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Precisamos falar sobre as regras do MMA - Texto MMA BRASIL

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Fonte: http://mmabrasil.com.br/precisamos-falar-sobre-as-regras-do-mma

Texto: MMA BRASIL/ Pedro Carneiro

Após a polêmica vitória de Amanda Nunes na revanche contra Valentina Shevchenko, o debate sobre o que é ou não necessário para se vencer uma luta voltou à tona. Porém, esses argumentos têm um grande problema; eles simplesmente não fazem parte das regras.

A história do MMA está repleta de lutas apertadas e com resultados controversos. Quantas vezes não ouvimos ou participamos de debates quase intermináveis sobre quem venceu ou perdeu uma peleja? O debate é bom e certamente é um fator que intensifica o apreço do fã pelo esporte. Contudo, certos argumentos usados e repetidos exaustivamente se tornaram o ponto capital para que alguém determine quem é o vencedor de uma luta de MMA. E não falamos apenas dos fãs. Diversas vezes, os mesmos argumentos são usados por lutadores, treinadores e até pela mídia especializada. Como afirmou Goebbels, a mentira dita mil vezes se torna verdade e as colocações ganham um peso de como se fossem oficiais. Só há um grande problema: elas não estão nas regras.

Tomamos como regras as Regras Unificadas de Conduta do MMA, ou seja, o conjunto de normas estabelecidas no ano 2000 pela Comissão Atlética do Estado de New Jersey, que, usando o projeto iniciado pela Comissão Atlética do Estado da Califórnia e as faltas aproveitadas pela Comissão Atlética do Estado de Nevada, revisadas posteriormente pela ABC Boxing, sancionaram as regras que regem o MMA.

O objetivo deste artigo não é exaurir todas as falácias que são repetidas por aí, mas apenas trazer três exemplos para a luz da regra e desejar que todos os fãs, lutadores, treinadores e integrantes da mídia, especializada ou casual, procurem e conheçam o regulamento. Como um antivírus, que detectem tantos outros critérios fora da regra que circulam por aí.

“Ele andou mais pra frente”

Os golpes precisos de Conor McGregor frearam o ímpeto de Nate Diaz

Os golpes precisos de Conor McGregor frearam o ímpeto de Nate Diaz

Uma luta de MMA é julgada basicamente através de quatro critérios:

1) Trocação efetiva, isto é, o dano de golpes legais aplicados no adversário, observando que a contundência recebe um peso maior que o volume. Entende-se então que um soco de alto impacto normalmente terá um valor maior que cinco jabs ou chutes baixos, por exemplo. No caso de a quantidade de golpes contundentes ser equilibrada, o volume de golpes será o diferencial.

2) Agarramento efetivo, que considera o número de quedas, passagens de guarda, tentativas de submissão, reversões e montadas que um lutador faz. Também é considerada a guarda ofensiva, quando o lutador em posição por baixo busca finalizar o adversário. As tentativas de submissão que chegam mais perto de acabar a luta recebem um peso maior que as que não chegam, assim como as quedas de grande amplitude são mais valorizadas que as quedas simples.

3) Agressividade, que é quando um lutador avança sobre o oponente utilizando golpes válidos ou tentando finalizações. Perceba: há a necessidade de que o avanço do lutador possua golpes válidos.

4) Domínio da área de luta, critério que privilegia o atleta que tenha o domínio territorial da área de luta. É preciso deixar claro que esse é o último critério a ser analisado e só será o fiel da balança quando todos os outros acima estiverem rigorosamente empatados. Mais importante ainda é deixar claro que domínio do octógono não significa necessariamente quem está andando para frente, mas sim quem utiliza o espaço do octógono para agir ofensivamente. Um lutador que usa esse critério muito bem sem necessariamente andar para frente é Lyoto Machida. Outro exemplo nítido é o da luta entre Carlos Condit contra Nick Diaz, no qual Condit exerceu o domínio dos espaços andando lateralmente, enquanto Diaz, mesmo andando para frente, não conseguia acertá-lo. Há ainda outro caso claro, e mais recente, o da revanche entre Conor McGregor contra Nate Diaz.

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Os dois primeiros critérios (striking e grappling efetivos) passaram a ter peso igual na reforma das Regras Unificadas que entrou em vigor no ano passado. Já o terceiro e o quarto recebem um peso menor que os outros dois, sendo que o último é ainda menos relevante que o terceiro. Todavia, a agressividade e o domínio da área de luta necessariamente devem contemplar golpes válidos, o que significa que o famigerado “andar pra frente” não é um critério de avaliação numa luta. Sem a presença de golpes válidos, não há diferença entre um atleta que anda pra frente, um outro que faz um moonwalk ou o curupira durante a peleja.

“O rosto dele saiu mais machucado”

Como vimos, o maior critério para se julgar uma luta de MMA é o dano que um lutador inflige sobre o outro. Contudo, é preciso ter em mente que os dois lutadores não são iguais. Isso significa que o corpo de cada um possui características diferentes. Alguns se cortam, criam inchaços e hematomas com maior facilidade e frequência do que outros.

Dois exemplos esclarecem essa situação perfeitamente. No primeiro encontro entre Anderson Silva e Chael Sonnen, o americano derrubou o então campeão no solo em todos os rounds e aplicou 320 golpes em Anderson, sendo 89 golpes contundentes. Enquanto isso, Anderson aplicou apenas 29 golpes contundentes de um total de 64 aplicados. É sabido que Anderson finalizou Chael, mas, caso a luta tivesse ido para a decisão, nao teria sido nem um pouco difícil julgá-la e ter declarado Sonnen como vencedor por larga margem. Porém, se olharmos para o semblante dos dois, Sonnen saiu com o rosto muito mais machucado que Anderson.

Nem parece que o da esquerda apanhou por mais de 20 minutos

Nem parece que o da esquerda apanhou por mais de 20 minutos

Outro caso interessante envolve o ex-campeão Johny Hendricks. Na verdade são duas situações emblemáticas. Ele enfrentou Georges St. Pierre numa dura batalha de cinco rounds. A luta foi extremamente parelha, com alguns enxergando a vitória para Hendricks e outros para o canadense. Até mesmo dentro do MMA Brasil houve discordância, com o nosso editor-chefe dando a vitória para Hendricks e esse que vos escreve dando a vitória para St. Pierre.

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Todavia, um dos argumentos usados pelo próprio Hendricks após a derrota – e de vários outros que entenderam que o americano era o vencedor – foi que o rosto de GSP saiu mais machucado da luta do que o dele próprio. Como a língua é o chicote da alma, não tardou para que, em outra disputa de cinturão parelha, a situação se invertesse. No segundo encontro entre Hendricks e Robbie Lawler, mais uma luta de resultado controverso, Johny saiu derrotado num combate em que muitos o viram vitorioso, inclusive o MMA Brasil. O interessante é que, nesse caso, o rosto de Hendricks saiu muito mais machucado do que o de Lawler. Parece que o jogo virou, não é mesmo?

O critério para avaliar uma luta deve ser sempre os previstos nas regras unificadas do MMA. Cortes, hematomas e inchaços nem sempre significam superioridade. Como de praxe, as aparências enganam.

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“O desafiante tem que fazer algo a mais para vencer o campeão”

Este é o argumento falacioso usado recentemente, após a revanche entre Amanda Nunes e Valentina Shevchenko, no UFC 215. Mais uma vez tivemos uma luta apertada, na qual a vitória é aceitável para qualquer um dos lados. O que não é aceitável é analisar uma disputa de cinturão com um critério que não existe.

O que é necessário para que um desafiante vença uma disputa de cinturão é apenas e unicamente que ele vença a luta por nocaute, submissão ou faça mais pontos que o adversário ao longo de cinco rounds. Não é necessário categoricamente que o desafiante, durante a luta, faça nada além do que em qualquer outra luta de cinco rounds. Se a vantagem do desafiante for pequena no fim do tempo regulamentar, por mínima que seja, será essa vantagem que determinará que o cinturão troque de mãos. O desafiante não precisa fazer nada a mais para vencer do que o próprio campeão precisaria. Isso foi uma lenda que surgiu no mundo da luta e algumas pessoas infelizmente acreditaram e a propagaram. Este critério simplesmente non ecziste nas regras. Os critérios que devem ser usados para julgar um combate, seja disputa de cinturão ou não, são sempre os mesmos.

A regra é clara

Evidentemente não foram expostos aqui todos os argumentos falaciosos que rotineiramente são usados para julgar uma luta, tampouco são os mais importantes. O importante é que o MMA possui regras claras e é necessário que os fãs, lutadores, treinadores e mídia especializada que se propõem a julgar lutas conheçam essas regras e tenham embasamento para reconhecer todas as falácias que existem ou que porventura venham a existir. E não há dificuldade para isso, já que as Regras Unificadas do MMA estão a apenas um clique de distância: http://www.nj.gov/oag/sacb/docs/martial.html.

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Este texto trás às claras muitas falácias que ainda existem de regras que nunca existiram ou que já existira e hoje, para o bem dos julgamentos de lutas no MMA, foram alteradas e/ou retiradas. 

O time eu também achei perfeito devido muitos argumentos terem sido utilizados na luta do último final de semana. 

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“O desafiante tem que fazer algo a mais para vencer o campeão”
Este é o argumento falacioso usado recentemente, após a revanche entre Amanda Nunes e Valentina Shevchenko, no UFC 215. Mais uma vez tivemos uma luta apertada, na qual a vitória é aceitável para qualquer um dos lados. O que não é aceitável é analisar uma disputa de cinturão com um critério que não existe.

O que é necessário para que um desafiante vença uma disputa de cinturão é apenas e unicamente que ele vença a luta por nocaute, submissão ou faça mais pontos que o adversário ao longo de cinco rounds. Não é necessário categoricamente que o desafiante, durante a luta, faça nada além do que em qualquer outra luta de cinco rounds. Se a vantagem do desafiante for pequena no fim do tempo regulamentar, por mínima que seja, será essa vantagem que determinará que o cinturão troque de mãos. O desafiante não precisa fazer nada a mais para vencer do que o próprio campeão precisaria. Isso foi uma lenda que surgiu no mundo da luta e algumas pessoas infelizmente acreditaram e a propagaram. Este critério simplesmente non ecziste nas regras. Os critérios que devem ser usados para julgar um combate, seja disputa de cinturão ou não, são sempre os mesmos."

 

Exatamente. Isso não existe. 

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14 minutos atrás, Lucas Timbó disse:

Esse lance de avaliar rosto machucado é aceitável se for aquela pessoa leiga que tá assistindo MMA pela primeira vez na vida. 

"Controlou o octógono". Como cite me outro tópico, outra falácia que não é mais contabilizada na pontuação. 

Vale atentar também para a igualdade entre quem está por cima e por baixo. Lembrar que quem está por baixo, sendo mais efetivo/agressivo, também está vencendo o round. A queda e/ou ficar por cima atualmente não é visto como na regra antiga. Nem de perto mais. 

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1 minuto atrás, cisao disse:

"Controlou o octógono". Como cite me outro tópico, outra falácia que não é mais contabilizada na pontuação. 

Vale atentar também para a igualdade entre quem está por cima e por baixo. Lembrar que quem está por baixo, sendo mais efetivo/agressivo, também está vencendo o round. A queda e/ou ficar por cima atualmente não é visto como na regra antiga. Nem de perto mais. 

Lembro de Guida x Hioki, o Guida não fazendo NADA por cima e o Hioki trabalhando na guarda direto, deram o o round pro Guida. Isso era absurdo.

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3 minutos atrás, Lucas Timbó disse:

Lembro de Guida x Hioki, o Guida não fazendo NADA por cima e o Hioki trabalhando na guarda direto, deram o o round pro Guida. Isso era absurdo.

Vixe, como essa tem exemplos demais. Nas regras antigas, 1 queda valia menos só do que KD HAHAHA. 

Maluco não fazia nada a luta toda, quedava, ficava abraçado, o outro tentava finalização, fazia o caramba a 4 e perdia o round. Isso mudou! Ta por cima, ta tomando soco, não ta sendo efetivo/agressivo, saindo de finalizações perigosas e etc, ta perdendo o round, amigo.

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Lendo as regras agora mudo minha opinião quanto a luta. Amanda venceu o 2o round tbm. Foi um 4x1 claro em favor da amanda.

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1 hora atrás, cisao disse:

Fonte: http://mmabrasil.com.br/precisamos-falar-sobre-as-regras-do-mma

Texto: MMA BRASIL/ Pedro Carneiro

Após a polêmica vitória de Amanda Nunes na revanche contra Valentina Shevchenko, o debate sobre o que é ou não necessário para se vencer uma luta voltou à tona. Porém, esses argumentos têm um grande problema; eles simplesmente não fazem parte das regras.

A história do MMA está repleta de lutas apertadas e com resultados controversos. Quantas vezes não ouvimos ou participamos de debates quase intermináveis sobre quem venceu ou perdeu uma peleja? O debate é bom e certamente é um fator que intensifica o apreço do fã pelo esporte. Contudo, certos argumentos usados e repetidos exaustivamente se tornaram o ponto capital para que alguém determine quem é o vencedor de uma luta de MMA. E não falamos apenas dos fãs. Diversas vezes, os mesmos argumentos são usados por lutadores, treinadores e até pela mídia especializada. Como afirmou Goebbels, a mentira dita mil vezes se torna verdade e as colocações ganham um peso de como se fossem oficiais. Só há um grande problema: elas não estão nas regras.

Tomamos como regras as Regras Unificadas de Conduta do MMA, ou seja, o conjunto de normas estabelecidas no ano 2000 pela Comissão Atlética do Estado de New Jersey, que, usando o projeto iniciado pela Comissão Atlética do Estado da Califórnia e as faltas aproveitadas pela Comissão Atlética do Estado de Nevada, revisadas posteriormente pela ABC Boxing, sancionaram as regras que regem o MMA.

O objetivo deste artigo não é exaurir todas as falácias que são repetidas por aí, mas apenas trazer três exemplos para a luz da regra e desejar que todos os fãs, lutadores, treinadores e integrantes da mídia, especializada ou casual, procurem e conheçam o regulamento. Como um antivírus, que detectem tantos outros critérios fora da regra que circulam por aí.

“Ele andou mais pra frente”

Os golpes precisos de Conor McGregor frearam o ímpeto de Nate Diaz

Os golpes precisos de Conor McGregor frearam o ímpeto de Nate Diaz

Uma luta de MMA é julgada basicamente através de quatro critérios:

1) Trocação efetiva, isto é, o dano de golpes legais aplicados no adversário, observando que a contundência recebe um peso maior que o volume. Entende-se então que um soco de alto impacto normalmente terá um valor maior que cinco jabs ou chutes baixos, por exemplo. No caso de a quantidade de golpes contundentes ser equilibrada, o volume de golpes será o diferencial.

2) Agarramento efetivo, que considera o número de quedas, passagens de guarda, tentativas de submissão, reversões e montadas que um lutador faz. Também é considerada a guarda ofensiva, quando o lutador em posição por baixo busca finalizar o adversário. As tentativas de submissão que chegam mais perto de acabar a luta recebem um peso maior que as que não chegam, assim como as quedas de grande amplitude são mais valorizadas que as quedas simples.

3) Agressividade, que é quando um lutador avança sobre o oponente utilizando golpes válidos ou tentando finalizações. Perceba: há a necessidade de que o avanço do lutador possua golpes válidos.

4) Domínio da área de luta, critério que privilegia o atleta que tenha o domínio territorial da área de luta. É preciso deixar claro que esse é o último critério a ser analisado e só será o fiel da balança quando todos os outros acima estiverem rigorosamente empatados. Mais importante ainda é deixar claro que domínio do octógono não significa necessariamente quem está andando para frente, mas sim quem utiliza o espaço do octógono para agir ofensivamente. Um lutador que usa esse critério muito bem sem necessariamente andar para frente é Lyoto Machida. Outro exemplo nítido é o da luta entre Carlos Condit contra Nick Diaz, no qual Condit exerceu o domínio dos espaços andando lateralmente, enquanto Diaz, mesmo andando para frente, não conseguia acertá-lo. Há ainda outro caso claro, e mais recente, o da revanche entre Conor McGregor contra Nate Diaz.

20120206063121__MG_46032.jpg

Os dois primeiros critérios (striking e grappling efetivos) passaram a ter peso igual na reforma das Regras Unificadas que entrou em vigor no ano passado. Já o terceiro e o quarto recebem um peso menor que os outros dois, sendo que o último é ainda menos relevante que o terceiro. Todavia, a agressividade e o domínio da área de luta necessariamente devem contemplar golpes válidos, o que significa que o famigerado “andar pra frente” não é um critério de avaliação numa luta. Sem a presença de golpes válidos, não há diferença entre um atleta que anda pra frente, um outro que faz um moonwalk ou o curupira durante a peleja.

“O rosto dele saiu mais machucado”

Como vimos, o maior critério para se julgar uma luta de MMA é o dano que um lutador inflige sobre o outro. Contudo, é preciso ter em mente que os dois lutadores não são iguais. Isso significa que o corpo de cada um possui características diferentes. Alguns se cortam, criam inchaços e hematomas com maior facilidade e frequência do que outros.

Dois exemplos esclarecem essa situação perfeitamente. No primeiro encontro entre Anderson Silva e Chael Sonnen, o americano derrubou o então campeão no solo em todos os rounds e aplicou 320 golpes em Anderson, sendo 89 golpes contundentes. Enquanto isso, Anderson aplicou apenas 29 golpes contundentes de um total de 64 aplicados. É sabido que Anderson finalizou Chael, mas, caso a luta tivesse ido para a decisão, nao teria sido nem um pouco difícil julgá-la e ter declarado Sonnen como vencedor por larga margem. Porém, se olharmos para o semblante dos dois, Sonnen saiu com o rosto muito mais machucado que Anderson.

Nem parece que o da esquerda apanhou por mais de 20 minutos

Nem parece que o da esquerda apanhou por mais de 20 minutos

Outro caso interessante envolve o ex-campeão Johny Hendricks. Na verdade são duas situações emblemáticas. Ele enfrentou Georges St. Pierre numa dura batalha de cinco rounds. A luta foi extremamente parelha, com alguns enxergando a vitória para Hendricks e outros para o canadense. Até mesmo dentro do MMA Brasil houve discordância, com o nosso editor-chefe dando a vitória para Hendricks e esse que vos escreve dando a vitória para St. Pierre.

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Todavia, um dos argumentos usados pelo próprio Hendricks após a derrota – e de vários outros que entenderam que o americano era o vencedor – foi que o rosto de GSP saiu mais machucado da luta do que o dele próprio. Como a língua é o chicote da alma, não tardou para que, em outra disputa de cinturão parelha, a situação se invertesse. No segundo encontro entre Hendricks e Robbie Lawler, mais uma luta de resultado controverso, Johny saiu derrotado num combate em que muitos o viram vitorioso, inclusive o MMA Brasil. O interessante é que, nesse caso, o rosto de Hendricks saiu muito mais machucado do que o de Lawler. Parece que o jogo virou, não é mesmo?

O critério para avaliar uma luta deve ser sempre os previstos nas regras unificadas do MMA. Cortes, hematomas e inchaços nem sempre significam superioridade. Como de praxe, as aparências enganam.

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“O desafiante tem que fazer algo a mais para vencer o campeão”

Este é o argumento falacioso usado recentemente, após a revanche entre Amanda Nunes e Valentina Shevchenko, no UFC 215. Mais uma vez tivemos uma luta apertada, na qual a vitória é aceitável para qualquer um dos lados. O que não é aceitável é analisar uma disputa de cinturão com um critério que não existe.

O que é necessário para que um desafiante vença uma disputa de cinturão é apenas e unicamente que ele vença a luta por nocaute, submissão ou faça mais pontos que o adversário ao longo de cinco rounds. Não é necessário categoricamente que o desafiante, durante a luta, faça nada além do que em qualquer outra luta de cinco rounds. Se a vantagem do desafiante for pequena no fim do tempo regulamentar, por mínima que seja, será essa vantagem que determinará que o cinturão troque de mãos. O desafiante não precisa fazer nada a mais para vencer do que o próprio campeão precisaria. Isso foi uma lenda que surgiu no mundo da luta e algumas pessoas infelizmente acreditaram e a propagaram. Este critério simplesmente non ecziste nas regras. Os critérios que devem ser usados para julgar um combate, seja disputa de cinturão ou não, são sempre os mesmos.

A regra é clara

Evidentemente não foram expostos aqui todos os argumentos falaciosos que rotineiramente são usados para julgar uma luta, tampouco são os mais importantes. O importante é que o MMA possui regras claras e é necessário que os fãs, lutadores, treinadores e mídia especializada que se propõem a julgar lutas conheçam essas regras e tenham embasamento para reconhecer todas as falácias que existem ou que porventura venham a existir. E não há dificuldade para isso, já que as Regras Unificadas do MMA estão a apenas um clique de distância: http://www.nj.gov/oag/sacb/docs/martial.html.

Exatamente isso, o resto é lenda!!! Acho que essa idéia de que o desafiante deve vencer com sobras para não restar dúvidas, deve-se muito a termos juízes de BOXE pontuando lutas de MMA.

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13 horas atrás, cisao disse:

Como vimos, o maior critério para se julgar uma luta de MMA é o dano que um lutador inflige sobre o outro. Contudo, é preciso ter em mente que os dois lutadores não são iguais. Isso significa que o corpo de cada um possui características diferentes. Alguns se cortam, criam inchaços e hematomas com maior facilidade e frequência do que outros.

Dois exemplos esclarecem essa situação perfeitamente. No primeiro encontro entre Anderson Silva e Chael Sonnen, o americano derrubou o então campeão no solo em todos os rounds e aplicou 320 golpes em Anderson, sendo 89 golpes contundentes. Enquanto isso, Anderson aplicou apenas 29 golpes contundentes de um total de 64 aplicados. É sabido que Anderson finalizou Chael, mas, caso a luta tivesse ido para a decisão, nao teria sido nem um pouco difícil julgá-la e ter declarado Sonnen como vencedor por larga margem. Porém, se olharmos para o semblante dos dois, Sonnen saiu com o rosto muito mais machucado que Anderson.

 

12 horas atrás, Rody Stark disse:

Outro caso interessante envolve o ex-campeão Johny Hendricks. Na verdade são duas situações emblemáticas. Ele enfrentou Georges St. Pierre numa dura batalha de cinco rounds. A luta foi extremamente parelha, com alguns enxergando a vitória para Hendricks e outros para o canadense. Até mesmo dentro do MMA Brasil houve discordância, com o nosso editor-chefe dando a vitória para Hendricks e esse que vos escreve dando a vitória para St. Pierre.

cara penso exatamente assim, a genetica ajuda muito uso como exemplo: lutadores de origem negra a tendencia em combates e que nao apresentam lesoes aparentes, entao ficou ai um bom esclarecimento, entre outros que forum muito bem mencionado neste topico.

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13 horas atrás, Garfield disse:

Lendo as regras agora mudo minha opinião quanto a luta. Amanda venceu o 2o round tbm. Foi um 4x1 claro em favor da amanda.

Claro pra vc... Essa luta não parece clara pra ninguém... Vi possível vitória da Amanda mas não sei se daria 4 a 1...  Essa luta está gerando dúvidas demais...

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1 hora atrás, Lucas Pedrosa disse:

Beleza , explicou. Mas a pontuaçao ainda é falha. Round 10x8 ou 10x9 nao tem diferença pros juízes 

É falha e parece não ser fácil mudar isso... Mas pegando as estatísticas da luta da pra avaliar melhor... Efetividade na trocação e no chão,golpes aplicados,golpes significativos,quedas,tentativas de finalização , progressão de posições agressividade ,controle de octógono e etc... Acredito q se avaliassem como um todo a luta seria melhor

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No Kung Fu por exemplo vale trocação e quedas.. golpes nem aplicados contam ponto e a luta é avaliada com a somatória de pontos... Então se o cara perdeu por larga vantagem no primeiro round e venceu outros dois por pouco se na somatória de pontos perdeu já era... Ele perde mesmo vencendo dois rounds... Acho q avaliar a luta como um todo seria interessante

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