Último Imperador

Dos Anjos sobre saída da Kings MMA: "Não deu mais certo"

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Por Evelyn RodriguesLas

Vegas, EUA

combate.com

"No meio do caminho tinha uma pedra", já dizia o poeta Carlos Drumond de Andrade. As pedras, ou adversidades, fazem parte da rotina de atletas de alto rendimento, como o ex-campeão dos leves dos UFC, Rafael dos Anjos.

Após perder o cinturão para Eddie Alvarez, em julho, o brasileiro repensou tudo o que vinha fazendo até então e decidiu sair da zona de conforto para mudar o que achava que não estava mais dando certo. Foi assim que ele encerrou a parceria de quatro anos com o técnico e líder da Kings MMA, Rafael Cordeiro. O sonho é o de abrir a sua própria equipe, a RDA, o que, por enquanto, ainda é um projeto para o futuro:

- Eu ainda não abri a minha academia, mas isso é questão de tempo. Eu realmente saí da Kings, não deu mais certo. Acho que estou entre amigos agora, com boas pessoas do meu lado, e treino não vai faltar para mim. Sou um cara bem-relacionado, tenho bons amigos, e infelizmente não deu mais certo. Eu sou bem certo em tudo o que eu faço e, infelizmente, não deu mais certo. Mas bola pra frente, nada mudou - declarou em entrevista exclusiva ao Combate.com.

Durante o bate-papo, além de falar sobre a nova fase e os treinos para o TUF América Latina Finale 3, no qual enfrenta Tony Ferguson, no próximo sábado, Dos Anjos analisa o adversário e projeta nova disputa de cinturão em breve.

Confira a entrevista, na íntegra:

Como foi o período de treinos no México e essa reta final de preparação?

Está sendo um dos camps mais legais que eu já tive. A gente está em muito boa sintonia. Eu, o Furão, o Philipe Dela Monica, o Edu, o Edwin Najmi, o Edu Pachu está aqui comigo também, meu amigo do Brasil, o Beneil Dariush, que vai lutar no mesmo card, o Arthur...então a gente fez um treinamento nas montanhas de Mammoth durante 20 dias e viemos agora pra Cidade do México faltando 10 dias e está sendo muito bom. Está sendo uma experiência muito legal, o peso está baixando com facilidade, graças a Deus, estou entre amigos e tudo está dando certo, tudo perfeito, graças a Deus.

Rafel dos Anjos; México, Altitude (Foto: Reproducao Instagram)

Rafael dos Anjos passou 20 dias treinando em Mammoth, na Califórnia. Cidade fica a 2.400 metros acima do nível do mar, atitude bem parecida à da Cidade do México, onde acontece do TUF América Latina Finale 3 (Foto: Reproducao Instagram)

Você disse ao Sensei Sportv que saiu da Kings MMA para abrir a sua própria equipe. Como foi tomar essa decisão, especialmente perto de uma luta tão importante?

Eu ainda não abri a minha academia, mas isso é questão de tempo. Eu realmente saí da Kings, não deu mais certo. Acho que estou entre amigos agora, com boas pessoas do meu lado, e treino não vai faltar para mim. Sou um cara bem-relacionado, tenho bons amigos, e infelizmente não deu mais certo. Eu sou bem certo em tudo o que eu faço e infelizmente não deu mais certo. Mas bola pra frente, nada mudou.

Muita gente atribui a sua evolução ao MMA ao trabalho com o Rafael Cordeiro. Quais foram os motivos que te levaram a sair da equipe?

Acho que foi um trabalho de toda a equipe. Eu treinava na Kings três vezes por semana, mas fora isso eu ía em outros lugares treinar também. Então, acho que a evolução foi crédito do Rafael Cordeiro, meu crédito, crédito do Philipe Dela Monica, do Nick Curson, que é o meu preparador físico, do Jacob Harman, que é o treinador de wrestling...então é crédito para todos da equipe, todo mundo que participou da minha carreira, do Eduardo Pamplona, que já me ajudou muito no muay thai também, então é uma junção de todos os amigos que já me ajudaram a treinar. A evolução foi crédito para essas pessoas e para mim também, que vou para a academia e treino firme. As pessoas que estão ao meu lado sabem o quão firme eu treino e o quão dedicado eu sou. Acho que a evolução vai continuar tendo. De qualquer forma, sou muito grato ao Rafael Cordeiro por tudo o que ele fez por mim, por todos os ensinamentos, mas agora é bola pra frente, nova fase da vida.

O que mudou na sua preparação para esse duelo desde a saída da Kings MMA?

Rafael dos Anjos Treino Aberto UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)

Rafael dos Anjos e Rafael Cordeiro: Parceria de quatro anos foi encerrada após derrota do peso-leve para Eddie Alvarez (Foto: Evelyn Rodrigues)

Não mudou nada, treino da mesma forma, estou treinando os mesmos fundamentos. Sou um lutador experiente, tenho 32 anos, mais de 30 lutas e sei o que eu faço também, sei treinar, tenho experiência suficiente, tenho bons amigos e pessoas boas do meu lado. Tem um grande amigo meu, Eduardo Pachu, que está aqui me ajudando na parte de muay thai pra essa luta, tem o Philipe Dela Monica no jiu-jítsu, tem o Gordo, que infelizmente não vai poder estar no meu córner dessa vez devido ao trabalho, mas sempre esteve em todas as minhas lutas. Sou um cara abençoado de ter essas pessoas do meu lado e nada mudou. Treinamento firme, sei treinar meus fundamentos e tenho experiência suficiente para fazer isso.

Quem fará parte da equipe RDA?

A equipe RDA vai abrir num futuro próximo. Com certeza vai ser uma equipe de amigos, vai ser uma equipe que vai ter uma energia super boa, sem divisões e vamos ver. Isso está nas mãos de Deus, vamos ver no futuro como vai ficar. Isso é um projeto, por enquanto a equipe RDA está composta pelo Eduardo Pachu, pelo Philipe Dela Monica, pelo Edwin Najmi, que estão do meu lado aqui, é o Beneil, o Arthur, eles que estão fazendo parte da minha equipe neste momento, entendeu? São amigos e tudo no controle de Deus.

O quão difícil foi para você digerir a derrota para o Alvarez?

Foi muito difícil, especialmente da maneira que foi. Mas eu já engoli essa pílula árdua, azeda e amarga. Agora é bola pra frente e eu acho que Deus tem um plano em tudo e sempre esteve à frente da minha vida me ajudando em tudo. Dessa vez não é diferente. Eu já estive nessa posição antes e acho que sei o caminho para voltar ao topo. Eu sou novo, estou com saúde, não tenho nenhuma lesão séria e nada que me atrapalhe. Tenho disposição suficiente para fazer tudo de novo e chegar de volta ao topo.

Chegou a ver a luta novamente? Consegue analisar o que saiu errado no combate?

Quando você é o campeão, você tem um alvo nas suas costas. Todo mundo quer o que é seu, com certeza você é o mais falado, todo mundo está cobiçando uma coisa que você tem. Mas eu acho que naquela luta eu estava bem fisicamente e aconteceu de tomar um soco ali. Foi um conjunto de coisas. Quando não é pra ser não vai, não adianta. O Eddie Alvarez estava no dia dele. Demorou pra cair a ficha, mas é aquilo. Como eu disse sou novo, tenho disposição suficiente para trabalhar tudo de novo e recuperar o que é meu.

Eddie Alvarez x Rafael dos Anjos UFC (Foto: Getty Images)

Derrota para Eddie Alvarez foi "pílula árdua, azeda e amarga", mas Dos Anjos garante que já passou por isso antes e sabe o que é preciso para voltar ao topo (Foto: Getty Images)

Como foi a decisão de voltar rapidamente ao octógono? Essa será a sua terceira luta nos últimos 12 meses...

Na verdade, eu tirei uns 45 dias fazendo o que eu queria mesmo, treinando jiu-jítsu. Foi um ano complicado. Eu lutei em dezembro com o (Donald) Cerrone, em março já estava marcado para enfrentar o Conor McGregor. Duas semanas antes da luta quebrei o pé e, para lutar com o Eddie Alvarez eu me preparei 10 semanas, sendo que nas primeiras quatro semanas eu fiquei na Evolve, em Singapura, e meu pé não estava 100% ainda. Lógico, eu cheguei na luta com o condicionamento físico bom, mas foi corrido. Foi uma preparação mais curta, foi o camp mais curto que eu já fiz. Porém, cheguei bem, em forma, mas foi uma coisa muito corrida. Por isso que tirei esses 45 dias, descansei, passeei com a minha família, coloquei a cabeça no lugar. Eu achava que, pela forma que foi a luta, e pelo que eu vinha fazendo com meus adversários, a forma que eu tava ganhando, achava que merecia a revanche. Mas o UFC tem outros planos e não quis me dar a revanche imediata, segundo meu empresário, então eu perguntei quem era o cara que eu poderia lutar, porque queria voltar a disputar o cinturão na sequência. E era o Tony Ferguson, que está vindo de oito vitórias. Então pedi para lutar com ele com o objetivo de voltar a disputar o cinturão depois.

O Tony Ferguson vem de oito vitórias seguidas no UFC. Como você vê esse combate e quais perigos ele traz para o seu jogo?

Eu acho que o perigo que ele pode trazer é que o Ferguson é um cara que arrisca muito. Ele não tem medo, arrisca, e é um cara que vem para brigar. Ele vem para a briga mesmo, vem com má intenção, vem para te machucar mesmo, quer cortar, vem pra brigar. Então, acho que tem que meter umas “mãos duras” ali no começo para segurar esse ímpeto e trabalhar na experiência e na minha agressividade também. Mas o meu volume de jogo vai fazer a diferença. Ele tem grandes vitórias em cima de atletas duros, porém nunca lutou com um cara com a minha qualidade ainda.

Acha que uma vitória contra o Ferguson te colocaria em uma nova disputa de cinturão?

Eu acho que sim. Essa seria a atitude justa a se tomar. Passando pelo Ferguson, eu mereço disputar o cinturão de novo, mas a gente nunca sabe.

O "TUF América Latina 3 Finale" vai ao ar no Canal Combate no próximo sábado, 5 de novembro, a partir das 20h25 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo da primeira luta em vídeo e Tempo Real do evento pelo Combate.com. Na sexta-feira, canal e site transmitem a pesagem do evento, a partir das 20h55.

TUF América Latina 3 Finale

5 de novembro, na Cidade do México (MEX)

CARD PRINCIPAL (a partir de 0h, horário de Brasília):

Peso-leve: Rafael dos Anjos x Tony Ferguson

Final peso-leve do TUF: Claudio Puelles x Martín Bravo

Peso-leve: Diego Sanchez x Marcin Held

Peso-pena: Ricardo Lamas x Charles do Bronx

Peso-leve: Beneil Dariush x Rashid Magomedov

Peso-palha: Alexa Grasso x Heather Jo Clark

Peso-galo: Kyle Bochniak x Horacio Gutierrez

CARD PRELIMINAR (a partir de 20h30, horário de Brasília)

Peso-galo: Erik Perez x Felipe Sertanejo

Peso-galo: Marco Beltrán x Adversário a ser definido

Peso-meio-médio: Erick Montaño x Max Griffin

Peso-galo: Henry Briones x Douglas D' Silva

Peso-médio: Sam Alvey x Alex Nicholson

Peso-leve: Marco Polo Reyes x Jason Novelli

Peso-pena: Enrique Barzola x Chris Avila

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Tem amargura aí com o Rafael Cordeiro heim? Deu pra perceber direitinho! E "não deu mais certo" explica e não explica nada kkkkkk enfim, eles nunca vão abrir pra geral o que aconteceu, só quem está nos bastidores mesmo!

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A impressão que eu tenho, é que creditávamos ao Cordeiro uma importância maior do que ele realmente tinha na carreira do RDA.

Rafael é cercado de muita gente competente, inclusive o Cordeiro.

Acho que num futuro próximo, as equipes terão profissionais para trabalharem a cabeça do atleta no pós-derrota. Hoje isso ocorre de forma muito pontual, mas é necessário saber lidar com a ausência do pedestal.

Editado por Último Imperador

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É isso aí enquanto tava bom era bom, acabou foi cada um pro seu lado.

O jornalista que estava desesperado por uma polêmica e não conseguiu.

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ah...eu ACHO que estou entre amigos ....ACHO que evolução em pé foi do cordeiro .....ACHO (..) nunca vi tanto ACHO e nenhuma certeza em uma entrevista e mais melhor abrir o olho, alguns lutadores que tavam abrindo academia não ganhou mais de ninguém ....ta ai Anderson silva e belfort p falar...

Editado por mauriense

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Já percebi também que Werdum não tem treinado por lá!

Os fatos da separação podem ser muitos. A mãe do Cordeiro faleceu e evidentemente a atenção no camping por não ter sido a mesma; O percentual maior da bolsa deveria ser pra ele que não deveria estar dando tanta atenção; Cordeiro poderia estar fazendo o papel de gestor da carreira ao invés de treinador, enfim, pode ter rolado muita coisa que nunca iremos saber. Mas pra mim o que é realmente conclusivo, é que Cordeiro não tinha a unanimidade na carreira do RDA como eu pensava.

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Se vai fazer falta ou não vamos saber depois do dia 5

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Como eu já havia dito em outros tópicos, a evolução do RDA se deve mais à Envolve do que ao Cordeiro.

Ele foi pra Singapura depois da derrota pro Guida e evoluiu demais em pé.

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Como eu já havia dito em outros tópicos, a evolução do RDA se deve mais à Envolve do que ao Cordeiro.

Ele foi pra Singapura depois da derrota pro Guida e evoluiu demais em pé.

É bem por aí...

Não que Cordeiro não tenha sua importância, pois ele tem e não é pouca, mas RDA tem muito mais gente responsável pela evolução dele.

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Nada melhor que sair após a derrota, certamente não estava dando certo não era de hj não, se ele sai enquanto era campeão seria chamado de creonte, traidor, que se aproveitou do Cordeiro para ser campeão largou de mão, etc. Pela entrevista deu a entender que o motivo não era nem treino, com certeza o Cordeiro é sim um excelente treinador e tem uma puta academia com bom material, acredito que o problema está mais para o lado financeiro, talvez estavam tendo problemas para fazer acerto nesse sentido, sei lá, opinião minha, Rafa é um excelente lutador terá sempre minha torcida, mas vai pegar uma pedreira agora, acho que é luta sem favorito e espero que ele não tenha mudado muita coisa mesmo nos treinos não, tem armas para o vencer o El Cucuy mas tem que ficar esperto, Ferguson como ele disse cai pra dentro, se arrisca bastante e é bem imprevisível. Torcendo pelo Rafa, vencendo o Ferguson fica na reta para o cinta, problema é que tem o Nurma que se vencer não tem pra onde correr é title apesar de não ter pego os tops da categoria e tem o Barbosa na lista tb, se bem que se o Alvarez vence o Dana pode dar revanche ao queridinho dele Connor pra matar todo mundo de raiva, ele é mestre nisso, kkkkkkkkkkk

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Como eu já havia dito em outros tópicos, a evolução do RDA se deve mais à Envolve do que ao Cordeiro.

Ele foi pra Singapura depois da derrota pro Guida e evoluiu demais em pé.

Sem duvida q a evolução em pé é muito mais pelos reinos na Evolve. O nivel do thai de lá é muito superior.

O Cordeiro ajuda mais no Overall, na combinação do repertorio em pé com as demais habilidades, estrategia + academia (estrutura física, tecnicos e alunos).

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Sem duvida q a evolução em pé é muito mais pelos reinos na Evolve. O nivel do thai de lá é muito superior.

O Cordeiro ajuda mais no Overall, na combinação do repertorio em pé com as demais habilidades, estrategia + academia (estrutura física, tecnicos e alunos).

Que convenhamos é muito mais importante, se não não se poderia dar méritos nenhum ao Greg Jackson também.

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ah...eu ACHO que estou entre amigos ....ACHO que evolução em pé foi do cordeiro .....ACHO (..) nunca vi tanto ACHO e nenhuma certeza em uma entrevista e mais melhor abrir o olho, alguns lutadores que tavam abrindo academia não ganhou mais de ninguém ....ta ai Anderson silva e belfort p falar...

Quase sempre que um atleta abriu a sua própria academia, não foi pra frente, ou estagnou ou piorou, com raras exceções houve evolução. Na maioria das vezes ser atleta e patrão ao mesmo tempo prejudica o desempenho, não tem alguém firme pra cobrar desempenho, o atleta fica cercado de puxa sacos com medo de mandar a real e perder o emprego, como também o lutador vai ter se preocupar com vários aspectos de dia-dia, tem que ser empresário, lutador, coach, pai de família, garoto propaganda e etc, o lutador tem que se preocupar em lutar, e focar só nisso, quase sempre é um tiro no pé. Quer ter sua equipe, abra depois de se aposentar, mas se não, cada um faz o que quer da vida.

Editado por Laskaku

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