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Gkizi

A história dos pesos leves

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Trombei com esse texto por aí, achei bem legal e decidi traduzir pra postar aqui. Ele conta quase tudo sobre a categoria até 70kg durante a história do esporte. Quem escreveu foi o Eduardo Martinez, editor do site ValleyTudo.com. É um texto bem grande, mas acho que vale muito a pena ler, principalmente pra quem começou a acompanhar MMA nos anos 2000, assim como eu e acho que a maioria esmagadora do fórum.

Texto original:

Parte 1

Parte 2

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O título dos meio-médios (até 70kg) do Shooto foi estabelecido quando Yuichi Watanabe venceu Kazuhiro Kusayanagi, no dia 29 de março de 1991. Ele perdeu o título para Tomonori Ohara, no dia 17 de outubro de 1991, e o deixou vago quando se aposentou. Yuki Nakai venceu o título no dia 7 de novembro de 1994, quando derrotou o já mencionado Kazuhiro Kusayanagi. Um ponto importante dessa época do Shooto é a grande diferença sobre as regras de hoje. Golpes traumáticos no chão eram considerados ilegais e havia contagem de 8 segundos, como no boxe. Mais tarde, os golpes no chão foram liberados, mas eles mantiveram a contagem de boxe até a década de 2000.

Yuki Nakai é lembrado por muitos por sua aparição no documentário de MMA "Choke", que cobre o domínio de Rickson Gracie no evento Vale Tudo Japan, em 1995. Esse documentário também mostra a luta entre Nakai e Gerard Gordeau, que ficou famosa por Gordeau propositalmente colocar os dedos nos olhos de Nakai, o que fez com que o lutador japonês perdesse permanentemente a visão de seu olho direito. Apesar disso, Nakai foi até às finais, onde ele foi mais uma vítima de Rickson Gracie. Ele se aposentou depois dessa luta e deixou o título até 70kg do Shooto vago. Ainda hoje ele é uma figura influente no MMA, sendo o homem que deu a faixa-preta de BJJ para Shinya Aoki.

A categoria ficou sem um campeão pelos cinco anos seguintes, mas o lutador que vinha se destacando sobre os outros era Rumina Sato. Ele fez sua estreia na mesma noite que Yuki Nakai venceu o título, finalizando seu oponente Michael McAuliffe com uma chave de panturrilha. Ele dominou suas cinco lutas seguintes, todas com finalizações dignas de um highlight, até encontrar John Lewis, na edição de 1996 do Vale Tudo Japan (7 de julho de 1996). A luta foi considerada empate, mas se houvesse juízes, seria uma clara vitória para Lewis. Foi um revés lamentável para Sato, mas ele voltou de forma espetacular em uma lendária luta com Ricardo Botelho, no dia 18 de janeiro de 1997. Com essa luta, Rumina Sato se tornou a primeira pessoa no MMA moderno a finalizar um faixa-preta de BJJ, usando uma chave de calcanhar. Ele teve um ano fantástico em 1997, com quatro finalizações memoráveis, incluindo um armlock contra seu algoz John Lewis, no Vale Tudo Japan 1997 (29 de novembro de 1997).

O próximo ano de sua carreira começou com uma derrota inesperada para Joel Gerson, no dia primeiro de março de 1998. Joel Gerson era um lutador de Jiu-Jitsu canadense que estava fazendo sua estreia no MMA. Essa luta até hoje é considerada uma das maiores zebras da história do esporte. Gerson fez apenas mais uma luta de MMA, onde ele perdeu por decisão dividida em uma luta equilibrada para Ricardo Botelho. Sato teve outra derrota em 1998 para André Pederneiras, fundador da academia Nova União. O brasileiro terminou a luta com um tiro de meta que nocauteou Sato. Porém, logo após essa derrota, veio um dos grandes momentos da história do esporte, quando Sato finalizou Charles Diaz (que era um pupilo de Frank Shamrock) com o armlock voador mais bonito da história do MMA, com apenas seis segundos de luta.

Apesar de suas derrotas, Sato ainda tinha um enorme prestígio e faria uma luta contra Caol Uno para coroar o verdadeiro campeão até 70kg do Shooto (título dos meio-médios). A luta aconteceu dia 29 de maio de 1999 e foi a luta principal do evento de 10 anos do Shooto. O evento incluiu muitos lutadores que mais tarde teriam seus nomes reconhecidos, como Dave Menne, Dennis Hallman, Matt Hughes, Akihiro Gono, Carlos Newton, Hayato Sakurai, e os dois lutadores já citados na luta principal.

Uno havia chamado a atenção de todos nos eventos do Shooto com grandes performances, como nas lutas contra Ian James Schaffa (13 de maio de 1998) e Zvonko Jakovyevic (29 de julho de 1998). Porém, sua melhor vitória veio no evento Vale Tudo Japan 1998, contra Ricardo Botelho. À época, Botelho tinha um cartel de 3-1 no MMA e era uma séria ameaça no chão para qualquer um. Na luta, Uno demonstrou inteligência e evitou ser pego em finalizações na perigosa guarda de Botelho, dominando o lutador de Jiu-Jitsu na maior parte luta. No terceiro round, Uno começou a golpear violentamente dentro da guarda, o que fez com que Botelho desistisse da luta.

Rumina Sato e Caol Uno eram os dois melhores pesos leves do mundo, e a luta entre eles foi uma batalha clássica que determinaria o verdadeiro número um da categoria nos anos 90. A luta começou com Sato atacando Uno agressivamente e tentando finaliza-lo com um mata-leão. Uno conseguiu defender as tentativas de Sato, mostrando uma brilhante defesa no chão. A luta teve sua reviravolta quando, no terceiro round, Uno conseguiu encaixar um mata-leão e finalizar Sato.

A próxima luta de Uno seria contra Din Thomas, no evento Shooto: Renaxis 4, dia 5 de setembro de 1999. Foi uma luta equilibrada, que acabou quando Uno passou a guarda de Thomas e pegou suas costas para finaliza-lo com um mata-leão. Uno, então, enfrentou Andre Pederneiras, no evento Vale Tudo Japan 1999 (11 de dezembro de 1999). A luta começou sonolenta, mas mudou de rumo quando Uno derrubou Pederneiras e trabalhou com fortes cotoveladas na linha de cintura. Uno mostrou efetividade no ground and pound e deixou a cara do brasileiro ensanguentada. Se houvesse juízes, seria uma vitória clara para Uno. Como não havia, a luta foi considerada um empate.

No ano seguinte, Uno lutou contra Dennis Hallman. Hallman conseguiu lutar bem e fez o bastante para vencer Uno. Infelizmente, os juízes não viram dessa forma e deram a vitória para o japonês. Quando o juiz levantou o braço de Uno, ele reconheceu que Hallman merecia ter vencido a luta e pediu desculpas a ele e ao seu treinador Matt Hume.

Então, no evento Shooto: R.E.A.D. 9 (27 de agosto de 2000), outra zebra gigantesca aconteceu. Marcio "Cromado" Barbosa faria sua estreia profissional no MMA contra o campeão Uno, numa luta que não valia o título. No terceiro round, ao tentar aplicar uma queda, Uno deixou seu pescoço exposto e Barbosa encaixou uma guilhotina. Uno se recusou a bater e desmaiou, perdendo a luta.

Logo após, aconteceu o evento Shooto: R.E.A.D. Final, um dos maiores eventos de MMA de todos os tempos. Marcio Barbosa lutou contra a estrela em ascensão Dokonjonosuke Mishima. Mishima, que era um dos lutadores japoneses mais carismáticos da época, venceu Barbosa com uma chave de joelho no segundo round. No mesmo evento, o melhor lutador até 65kg da época, Alexandre "Pequeno" Nogueira, finalizou Stephen Palling com sua tradicional guilhotina. Hayato Sakurai, melhor lutador até 77kg da época, também lutou e venceu Frank Trigg, em uma luta lendária. Rumina Sato, que havia voltado a figurar como um dos melhores da categoria, com quatro vitórias consecutivas contra Phil Johns, Rafael Cordeiro (da Chute Boxe), Yves Edwards e Takuya Kuwabara, iria enfrentar Caol Uno mais uma vez pelo cinturão do Shooto. Infelizmente para Sato, Uno era sua criptonita. Pela segunda vez, Uno venceu Sato, dessa vez com um nocaute em menos de três minutos de luta. Em entrevista após a luta, Uno disse que deixaria o título do Shooto vago e iria competir na nova categoria peso-galo (na época, até 70kg) do UFC, que mais tarde seria renomeada para categoria peso leve.

A grande estrela do UFC na categoria era Jens Pulver, que havia feito seu nome nos tradicionais eventos promovidos por Bas Rutten. Em sua quarta luta de MMA, ele nocauteou Joe Stevenson, na época com 16 anos, em 38 segundos. Ele ainda venceria lutadores conhecidos, como Phil Johns e João Roque, antes de ser finalizado com uma chave de calcanhar e ter sua primeira derrota da carreira contra Din Thomas, no evento WEF, em agosto de 2000. Pulver se recuperou da derrota e nocauteou rapidamente John Lewis, no UFC 28, dia 17 de novembro de 2000.

Foi no UFC 30 (20 de fevereiro de 2001) que a luta entre Pulver e Uno, para coroar o primeiro campeão peso-galo da organização, aconteceu. Os dois lutadores pesaram 70kg e fizeram uma grande luta. Pulver utilizou a tática de sprawl and brawl, conseguindo defender as quedas de Uno e mantendo a luta em pé, onde ele era superior, para vencer a luta na decisão majoritária dos juízes. Foi uma ótima luta, sendo referência a outras grandes batalhas de pesos leves no UFC.

Porém, a primeira luta de Pulver defendendo seu título não correspendeu às expectativas. O UFC, já usando o nome Lightweight (peso leve) para a categoria, promoveu a luta de Pulver contra Dennis Hallman como se os lutadores tivessem alguma rivalidade e negócios a terminar entre eles, o que acabou gerando muita expectativa por parte do público. A luta acabou sendo uma das piores disputas de título do UFC, com Pulver vencendo claramente na decisão.

A próxima luta de Pulver seria seu maior teste em seu reinado como campeão peso leve do UFC. BJ Penn tinha um cartel de apenas 3-0 vindo para a luta, mas era o grande favorito. Ele havia vencido o Mundial de Jiu-Jitsu na faixa-preta e destruído todos seus oponentes no UFC. Ele venceu Joey Gilbert em uma luta preliminar, no UFC 31, e nocauteou Din Thomas, no UFC 32. Mas sua maior vitória veio no UFC 34, quando ele precisou de apenas onze segundos para nocautear Caol Uno, em uma dos nocautes mais brutais da história do MMA.

Pulver e Penn lutaram no UFC 35 (11 de janeiro de 2002), em uma luta desgastante, onde o cardio foi um fator fundamental para a vitória. No segundo round, BJ encaixou um armlock, mas Pulver foi salvo pelo gongo. A luta tomou outro rumo após isso, graças ao cardio de Pulver (e a falta dele por parte de Penn), que fez com que o campeão vencesse a luta na decisão dos juízes.

Devido a disputas contratuais, Jens Pulver deixou o UFC para, segundo ele, lutar em um negócio muito melhor no Japão. Foi oferecido a ele uma grande quantia de dinheiro para assinar com o evento UFO, de Antonio Inoki, mas a organização não durou muito. Depois de vencer Rob Emerson (29 de junho de 2002) e Takehiro Murahama (8 de agosto de 2002), outra grande zebra chocou a todos. No evento UCC 12 (25 de janeiro de 2003), Duane Ludwig nocauteou com facilidade Pulver e foi considerado por muitos o campeão peso leve não oficial do UFC. Ludwig, mais tarde, acabaria lutando no UFC, onde venceu Genki Sudo no UFC 42, em uma decisão polêmica.

Devido a saída de Pulver, o UFC decidiu fazer um torneio de quatro lutadores para coroar o novo campeão peso leve da organização. Os quatro participantes foram BJ Penn, Din Thomas, Matt Serra e Caol Uno. As semifinais aconteceram no UFC 39 (27 de setembro de 2002), no mesmo evento em que Ricco Rodriguez derrotou Randy Couture e se sagrou campeão peso pesado do UFC. Na primeira semifinal, Caol Uno venceu Din Thomas por decisão, em uma equilibrada e boa luta, que foi uma revanche da luta no Shooto em 1999. Na segunda semifinal, BJ Penn venceu Matt Serra em uma batalha de dois faixas-pretas de alto nível. Infelizmente para os fãs de grappling, a maior parte da luta foi em pé e sem muita ação.

A final estava marcada. Seria uma revanche entre BJ Penn e Caol Uno, no UFC 41 (28 de fevereiro de 2003). Uno sobreviveu a um duro primeiro round e conseguiu se recuperar, vencendo claramente os rounds 2 e 3, usando seu wrestling e controlando por cima. Uno também sobreviveu a um mata-leão de Penn e usou quedas fantásticas para derrubar "o rei da defesa de quedas". Porém, Penn retomou o controle da luta no quarto round e também levou pequena vantagem no quinto round por ter sido mais agressivo. Os juízes marcaram 48-47 Uno, 48-46 Penn e 48-48, o que resultou num empate. Essa foi outra luta que ficará na história do UFC como uma das melhores lutas por título da organização.

No Japão, o antigo número um da categoria, Rumina Sato já tinha passado de seu auge como um atleta profissional. Ele venceu Marcio Barbosa no Shooto - To The Top 7 (26 de agosto de 2001), mas perdeu sua luta seguinte para o homem que se tornaria o peso leve número um do Shooto. Takanori Gomi deu uma surra em Sato no evento Shooto - To The Top Final Act (16 de dezembro de 2001) para se estabilizar como um dos melhores pesos leves do mundo. Com essa vitória, ele recebeu o cinturão vago dos meio-médios do Shooto. Após a luta, Gomi (que estava 10-0 no MMA) venceu Dokonjonosuke Mishima, outro lutador top da organização japonesa. A luta, que valia o título, aconteceu no evento Shooto 2002 Year-End Show (14 de dezembro de 2002) e Gomi venceu por TKO.

Seu próximo desafio foi contra o maior lutador norueguês da história do MMA, Joachim "Hellboy" Hansen. Após uma vitória sobre Rumina Sato, Hansen ganhou uma chance de disputar o título contra Gomi. Ele venceu Gomi por decisão majoritária, no dia 10 de agosto de 2003, e venceu o título dos meio-médios do Shooto.

Depois do empate entre Uno e Penn, Uno foi nocauteado por Hermes Franca no UFC 44 (26 de setembro de 2003) e deixou o UFC para voltar a lutar no Japão. Enquanto isso, o evento Rumble on the Rock (cujo dono era J.D. Penn, irmão mais velho de BJ) casou uma luta entre Takanori Gomi e BJ Penn, que foi a luta principal do evento Rumble on the Rock 4 (10 de outubro de 2003). Foi uma surra brutal por parte de BJ, que dominou Gomi de forma violenta e o finalizou no terceiro round, com um mata-leão. Depois dessa luta, Penn subiu para a Welterweight (meio-médios) e venceu Matt Hughes no UFC 46, dia 31 de janeiro de 2004. BJ acabou deixando o UFC para ir lutar no K-1, o que levou a Zuffa a abrir uma ação judiciária contra ele.

Enquanto tudo isso acontecia, Yves Edwards estava construindo uma impressionante série de vitórias dentro do octógono do UFC. Apesar de ter perdido suas duas primeiras lutas no UFC, contra Matt Serra e Caol Uno, ele se mostrou uma incrível promessa. Ele venceu Rich Clementi no UFC 41 e depois perdeu para Tatsuya Kawajiri, dia 10 de agosto de 2003. Depois disso, Yves acumulou grandes vitórias sobre Nick Agallar (UFC 45), Hermes Franca (UFC 47) e Josh Thomson (UFC 49). O chute que Edwards acertou para nocautear Thomson foi considerado um dos melhores chutes da história do MMA. No final de 2004, Edwards era o peso leve número um no UFC e muitos fãs o apontavam como o campeão da categoria, já que, nesse momento, a categoria não tinha um campeão definido. Infelizmente para os fãs dos leves do UFC, a categoria foi abolida na organização e Edwards mais tarde iria lutar no PRIDE.

No Shooto, Joachim Hansen não defendeu seu cinturão por muito tempo. Ele o perdeu no evento Shooto 2003: Year-End (14 de dezembro de 2002) para o mestre de Jiu-Jitsu Vitor "Shaolin" Ribeiro. Hansen foi finalizado com um katagatame, no segundo round, e Shaolin foi coroado o campeão da categoria do Shooto. Ribeiro venceu a futura estrela do PRIDE Mitsuhiro Ishida no evento Shooto Hawaii (9 de julho de 2004) antes de lutar, pela segunda vez, contra Tatsuya Kawajiri. Kawajiri, dessa vez, era um lutador muito melhorado. Como mencionado anteriormente, ele havia vencido Yves Edwards e empatado com Caol Uno, embora muitas pessoas tenham achado que ele deveria ter sido o vencedor contra Uno. Kawajiri nocauteou Shaolin no evento Shooto 2004: Year-End (14 de dezembro de 2004) e se tornou o novo campeão dos meio-médios do Shooto.

Por volta de 2004-2005, o PRIDE finalmente decidiu criar a categoria dos leves. Depois da derrota para BJ Penn, Gomi estreou no PRIDE Bushido 2 (15 de fevereiro de 2004) e venceu o brasileiro Jadson Costa por TKO. A maior vitória de Gomi, até então, veio quando ele nocauteou Ralph Gracie em apenas seis segundos de luta, no PRIDE Bushido 3 (24 de maio de 2004). Ele ainda venceu Fabio Mello, no PRIDE Bushido 4 (19 de julho de 2004) e Charles "Krazy Horse" Bennett, no PRIDE Bushido 5 (14 de outubro de 2005). Essas vitórias levaram Gomi a uma grande luta no PRIDE Shockwave 2004.

Depois de perder para Ludwig, Pulver teve outra derrota surpreendente para Jason Maxwell, no evento HooknShoot (24 de maio de 2003) e conseguiu quatro vitórias consecutivas, incluindo a clássica luta contra Stephen Palling, no Shooto Hawaii (9 de julho de 2004). Ele finalmente retornou a um grande evento no dia 31 de dezembro de 2004, no PRIDE. Gomi e Pulver deram o que os fãs esperavam: uma ótima e movimentada luta, que acabou com uma vitória de Gomi por nocaute. Depois, Gomi venceria Luiz Azeredo no PRIDE Bushido 7 (22 de maio de 2005), em uma luta polêmica. Azeredo vinha fazendo um bom trabalho e frustrando Gomi em pé antes de ser nocauteado pelo japonês. Por alguma razão, Gomi não parou de bater depois que Azeredo já havia sido nocauteado, o que foi uma cena que deixou algumas marcas na carreira de Gomi.

No dia 25 de setembro de 2005, o PRIDE fez um torneio de oito lutadores para coroar o campeão peso leve da organização, no evento Bushido 9. O UFC havia feito um acordo com o PRIDE e mandou Yves Edwards, o número um da organização americana até então, para participar do torneio. Jens Pulver, ex-campeão da categoria no UFC, também estava entre os participantes. Um dos quatro pilares do Shooto, Hayato Sakurai se juntou ao treinador Matt Hume e desceu de categoria para lutar no torneio e retomar a carreira após algumas derrotas. Tatsuya Kawajiri, campeão da categoria no Shooto, havia assinado com o PRIDE e também estava entre os oito participantes. Após a derrota para Shaolin, Hansen conseguiu algumas vitórias impressionantes, incluindo um nocaute sobre Caol Uno, no K-1 Hero*s 1, em uma das melhores lutas da história do MMA, e também faria parte do GP. Luiz Azeredo e Naoyuki Kotani também participariam. E, claro, Takanori Gomi era a grande estrela do torneio.

Na primeira fase, Jens Pulver foi vítima de Hayato Sakurai, perdendo a luta por nocaute. Joachim Hansen e Yves Edwards fizeram uma excelente e equilibrada luta, onde Hansen foi o vencedor por decisão. Takanori Gomi enfrentou Tatsuya Kawajiri em uma luta entre dois dos melhores pesos leves japoneses do mundo. Foi um clássico absoluto e uma das lutas mais adoradas na história do PRIDE. Após uma batalha em pé, Gomi conseguiu finalizar o duro Kawajiri com um mata-leão. Luiz Azeredo nocauteou Naoyuki Kotani em poucos segundos de luta e também passou à próxima fase. Nas semifinais, Hansen fez outra luta fantástica com Hayato Sakurai. Porém, dessa vez, os juízes deram a vitória para Sakurai. Gomi e Azeredo fizeram uma revanche e o lutador japonês saiu com a vitória por decisão unânime, se classificando para a final contra Sakurai.

A final do GP aconteceu no PRIDE Shockwave 2005, dia 31 de dezembro de 2005. A história para essa luta era de dois lutadores que surgiram na mesma academia, com um garoto em franca ascensão contra uma lenda do esporte. Gomi disse em uma entrevista que seria uma luta de um irmão mais velho contra seu irmão mais novo. Logo no começo, a luta parecia que seria equilibrada e duraria mais do que realmente durou, com Sakurai acertando alguns de seus tradicionais low kicks em Gomi. Porém, Sakurai errou uma queda de Judô e Gomi aproveitou para cair por cima e desferir diversos golpes em seu oponente. Sakurai ainda conseguiu se levantar, mas era evidente que ele ja não estava bem. Gomi rapidamente conectou dois golpes e nocauteou Sakurai. Com essa vitória, Gomi se tornou o melhor peso leve do planeta e um dos melhores lutadores peso por peso.

Gomi atingia seu ponto mais alto no PRIDE, mas sua próxima luta seria o seu mais baixo. Ele lutou contra Marcus Aurelio, atleta da American Top Team, no PRIDE Bushido 10 (2 de abril de 2006) em luta que não valia o cinturão. No começo, a luta era bastante estudada pelos lutadores, mas logo que viu uma brecha, Aurelio conseguiu derrubar Gomi. Ele passou a guarda de Gomi e encaixou um katagatame, que fez o japonês apagar. Marcus Aurelio sempre foi um lutador de qualidade, com vitórias sobre bons nomes como Rich Clementi e Masakazu Imanari, mas a grande maioria das pessoas não esperava por isso. Porém, no PRIDE Bushido 11 (4 de junho de 2006), o público japonês teve sua vingança, graças a Mitshuhiro Ishida.

Ishida era um parceiro de treinos de Tatsuya Kawajiri e era um dos melhores wrestlers da categoira. Ele só havia lutado uma vez no PRIDE, finalizando Paul Rodriguez com uma guilhotina, no PRIDE Bushido 10. Suas melhores armas eram suas rápidas quedas e seu poderoso ground and pound. Ele era uma versão mais rápida de Chael Sonnen, só que com melhor defesa de finalizações. Dessa forma, Ishida controlou Marcus Aurelio por quinze minutos, no PRIDE Bushido 11. Essa foi, provavelmente, a maior animação de um público vendo um lutador na guarda do outro durante a luta inteira. Foi um ótimo desempenho e Ishida impressionou a todos, fazendo o que Gomi não conseguiu.

Depois que Gomi venceu David Baron, no PRIDE Bushido 12 (26 de agosto de 2006), ele teve sua revanche contra Marcus Aurelio, no Bushido 13 (5 de novembro de 2006), dessa vez valendo o título. Foi uma luta sem muita ação, com os dois lutadores extrememante cautelosos. No final, Gomi saiu vencedor com uma decisão dividída e defendeu seu título, porém com uma apresentação não convincente.

Ishida, depois de vencer Aurelio, venceu Cristiano Marcello, no PRIDE Bushido 12 e David Bielkheden, no PRIDE Bushido 13 de maneiras semelhantes à da luta com "Maximus". Ishida provara ser uma ameaça para qualquer peso leve, mas Gomi era como um Chuck Liddell dos leves, um mestre do sprawl and brawl, e a luta dele contra Ishida provou isso. Gomi só precisou de 84 segundos para brutalmente nocautear Ishida com tiros de meta e socos, voltando a ser o número um do mundo na categoria.

O próximo grande evento do PRIDE seria em solo americano. Foi o PRIDE 33 (24 de fevereiro de 2007), um dos melhores eventos de MMA da história. No co-main event, Takanori Gomi lutaria contra Nick Diaz, numa luta em que muitos achavam que seria apenas mais uma para Gomi demonstrar suas habilidades. O que aconteceu nos sete minutos dessa luta foi uma das maiores brigas da história do esporte. Diaz, apesar de ter seu osso orbital quebrado, conseguiu voltar de uma grande surra aplicada por Gomi e finaliza-lo com uma rara gogoplata, no segundo round. Foi uma grande zebra e uma das melhores apresentações de Nick Diaz. Infelizmente, o resultado dessa luta foi mudado para No-Contest, pois Diaz foi pego no antidoping por uso de maconha. Depois dessa luta, Gomi foi para o Sengoku e acabou no UFC, onde ele não conseguiu repetir as atuações de alto nível. Parecia que sua grandeza se acabara junto com o PRIDE.

Após pouco tempo, o PRIDE foi comprado pela Zuffa e foi extinto. Porém, antes do fim do PRIDE, nas preliminares de alguns eventos da organização, apareceu um excelente grappler chamado Shinya Aoki. Ele veio do Shooto e estreou no PRIDE finalizando o ainda top Joachim Hansen com uma gogoplata, no PRIDE Shockwave 2006, dois meses antes de Nick Diaz utilizar o mesmo golpe para finalizar Gomi. Com o passar dos anos, Aoki tomou o lugar de Gomi como peso leve número um no Japão.

Em 2006, o UFC finalmente decidiu trazer de volta a categoria peso leve. Em uma das primeiras lutas na volta da categoria, Yves Edwards enfrentou o campeão peso-pena do evento canadense TKO, Mark Hominick, no UFC 58 (6 de março de 2006). Para a surpresa de muitos, Hominick derrubou Edwards com um forte bodyshot e conseguiu finaliza-lo com um triângulo. Lutadores de categorias acima, como Kenny Florian, Joe Stevenson e Sean Sherk, desceram para os leves. Foi decidido que no UFC 64 (14 de outubro de 2006) o UFC teria um novo campeão peso leve.

O UFC foi criticado por colocar dois lutadores que mal tinham lutas como pesos leves para disputar o título. Na época, Kenny Florian estava apenas 6-2 no MMA e só havia vencido Sam Stout como peso leve. O cartel de Sherk era excelente: 32-2-1, mas nenhuma de suas lutas havia sido como peso leve. Foi uma luta sangrenta e Sherk usou seu wrestling para derrubar e controlar Florian no chão durante 25 minutos. Foi uma apresentação clássica de Sherk e ele se tornou o novo campeão peso leve do UFC.

O próximo oponente de Sherk foi Hermes Franca, no UFC 73 (7 de julho de 2007). Em sua última luta, Franca havia vencido Spencer Fisher por TKO, no UFC Fight Night 8 (25 de janeiro de 2007). Na luta pelo título, apesar de Franca ter acertado Sherk algumas vezes com poderosas joelhadas, o campeão dominou seu oponente no chão e até passou sua guarda diversas vezes, vencendo na decisão após 25 minutos de luta. Mas parecia que a maldição dos pesos leves no UFC continuava. Os dois lutadores foram pegos no antidoping e Sherk perdeu seu cinturão. A categoria mais uma vez não tinha um campeão.

BJ Penn havia voltado para os leves e destruído Jens Pulver numa revanche, sendo uma das melhores opções para disputar o título vago. Seu oponente seria Joe "Daddy" Stevenson, vencedor do TUF 2 e dono de uma sequência de vitórias dentro do UFC. Ele havia vencido Yves Edwards, Dokonjonosuke Mishima, Melvin Guillard e Kurt Pellegrino. A luta pelo título vago aconteceria no UFC 80 (19 de janeiro de 2008).

A luta acabou ganhando o prêmio de Beatdown of the Year (surra do ano) do Sherdog. BJ Penn destruiu Stevenson, desfigurando seu rosto antes de finaliza-lo com um mata-leão, numa das cenas mais violentas da história do MMA. BJ novamente provara ser um homem perigoso nos leves, e sua próxima luta seria contra o ex-campeão Sean Sherk.

A luta aconteceu no UFC 84 (24 de maio de 2006) e ganhou clima de rivalidade quando Penn acusou Sherk de se dopar para lutar. Sherk achou que seria uma boa estratégia usar seu boxe nessa luta, mas Penn provou que ele estava errado e o dominou em pé com jabs. Penn, mais uma vez, destruiu seu oponente, sendo um striker mais preciso e rápido e nocauteando-o no final do terceiro round, com uma joelhada e diversos socos. Penn agora queria uma revanche contra GSP, na categoria de cima, deixando a categoria até 70kg mais uma vez empacada.

Enquanto isso, no Japão, surgia uma organização chamada DREAM, criada pela FEG e produtores do PRIDE. No DREAM.1 (15 de março de 2008), aconteceu um GP dos leves com os lutadores tops do PRIDE e do K-1 Hero*s. Na na primeira luta, Joachim Hansen venceu Kotetsu Boku por decisão. Luis Firmino, ex-lutador do PRIDE, finalizou com um mata-leão o wrestler olímpico Kazuyuki Miyata. Katushiko Nagata venceu Artur Oumarkhanov por decisão e Mitsuhiro Ishida venceu Jung Bu-Kyung também por decisão. Eddie Alvarez, ex-campeão do Bodog, desceu de categoria e destruiu o ex-lutador do Hero*s, Andre "Dida" por TKO. Tatsuya Kawajiri dominou Kultar Gill e o venceu por decisão. Porém, a luta principal da noite, entre Shinya Aoki e Gesias Cavalcante, acabou de forma polêmica. Aoki reclamou de uma cotovelada ilegal de Gesias, mas muitos fãs e comentaristas acharam que ele estava "fingindo". A luta foi considerada No-Contest. Uma revanche foi marcada para o DREAM.2 (29 de abril de 2008) e Aoki dominou "JZ" com suas extraordinárias habilidades de chão.

No DREAM.3 (11 de maio de 2008) aconteceu a segunda fase do GP, em uma noite cheia de ação. Começou com uma clássica batalha entre Joachim Hansen e Eddie Alvarez. Tudo que se pode imaginar aconteceu na luta: finalizações encaixadas, knockdowns, raspagens e muita movimentação. Alvarez foi o vencedor em uma dura decisão dos juízes. Tatsuya Kawajiri venceu Luis Firmino, em uma revanche dos tempos de PRIDE, também por decisão. O main event foi especial. Caol Uno (que não havia participado da primeira fase do torneio) executou uma estratégia perfeita para vencer o favorito Mitsuhiro Ishida. Uno conseguiu evitar as quedas de Ishida e manter a luta em pé, conseguindo domina-lo na trocação e impressionando a todos. No segundo round, Uno finalizou Ishida com um mata-leão e conseguiu sua última grande vitória. Foi uma linda apresentação de Uno, que deve ser lembrada como um dos maiores momentos de sua lendária carreira.

Shinya Aoki não lutou no evento passado e teve sua segunda luta do torneio no DREAM.4 (15 de junho de 2008). Ele facilmente finalizou Katsuhiko Nagata com uma gogoplata da montada. As seminais aconteceram no DREAM.5 (21 de julho de 2008). Na primeira luta, Aoki controlou Caol Uno durante a luta inteira com seu efetivo grappling, quase finalizando seu oponente diversas vezes. Foi a melhor apresentação de Aoki até então e ele conseguiu sua vaga na final. Foi uma ótima luta, mas foi completamente ofuscada pela guerra entre Eddie Alvarez e Tatsuya Kawajiri. No começo, parecia que Kawajiri estava a caminho da vitória, até que Alvarez conseguiu sobreviver e derrotar Kawajiri por TKO. A luta foi tão desgastante que Alvarez não pôde lutar a final contra Aoki. Então, Joachim Hansen (que havia finalizado facilmente Kultar Gill, na mesma noite, com um armlock, em uma luta reserva) lutou a final no lugar de Alvarez. Hansen teve sua vingança da luta no PRIDE Sochkwave 2006 contra Aoki, vencendo o japonês por TKO, se tornando o campeão do GP e o primeiro campeão peso leve do DREAM. A luta que era pra ser a verdadeira final daquele torneio aconteceu no evento Dynamite!! 2008 (31 de dezembro de 2008), quando Shinya Aoki lutou com Eddie Alvarez pelo título dos leves do WAMMA. Aoki finalizou Alvarez rapidamente com uma chave de calcanhar.

Enquanto BJ Penn treinava para sua luta nos meio-médios contra GSP, Kenny Florian estava se tornando um dos melhores leves do mundo. Desde sua derrota para Sherk, ele havia vencido Dokonjonosuke Mishima, Alvin Robinson, Din Thomas e Joe Lauzon. Sua próxima luta seria contra Roger Huerta, no UFC 87.

Huerta estreou no UFC em 2006, mas ele ficou realmente conhecido no ano seguinte. Só em 2007, ele lutou e venceu cinco lutas seguidas no UFC, contra Joe Halverson, Leonard Garcia, Doug Evans e Alberto Crane. Mas sua maior vitória veio no TUF: Hughes vs Serra Finale (8 de dezembro de 2007), quando ele enfrentou o carismático Clay Guida. Numa luta que foi considerada pelos fãs uma das vinte melhores lutas da história do UFC, Huerta conseguiu uma das maiores reviravoltas da história, após quase perder no segundo round, e finalizou Guida com um mata-leão no último round.

Aquele foi o auge de Huerta como lutador. Florian o dominou em pé e, em certo momento, pegou as costas para vencê-lo na decisão, no UFC 87. Poucos meses após essa luta, Florian lutou contra Joe Stevenson, no UFC 91 (15 de novembro de 2008) e o finalizou com um mata-leão ainda no primeiro round. Ficou claro que Florian era um candidato ao título, e ele lutou contra BJ Penn pelo título dos leves no UFC 101 (8 de agosto de 2009), no que foi o retorno de Penn à categoria, depois de perder a luta contra GSP. Florian acabou sendo finalizado por Penn com uma mata-leão, no quarto round.

BJ Penn enfrentou, então, o vencedor do primeiro TUF, Diego Sanchez, no UFC 107 (12 de dezembro de 2009). Foi um dos maiores monólogos da história do MMA, com Penn acertando 150 golpes contra 8 de Sanchez. Um chute de Penn abriu um corte feio na cabeça de Sanchez, que fez com que o médico parasse a luta no intervalo do quarto round.

Há mais de um ano sem lutar, Joachim Hansen finalmente defendeu seu título do DREAM contra Shinya Aoki, no DREAM.11 (6 de outubro de 2009). A maior parte da luta foi no chão e, segundos antes de um round acabar, Aoki encaixou um armlock e finalizou Hansen, se tornando o campeão do DREAM e o vencedor da trilogia contra o norueguês. Após essa luta, Aoki lutou contra o campeão peso leve do Sengoku, Mizuto Hirota, no Dynamite!! 2009 (31 de dezembro de 2009). A luta ficou famosa por Aoki ter quebrado o braço de Hirota e mostrar o dedo-do-meio para a plateia e para seu oponente caído no chão. Os que não gostaram da atitude de Aoki sorriram quando ele foi dominado por Gilbert Melendez, no Strikeforce: Nashville (17 de abril de 2010). Melendez, campeão peso leve do Strikeforce, era considerado um dos melhores da categoira. Ele havia vencido Clay Guida para vencer o título, mas o perdeu para Josh Thomson. Mais tarde, ele recuperou seu título vencendo o algoz Thomson, em luta que foi candidata à luta do ano. Ele provou o quanto era bom vencendo Aoki e já tinha seu nome reconhecido como um dos melhores pesos leves do mundo. Aoki, depois disso, conseguiria uma sequência de sete vitórias sobre alguns bons nomes, como Tatsuya Kawajiri, Marcus Aurelio, Rich Clementi, o ex-campeão do WEC Rob McCullough e, a mais recente, contra seu ex-companheiro de treinos, Satoru Kitaoka.

A próxima luta de BJ Penn foi contra Frankie Edgar, no UFC 112 (10 de abril de 2010), em Abu Dhabi. Edgar estreou no UFC com uma luta que foi candidata à melhor luta do ano, contra Tyson Griffin, no UFC 67. Ele mostrou melhoras em seu jogo na luta contra Mark Bocek, no UFC 73, e contra Spencer Fisher, no UFC 78, mas teve a primeira derrota da sua carreira quando enfrentou Gray Maynard. Porém, logo ele voltou às vitórias contra Hermes Franca, Sean Sherk e Matt Veach. Originalmente, havia um rumor de que Maynard lutaria pelo cinturão, mas o UFC decidiu dar a chance a Edgar. Penn e Edgar acabaram fazendo uma luta de 5 rounds, com a maior parte em pé, com exceção de algumas quedas aplicadas por Edgar. No final da luta, Edgar venceu na decisão, porém muitos acharam que Penn, apesar de não estar em seus melhores dias, merecia a vitória.

Uma revanche foi marcada para o UFC 118 (28 de agosto de 2010) e muitos achavam que Penn, agora motivado e sem lesões, venceria Edgar sem maiores problemas. Mas um Edgar ainda mais confiante conseguiu dominar Penn e vence-lo, dessa vez de forma convincente. Foi uma apresentação espetacular de Edgar, vencendo BJ Penn como nenhum outro peso leve havia feito. Na mesma noite, Gray Maynard venceu Kenny Florian por decisão em uma luta de pouca ação. O até então invicto Maynard já havia vencido Dennis Siver, o próprio Edgar, Jim Miller, Roger Huerta e Nate Diaz, provando sua posição entre os melhores da categoria e ganhando um title shot.

Edgar e Maynard acabaram se enfrentando no UFC 125 (1 de janeiro de 2011). Maynard começou a luta com uma grande vantagem, quando ele chegou perto de nocautear Edgar ainda no primeiro round. Edgar inacreditavelmente se recuperou após um terrível primeiro round e controlou a maior parte do resto da luta em pé. No final, os juízes marcaram 48-46 Edgar, 48-46 Maynard e 48-48, resultando em um empate. Foi uma ótima luta, uma versão de MMA da luta de boxe entre Pacquiao e Marquez.

Gilbert Melendez voltou a lutar no dia 9 de abril de 2011, quase um ano depois de vencer Aoki, para lutar contra Tatsuya Kawajiri. Muitas pessoas acharam que o estilo de Kawajiri faria com que ele se adaptasse melhor que Aoki em solo americano. Infelizmente para o MMA japonês, não correu nada bem para Kawajiri, que foi destruído por Melendez com violentas cotoveladas ainda no primeiro round.

Originalmente, o campeão até 70kg do WEC, que sairia de uma luta entre Anthony Pettis e Ben Henderson, lutaria contra o vencedor da luta entre Maynard e Edgar. A última luta do WEC foi um dos maiores clássicos de todos os tempos. A luta estava equilibrada, até que, no último round, Pettis acertou o chute mais famoso da história do MMA, o "Showtime kick". Ao fim da luta, Pettis foi vencedor por decisão e lutaria contra Maynard ou Edgar, pela unificação dos títulos do WEC (que foi comprado pela Zuffa) e do UFC. Porém, o empate na luta pelo título do UFC fez com que houvesse uma terceira luta entre Edgar e Maynard, e Pettis acabou lutando contra Clay Guida. Mesmo passando maior tempo por baixo, muitas pessoas acharam que Pettis fez o bastante usando sua guarda agressiva para vencer dois rounds. Porém, os juízes deram a vitória para Guida.

A terceira luta entre Edgar e Maynard aconteceu no UFC 136 (8 de outubro de 2011). A luta começou como um replay da anterior, com Maynard quase nocauteando Edgar novamente no primeiro round. Edgar, mais uma vez ,mostrou uma resistência fantástica e se recuperou nos outros rounds, deixando a luta novamente equilibrada, o que fez com que muitos temessem outro empate na trilogia entre os dois. Porém, Edgar conseguiu nocautear Maynard com uma sequência de socos no quarto round, solidificando sua posição como o número um da categoria, de forma inquestionável.

Ben Henderson se recuperou da derrota para Pettis e venceu três lutas consecutivas no UFC. Ele venceu Jim Miller (que vinha de 7 vitórias seguidas no evento e era um dos lutadores mais cotados para disputar o título), Mark Bocek e Clay Guida, todos na decisão, mas de forma dominante. Com isso, Henderson ganhou a chance de disputar o título contra Edgar, no UFC 144. Foi uma luta equilibrada, que durou cinco rounds, com Henderson vencendo na decisão e se tornando o novo campeão da categoria. Embora algumas pessoas tenham achado que Edgar venceu, a diferença de tamanho entre os dois lutadores foi considerada um fator decisivo na luta, e muitos afirmavam que Edgar deveria descer de categoria. O próximo desafiante ao título pode sair de uma luta entre Jim Miller e Nate Diaz, pode ser Anthony Pettis, que, depois de perder para Guida, conseguiu vitórias sobre Jeremy Stephens e Joe Lauzon, ou até Gilbert Melendez, que após a compra do Strikeforce pela Zuffa, pode migrar para o UFC.

A categoria dos leves continua recheada de talentos, e algo que não mudou desde os tempos de Rumina Sato é que essa é a divisão de peso mais dinâmica e interessante do MMA, sempre trazendo ótimas lutas e excelentes desafios a quem quer que seja o campeão.

Editado por Gkizi

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Texto fodaço, valeu!

Incrível como ninguém consegue ser soberano por tanto tempo nessa categoria.

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O texto é muito foda, infelizmente poucos vão ler.

O autor do texto podia escrever sobre outras categorias tb.

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O texto é muito foda, infelizmente poucos vão ler.

O autor do texto podia escrever sobre outras categorias tb.

Taranta, eu pensei justamente isso. Já tinha mandado alguns e-mails pra ele falando sobre o texto e to só esperando ele me responder pra poder falar isso huauhahua.

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Muito interessante, resumidão, mas muito bom, agora quem ainda não viu a luta em que o Rumina Sato aplicou o armlock voador corre pro YouTube, fantástica, bem como Diaz x Gomi.

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