Vitor Azevêdo

Don Frye rouba a cena, e Sakuraba é ovacionado ao entrar no Hall da Fama

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Urijah Faber era a atração principal da cerimônia de introdução da classe de 2017 do Hall da Fama do UFC, mas uma dupla de lendas do Vale Tudo roubou a cena no evento realizado na noite desta quinta-feira, no Park Theater, em Las Vegas. O japonês Kazushi Sakuraba, famoso pelo apelido de "Caçador de Gracies" e por duelos históricos contra Conan Silveira, Wanderlei Silva, Igor Vovchanchyn e Rampage Jackson, foi homenageado e não decepcionou, com um longo e emocionado discurso que terminou com uma ovação de pé, e o americano Don Frye, que o apresentou, arrancou gargalhadas com uma introdução nada politicamente correta. O ex-campeão peso-pesado Maurice Smith e o ex-matchmaker (responsável pelo casamento das lutas) Joe Silva foram os demais novos membros apresentados nesta quinta.

Kazushi Sakuraba foi o segundo lutador a ser apresentado na cerimônia. Membro do Hall da Fama desde 2016 e contemporâneo de Saku no UFC, na década de 1990, e no Pride, na década de 2000, Frye entrou no palco para apresentá-lo, mas não antes de soltar cantadas em direção a Miesha Tate, ex-campeã dos pesos-galos que estava sentada na primeira fileira.

- Ouvi que Miesha Tate talvez esteja solteira agora. Imaginem o que o DNA da Miesha e o DNA do “Predador” (seu apelido) poderiam fazer combinados? Ela é quase tão bonita quanto eu! - disse Frye, antes de divagar sobre o ensaio nu da lutadora para uma revista esportiva no passado.

Kazushi Sakuraba; UFC Hall of Fame (Foto: Evelyn Rodrigues)Sakuraba entrou com uma de suas características máscaras ao ser chamado ao palco (Foto: Evelyn Rodrigues)

Quando retomou o fio da meada, Frye lembrou a histórica rivalidade do japonês com os Gracies. Ele fez graça com a vitória de Saku sobre Royler (“Os Gracies deram um monte de desculpas, incluindo que Royler foi abduzido por aliens”), e disse que o triunfo sobre Royce na lendária luta de 90 minutos no Pride seria o suficiente para que ele entrasse no Hall da Fama.

Sakuraba fez sua entrada ao som da música tema do Pride, e vestido com sua máscara típica e um quimono preto. Ele brincou que não ganhava um prêmio desde que venceu um jogo de bingo em que recebeu “um ingresso para a Disney de Tóquio”. O “Caçador de Gracies” lembrou que foi chamado para sua estreia no UFC Japão, em 1997, com apenas quatro dias de antecedência, e afirmou que, como naquela vez, colocou seu corpo em risco contra adversários muito maiores inúmeras vezes, sempre com os fãs como motivação.

- Uma luta é uma forma de comunicação dividida com uma audiência. Quando um fã me vê enfrentar um homem muito maior, e isso o inspira a enfrentar grandes desafios, nada me deixa mais feliz - afirmou.

Sakuraba agradeceu à família Gracie pela rivalidade cultivada por anos, e “amarrou” toda a história do MMA ao contar que se surpreendeu ao descobrir que a chave de braço que aplicou para vencer Royler Gracie já era usada pelo sensei Masahiko Kimura no século passado, e que foi o mesmo golpe com que o judoca finalizou Hélio Gracie nos anos 1950.

- Eu não conseguia acreditar: era exatamente a mesma técnica que usei. Pensei que a minha era única, que só eu sabia fazer, mas o sensei Kimura já a fazia tantos anos antes. O sensei Kimura foi um grande mestre japonês e uma inspiração para os wrestlers japoneses. O jiu-jítsu, os Gracies, MMA, wrestling, logo me lembrei que tudo se conecta. Alguns fãs hoje vão olhar para o sensei Kimura e para mim e nos ver como figuras do passado. Mas eu não estou morto ainda! Ainda estou treinando e refinando minhas técnicas. Eu passo minhas técnicas aos jovens lutadores com que treino, e elas continuarão a evoluir. Mas o que quero mesmo passar adiante, mais do que técnica, é coração. Não há nada que me orgulha mais como profissional - disse Sakuraba, ovacionado ao final do discurso.

Urijah Faber;  UFC Hall of Fame (Foto: Evelyn Rodrigues)Urijah Faber ri ao discursar na cerimônia do Hall da Fama do UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)

Urijah Faber foi o último a ser introduzido, mas foi também o mais celebrado - como foi dito por todos os homenageados, o público era formado predominantemente por fãs mais jovens, que começaram a acompanhar o MMA quando Sakuraba e Smith já estavam parados, mas Faber ainda competia. Apresentado pelos companheiros de equipe Joseph Benavidez e Cody Garbrandt, o ex-campeão peso-pena do WEC e ex-desafiante peso-galo do UFC, pioneiro das divisões de peso mais leves, falou de todos os aspectos de sua carreira no MMA, tanto como lutador quanto como empresário. Faber, que aos 38 anos de idade se torna o membro mais jovem do Hall da Fama e se aposentou no final de 2016, disse que poderia continuar lutando por mais 10 anos, mas que está focado no próximo passo, com outros interesses fora do cage.

- Tenho muitos grandes planos e grandes objetivos. Temos um filme de grande orçamento que estamos fazendo, montamos uma nova estrutura no nosso time que está levando as coisas a um outro nível. É uma época muito empolgante para mim, e estou me divertindo. (…) Meu próximo estágio é sobre inspirar as pessoas, e mostrar que, se eu posso, vocês também podem - afirmou Faber.

Maurice Smith; Bas Rutten; UFC; Hall of Fame (Foto: Evelyn Rodrigues)Maurice Smith foi apresentado por Bas Rutten (Foto: Evelyn Rodrigues)

Ex-campeão dos pesos-pesados, Maurice Smith foi apresentado por Greg White, seu irmão, e Bas Rutten, outro membro do Hall da Fama. Rutten enfatizou a importância da vitória de Smith no UFC 14 para provar que strikers (lutadores de artes marciais baseadas na luta em pé) poderiam ser campeões no MMA, numa época em que o Vale Tudo era dominado por grapplers (lutadores de artes marciais baseadas na luta agarrada), e lembrou que o kickboxer americano foi o primeiro homem a obter sucesso ao defender o cinturão dos pesos-pesados no Ultimate. Smith se apresentou aos fãs mais novos e reclamou que seu cartel está errado na internet:

- Meu cartel é 10 vitórias e seis derrotas, não é 14-14, OK? - declarou o lutador, que creditou seu sucesso à atenção ao condicionamento físico, e afirmou que a motivação de seus contemporâneos era competição e orgulho.

Dana White; UFC Hall of Fame; Joe Silva (Foto: Evelyn Rodrigues)Joe Silva posa com Dana White (Foto: Evelyn Rodrigues)

Dana White apresentou Joe Silva e lembrou que, quando comprou o UFC juntamente aos irmãos Fertitta, em 2001, o matchmaker era um funcionário desconhecido da organização e que foi Tito Ortiz, seu ex-cliente e atual desafeto, quem o apresentou a ele. O presidente do Ultimate chamou Silva de “melhor matchmaker da história dos esportes de combate”. Silva lembrou que sua paixão pelas artes marciais começou com os filmes de Bruce Lee, mas que se desiludiu com elas na adolescência até ver o primeiro UFC, em 1993. Sua participação na organização começou logo após esse torneio, quando ele telefonou para o escritório da SEG, grupo proprietário anterior à Zuffa, com sugestões para melhorar os eventos. Ele comparou seu trabalho de casar lutas à função do piloto da Enterprise no seriado “Star Trek”, e, aposentado desde o início do ano, questionou aqueles que dizem que seu antigo emprego é “o melhor do mundo”.

- Sério? Você sonha em demitir alguns dos seus melhores amigos? Lidar com inúmeras lesões de último minuto que arruinavam eventos e passar a maior parte do ano longe de casa e da sua família? (…) Hoje estou felizmente aposentado. Toda vez que uma grande luta cai, eu ligo pra eles e digo, “Sinto muito por vocês, e ainda bem que eu não tenho que resolver isso mais!” - discursou Silva.

 

 

http://sportv.globo.com/site/combate/noticia/2017/07/don-frye-rouba-cena-e-sakuraba-e-ovacionado-ao-entrar-no-hall-da-fama.html#canal-sportv

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4 horas atrás, Vitor Azevêdo disse:

 

Maurice Smith; Bas Rutten; UFC; Hall of Fame (Foto: Evelyn Rodrigues)Maurice Smith foi apresentado por Bas Rutten (Foto: Evelyn Rodrigues)

Ex-campeão dos pesos-pesados, Maurice Smith foi apresentado por Greg White, seu irmão, e Bas Rutten, outro membro do Hall da Fama. Rutten enfatizou a importância da vitória de Smith no UFC 14 para provar que strikers (lutadores de artes marciais baseadas na luta em pé) poderiam ser campeões no MMA, numa época em que o Vale Tudo era dominado por grapplers (lutadores de artes marciais baseadas na luta agarrada), e lembrou que o kickboxer americano foi o primeiro homem a obter sucesso ao defender o cinturão dos pesos-pesados no Ultimate. Smith se apresentou aos fãs mais novos e reclamou que seu cartel está errado na internet:

- Meu cartel é 10 vitórias e seis derrotas, não é 14-14, OK? - declarou o lutador, que creditou seu sucesso à atenção ao condicionamento físico, e afirmou que a motivação de seus contemporâneos era competição e orgulho.

 

 

 

http://sportv.globo.com/site/combate/noticia/2017/07/don-frye-rouba-cena-e-sakuraba-e-ovacionado-ao-entrar-no-hall-da-fama.html#canal-sportv

Pelo q dá entender, Maurice Smith retira do cartel todas as suas lutas no Pancrase e Rings.  Ambos tinha regras especiais, mas já vi algumas lutas do Pancrase, q são contemporâneas  ao início do UFC e as lutas eram bem suspeitas.  Era bem um meio termo entre o telecatch e uma luta com regras especiais. Bas Rutten e Frank Shamrock são dois q tem praticamente todo seu cartel no Pancrase.

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Sakuraba a maior lenda!

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MiNOTAURO, já que você é o embaixador do UFC no Brasil, não esqueça de lembrar aos manda chuvas do UFC que o homem que te colocou no Rings abrindo o seu caminho para o sucesso no Japão foi o primeiro a vencer o UFC misturando técnicas de diversos estilos, inclusive o kickboxe, esta mistura é o que chamamos hoje de MMA. Antes do Maurice Smith vencer Mark Coleman no UFC 10, Marco Ruas já tinha  vencido 3 oponentes numa unica noite utilizando diversos recursos, inclusive o Kickboxe. 

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acho que o peso pro Mo estar e o Ruas não é que o Mo venceu um lutador dominante e temido por todos na época,e que até então não tinha passado nenhum aperto

o Ruas na mesma época tinha como melhores nomes no cartel Keith Hackney e Paul Varelans

ainda acho injusto o Ruas não fazer parte,mas deve ser isso o que pesa em favor ao Mo

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3 horas atrás, Rappa Hemp disse:

Pelo q dá entender, Maurice Smith retira do cartel todas as suas lutas no Pancrase e Rings.  Ambos tinha regras especiais, mas já vi algumas lutas do Pancrase, q são contemporâneas  ao início do UFC e as lutas eram bem suspeitas.  Era bem um meio termo entre o telecatch e uma luta com regras especiais. Bas Rutten e Frank Shamrock são dois q tem praticamente todo seu cartel no Pancrase.

não acho que as lutas do Pancrase fossem suspeitas...tinha um elemento do telecatch sim,mas tinha nocautes e finalizações a roso também

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Sakuraba mito, ainda falta o ruas mesmo, e don frye oldschool total... máximo respeito pelos desbravadores do vale tudo....

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