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oriosvaldo costa

"Foxcatcher": Schultz vê luta no UFC como mais valiosa que our

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Experiência no Brasil

Quando o assunto em pauta é o Vale-Tudo, Mark Schultz frisa que fez apenas uma luta, aposentando-se invicto – e com 50 mil dólares no bolso, referentes ao combate no UFC 9. Embora não leve em consideração, Schultz esteve no Brasil, onde atuou, em 2003, na edição inaugural do Jungle Fight – atualmente o principal evento de MMA da América Latina – realizado em um hotel flutuante, no coração da Floresta Amazônica, em Manaus.

Diferentemente do UFC, a experiência não é bem digerida por Schultz. Nada contra o país, sempre elogiado por ele. A derrota para Leopoldo Montenegro, por finalização, não é contabilizada porque o americano garante que foi enganado pelo japonês Antonio Inoki, um dos organizadores daquela edição.

– Eu tenho apenas uma luta, a outra foi uma luta fake de Pro-Wrestling, promovida por um promotor japonês de Pro-Wrestling. Eu comecei no UFC e ganhei 50 mil dólares no UFC, um combate sem regras, em uma jaula. Me ofereceram 5 mil dólares por uma luta armada no Brasil. Eu nunca ganharia US$ 50 mil por uma luta de Pro Wrestling. Foi uma experiência muito ruim para todos. Não me preparei como deveria, todo mundo ficou triste no fim. O cara com quem eu deveria lutar não quis fazer isso. Ele não sabia disso, ninguém o avisou, nem a mim até a véspera do evento. Eu tinha 43 anos, não estava em forma para lutar, ele tinha 25 anos ou coisa assim. Quando me disseram que eu ganharia 25 mil dólares para fazer uma luta fake de Pro-Wrestling, eu disse: "Uau! Isso é ótimo! É dinheiro fácil". E o promotor disse: "Se você fizer isso, vou iniciar uma carreira profissional para você no wrestling japonês". Era mentira! Aceitei fazer, mas no último minuto vi uma propaganda do evento (Jungle) e notei que todas as outras lutas eram com lutadores de verdade. Falei isso ao promotor: "Ok, não vou fazer isso". Ele falou que poderíamos fazer uma luta de Pro-Wrestling, mas que não poderia pagar 25 mil dólares, apenas cinco mil. Eu topei e esperei que eles juntassem a mim e o Montenegro e passassem o script da luta, dissessem como seria a luta. Mas eles não fizeram nada, nem ao menos disseram a Montenegro que seria uma luta armada até uma hora antes da luta, e eu novamente me recusei a lutar.

Mark afirma que houve uma reunião de seus empresários com a organização do evento, na qual garantiu que não lutaria caso fosse uma luta de Vale-Tudo.

– Eu não estava preparado, não lutaria se fosse para valer, porque eu tinha 43 anos e não havia treinado. No fim, disse que lutaria, mas da seguinte forma: acertaria uma joelhada no saco dele e seria desclassificado. A luta acabaria assim, comigo desclassificado por golpe ilegal. Durante a luta ele me puxou ara a guarda e eu não tive como dar a joelhada. Ele acabou encaixando um triângulo, que eu deixei que ele fizesse, mas ele começou a apertar muito até eu ter que bater, e foi assim que acabou. Eu estava muito irritado, fui até o promotor e disse que era melhor ele cumprir a sua promessa e me levar ao Japão. Eu falei para ele avisar ao pessoal do "Sherdog", pois eu não poderia ter essa derrota no meu cartel. Ele se recusou a fazê-lo. Nunca mais falei com ele outra vez.

Apesar da frustração, Schultz tem como ídolo o brasileiro Rickson Gracie e acompanha os atletas canarinhos no Ultimate, como Anderson Silva e José Aldo.

– Gosto do José Aldo, é um cara realmente duro, adoro aquele cara. Ele é ótimo. Gosto do Minotauro, do Wanderlei Silva também. Anderson Silva é um grande lutador, mas queria que o Chael, que foi meu lutador de wrestling na universidade, o tivesse vencido. Eu gosto dos Gracie também. Carlson, Helio e Rickson, o meu lutador preferido.

"Foxcatcher": Schultz vê luta no UFC como mais valiosa que ouro olímpico

Americano, que venceu Gary Goodridge na nona edição do evento, assegura: "Sou mais conhecido por ter lutado no UFC do que por ter lutado wrestling nas Olimpíadas"

O telefone toca apenas três vezes. Do outro lado da linha, uma voz rouca e arrastada não deixa dúvidas de que a ligação teve o destino certo. Por mera formalidade e costume, faço a pergunta para identificar o interlocutor, e a resposta vem prontamente: "Sim, sou eu. Mark Schultz". Ele mesmo, o medalhista de ouro no wrestling nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, bicampeão mundial e escritor da autobiografia que inspirou o filme "Foxcatcher – Uma história que chocou o mundo". As páginas da vida de Mark Schultz estão preenchidas pela parceria com o irmão, Dave, também campeão olímpico e morto tragicamente em 1996 . Em um dos capítulos está o excêntrico John Eleuthère du Pont, o magnata que montou um centro de treinamento em sua própria fazenda, na Pensilvânia, patrocinando os principais atletas americanos da modalidade, inclusive a dupla. Em outro, pouco propalado, porém relevante, segundo o próprio Mark, está sua passagem pelo Vale-Tudo, especialmente pelo UFC.

O desafio de se aventurar em um esporte com poucas regras e muito sangue – no UFC 9, contra Gary Goodridge – é colocado por Mark como o maior feito de sua vida. A declaração surpreende, afinal, trata-se de um medalhista de ouro, ainda que os Estados Unidos haja mais de mil medalhas douradas. Literalmente. Foi uma experiência única e, talvez por isso, marcante na vida do americano, conforme declara, em entrevista exclusiva ao Combate.com.

– A vitória no UFC foi mais importante do que conquistar o ouro olímpico. O mais significativo ao pisar no octógono foi provar para mim mesmo que estava encarando meu maior medo. O medo faz duas coisas: ele te paralisa ou te empurra para a ação. Soa estranho, mas eu me senti calmo e confortável no octógono. Eu me senti em casa. Sou mais conhecido por ter lutado no UFC do que por ter lutado wrestling nas Olimpíadas. Passei anos no wrestling e tenho apenas uma luta no Ultimate. Eu sabia que provavelmente não morreria na luta, embora houvesse uma possibilidade real de eu ficar paralítico, sofrer danos cerebrais ou ficar aleijado. A expressão Artes Marciais Mistas ainda não havia sido cunhada, não havia regras, a não ser a proibição de morder e enfiar o dedo nos olhos. Havia uma infinidade de formas de eu ficar incapaz para sempre. A minha vida inteira tem sido baseada em realmente superar e conquistar o medo, porque ninguém vive sem ele. O medo é algo normal, que sentimos todos os dias. O que tive que entender aos 16 anos foi que o medo não é algo de que você tem que escapar ou eliminar. Às vezes vemos idiotas declararem: "Eu não tenho medo de nada". Sério? Mentira. Se você não tem medo, ou você é maluco ou estúpido.

Mark Schultz, que foi proibido de fazer novas lutas de Vale-Tudo por seus empregadores da BYU (Brigham Young University), em Utah, nos Estados Unidos, guarda com carinho a vitória por nocaute sobre Goodridge, aos 12 minutos de combate. Entretanto, o embate não estava previsto. Na realidade, Schultz havia ido na passagem de regras do Ultimate para acompanhar um amigo, Pedro Sauer. Foi o brasileiro quem incentivou Schultz a "salvar" o evento após Dave Benneteau, escalado para o card, não passar no exame médico.

– O Goodridge estava na nossa frente, e eu falei: "Mark, eu meto a porrada nesse cara e aposto que você também". Ele respondeu: "Você é maluco!". O Art Davie (um dos criadores do UFC) falou que estava sem ninguém para colocar no lugar do Benneteau e ficou doido quando soube que o Schultz era campeão mundial de wrestling. O melhor pagamento naquela época girava em torno de 20 mil dólares. Eu pedi 100 mil. Três horas da manhã, o Art me ligou oferecendo 50 mil perdendo ou ganhando. O Mark ganhava esse valor por ano como técnico da BYU. Ele fez uma reza, disse que poderia ser um bom tributo ao seu irmão e mandou assinar o contrato. Mark tinha um talento muito grande. Ele esculhambou o Goodridge, fez a defesa pessoal, aprendeu o jiu-jítsu do Helio Gracie.

O surgimento do jiu-jítsu na vida de Schultz remete ao início dos anos 90, quando Pedro Sauer e Rickson Gracie foram até a BYU desafiar um atleta que era campeão mundial de wrestling. Enquanto Pedro enfrentou um assistente, coube ao filho de Helio Gracie medir forças com Mark Schultz. Dali em diante, Schultz passaria a incorporar a arte suave ao seu repertório.

– Eu não joguei fora o wrestling completamente quando encontrei o BJJ (Brazilian Jiu-Jitsu). Combinei quedas e o condicionamento do wrestling com técnicas de jiu-jítsu, criando um estilo único. Quando eu era criança, sabia que a única forma de ficar feliz era conhecer como vencer qualquer pessoa na Terra. Meu irmão, Dave, me mostrou sem piedade como o wrestling era superior contra artes da trocação, como o Tang Soo Do. Sacrifiquei a minha vida por essa causa e pelo esporte, porque naquela época, honestamente, eu pensava que era a arte marcial mais efetiva. Depois de conhecer Rickson e o Pedro é que notei que passei a vida toda com movimentos que não eram decisivos em uma luta de rua. Então, deixei o wrestling e virei um aluno só de Brazilian Jiu-Jitsu. Peguei os melhores fundamentos de outros esportes, como os socos do boxe e chutes, cotoveladas e joelhadas do muay thai, incorporando tudo isso ao meu estilo. Entrar no octógono foi o ápice de uma vida de treinos. Eu senti que poderia ser o maior lutador da Terra e sair vitorioso. Antes de morrer quero agradecer ao Rickson por me mostrar finalizações, ao Pedro por permitir que eu fosse seu aluno por três anos, Walt Bayless por treinar comigo e me mostrar várias chaves de pé, meus técnicos de wrestling e meu irmão Dave, que amarei para sempre.

As lembranças estão também na memória de Rickson Gracie. Acostumado a travar diversos duelos, tanto em academias quanto em lutas profissionais no jiu-jítsu e no Vale-Tudo, ele se recorda do quão impressionado Mark Schultz ficou após treinar com ele – e sofrer com o arsenal de finalizações.

– Ele era um monstro, muito mais pesado do que eu. Eu trouxe a luta para a guarda e, como era sem tempo e pontos, fiquei confortável na guarda: apliquei o triângulo, e ele bateu. Imediatamente, falou: "Vamos de novo". Recomeçamos e ele ficou puto porque não gostou de bater. Ele quis me amassar, fui para as costas e finalizei. Ele ficou louco! Recomeçamos, e, depois de mais uns dez minutos, ele bateu outra vez. Já havia passado meia hora de treino, então, cansados, conversamos um pouco, apesar de eu ainda não falar inglês fluentemente. Ele disse que nunca tinha acontecido aquilo com ele, ficou impressionado, com uma ótima impressão do jiu-jítsu. Ele virou um crente da arte, foi catequizado (risos) e viu que o jiu-jítsu era um complemento, pois dava uma objetividade maior ao jogo dele. Passamos a nos respeitar mutuamente e nos encontramos umas duas vezes depois desse dia. É um cara digno e honesto.

Do desafio nasceu a improvável amizade. Pedro Sauer e Mark Schultz viraram grandes amigos. O brasileiro mora na Virgínia, e o americano, na Califórnia, mas eles mantêm contato frequente. E, apesar da aparência de casca-grossa, Sauer classifica o medalhista olímpico como uma pessoa gentil.

- A gente se conhece há 25 anos e se fala sempre. O Mark é monstro de força, minhas piores memórias são dos treinos de jiu-jítsu em que eu ficava por baixo, sendo amassado (risos). Andando na rua, parece um gorila, tem uma postura assustadora, mas é tranquilão, um cara na dele, gente boa, uma dama de ser humano. É um cara da paz. O irmão dele também era muito gente boa, uma vez chegou na minha academia com o braço quebrado, porque o Mark foi mostrar como era uma chave de braço. O Dave era um amor de pessoa também – declarou Sauer, que graduou o amigo à faixa-preta em fevereiro deste ano.

Fonte :

http://sportv.globo.com/site/combate/noticia/2016/05/foxcatcher-schultz-ve-luta-no-ufc-como-mais-valiosa-que-ouro-olimpico.html

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Editado por oriosvaldo costa

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Mark Schultz fez um lutão contra o Big Daddy, fez o gigante parecer um boneco de pano.

Lembro dele também numa filmagem, lutando contra o Rickson Gracie... Foi finalizado diversas vezes.

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O filme 'foxcatcher' sobre ele e o irmão é muita doidera. Nao conhecia a história. Fiquei bolado.

Essa do Rickson x ele eu não sabia. Massa demais.

Editado por Daniel Mendoza

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O filme 'foxcatcher' sobre ele e o irmão é muita doidera. Nao conhecia a história. Fiquei bolado.

Essa do Rickson x ele eu não sabia. Massa demais.

Esse vídeo tu acha mole...

Vi só um pedaço, mas todo mundo diz que o Rickson pegou várias vezes.

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Vi esse filme esses dias, passou na Sky, esse DuPont parece q era doido de tudo, metido e doido.

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Tem um Documentário muito top no Netflix sobre a história da Foxcatcher e o assassinato do irmão.

História bizarra. O pior de tudo foi o melhor amigo do irmão, um bielorrusso, ainda ter continuado amigo do milionário Du Pont, e ainda herdar a fortuna do cara. Ninguém tem valor mesmo, as pessoas só visam o dinheiro. Triste.

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Eu me recordo dessa acusação sobre ter sido enganado lá naquela época. Wallid propôs uma revanche na sequência e Schultz recusou. Dificil saber se é verdade ou não, mas o fato é que ele sustenta essa versão até hoje. Não duvido que seja real. Aliás, JF 1 foi um baita evento. Lyoto vs. Bonnar, Werdum vs. Napão, Macaco vs. Jacaré. Não teve nenhuma luta com desconhecidos.

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Lembro dessa história do desafio do Rickson! Desafiar um campeão olímpico de wrestling, muito maior que você, e em seu próprio CT, tem o seu valor

Editado por O Predestinado

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Artigo muito bacana, valeu oriosvaldo

Eu agradeço, amigo Bombtrack. Mas o artigo é de autoria do Marcelo Barone, temos de dar os créditos à ele . Apenas compartilhei.

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Eu me recordo dessa acusação sobre ter sido enganado lá naquela época. Wallid propôs uma revanche na sequência e Schultz recusou. Dificil saber se é verdade ou não, mas o fato é que ele sustenta essa versão até hoje. Não duvido que seja real. Aliás, JF 1 foi um baita evento. Lyoto vs. Bonnar, Werdum vs. Napão, Macaco vs. Jacaré. Não teve nenhuma luta com desconhecidos.

Muito obrigado, Rappa Hemp pelas informações complementares que vc disponibilizou.

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A história é surreal mesmo....

O filme hollywoodiano eh muito bom ! Atores e atuações fodasticas principalmente do Steve Carrel

* bela matéria postada

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