Eder Jofre55

Astros do MMA nacional prestam homenagens à Chapecoense

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Quem gosta de aviação como eu já ouviu o mantra "a cada tragédia na aviação as regras ficam mais rigorsas".

Espero, sinceramente, que a fiscalização em cima da quantidade de combustível que as empresas areas escolhem operar seus voos fique mais rigorosa a partir de agora. Ao que tudo indica (e diferentemente de notícias anteriores hoje falando que o piloto chegou a despejar combustível para evitar explosão - esse tipo de recurso não é comum nesse tipo de aeronave), essa aeronave estava voando com uma autonomia para aproximadamente 3000 km, que são absurdamente a mesma distância aproximada entre Santa Cruz de la Sierra e Medellín. Isso é um absurdo, a aeronave "deveria" voar com combustível extra para poder operar por mais tempo (no mínimo 30 minutos a mais). Parece que o avião voou com vento contrário, o que provavelmente fez aumentar o fuel flow das turbinas (consumo de combustível) e fazer o avião chegar quase seco para entrar no initial approach de descida em Medellín. Para piorar, eu li que o controlador de tráfego aereo de Medellín deu a prioridade de pouso para outra aeronave (!), o que obrigou provavelmente o voo da Chape ficar fazendo holding quase a seco. Acredito que o piloto deve ter tentando ainda usar a APU da aeronave para sustentar de alguma forma as turbinas, o que provavelmente não foi possível devido a uma inesperada pane elétrica (a qual parece foi reportada por rádio). Se essa sucessão de falhas acontecesse em um terreno plano (como no mar, ou em um rio), o piloto poderia ainda optar por simplesmente planar e fazer um pouso como aconteceu com o voo da US Airways em 2009 no "milagre do Hudson", no qual depois de perder as 2 turbinas, o piloto fez o voo planar sob o rio Hudson e conseguiu pousar sem fatalidades. Mas não. Para piorar, o aeroporto é em uma região montanhosa que não permitia tal manobra. Pelo visto, a alternativa do piloto foi ficar contornando, fazendo voltas em espiral, diminuindo altitude e a velocidade até a hora do impacto.

Em resumo, ao meu ver, foi uma sucessão de falhas que poderiam ser evitadas se a empresa area da Bolívia esperasse que o pior poderia acontecer em um terreno complicado (vento contrário em voo, não-prioridade na hora do pouso, pane elétrica na APU, voos em região motanhosa), e tivesse disponibilizado um aeronave que possibilitasse maior autonomia, ou tivesse voado com mais combustível. Não sei se o fato do voo ter sido fretado as pressas tenha contribuído para essa negligência. Estou curioso para ver o que vai sair da caixa preta, mas acredito que tenha sido essa a sucessão de falhas que levaram à fatalidade.

Editado por antamoeba

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Quem gosta de aviação como eu já ouviu o mantra "a cada tragédia na aviação as regras ficam mais rigorsas".

Espero, sinceramente, que a fiscalização em cima da quantidade de combustível que as empresas areas escolhem operar seus voos fique mais rigorosa a partir de agora. Ao que tudo indica (e diferentemente de notícias anteriores hoje falando que o piloto chegou a despejar combustível para evitar explosão - esse tipo de recurso não é comum nesse tipo de aeronave), essa aeronave estava voando com uma autonomia para aproximadamente 3000 km, que são absurdamente a mesma distância aproximada entre Santa Cruz de la Sierra e Medellín. Isso é um absurdo, a aeronave "deveria" voar com combustível extra para poder operar por mais tempo (no mínimo 30 minutos a mais). Parece que o avião voou com vento contrário, o que provavelmente fez aumentar o fuel flow dos motores (consumo de combustível) e fazer o avião chegar quase seco para fazer o approach de descida em Medellín. Para piorar, eu li que o controlador de tráfego aereo de Medellín de prioridade de pouso para outra aeronave, que obrigou provavelmente o voo da Chape ficar fazendo holding a seco. Acredito que o piloto deve ter tentando ainda usar a APU da aeronave para sustentar as turbinas, o que provavelmente não foi possível devido a uma inesperada pane elétrica. Se essa sucessão de falhas acontecesse em um terreno plano (como no mar, ou em um rio), o piloto poderia ainda optar por simplesmente planar e fazer um pouso como aconteceu com o voo da US Airways em 2009 no "milagre do Hudson", no qual depois de perder as 2 turbinas, o piloto fez o voo planar sob o rio Hudson e conseguiu pousar sem fatalidades. Mas não. Para piorar, o aeroporto é em uma região montanhosa que não permitia tão façanha. Pelo visto, a alternativa do piloto foi ficar contornando, fazendo voltas em espiral, diminuindo altitude até a hora do impacto.

Em resumo, ao meu ver (e ao ver dos meus colegas), foi uma sucessão de falhas que poderiam ser evitadas se a empresa area Boliviana esperace que o pior poderia acontecer, e tivesse disponibilizado um aeronave que possibilitasse maior autonomia, ou tivesse voado com mais combustível. Estou curioso para ver o que vai sair da caixa preta, mas acredito que tenha sido essa a sucessão de falhas que levaram à fatalidade.

Excelente texto. Muito bom, cara. Se foi isso mesmo, um absurdo. Absurdo.

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Quem gosta de aviação como eu já ouviu o mantra "a cada tragédia na aviação as regras ficam mais rigorsas".

Espero, sinceramente, que a fiscalização em cima da quantidade de combustível que as empresas areas escolhem operar seus voos fique mais rigorosa a partir de agora. Ao que tudo indica (e diferentemente de notícias anteriores hoje falando que o piloto chegou a despejar combustível para evitar explosão - esse tipo de recurso não é comum nesse tipo de aeronave), essa aeronave estava voando com uma autonomia para aproximadamente 3000 km, que são absurdamente a mesma distância aproximada entre Santa Cruz de la Sierra e Medellín. Isso é um absurdo, a aeronave "deveria" voar com combustível extra para poder operar por mais tempo (no mínimo 30 minutos a mais). Parece que o avião voou com vento contrário, o que provavelmente fez aumentar o fuel flow das turbinas (consumo de combustível) e fazer o avião chegar quase seco para entrar no initial approach de descida em Medellín. Para piorar, eu li que o controlador de tráfego aereo de Medellín deu a prioridade de pouso para outra aeronave (!), o que obrigou provavelmente o voo da Chape ficar fazendo holding quase a seco. Acredito que o piloto deve ter tentando ainda usar a APU da aeronave para sustentar de alguma forma as turbinas, o que provavelmente não foi possível devido a uma inesperada pane elétrica (a qual parece foi reportada por rádio). Se essa sucessão de falhas acontecesse em um terreno plano (como no mar, ou em um rio), o piloto poderia ainda optar por simplesmente planar e fazer um pouso como aconteceu com o voo da US Airways em 2009 no "milagre do Hudson", no qual depois de perder as 2 turbinas, o piloto fez o voo planar sob o rio Hudson e conseguiu pousar sem fatalidades. Mas não. Para piorar, o aeroporto é em uma região montanhosa que não permitia tal manobra. Pelo visto, a alternativa do piloto foi ficar contornando, fazendo voltas em espiral, diminuindo altitude e a velocidade até a hora do impacto.

Em resumo, ao meu ver, foi uma sucessão de falhas que poderiam ser evitadas se a empresa area da Bolívia esperasse que o pior poderia acontecer em um terreno complicado (vento contrário em voo, não-prioridade na hora do pouso, pane elétrica na APU, voos em região motanhosa), e tivesse disponibilizado um aeronave que possibilitasse maior autonomia, ou tivesse voado com mais combustível. Não sei se o fato do voo ter sido fretado as pressas tenha contribuído para essa negligência. Estou curioso para ver o que vai sair da caixa preta, mas acredito que tenha sido essa a sucessão de falhas que levaram à fatalidade.

Obrigado pelos esclarecimentos, antamoeba. Essa questão de ter sido dado prioridade para outra aeronave, como será que funciona? Tipo, ok, há ordem rígida em pousos e decolagens, salvo engano nos maiores aeroportos do mundo tem que haver um intervalo mínimo de uns 3 minutos. Nesse da Colômbia com certeza seria um lapso ainda maior, mas a questão é: numa situação super emergencial, não deveria o piloto ter descumprido as normas e ter se dirigido para o aeroporto, nem que pousassem praticamente juntos? Aparentemente teriam mais chances de sucesso pousando numa pista do que em meio às montanhas. Não sei se o controle de combustível é extremamente confiável, do tipo, sei exatamente quanto ainda consigo voar, ou o piloto talvez estivesse pensando que poderia sustentar o avião por mais tempo. Ou sobreveio a pane elétrica que não estava nos planos...? Bom, é certo que, como você disse, seria importante aguardar o resultado das caixas pretas, mas se tiver ideia disso que cogitei, gostaria de ler sua opinião.

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Obrigado pelos esclarecimentos, antamoeba. Essa questão de ter sido dado prioridade para outra aeronave, como será que funciona? Tipo, ok, há ordem rígida em pousos e decolagens, salvo engano nos maiores aeroportos do mundo tem que haver um intervalo mínimo de uns 3 minutos. Nesse da Colômbia com certeza seria um lapso ainda maior, mas a questão é: numa situação super emergencial, não deveria o piloto ter descumprido as normas e ter se dirigido para o aeroporto, nem que pousassem praticamente juntos? Aparentemente teriam mais chances de sucesso pousando numa pista do que em meio às montanhas. Não sei se o controle de combustível é extremamente confiável, do tipo, sei exatamente quanto ainda consigo voar, ou o piloto talvez estivesse pensando que poderia sustentar o avião por mais tempo. Ou sobreveio a pane elétrica que não estava nos planos...? Bom, é certo que, como você disse, seria importante aguardar o resultado das caixas pretas, mas se tiver ideia disso que cogitei, gostaria de ler sua opinião.

pelo o que eu entendi vendo os noticiários foi que duas aeronaves solicitaram emergência mas a prioridade foi dada ao outro avião pois ele tinha mais pessoas a bordo. Quanto ao piloto não ter desobedecido as ordens foi dito que enquanto ele estava dando voltas em espiral houve a pane elétrica e ele perdeu o painel fazendo com que ele perdesse a noção de direção, ele já não sabia mais pra que lado ficava o aeroporto e ai acabou acontecendo a tragédia, pelo o que eu entendi foi isso que aconteceu

Editado por wesleyroger

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pelo o que eu entendi vendo os noticiários foi que duas aeronaves solicitaram emergência mas a prioridade foi dada ao outro avião pois ele tinha mais pessoas a bordo. Quanto ao piloto não ter desobedecido as ordens foi dito que enquanto ele estava dando voltas em espiral houve a pane elétrica e ele perdeu o painel fazendo com que ele perdesse a noção de direção, ele já não sabia mais pra que lado ficava o aeroporto e ai acabou acontecendo a tragédia, pelo o que eu entendi foi isso que aconteceu

Hum, boas explicações. Obrigado meu caro wesley.

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pelo o que eu entendi vendo os noticiários foi que duas aeronaves solicitaram emergência mas a prioridade foi dada ao outro avião pois ele tinha mais pessoas a bordo. Quanto ao piloto não ter desobedecido as ordens foi dito que enquanto ele estava dando voltas em espiral houve a pane elétrica e ele perdeu o painel fazendo com que ele perdesse a noção de direção, ele já não sabia mais pra que lado ficava o aeroporto e ai acabou acontecendo a tragédia, pelo o que eu entendi foi isso que aconteceu

Valeu! Muito show. Agora deve ser um desespero da zorra um piloto perder o radar e não saber aonde está e para onde está indo.. pior ainda, sem combustível. Nossa senhora. :chuva:

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Ontem o William Waack deu uma pequena "aula" sobre alguns fatos concretos que independem da conclusão da caixa preta ,ele também é piloto e falou com conhecimento de causa , o modelo do avião usado tinha autonomia para fazer viagens curtas e o trecho fretado estava no limite , a altitude máxima também foi quase atingida pela altitude das montanhas que cercam o aeroporto .

A capacidade de armazenamento do tanque de combustível era para no máximo mais meia hora de voo quando o correto é o suficiente para o trajeto mais o suficiente para pousar no aeroporto mais próximo caso ocorra algum imprevisto no destino de origem e ainda um percentual de reserva para o caso de ter que esperar para pousar como foi o caso .

Uma das causas mais prováveis pode ter sido "pane seca " ,os passageiros ficaram em pé e entraram em desespero ,talvez mais vidas pudessem ser salvas se estivessem sentados e em posição fetal como é recomendado pelas normas de segurança ,mas isso ainda é cedo para afirmar ...

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Ontem o William Waack deu uma pequena "aula" sobre alguns fatos concretos que independem da conclusão da caixa preta ,ele também é piloto e falou com conhecimento de causa , o modelo do avião usado tinha autonomia para fazer viagens curtas e o trecho fretado estava no limite , a altitude máxima também foi quase atingida pela altitude das montanhas que cercam o aeroporto .

A capacidade de armazenamento do tanque de combustível era para no máximo mais meia hora de voo quando o correto é o suficiente para o trajeto mais o suficiente para pousar no aeroporto mais próximo caso ocorra algum imprevisto no destino de origem e ainda um percentual de reserva para o caso de ter que esperar para pousar como foi o caso .

Uma das causas mais prováveis pode ter sido "pane seca " ,os passageiros ficaram em pé e entraram em desespero ,talvez mais vidas pudessem ser salvas se estivessem sentados e em posição fetal como é recomendado pelas normas de segurança ,mas isso ainda é cedo para afirmar ...

Ontem um engenheiro da aeronáutica esteve na ESPN e disse que a norma para combustíveis é o trajeto, com 45 min no caso de espera, mais o suficiente para um trajeto alternativo.

Ele não quis antecipar nada sobre o acidante mas passou uma dica importante:

Avaliar o índice de acidentes do país que for viajar. A companhia não é tão relevante.

Exemplo. Se for viajar para o Peru, escolher uma viação brasileira.

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Que dia triste pois foi uma tragédia muito grande, e estou muito mau com o ocorrido, que Deus conforte o coração das famílias e amigos dos envolvidos.

#forçachape

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Ontem o William Waack deu uma pequena "aula" sobre alguns fatos concretos que independem da conclusão da caixa preta ,ele também é piloto e falou com conhecimento de causa , o modelo do avião usado tinha autonomia para fazer viagens curtas e o trecho fretado estava no limite , a altitude máxima também foi quase atingida pela altitude das montanhas que cercam o aeroporto .

A capacidade de armazenamento do tanque de combustível era para no máximo mais meia hora de voo quando o correto é o suficiente para o trajeto mais o suficiente para pousar no aeroporto mais próximo caso ocorra algum imprevisto no destino de origem e ainda um percentual de reserva para o caso de ter que esperar para pousar como foi o caso .

Uma das causas mais prováveis pode ter sido "pane seca " ,os passageiros ficaram em pé e entraram em desespero ,talvez mais vidas pudessem ser salvas se estivessem sentados e em posição fetal como é recomendado pelas normas de segurança ,mas isso ainda é cedo para afirmar ...

O que significa Pane Seca? É a falta total de combustível? ou uma pane aleatória devido algum problema?

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O que significa Pane Seca? É a falta total de combustível? ou uma pane aleatória devido algum problema?

Falta de combustível

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Falta de combustível

Isso é uma brincandeira, viu... Uma tragédia dessa ser causada por falta de combustível é brincadeira..

Vamos ver os próximos capítulos.

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Ontem um engenheiro da aeronáutica esteve na ESPN e disse que a norma para combustíveis é o trajeto, com 45 min no caso de espera, mais o suficiente para um trajeto alternativo.

Ele não quis antecipar nada sobre o acidante mas passou uma dica importante:

Avaliar o índice de acidentes do país que for viajar. A companhia não é tão relevante.

Exemplo. Se for viajar para o Peru, escolher uma viação brasileira.

Interessante ,nunca tinha pensado por esse ponto de vista ,hoje teve um técnico que falou sobre um detalhe que eu não tinha me dado conta até então , o avião que teve prioridade para pousar acabou dispensando combustível ,por medida de segurança a pista não poderia ser usada até que os bombeiros fizessem uma inspeção e liberassem para outras aeronaves .

Esse detalhe impossibilitaria que o avião da Chapecoense pudesse fazer o pouso ,ainda mais se o fizesse com pane elétrica ,o que poderia inviabilizar o funcionamento do trem de pouso ,obrigando a aeronave a fazer um pouso de barriga ,o que provocaria muitas faíscas na pista pelo atrito do metal do avião com o asfalto ,tudo que poderia dar errado parece que daria nesse voo...

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