se elas se apaixonarem como Garrett, e isso ajudar a mudar sua vida e a acharem um propósito, ótimo, quero ajudá-las.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Tenho lido constantemente artigos sobre nutrição incluindo o livro " A dieta Grecie", no livro Rorion diz que a maneira com que nos alimentamos definirá a forma como iremos morrer... Tenho levado isso muito a serio, se o Carlson tivesse seguido a vida toda ou pelo menos metade das instrucoes do pai nao teria morrido tao cedo.

RIP mestre!

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Bonnar muito boa praça, acho que nunca teve nível pra ser campeão do UFC, nem nas fases mais fracas, mas é um cara que eu queria que tivesse ganhado uma cinta (ainda que interina) por ser tão gente fina!

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Tenho lido constantemente artigos sobre nutrição incluindo o livro " A dieta Grecie", no livro Rorion diz que a maneira com que nos alimentamos definirá a forma como iremos morrer... Tenho levado isso muito a serio, se o Carlson tivesse seguido a vida toda ou pelo menos metade das instrucoes do pai nao teria morrido tao cedo.

RIP mestre!

Cara ouvi que quando ele foi diagnosticado ele não quis fazer tratamento nenhum.. Botou fé na sobrinha (acho que era a sobrinha) que preparava um suco da dieta gracie que "curava" câncer. Não sei até onde é verdade tb.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Tenho lido constantemente artigos sobre nutrição incluindo o livro " A dieta Grecie", no livro Rorion diz que a maneira com que nos alimentamos definirá a forma como iremos morrer... Tenho levado isso muito a serio, se o Carlson tivesse seguido a vida toda ou pelo menos metade das instrucoes do pai nao teria morrido tao cedo.

RIP mestre!

Mano, na boa, achei teu comentário infeliz e desrespeitoso! Também queria que ele não tivesse morrido, queria poder ter convivido com ele, mas a verdade é que o Carlson viveu e realizou mais do que todos nós juntos e merece respeito!

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Crie uma conta ou entre para comentar

Você precisar ser um membro para fazer um comentário

Criar uma conta

Crie uma nova conta em nossa comunidade. É fácil!

Crie uma nova conta

Entrar

Já tem uma conta? Faça o login.

Entrar Agora
Entre para seguir isso