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Robson Conceição cobra promessa de governador e pede apoio ao boxe

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Robson Conceição cobra promessa de governador e pede apoio ao boxe

Felipe Paranhos

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Robson Conceição manteve, no último dia 21, a invencibilidade em sete lutas como boxeador profissional. No auge da carreira, o atleta não se esquece de uma promessa feita a ele em 2016, quando conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Na ocasião, ao voltar a Salvador, ouviu do governador Rui Costa (PT) a promessa de que seriam construídos núcleos de treino de boxe nas Bases Comunitárias de Segurança (BCS) de Salvador e um Centro de Treinamento para receber eventos nacionais e internacionais.

Até hoje, nenhuma construção saiu do papel diante da promessa de início das obras para o ano de 2017. Crítico a este cenário, o lutador lamentou, durante entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, ter acreditado no compromisso firmado pelo político logo após a conquista da inédita medalha de ouro no boxe olímpico.

“Até para marcar uma reunião com eles [do governo] é difícil. No mesmo dia em que eu cheguei do Rio, pós-Jogos Olímpicos, me fizeram um convite para eu ir na governadoria, ter uma reunião lá e ser recebido pelo governador e aquela equipe. Lá, ele me prometeu criar não só um, mas vários centros de treinamento nas Bases Comunitárias de Salvador. Teriam núcleos de treinamento e um centro para os grandes eventos. Eu fico triste. Porque ele poderia não ter prometido. Poderia ter me recebido, me dado os parabéns, feito a homenagem… Prometer na frente de todo mundo, no calor da emoção, e dois anos depois não cumprir nada fica difícil”, declarou.

O boxeador recebeu a reportagem da Ag. Fight na última segunda-feira (7), no primeiro treino que realizou após vencer Alex Torres Rynn na Filadélfia (EUA). Mas um desavisado que chegasse à Academia Champion, na Cidade Nova, bairro periférico de Salvador, poderia tranquilamente acreditar que Robson sobe no ringue sábado que vem — dada a intensidade da sessão comandada pelo treinador Luiz Dórea. Na área de treinamento, outros dez lutadores — quase todos aparentando menos idade do que Conceição — batiam no saco, faziam manoplas e interagiam entre si, enquanto o medalhista de ouro no Rio de Janeiro pulava corda sozinho num canto do espaço.

Questionado se fica à vontade como ‘espelho’ dos mais jovens, Robson não titubeou. Para o boxeador, criado em Boa Vista de São Caetano, outro bairro pobre da capital baiana, saber que já esteve no lugar dos garotos é, na verdade, combustível para se esforçar mais. “É muito gratificante. Essas pessoas confiam em mim, no meu trabalho. São essas pessoas que me motivam, que me fazem treinar forte e intenso a todo tempo, para continuar representando a equipe”, falou.

Esta posição de ídolo, ainda que em um esporte de nicho, traz tanto benesses quanto responsabilidades. Mesmo não sendo rico, Robson tem a melhor condição financeira de sua vida de atleta. Apesar disso, a disciplina dos tempos de dificuldades, segundo ele, é a mesma: as negativas do passado construíram o Robson “plantado” de hoje.

“Graças a Deus, eu sempre fui um cara pé no chão, família. Nunca gostei de sair muito. Eu saía, às vezes, porque ninguém é de ferro, mas eu era mais reservado. Ficava na minha, juntando meu dinheirinho. Então, o pouco apoio que eu tive eu soube aproveitar. Hoje sou pai de família, tenho duas filhas, sou casado. Se eu não me preservasse no passado, hoje eu estaria sem apoio nenhum aqui no Brasil”, falou.

Embora sorridente, Robson não disfarçou a decepção com a falta de assistência aos boxeadores profissionais brasileiros. O baiano fez questão de ressaltar a gratidão que sente pela Top Rank, uma das maiores promotoras da modalidade, que o empresaria desde a saída do esporte olímpico. Segundo ele, se não fosse este contrato, sua carreira não deslancharia da mesma maneira.

“Aqui é um país em que, antes dos Jogos Olímpicos, eu pensava: ‘Poxa, eu estou nos meus terceiros Jogos, e em casa. Se eu conseguir uma medalha, pode ser que eu consiga um apoio maior, que empresários invistam em mim…’ Mas foi totalmente o contrário. Antes, eu tinha o apoio da Marinha, o Bolsa-Pódio, a seleção… Claro que não era um apoio digno do atleta de alto rendimento que eu fui no boxe olímpico, dos resultados que eu dei no boxe olímpico, mas… Queira ou não queira, eu fui o atleta brasileiro que mais resultado dei. Em todos os campeonatos internacionais que eu fui, eu subi ao pódio. Ouro, prata ou bronze, mas eu subia ao pódio. Fui campeão Sul-Americano, Mundial Militar, tive duas medalhas de Mundial civil, fui segundo lugar no Pan-Americano, tricampeão continental… Eu achava que depois da medalha olímpica eu teria mais apoio aqui. Mas foi totalmente diferente: tive apoio de uma empresa de fora do país, que é a Top Rank. Se não fosse pela Top Rank, eu estaria completamente a zero, sem apoio nenhum”, lamentou.

A pedido da reportagem da Ag. Fight, a Secretaria de Comunicação do Estado da Bahia emitiu um posicionamento oficial sobre as críticas ao governo feitas pelo campeão olímpico. Em breve comunicado, o Governo revela previsão de início das obras para o segundo semestre deste ano.

“O edital de licitação do Centro de Treinamento de Boxe, que será construído pela Conder, está em fase de conclusão. A previsão é que as obras sejam iniciadas no segundo semestre de 2018”

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