Entre para seguir isso  
Samir Batalha

'Seremos o único esporte global'

Recommended Posts

Entrevista mt boa e que não tinha lido ainda... o que chamou mais minha atenção foi sobre a possibilidade de Manaus no UFC ainda está viva.

-----

Dono do UFC, exclusivo: 'Seremos o único esporte global'

Dos cassinos ao mundo das lutas, Lorenzo Fertitta revela ao LANCENET! seus planos para o Brasil e o MMA

Daniel Leal e Felipe Mendes

Publicada em 15/01/2012 às 07:00

Rio de Janeiro (RJ)

Na madrugada deste domingo, durante o UFC 142, no Rio de Janeiro, Lorenzo Fertitta passou quase despercebido diante de astros como José Aldo e Vitor Belfort. Poucos devem ter se dado conta de que era ele o responsável pelo que viam. O maior acionista do UFC é o investidor que transformou o MMA em um esporte bilionário. Antes escondido nos bastidores do negócio, o americano de 42 anos vem entrando em cena para ser a cara do evento.

Hoje, Dana White é a voz do UFC. Ainda que simpático e atencioso, o presidente do evento é explosivo, conhecido por falar o que pensa sem medir consequências.

Lorenzo é o oposto. Calmo, tem voz baixa, mas firme e segura. Mede palavras sem fugir das respostas. A impressão é de que está o tempo todo no controle.

- Não posso falar nada, os caras não deixam falar nada deles (risos) - brincou Wanderlei Silva sobre o jeitão fechado do patrão.

A relação com o mundo das lutas começou por hobby. Lorenzo é um aficionado por artes marciais. Amigos contam que o empresário treina arduamente, mesmo sem nunca ter competido.

Porém, os investimentos no MMA são recentes. A formação do americano passa longe dos octógonos. Lorenzo estudou Artes e Ciências e se especializou em administração. Ao lado do irmão mais velho, Frank III, assumiu o controle da rede de cassinos do pai.

Em 1993, aos 24 anos, Lorenzo entrou no mundo dos negócios como “bebê jogado na água”, segundo o próprio. Ainda assim, expandiu a rede e aumentou a fortuna da família.

Dezesseis anos depois, uma reviravolta: a companhia entrou em falência devido a uma dívida de quase US$ 6 bilhões (R$ 10,8 bilhões). A rede culpa o colapso da economia mundial. Especialistas acreditam que, além da crise, pesou o insucesso de alguns investimentos.

A reestruturação levou dois anos. Em junho passado, os Fertitta retomaram 45% da nova empresa, com 18 cassinos em Las Vegas.

Lorenzo, no entanto, estava protegido financeiramente graças ao UFC. O empresário e seu irmão compraram o evento em 2001 por US$ 2 milhões (R$ 3,6 milhões). Hoje, a marca está avaliada em mais de US$ 2 bilhões (R$ 3,6 bilhões).

Apoio dos atletas

Lorenzo virou o UFC do avesso enquanto negócio. O primeiro passo foi investir na estrutura do evento. Montou fortes departamentos de mídia e promoção, desenvolveu agressivas estratégias comerciais e assumiu rígido controle de todo o processo.

Aliás, Lorenzo também se faz presente na relação com os lutadores. O empresário faz questão de estabelecer laços com seus contratados. No lado profissional, é visto como sério e justo. Ainda que pareça fechado, tem a simpatia dos atletas, sendo amigo de vários.

- Ele sempre foi ótimo comigo. Claro que se trata de um negócio e ele faz o que tem de fazer. Mas sempre foi mais do que justo comigo. Fora dos negócios, somos amigos, saímos - afirma o peso leve Gray Maynard.

Mesmo sem ter a concorrência de um evento à altura do UFC, Lorenzo faz questão de ter a confiança dos lutadores. E não poupa esforços para tal.

- Vou dar um exemplo: ele tinha compromissos e não poderia vir à luta aqui no Rio. Mas ele mudou a data do compromisso e virá num jato particular. Só para estar lá. Agradeço muito tudo isso - conta Chad Mendes.

A mesma atitude se dá com agentes. Lorenzo sabe detalhes de todas as negociações: valores, definição de combates e demissões.

- É uma pessoa de palavra. Realmente, tem muito carinho por todos os atletas, pelo esporte. Graças a Deus que o esporte está na mão deles (irmãos Fertitta). Caso contrário, não estaríamos aqui hoje - diz Ed Soares, empresário de vários lutadores, entre eles Anderson Silva e José Aldo.

Chegada ao UFC

A relação de Lorenzo com o MMA começou por gosto. Antes de se envolver comercialmente com o esporte, foi membro da Comissão Atlética do Estado de Nevada, onde fica Las Vegas. Em princípio, seu interesse se limitava ao boxe. A mudança aconteceu graças a uma amizade.

Companheiros desde os tempo de escola, Dana White reencontrou Lorenzo em um casamento. Na época, o atual presidente do UFC era instrutor de boxe e agente de alguns atletas de MMA, como o lendário Tito Ortiz. Dana topou ajudar o velho amigo a recuperar a forma física.

Novamente estreitos, os laços de amizade se tornaram uma oportunidade de negócio. Dana já desejava adquirir o ainda tímido UFC. Faltava um investidor. Lorenzo, então, foi convencido de que deveria se juntar ao projeto. O evento se tornou algo bem distinto do que o empresário vira pela primeira vez.

Lorenzo foi ao UFC convidado por Dana, para assistir a uma luta de Ortiz, em Nova Orleans. Segundo conta, era impossível saber que o evento aconteceria na cidade: estava mal localizado, sem divulgação e com baixa exploração comercial. Ainda assim, ficou encantado com o que se passou no octógono - o bastante para decidir investir.

Confira entrevista exclusiva com Lorenzo Fertitta, dono do UFC:

LANCENET!: Alguns clubes brasileiros estão se associando a lutadores. Como você vê esse tipo de parceria?

LORENZO FERTITTA: Só ajuda a divulgar os lutadores, já que o futebol é o esporte mais popular do Brasil. Então, acho que essa associação acaba nos ajudando.

LNET!: Há alguma possibilidade de uma parceria do UFC com clubes?

Não, não temos nada disso em mente. Cada vez mais aprendo sobre o futebol brasileiro e o que escuto é sobre as rivalidades. Queremos permanecer neutros. Somos a Suíça do futebol brasileiro (risos).

LNET!: A rivalidade entre clubes brasileiros pode prejudicar o UFC, em virtude dessas parcerias?

Espero que não. Você pode ser um torcedor do Flamengo, do Corinthians ou de qualquer outro clube, mas, no fim das contas, deve apoiar o lutador brasileiro. São heróis nacionais, independentemente do time que torçam ou estejam ligados. O país deveria estar unido, como na Olimpíada ou na Copa do Mundo.

LNET!: O que o UFC pode aprender com outros esportes?

Já aprendemos muito. A ideia do UFC é de um esporte de combate individual. E o desafio era dar uma marca a isso, criar uma estrutura. Nunca houve uma marca ligada ao boxe. Cada um lutava por si. Então, tiramos o que havia de bem-sucedido numa marca como NFL, NBA ou Fifa. E fizemos essa marca se tornar o guarda-chuva de todo o esporte. Naturalmente, buscamos ideias em como outras ligas se estruturam.

LNET!: E o que os outros esportes podem aprender com o UFC?

Uma das vantagens que temos é que na NFL ou na NBA há 32 times com donos diferentes e um comissário. É muito difícil fazer as coisas acontecerem e tomar decisões. O UFC pode tomar decisões muito rapidamente. Tudo passa por mim, meu irmão Frank e Dana White. Sentamos numa sala e, se quisermos fazer uma luta no Brasil em janeiro, fazemos e pronto. Não dependemos de donos descontentes ou franquias. A habilidade de tomar decisões rapidamente permite dirigir a companhia de uma forma muito dinâmica, quase como uma empresa de internet.

LNET!: Qual o próximo passo para o UFC enquanto negócio?

Uma das coisas em que estamos focados é seguir crescendo globalmente. Então, faremos nosso primeiro evento desde que assumimos a empresa (em 2001) na Ásia. Será no Japão. Estamos muito voltados para o mercado chinês, assim como o indiano. Vamos continuar aumentando o número de eventos e buscando melhores contratos de TV. Aqui no Brasil, temos um exemplo disso. Fechamos com a Globo e chegamos a um nível mais alto de exposição. Vamos seguir a estratégia que utilizamos para os Estados Unidos com o "The Ultimate Fighter": produzir talentos, ganhar exposição e chegar a uma grande plataforma, como foi a Fox. Fizemos basicamente a mesma coisa para o Brasil. Precisamos mantê-la para outras partes da Europa, da Ásia e da própria América do Sul.

LNET!: Depois do UFC Rio, o próprio Dana White disse que a HSBC Arena ficou pequena para o UFC. Por que a decisão de voltar para lá?

Agora, há opções muito limitadas de lugares para realizarmos nossos eventos. As instalações estão sendo renovadas para a Olimpíada e para a Copa do Mundo ou ainda estão em construção. Achamos que seria importante voltarmos já para o Brasil. E também falamos em como seria ter José Aldo aqui. Ele é um dos lutadores mais talentosos do mundo e achamos que seria uma ótima oportunidade de expor Aldo no mercado brasileiro, para que o povo brasileiro soubesse o quão grande é. Queríamos voltar de imediato. Dito isso, procuramos várias instalações diferentes, como o Morumbi. Sabemos que há grandes arenas na Amazônia. Fomos a Brasília. Procuramos onde seria a próxima oportunidade. Eventualmente, nos próximos anos iremos a todos esses lugares. Vocês sabem melhor do que eu que o Brasil é muito vasto.

LNET!: Você criticou o trânsito do Rio no Twitter. Acredita que a cidade está pronta para receber grandes eventos?

Tenho certeza de que há gente muito mais inteligente do que eu que estudou essa questão. Aparentemente, o Rio é uma das cidades mais emergentes do mundo, pois foi selecionada para dois dos maiores eventos do mundo, a Olimpíada e a Copa.

LNET!: Você tem conversado com políticos de diversas regiões do país. A prefeitura do Rio é patrocinadora do evento. Esse tipo de aliança é benéfico para o UFC?

Acreditamos que podemos levar grande benefício às cidades por onde passamos. No UFC Rio, tivemos um impacto de mais de US$ 40 milhões para a cidade. Se fizéssemos um evento em São Paulo para 100 mil pessoas, o impacto, provavelmente, triplicaria. Não são apenas locais que vão ao evento. Pessoas de todo o mundo comparecem gastando dinheiro em hotéis, restaurantes... E a transmissão atinge milhões de lares em todo o mundo. Mostra o Rio como ele é, encoraja as pessoas a virem aqui. No passado, as pessoas se perguntavam se era um lugar seguro. Isso mostra que, sim, é. É parte do benefício que trazemos.

LNET!: Sobre Manaus, o plano é mesmo fazer um evento no Sambódromo, para mais de 100 mil pessoas?

Sim, é lá que queremos fazer. Mas estamos atrás de uma estação mais seca, com menos chuva, o que tem sido difícil (risos)...

LNET!: Por que o UFC demorou tanto para voltar ao Brasil com importantes eventos?

Nosso primeiro foco foi estabelecer nosso negócio nos Estados Unidos. É onde estamos baseados, em Las Vegas, a capital mundial das lutas. E conseguimos isso. Chegamos ao ponto em que sair e expandir internacionalmente fazia sentido. O Brasil sempre foi um mercado importante para nós. Na história, teve grandes lutadores. Era apenas uma questão de tempo, de infraestrutura e de capacidade para voltarmos e executarmos. Uma das coisas que fazemos é manter um padrão de alto nível. Quando vamos a algum lugar, não economizamos nenhuma despesa. Tudo o que você viu no UFC Rio, desde o sistema de som até os telões, veio de Las Vegas. Fazer isso demanda muito tempo e planejamento. Por isso levamos tanto tempo para voltar.

LNET!: A África também faz parte dos seus planos?

Estamos construindo lentamente nossa rede de parceiros de TV na África. É um mercado muito complexo por possuir muitos países. Mas é algo em que estamos trabalhando. Temos uma popularidade enorme na África do Sul e sequer estamos na TV lá. É o último lugar do mundo que temos de conquistar.

LNET!: A TV, então, é o primeiro passo para isso?

Primeiro, você precisa estar na TV. As pessoas precisam entender o esporte, quem são os lutadores. Você precisa se estabilizar na TV para passar a um evento ao vivo. É um passo para crescer no mercado.

LNET!: Anderson Silva, George Saint-Pierre e Jon Jones parecem não ter mais adversários em suas categorias. Não chegou a hora de eles se enfrentarem entre si? Anderson contra GSP ou Jones...

Há alguns negócios não resolvidos antes. GSP ficará sem lutar por cerca de nove meses devido a uma cirurgia. Acho que a luta que todos querem ver

nessa divisão é contra Nick Díaz. Sobre Jon Jones, ele vai lutar com o vencedor de Rashad Evans e Phil Davis. Rashad e Jones eram colegas de equipe e poderão se enfrentar. Seria um rival melhor. E, sobre Anderson, ele limpou sua categoria, mas as pessoas precisam se lembrar da luta contra Chael Sonnen. Chael venceu quatro rounds e três quartos do último, até que Anderson conseguiu derrotá-lo. Acho que os fãs querem ver uma revanche. O que posso dizer é que, se seguirem vencendo, provavelmente Anderson enfrentará Jon Jones antes de enfrentar GSP. Faz mais sentido.

LNET!: Por que é possível acreditar que o UFC será o maior esporte do mundo?

Não há dúvida na nossa cabeça de que será. Esportes podem ser populares em um país, mas não em todos. Quando falávamos que o UFC seria o esporte mais popular do mundo, as pessoas diziam que estávamos loucos. O que as pessoas esquecem é que o futebol americano só é popular nos EUA. O único esporte que é popular no mundo todo é o futebol. Mas não é popular no maior mercado do mundo, os Estados Unidos. Temos a habilidade de ser popular em cada país do mundo. Estamos nos tornando, verdadeiramente, o único esporte global.

Editado por Samir Batalha

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites
Convidado KratosCS

Li toda a entrevista, nada muito diferente do que o Dana já fala, o que mostra que realmente os interesses dos sócios estão alinhados.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

é apenas um sonho.

O UFC está bem próximo do público máximo que o MMA pode conseguir. E não esqueçamos, quem demais cresce, acaba explodindo e desaparecendo. Nunca se igualará ao futebol no Brasil ou ao Superbowl nos EUA

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

O chefão escolhe muito bem as palavras, principalmente quando fala sobre UFC e Futebol, dá uma alfinetada nas torcidas sobre a rivalidade e sugere que o público aceite a fusão.

Gostei da possibilidade de rolar Spider x Jones.

Tomara que Spider não se aposente antes ou que virem amigos, rs.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Se eles entrarem bem na China (há cultura de luta, mas um governo complicado) e na Índia já seria um grande passo...

Talvez só a Africa do Sul recebendo o evento, pra prestigiar a África toda... O resto seria mais tv mesmo.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Muita gente aqui esquece o passo da economia global, o que carrega o futebol e a formula 1 é a europa, a europa está em crise num declinio total, os EUA é a maior economia do mundo e um dos paises mais populosos tb, o que ele falou foi bem sensato, o china e a india somam 1/3 da população muundial, e tem economias fortissimas, china ta em segundo, pra vcs terem ideia a china soma quase 3 vezes a população da europa, somada com brasil, japão, EUA, india... isso daqui 10 anos o MMA pode sim ser um esporte global, coisa que a formula 1 e o futebol estão longe disso...

Como eu disse hj o mundo mudou, a 10 anos atrás a china era menosprezada, india esses paises não contavam em nada, a europa era forte e os EUA tb ai só existia esse eixo então futebol e formula 1 tb ficaram fortes... agora a economia mudou e está mudando, na china não existe futebol.... se alguém falar que o futebol é global está completamente equivocado ta longe de ser e numca será global, porque já existe a mais de 100 anos e não caiu no gosto de muitos paises que são pontencias hj...

O MMA passar o futebol no brasil numca vai acontecer, como numca vai passar o futebol americano nos estados unidos, como não vai passar o rockei no gelo no canada e o rugbi na australia, mas tem tudo pra ser o segundo esporte nesses paises, e ser o primeiro em muitos outros...

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

É como sempre digo: Dinheiro traz dinheiro. Se os irmãos Fertitas não tivessem herdado uma mega herança, muito provavelmente, o UFC não teria recebido o investimento que recebeu e não seria esta Marca fortíssima que é hoje.

Teve o lado do Dana em acreditar, nos Gracies terem a idéia de bolar o evento, mas sem dinheiro, nada disto que vemos hoje teria ocorrido.

O que vir destes caras aí, eu acredito. Se eles falarem que o MMA será o esporte mais popular do mundo eu acredito. Basta ver o quão longe eles levaram o UFC.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

SPIDER X JONES ?

Será? O Lorenzo deixou no ar que se o Jones vencer seu próximo desafio e o Spider também (provavelmente Sonnen), faria sentido os dois se enfrentarem...

Que luta, seria interessante!

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

O chefão escolhe muito bem as palavras, principalmente quando fala sobre UFC e Futebol, dá uma alfinetada nas torcidas sobre a rivalidade e sugere que o público aceite a fusão.

Gostei da possibilidade de rolar Spider x Jones.

Tomara que Spider não se aposente antes ou que virem amigos, rs.

É mais fácil o João Carvalho do bbb virar homem do que essa luta acontecer, infelizmente.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Crie uma conta ou entre para comentar

Você precisar ser um membro para fazer um comentário

Criar uma conta

Crie uma nova conta em nossa comunidade. É fácil!

Crie uma nova conta

Entrar

Já tem uma conta? Faça o login.

Entrar Agora
Entre para seguir isso