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André Filho

Combate Memória: há dez anos, Cris Cyborg e Gina Carano eram as primeiras mulheres a liderar card

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Em 15 de agosto de 2009, brasileira e americana faziam a luta principal do Strikeforce, na Califórnia, em evento que tinha outras disputas de títulos e nomes como Mousasi e Werdum

Por Combate.com — Rio de Janeiro

15/08/2019 17h04  Atualizado há uma hora

 
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Cris Cyborg com seu cinturão após vencer Gina Carano no Strikeforce — Foto: Esther Lin/Forza LLC / Getty Images

Cris Cyborg com seu cinturão após vencer Gina Carano no Strikeforce — Foto: Esther Lin/Forza LLC / Getty Images

 

Há exatos dez anos, duas lutadoras faziam história dentro do cage. Em 15 de agosto de 2009, a brasileira Cris Cyborg e a americana Gina Carano eram as primeiras mulheres a liderar um grande evento de MMA nos EUA. Na cidade californiana de San Jose, no hoje já extinto Strikeforce - mais tarde comprado pelo UFC -, as duas abriram as portas para que nomes como Ronda Rousey, Miesha Tate, Amanda Nunes, Cat Zingano, Joanna Jedrzejczyk e Jéssica Andrade, entre outras, pudessem ser estrelas nas artes marciais mistas.

Num cenário ainda mais desafiador para as mulheres do que é hoje, Gina Carano era à época a mais famosa das lutadoras de MMA, mas ainda mais explorada midiaticamente por sua beleza que pelas qualidades técnicas. Até enfrentar Cris Cyborg, aos 27 anos, a americana tinha vencido todas as sete lutas que havia feito. Ao mesmo tempo, já tinha participado de filmes e séries de TV. Definitivamente, era a queridinha no esporte, posto que Ronda Rousey assumiria anos depois.

Três anos mais nova que Carano, Cris Cyborg, ao contrário, chamava a atenção pela força bruta em suas lutas. A brasileira também chegava ao duelo com sete vitórias no cartel, mas tinha uma derrota contabilizada logo em sua estreia como profissional. Pouco antes disso, a lutadora surgida na renomada academia Chute Boxe tinha decidido se mudar para os EUA. E foi a luta contra Carano que a alçaria a voos cada vez maiores.

A luta de um round

Pelo cinturão inaugural do peso-pena (até 65,8kg) no Strikeforce, Cyborg e Carano fecharam o evento com uma luta que não passou do primeiro round. Logo que o gongo soou para o início, a brasileira partiu com agressividade para cima da rival, colocando socos perigosos, mas se descuidou e foi derrubada. Carano, no entanto, nada fez no chão.

Cyborg, imbuída de manter o duelo de pé, caçou Gina Carano pelo octógono, mas chegou a engolir alguns jabs, mesmo que sem força o bastante para derrubá-la. Já no fim do round, a brasileira ficou por cima e tentou a finalização, mas acabou com o confronto restando um segundo para o final ao disparar uma saraivada de golpes na cabeça da americana. Começava ali, com o cinturão do Strikeforce, a “Era Cyborg” no MMA feminino.

- Estou muito feliz, quero agradecer à Gina por essa oportunidade de lutar com ela. Quero agradecer às pessoas que vieram ver essa luta, porque treino muito para isso, sempre sonhei em ter um cinturão, e quero agradecer a presença de todos vocês (...). Treinei para os cinco rounds, sei que a Gina é uma lutadora dura, boa, até porque por isso que teve essa promoção toda. Sabia que a luta não seria fácil, e por isso treinei duro. A vitória seria consequência - disse Cyborg após a vitória.

- A chave de hoje foi treino muito duro, estou há cinco anos treinando, buscando o cinturão, buscando uma oportunidade. Quero agradecer ao Striforce que me deu essa oportunidade de fazer essa grande luta, e vai ter muito mais ainda, quero dar mais show para vocês. Treino para vocês (...). Quero agradecer mais uma pessoa que teve um dedinho nessa vitória, que me deu treino desde o começo, que é o mestre Rafael (Cordeiro). Considero muito você - completou a lutadora, que ainda tinha em seu córner o então marido Evangelista Cyborg, de quem herdou o apelido.

 

Parabéns de Gina

 

Nesta quinta-feira, a brasileira usou as redes sociais para lembrar da histórica luta, e o post ainda ganhou comentário de Gina Carano parabenizando pelo duelo. A americana também fez questão de relembrar o encontro entre elas.

 

Tempos de preconceitos

Para se ter uma ideia do cenário feminino em 2009 no MMA mundial, a principal companhia da história promoveu sua primeira luta com mulheres apenas em 23 de fevereiro de 2012, quando Ronda Rousey enfrentou Liz Carmouche no UFC 157.

Dois anos antes, Dana White, presidente do Ultimate, sorriu ao responder que “nunca” as mulheres seriam vistas dentro do octógono. Até hoje ele repetidamente diz se arrepender daquilo. Foram 20 anos desde a criação do UFC até que as mulheres pudessem pisar no cage.

Cyborg, no entanto, só entraria no UFC em 2016. Após ser flagrada no doping no início de 2012 e suspensa por um ano, a brasileira não foi incluída na "barca" que o Ultimate levou do finado Strikeforce, e Ronda, que vinha fazendo campanha repleta de ofensas por uma luta contra a brasileira, virou o "rosto" do MMA feminino. Cris Cyborg foi para o Invicta FC, onde também conquistou o cinturão peso-pena, e acabou convencendo o UFC a contratá-la. Este ano, após levar também o título do Ultimate e perdê-lo mais tarde para Amanda Nunes, Cyborg deixou a companhia após o encerramento de seu contrato, citando sua relação conturbada com o presidente Dana White.

Gina Carano nunca mais lutou MMA após a derrota para Cyborg. A americana investiu na carreira de atriz e estrelou filmes como "Velozes & Furiosos 6", Deadpool" e "A Toda Prova".

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Cris Cyborg venceu Gina Carano por nocaute ainda no primeiro round no Strikeforce — Foto: Esther Lin/Forza LLC / Getty Images

Cris Cyborg venceu Gina Carano por nocaute ainda no primeiro round no Strikeforce — Foto: Esther Lin/Forza LLC / Getty Images

 

Mousasi, Babalu e Werdum no card

 

O evento em San Jose não teve apenas o cinturão peso-pena feminino em jogo. Outros dois títulos foram disputados naquela noite. Gegard Mousasi tomou o cinturão meio-pesado (até 93kg) do brasileiro Renato Babalu, na co-luta principal. Antes disso, Gilbert Melendez defendeu seu título interino do peso-leve (até 70,3kg) contra o japonês Mitsuhiro Ishida.

Fabrício Werdum foi outro destaque daquele card. Ele fazia sua primeira luta pelo Strikeforce, vindo de nocaute sofrido contra Junior Cigano no UFC 90, o que culminou na saída do Ultimate à época. Contra o americano Mike Kyle, o brasileiro precisou de apenas 1m14s para finalizá-lo com um estrangulamento.

https://sportv.globo.com/site/combate/noticia/combate-memoria-ha-dez-anos-cris-cyborg-e-gina-carano-eram-as-primeiras-mulheres-a-liderar-card.ghtml

 

Editado por André Filho

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Parabéns para as duas. Essa AINDA é a MAIOR luta do MMA feminino, apesar das pessoas terem esquecido.

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4 horas atrás, rivvithead disse:

Parabéns para as duas. Essa AINDA é a MAIOR luta do MMA feminino, apesar das pessoas terem esquecido.

Concordo. Cyba é a maior de todas, foi campeã em todos os eventos que passou.

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Parabéns mesmo a estas duas desbravadoras.

 

Estão para sempre no hall das maiores de todos os tempos e merecem todo o respeito dos fãs de MMA, principalmente a brasileira, que está aí até hoje.

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16 horas atrás, rivvithead disse:

Parabéns para as duas. Essa AINDA é a MAIOR luta do MMA feminino, apesar das pessoas terem esquecido.

perfeito.

nao sei se esqueceram. é que a granda maioria ainda se limita a ser fã de ufc e nao de mma.

quem acompanhava mma nessa epoca,saba o como foi significante essa luta.

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Sempre lembro do pessoal torcendo "Vá, Gina!" na comunidade de Orkut que eu participava, e sofrendo a cada soco "na cara não!" Hahahaha 

A diferença física entre as duas era bem absurda. Nessa época a cyborg era muito roubada comparada as outras mulheres.

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8 horas atrás, Pride Event disse:

perfeito.

nao sei se esqueceram. é que a granda maioria ainda se limita a ser fã de ufc e nao de mma.

quem acompanhava mma nessa epoca,saba o como foi significante essa luta.

Um dia quem sabe ou param de acompanhar de vez ou viram fãs de mma 

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A Gina era muito gata... em todas as lutas minha torcida era pra, ganhando ou perdendo,  ninguém estragar a lataria dela... 

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Um fato curioso. Quem negociou essa luta fui eu, e talvez a Ciborg não saiba, e eu acredito que não mesmo, ainda não recebi os valores que foram acordados para essa negociação. Foi um marco na história do MMA e uma visão profissional do Scot Cooker  na época sobre o mercado feminino de MMA.

Editado por Josef Borges

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Sempre me pergunto se o UFC durante a aquisição do Strikeforce tivesse dado preferência a categoria da Cyborg ao invés ao da Ronda.

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