Pedro Rizzo Entrevista

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Um dos grandes representantes brasileiros de todos os tempos no UFC, o striker Pedro Rizzo aceitou o convite da TATAME e respondeu à sabatina dos assinantes da TATAME. No bate-papo que você fez com o peso pesado, ele relembra grandes momentos de sua carreira, fala sobre a influência de Marco Ruas e sua importância no início do cross training, comenta a luta contra Tim Sylvia, analisa a categoria no UFC, apontando Cain Velasquez como o melhor peso pesado do mundo na atualidade, e muito mais.

Você vem de três vitórias contra caras grossas. Ainda pensa em voltar ao UFC? (Sandro Lacerda)

Penso. Mas eu tenho que fazer a minha parte, que é ganhar as minhas lutas, e eu estou fazendo. Eu vou lutando, se eu tiver ganhando, isso vai ser conseqüência, mas eu não fico pensando que tenho que ganhar cada uma das minhas lutas para voltar ao UFC. Eu luto pensando luta a luta, como competidor. Se eu tiver apto e vencendo minhas lutas, o chamado, um dia, vai vir e um dia eu vou voltar. Tenho que voltar a lutar em alto nível. Tenho que ganhar minhas lutas para poder voltar a lutar em alto nível. O UFC é o maior evento e, como todo atleta e competidor, eu quero lutar com o melhores no maior evento.

Há alguma luta marcada no momento? Qual é a sua motivação para continuar treinando? (Sandro Lacerda e Renato Tortolero Araújo Lourenço, Luis Maluf, Sandro Lacerda e David Domingues Gonçalves Filho)

Não. Estou muito motivado por causa dessa luta com o Tim Sylvia. Inclusive o evento se chama War in Mainland, e eu subi e desafiei-o e ele aceitou. Não tem nada marcado, nada assinado, mas verbalmente aceito dos dois lados para a gente lutar. Acho que chegou a hora, é um clássico, ele é um cara que é ex-campeão do UFC, um cara duríssimo, então eu acho que vai ser uma boa luta porque vai dar para ver em que nível que eu estou, se eu vou poder voltar a lutar com os melhores ou não. Então é uma luta que eu tenho uma grande expectativa e eu já estou treinando para ela. Pelo que me informaram, não tem nada certo ainda, mas acredito que vá ser na primeira semana de dezembro. É o que me informaram.

Qual sua luta mais marcante e qual a melhor luta de MMA que você já viu? (Sandro Lacerda)

Luta mais marcante da carreira? Tive tantas... Mas, vamos botar aí eu e (Tank) Abbott no UFC Brasil. Foi a minha entrada para o UFC, foi o começo do reconhecimento porque o UFC foi realmente o evento que me impulsionou para tudo que eu tenho até hoje. Tudo que eu tenho até hoje, eu devo ao UFC. Foi a luta mais marcante para mim porque foi no Brasil, Ultimate Brazil, em São Paulo, no estádio da Portuguesa, todo mundo torcendo e vibrando, foi inesquecível. Tivemos grandes batalhas... Essa é difícil. Acho que Mirko (Cro Cop) e Fedor (Emelianenko), foi um lutasso.

Em quem se inspira nas lutas? O que o Marco Ruas significa na sua vida? (Sandro Lacerda)

Eu me inspiro no Marco. É o cara que eu sempre olhava para frente e, no Vale-Tudo, você tem que ser conhecido como casca-grossa, como um bom lutador. Eu nunca pensei em ganhar dinheiro e viver disso. Isso que eu tenho hoje é um sonho, que é viver do MMA. O Marco é o cara que eu mais me inspiro, o cara que me ensinou tudo, o cara que, desde 1991, falava para mim: “Pedro, tem que ser completo. O atleta do futuro é esse, é o esporte do futuroâ€. Porque ele falava isso, eu não sei, vai ter que perguntar a ele, mas ele já falava isso antes do UFC, em 1991, 92.

Como você vê a evolução gradativa dos eventos e atletas de MMA no Brasil? E qual dica você daria? (Diego Lopes Magalhães Santos)

Acho que cada vez estão surgindo mais talentos, o Brasil é uma fábrica de talentos. Agora, com a explosão esporte, todo mundo já cresce ídolo, todo mundo já cresce sabendo em pé, no chão... Todos os atletas grandes já treinam para serem atletas de MMA, ninguém treina mais para ser campeão de Jiu-Jitsu, de Muay Thai para depois migrar para o MMA. Hoje, todo mundo já treina pensando em lutar o MMA, então são atletas muito mais bem preparados do que o pessoal da antiga porque virou uma nova modalidade de luta, é um novo meio de vida, as pessoas vêem que dá para ganhar dinheiro, dá para viver disso, então os atletas novos têm muito mais motivação para se tornarem melhores a cada dia do que o pessoal tinha antigamente. Hoje em dia, todo o dia vai surgir um novo talento, uma nova geração vindo, cada vez mais dura. O esporte vai subir cada vez mais o nível.

Quem é Pedro Rizzo fora dos ringues, fora da vida de atleta? (Florisvaldo Moreira dos Santos Neto)

Eu sou um cara normal, sou eu mesmo. Quem vir o Pedro Rizzo fora dos ringues sabe que eu sou o pai da Lara e marido da Glaucia. Eu sou normal como qualquer um, um atleta normal. Vou todo dia para a academia, tenho minhas contas para pagar, tenho minhas dificuldades, como todo mundo, sou um cara tranquilo, normal, vivo para a minha família e sou apaixonado pelo meus cavalos, quase fui veterinário, então a minha vida é essa: família, academia e os cavalos.

Você deu um exemplo de humildade e respeito aos fãs ao final da luta no Bitetti Combat ao apoiar-se nas grades e fazer o gesto de "mais ou menos" para a platéia, indicando que não havia se saído tão bem quanto esperava. Confesso que foi a melhor luta da noite, com dois monstros sagrados do MMA. Já que voltou a competir em alto nível, quais suas pretensões no acirrado mundo do MMA? (Julio Andrade)

O que me motiva para acordar todo dia e viver do MMA é o MMA por si só, eu amo esse esporte. Como a nova geração tem uma motivação a mais pela parte financeira, eu não. Quando eu comecei a lutar MMA, eu pensava em ganhar um troféu, em ser campeão, em ter um reconhecimento como um bom lutador... É diferente do pessoal de hoje em dia. Então eu amo esse esporte, independente de grana ou não. Eu luto esse esporte há muitos anos e nunca lutei pelo dinheiro, sempre subi no ringue pelo amor ao esporte e o dinheiro é conseqüência de tudo que eu fiz. Minhas pretensões hoje são de lutar. Quero ser o melhor, continuar evoluindo e tentar ser o melhor sempre e poder voltar entre os tops. Minha pretensão é voltar a lutar entre os 10 melhores. Espero conseguir... Estou treinando, trabalhando, mas eu vivo luta a luta, como eu falei: o que eu tenho que fazer é vencer minhas lutas. O que vai acontecer, só Deus sabe.

O que você acha dos lutadores que se esquecem ou deixam de lado suas origens marciais ao se preparar para o MMA? (Clauber Rocha)

Isso é um negócio complicado porque hoje em dia mudou a mentalidade das pessoas, mudou a mentalidade do esporte. Todo mundo quer evoluir, todo mundo quer buscar os melhores treinos em qualquer lugar. Eu sou um cara que tive sorte em ter o Marco Ruas, que é um cara que tem a cabeça aberta, pois ele me mandava treinar em outros lugares. Me mandava treinar chão não sei aonde, treinar na Holanda, vai treinar Jiu-Jitsu... Ele foi o maior incentivador, então eu tive um treinador que me empurrou para lutar em outros lugares. Por isso que eu tenho essa lealdade a ele. Tudo que eu tenho hoje eu devo a ele. Todo o meu caráter, tudo que eu tenho hoje na minha vida, eu devo a ele. Eu acho que você tem que saber, não é nem só na luta, mas na vida, você tem que saber quem te ajuda, quem te dá força quando você não era nada, quem foi um degrau na sua vida para você poder subir, quem são os caras que te empurraram para cima, para frente. Isso não é da luta, é do ser humano. Você nunca pode ter uma ingratidão. Você tem que ser um cara grato a todos que te ajudaram, você não pode esquecer nunca. Às vezes com uma palavra você demonstra a sua gratidão, então é bom você demonstrar a gratidão para quem te ajudou. Quem não tem isso, deve ser um ser humano triste porque o cara não se apega a nada, acha que ele fez tudo... Deve ser muito triste viver assim. Você tem que sempre voltar às suas raízes e saber que você não chegou ali sozinho. Ninguém chega sozinho lá em cima, todo mundo chega com alguém ajudando e você não pode se esquecer disso.

Na sua opinião, qual é o lutador mais temido no MMA? (Renato Tortolero Araújo Lourenço)

Essa é difícil. Não tenho a menor ideia. Não existe invencível, cara. Nem quando o Fedor estava invencível, eu nunca o vi como temido, mas sim como um desafio para todos. Temido no MMA, aquele cara que ninguém quer enfrentar? Não sei. Acho que, hoje em dia, no nível que o esporte está, não existe isso de mais temido. Existem desafios e vai ter sempre alguém para bater. Mas não existe invencível.

Acompanho sua carreira deste o inicio e sempre me orgulhava de suas vitórias na época em quem nem era necessário a utilização de luvas para os combates. Com essa crescente no MMA, quem saiu ganhando e quem saiu perdendo com o acréscimo de regras e equipamentos de segurança? Você faria uma luta sem utilizar luvas novamente? (Renato Tortolero Araújo Lourenço)

Eu faria luta sem luva com certeza. Eu lutei sem luva, lutei umas 9 ou 10 lutas sem luva na época que valia tudo: cabeçada, chutar no chão, valia tudo... Era ótimo! Foi o começo de tudo, mas as regras vieram para popularizar o esporte. Não posso falar que as regras foram ruins, elas foram ótimas. Olha onde o esporte está hoje e olha o que era o esporte antes. Você entrava lá, virava carnificina... Hoje o esporte está ótimo por causa das regras, se popularizou por causa disso. Você conseguiu fazer virar um entretenimento, um grande esporte por causa das regras, do uso de luvas, de atletas bem preparados. Limitar algumas regras foi importante para a popularização do esporte, mas eu gostava muito da regra do Pride também, onde valia chutar no chão e essas coisas e da regra nova do UFC, que permite as cotoveladas... Acho que um misto das duas regras seria o ideal. Mas, eu acho que o MMA cresceu devido às regras, ao tempo dos rounds, devido à motivação que os juízes impõe nas lutas, não deixando os atletas ficarem parados, tem que ficar se mexendo, lutando. Foi necessário isso. A regra é necessária para manter a luta como um entretenimento, então eu não posso falar mal delas. Eu aceitaria lutar sem luvas e regras, como era antigamente. Acho que todo mundo está ganhando dinheiro e vivendo disso, então ninguém pode alegar que foi prejudicado por causa das regras. Não existe isso, o esporte é isso. Hoje em dia todo mundo treina em torno dessas regras, todo mundo conhece as regras, você se forma dentro das regras.

Vejo vários lutadores como você, com um pouco mais de idade, mas lutando em alto nível, porém acabam não sendo chamados para os grandes eventos. Não seria interessantes se os eventos criarem uma divisão de lendas do MMA? (Carlos Frederico Peroba Carneiros Pontes)

Não, porque aí acaba a motivação. O legal é você lutar com a garotada (risos). Eu tenho 36, mas o legal é você ver que ainda é competitivo, no Jiu-Jitsu, no adulto, porque hoje em dia tem as categorias máster e sênior... Um cara que eu acho do caramba é o Helvécio. O cara está com uns quarenta e tal e está lutando no adulto, isso que é legal. Isso que motiva o cara a lutar e eu acho muito legal. Eu não acho que devam fazer um máster, uma categoria de maior idade, não vai atrair o público. Eu acho que o real é a competitividade e a vontade de competir.

Você é a favor de duelos e desafios do tipo "Davi x Golias", ou na sua opinião da forma como está hoje divido por categorias está bom? (Renato Tortolero Araújo Lourenço)

Eu acho que esse é o melhor formato. Está aí a explosão da mídia, do esporte... É devido a isso, isso faz parte das regras que foram adotadas. É necessário porque não tem como hoje em dia, com o conhecimento e o nível que está hoje... Os atletas estão em tal nível hoje que é difícil um leve ganhar de um peso pesado porque o peso pesado, hoje em dia, é cheio de caras preparados, não é que nem antigamente, que você ia lutar com alguém mais leve em uma modalidade que o mais leve tinha armas para vencer o mais pesado. Hoje em dia fica muito difícil um cara mais leve vencer o mais pesado, está todo mundo muito completo. O melhor formato é esse: tem que dividir por pesos, tem que ter as regras. Por isso tudo é que o MMA é o que é hoje.

Qual o lutador que você mais sentiu prazer em vencer? E quem você preferiria enfrentar: Fedor Emelianenko ou Brock Lesnar? (Scheila Bendo Ferreira)

Eu acho que o prazer da vitória vem em todas as vitórias, não tem uma luta que eu tive mais prazer em vencer. Todos os atletas que eu enfrentei foram respeitosos comigo, ninguém nunca falou nada, nunca levai para o lado pessoal, sempre fui atleta. Eu subo no ringue para lutar com qualquer um, independente de quem seja, a motivação é a mesma, é a motivação de vitória. Essa é a motivação que eu tenho quando entro no ringue, é a de vencer as minhas batalhas. Eu enfrento qualquer um. O Fedor é o maior peso pesado de todos os tempos, perdeu para o Fabrício (Werdum), que é brasileiro e um grande atleta de Jiu-Jitsu. O Fedor ainda é o maior desafio, eu adoraria poder lutar com ele. Acho que escolheria ele para lutar, apesar do Brock ser campeão do UFC. Acho que eu preferiria lutar com a lenda, seria uma honra lutar com o Fedor, estar dentro do ringue junto com ele e disputar seria ótimo.

Você foi papai recentemente, curiosamente na mesma época da melhora do seu rendimento. Acha que a paternidade foi realmente uma motivação a mais? (Julio Andrade)

Se você perguntar se eu fiquei com mais vontade de lutar depois que eu virei pai, eu vou dizer que sim. Isso te motiva, dá vontade de ganhar as coisas. Eu luto porque eu quis ser lutador. Podia ter sido veterinário, tive estudo, estudei em faculdade federal a minha vida toda, mas eu quero poder dar oportunidades para a minha filha e, para isso, eu tenho que subir no ringue e lutar para ganhar o dinheiro para poder dar todas as possibilidades para ela. Mas eu não fui pai não. A motivação de subir no ringue vem da família porque eu tenho que ir lá e ganhar dinheiro porque tenho uma família para defender.

Para você, quem é o melhor peso por peso do mundo? (Adriano Sutil de Oliveira)

Essa é difícil, é bem difícil. Cara, eu gosto muito do (Maurício) Shogun. Acho o Shogun muito bom, tem um pé excelente, um chão bom para cacete, eu gosto ver o Shogun lutar. Ele é um cara que me surpreende. É lógico que o Anderson (Silva), o (Georges) St Pierre, o Fedor (Emelianenko)... Os de sempre. Mas o Shogun, pela volta que teve, por ter ganhado e a forma que ele ganhou as lutas dele no UFC sempre impressiona.

Anderson Silva e suas "brincadeiras" no octagon, contra o Demian. O que você acha disso? (Adriano Sutil de Oliveira)

É difícil falar dos outros, sobre o que aconteceu... Eu acho que o Anderson estava ali querendo lutar, estava emocionalmente dentro do ringue. Dentro do ringue, as suas emoções mudam, o seu jeito de ser muda. É adrenalina, é pressão, é tudo... Eu não concordo com a atitude do Anderson de ficar falando com o Demian no meio da luta, mas é o jeito do Anderson. Ele é um grande lutador, um grande atleta, um grande campeão, é o cara mais vitorioso no UFC, bateu todos os recordes do evento... Eu não faria, mas não é que seja errado, é o jeito dele. Eu prefiro não criticar e falar que o Anderson está errado, isso ou aquilo. Aconteceu, já está tudo resolvido fora dos ringues, já conversaram, o assunto já morreu e agora é bola para frente. O Demian vai trilhar o caminho dele e vão se encontrar de novo, se Deus quiser. Espero que seja uma ótima luta dos dois.

O que você acha da mídia brasileira, que coloca os jogadores de futebol no topo e esquecem das outras modalidade de esporte, onde brasileiros estão se consagrando? (Rodrigo de Oliveira Barbosa)

Eu acho a mídia nacional uma vergonha. O futebol não é assim só no Brasil, o negócio é mundial, é o esporte que mais movimenta o mundo. A Copa do Mundo movimenta mais do que uma Olimpíada, isso é um absurdo. As Olimpíadas têm várias modalidades e a Copa do Mundo com um só esporte e é mais popular do que uma Olimpíada. A mídia tinha que dar mais atenção para o MMA, que é um esporte brasileiro, nacional. É o filho bastardo que foi para fora, ficou famoso e rico e volta de galã, de ator de Hollywood. É ridículo isso. É um esporte nosso, nacional, que a gente tinha que cultuar desde o começo. O patinho feio teve que ir para fora para virar cisne. Virou cisne e agora você aí nas cadeiras do MMA, do Ultimate, os atores todos de Hollywood, a elite americana e agora ficou bonito aqui. Teve que sair do nosso país para virar alguma coisa.

Para começar a lutar MMA hoje, qual luta você acha a melhor opção para a “baseâ€? (Rodrigo Alves de Oliveira)

Eu vim da luta em pé e depois aprendi chão. Começa no Wrestling porque ele é o meio das lutas. Quando você ruim em pé, você derruba e quando você tiver ruim no chão, você não se deixa derrubar. O Wrestling é o meio do MMA, é onde você determina para onde você quer ir na luta, então eu focaria bastante no Wrestling, seria um bom wrestler e, ao mesmo tempo, ia treinando, em conjunto, a parte de chão e a parte de Muay Thai para poder determinar para onde eu iria querer levar a luta.

O quanto você acha perigoso o Wrestling de caras como Lesnar, Carwin e Velasquez? (Gustavo Werle Ribeiro)

O cara que mais me impressionou nos últimos anos foi o Cain Velasquez. Esse cara... As transições dele de luta em pé para agarrar são impressionantes, a força que ele tem. Ele levantando o Ben Rothwel de 120kg igual um saco de batata me impressionou, a facilidade com que ele venceu aquele cara foi absurda. A mobilidade que ele tem por cima, de bater... Ele é um cara muito bom no Jiu-Jitsu também. Sabe se movimentar, sabe se defender, bate de um lado, bate do outro. Não é um cara 100% em pé, mas está melhorando, a cada dia, o jogo dele em pé. Ele está ficando um dos mais perigosos porque está ficando bom em pé e é bom de Wrestling. A luta é ruim para ele em pé, ele bota para o chão. A luta é ruim para ele no chão, ele vai manter a luta em pé. Para mim, o Cain Velasquez é hoje o melhor peso pesado do mundo, o cara mais habilidoso e com mais armas para vencer. O Wrestling dele é impressionante. Com certeza, o Cain Velasquez é hoje, para mim, a maior pedreira do UFC. Mas o Cigano está crescendo muito e tem grandes chances de ser campeão do UFC.

Você acha que o ensinamento do Jiu-Jitsu e suas "malandragens" aos gringos poderá nós ocasionar um tiro no pé no futuro, ou o Jiu-Jitsu ensinado lá fora é pouco diferente do nosso nativo? (Raoni Rodrigues)

Acho que não. O que tinha que prejudicar já foi... Os caras estão treinados, estão bons, está todo mundo bom nisso. Não tem mais nada de novo que você vá ensinar e vá mudar a luta. Hoje em dia está todo mundo super bem treinado em tudo, então não tem essa. O esporte se popularizou no mundo, então não tem isso de que o cara não vai ensinar isso ou aquilo. Você tem que fazer a sua parte e esquecer os outros, tentar ser o melhor possível como lutador, como atleta, é isso que vai fazer a diferença porque está todo mundo nivelado. Acho que isso é uma nova força de trabalho para o brasileiro, acho que o pessoal tem que ir lá para fora mesmo, ganhar o dinheiro deles porque você paga a conta no final do mês. Ninguém vai pagar as contas do pessoal, então tem que treinar, tem que ensinar o pessoal que for. Isso não tem nada a ver. Existe uma nova modalidade que é o MMA. Não adianta, só com o Jiu-Jitsu você não ganha uma luta. Você tem que ser completo: bom em pé e bom de Wrestling. Se você for bom de Jiu-Jitsu, mas não souber derrubar, como você vai fazer Jiu-Jitsu? Vai sentar a bunda no chão? Hoje em dia ninguém faz isso. É a evolução do esporte. Hoje em dia existem atletas formados e excelentes em todas as modalidades pelo mundo todo, então acho isso besteira.

O que você achou da vitória de Werdum sobre o Fedor? (Glayson de Moura Gandra)

Achei ótima. Como eu falei, acho que o Fedor perder já foi uma grande coisa porque o cara estava invencível, ninguém ganhava dele... O Fedor é o maior peso pesado que já existiu, mas dentro do ringue é você e o cara, então chega uma hora que você perde. O outro cara é melhor do que você e melhor ainda porque foi um brasileiro. O esporte é nosso, o esporte é nacional e eu sou também um nacionalista. Eu queria que os campeões de todos os pesos fossem brasileiros. A gente tem que ter essa hegemonia. Assim como tem no futebol, tem que ter no MMA, o esporte é nosso. Eu acho que temos os melhores atletas, mais bem preparados, os caras que têm mais raça, tem tudo. A gente tem o Jiu-Jitsu, temos lutadores misturados. Os russos são bons de Wrestling, são bons boxers. O justo seria o título ficar sempre entre Brasil e Rússia. Os Estados Unidos estão correndo por fora com atletas super bem preparados. Eu achei ótimo o Fedor perder para o Fabrício dentro de uma arte brasileira, que é o Jiu-Jitsu.

http://www.tatame.com.br/2010/10/10/Pedro-Rizzo

Editado October 10, 2010 por PMCD

[ErickSandro 0]

o chamado, um dia, vai vir e um dia eu vou voltar. Tenho que voltar a lutar em alto nível. Tenho que ganhar minhas lutas para poder voltar a lutar em alto nível. O UFC é o maior evento e, como todo atleta e competidor, eu quero lutar com o melhores no maior evento.

Eu acredito em vc Pedro, boa sorte nessa caminhada.

[Diego85 0]

Para começar a lutar MMA hoje, qual luta você acha a melhor opção para a “baseâ€? (Rodrigo Alves de Oliveira)

Eu vim da luta em pé e depois aprendi chão. Começa no Wrestling porque ele é o meio das lutas. Quando você ruim em pé, você derruba e quando você tiver ruim no chão, você não se deixa derrubar. O Wrestling é o meio do MMA, é onde você determina para onde você quer ir na luta, então eu focaria bastante no Wrestling, seria um bom wrestler e, ao mesmo tempo, ia treinando, em conjunto, a parte de chão e a parte de Muay Thai para poder determinar para onde eu iria querer levar a luta.

Concordo plenamente.

Abre o olho atletas brasileiros...

[Cunecao 0]

Sou fã escrotamente do Pedro. Exemplo de atleta e de homem.

[Convidado marrcos]

Anderson elogiou muito o Vitor, mas falou que ja lutou com pessoas mais duros , isso eu nao concordo com ele,entao quem e o mais duro , Dan Henderson, Sonen, Lutter ??? so tem esses que considero duro e que deu trabalho.

[Dean Vinchester 0]

Pedrao é casca demais

[Lek_SP 0]

Pedrão falou a real, boa entrevista. Excelente ser humano.

[Loucutor 0]

"...uma nova geração vindo, cada vez mais dura. O esporte vai subir cada vez mais o nível."

concordo com ele. Aldo o que é?

já o Rickson acha q o nível está ficando baixo...

"...ter uma ingratidão. Você tem que ser um cara grato a todos que te ajudaram, você não pode esquecer nunca. Às vezes com uma palavra você demonstra a sua gratidão, então é bom você demonstrar a gratidão para quem te ajudou. Quem não tem isso, deve ser um ser humano triste porque o cara não se apega a nada, acha que ele fez tudo...'

Cacarecoooo!?! rsrsrs

sabe tudo . qdo fala da importância do wrestling então... deu aula.

Arona e Cacareco, por ex., são talentos naturais p queda. Talvez o Feijão e o Toquinho tbm...

o resto tem q treinar muito. Nogueiras brothers, Demian, Thiago Pit Bull e por aí vai.

[Animus Necandi 0]

Pedro Rizzo: Taí um cara querido por todos. Esse é foda em todos os sentidos. Grande lutador, grande ser humano. Podia, talvez, ter tido mais sorte. Acho que tinha potencial para ter ido ainda mais longe.

[paulo dorn 0]

Até hoje acho que ele ganhou a 1 luta contra o randy couture.......falta de sorte,se ele tivesse ganho a história hoje seria outra...

[minhoca 0]

Cara o Pedro Rizzo é sinistro torço pra ele ainda lutar num evento de grande porte como o UFC e o Strikeforce ele merece o cara perdeu o titulo do UFC injustamente para o Randy Couture, espero que ele ganhe 1 ou 2 lutas e volte para os grandes eventos so pelos comentarios vc ve q o cara é sensato.

[JPHD 0]

Pedro Rizzo = Exemplo de atleta e ser humano.

Tem muito lutador consagrado que podia aprender bastante com o Pedro, principalmente em termos de humildade.

Sou fã incondicional do "The Rock"!