Fabri

Ruas e Eugênio dão suas versões do dia em que Rickson desafiou a LL

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Perfeito!

A bendita internet se bem usada pode desmistifcar muita coisa. Uma delas que é bastante reproduzida é que Rickson não lutou com Sakuraba por causa da morte de seu filho. Aqui tem um arquivo de notícias interessante (http://www.quebrada.net/news/News20001.html) na qual fica claro q Rickson sempre fugiu do japa, tentando sempre o diminuir, dizendo q era um lutador muito leve p o enfrentá-lo ou sem áurea de guerreiro. Isso tudo antes da tragédia. O lutador na qual ele iria enfrentar seria o judoca Naoya Ogawa, o que já seria de longe o seu maior desafio.

Bom link obrigado por compartilhar!

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A questão é que, por conta de atitudes bizarras (e até mesmo questionáveis) para manter a aura de invencível, Rickson é muito criticado e até mesmo avacalhado, muitas vezes de forma e por razões equivocadas.

Tudo o que direi aqui é baseado no que li desde meados dos anos 90. Não posso provar nada, pois não tenho mais as revistas e sequer sei quais eram as edições etc. Acredite quem quiser. Agora, quem como eu lia revistas como Combat Sports, Cobrão Vale Tudo e as Tatames mais antigas, sabe que não estou mentindo.

Mas vamos lá:

1- Até hj perturbam com o tal cartel patético das 400 lutas do Rickson que colocaram na internet, um cartel que incluía treinos com amigos e tudo. É simplesmente inacreditável que ainda hoje haja alguma alma viva que acredite naquela bobagem. Aquilo já foi desmentido há muito tempo e, mesmo se não tivesse sido (pq, sinceramente, nem era preciso), não fazia o menor sentido. Havia sim o polêmico cartel. Porém, aquele cartel publicado, com vitórias de treinos, não tinham nada a ver. Pura invenção.

Aliás, referente ao assunto, o próprio Rickson já desdenhou do seu cartel de 400 lutas (que, é óbvio, não tem relação com os treinos bizarros publicados). Quem leu uma das últimas tatames (o Gracie Magazine) dele ainda oficialmente como lutador sabe disso. O cara disse que não se importava com o cartel e deixou claro que se referia a sua carreira como atleta, não como atleta de MMA. Por isso, tinha lutas de jiu-jitsu, Vale Tudo, Sambo e desafios de porrada. Essa é a realidade. Agora, a crítica: é claro que o Gracie usou a mística do cartel para se promover nos anos 90, sem contar que ignorou a derrota no Sambo para o Ron Tripp, em que foi quedado.

2- Eu confirmo o que o RVMS disse. Houve um segundo desafio sim, diretamente ao Marco Ruas. Eu tinha a revista citada. Na entrevista, o Ruas dizia que o Hélio chegou e disse algo como: "- Em primeiro lugar, vc é lutador de jiu-jitsu, mas meu filho é o melhor do mundo e cobra tanto". Aí o Ruas falou que esse valor era o que os promotores queriam para o evento inteiro. Aí, o Hélio disse que os dois poderiam fazer um a luta a portas fechadas então. Ruas recusou, dizendo ser profissional. E foi isso. Não direi que o Ruas estava errado. O cara sempre foi profissional ao extremo e seguiu a sua conduta ética. Mas, se eu fosse ele teria aceitado o desafio. Ruas estava na geladeira dos eventos há anos e quase desistiu da carreira de lutador. Era maior, mais forte e mais pesado. Quem conhece as regras do antigo desafio a portas fechadas sabe que havia uma regra clara: o vencedor ficava com a gravação da luta. Se o Ruas tivesse vencido, mesmo não sendo em um evento, aquela fita o tornaria uma lenda e abriria todas as portas. Fora que a aura de invencível do Rickson sumiria e, claro, sequer seria divulgada no exterior.

3- Quanto ao desafio no Boqueirão, há um assunto muito polêmico. Essa versão do Ruas é a segunda, e não a primeira. Novamente eu digo: se alguém aqui no fórum devorou todas as revistas dos anos 90 sobre lutas, sabe que não estou mentindo, até pq não sou advogado de ninguém e não ganho nada com essa porra. O Rickson sempre disse que desafiou geral. Sempre. Pelo que sei, rolava mesmo o boato de que a Luta Livre e o MT se uniram para acabar com a predominância Gracie. Aí, o Rickson foi ao Boqueirão e desafiou legal. Os caras pediram tempo para treinar e o Gracie disse algo como: "- Vcs estão brincando. Eu já nasci pronto". O clima ficou tenso e algum Gracie tentou remediar a situação, pedindo para os caras da LL fazerem uma lista de quem gostaria de enfrentar o Rickson numa outra oportunidade. Nessa, o Hugo falou para botar o nome dele e o Rickson ficou puto: "- Isso não é jogo do bicho. Ou luta agora ou fica quieto". Só sei que o clima entre o Hugo e o Rickson ficou tenso e a coisa piorou quando o Eugênio pediu a palavra e disse que lutaria com qualquer um do peso dele. Só o Rickson e o Eugênio estavam dispostos a lutar na hora, mas eram de pesos completamente diferentes. No fim das contas, o Rickson cercou o Hugo na praia, disse que o tempo dele para treinar já tinha acabado e deu um tapa em seu rosto, iniciando aquela famosa briga, cujo vídeo tem o Ryan gritando loucamente para os curiosos: "- Sai da frente, porra! Sai da frente, caralho!". Na semana seguinte, o Hugo juntou uma galera e invadiu a área Gracie. E brigou com o Rickson de novo. E apanhou de novo, mas dessa vez sem a desculpa da areia da praia atrapalhando e sem a justificativa de ter sido pego de surpresa e cercado pela multidão rival, até pq a multidão dessa vez era da galera dele. ALiás, o Ruas disse que havia sido convidado pelo Hugo, mas não foi, pq era contra invasões.

Agora, sobre o assunto polêmico das versões do Ruas. Antes de dizer que estava lá e que o Rickson o chamou de casca grossa, ele havia dado uma entrevista anos antes em que dizia claramente que não havia sido desafiado, pois não estava presente no dia. Lembro claramente disso. Aliás, pouco depois o Rickson falou pela primeira vez sobre o assunto, dizendo que desafiou geral. A partir daí, o Ruas mudou o discurso, dizendo que estava presente, só que nunca foi desafiado. Mas é aquilo: quem leu a revista, seja ela qual tenha sido, sabe que não estou mentindo. Quem não leu, acredita se quiser. Isso é irrelevante.

É claro que tanto o Ruas quanto o Hugo cansaram de desafiar o Rickson depois e o mesmo, ciente de os caras estavam muito mais fortes e completos tecnicamente, não quis arriscar perder sua aura de imbatível. Essa é minha crítica com relação ao Gracie nos anos seguintes. Com medo de perder o marketing pessoal, fugiu dos desafios. Porém, é inegável que, nos anos 80, essa palhaçada de aura ainda não era levada a sério pelo Gracie e ele lutou com quem tinha à disposição ou, pelo menos, fez os desafios.

Abraços.

1 - Rama até o próprio Hélio ridicularizou esse cartel ridículo aí!

Isso só significa uma coisa ele tinha vergonha da mentira do próprio filho!

2 - Se isso aconteceu tá certo o Ruas! Isso só prova uma coisa: Rickson se escondeu por trás da bolsa! Então tu sai na mão com o Hugo de graça na praia mas pede uma bolsa maior pra pegar o Ruas? E outra até hoje o Ruas diz que faria a luta mas o Rickson não aceita.

3 - Quem falou em fazer a lista foi o próprio Hélio que respeitava o Ruas e o Eugênio, me disseram uma vez que o Hélio uma vez disse pro Eugênio que se tivesse dez filhos iguais ao Eugênio a família seria imbatível, isso enaltecendo a coragem do Eugênio.

O que eu sei com certeza é o seguinte: o que temos documentado ao alcance do google é que Ruas, Rutten, Sakuraba, Wand etc. desafiaram e ele nunca aceitou os desafios.

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Não fala besteira brother, quando estavam negociando essa luta o filho do Rickson faleceu, de uma forma bem tragica...

Sakuraba bateu Royler e Royce antes da morte do Rockson

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1 - Rama até o próprio Hélio ridicularizou esse cartel ridículo aí!

Isso só significa uma coisa ele tinha vergonha da mentira do próprio filho!

2 - Se isso aconteceu tá certo o Ruas! Isso só prova uma coisa: Rickson se escondeu por trás da bolsa! Então tu sai na mão com o Hugo de graça na praia mas pede uma bolsa maior pra pegar o Ruas? E outra até hoje o Ruas diz que faria a luta mas o Rickson não aceita.

3 - Quem falou em fazer a lista foi o próprio Hélio que respeitava o Ruas e o Eugênio, me disseram uma vez que o Hélio uma vez disse pro Eugênio que se tivesse dez filhos iguais ao Eugênio a família seria imbatível, isso enaltecendo a coragem do Eugênio.

O que eu sei com certeza é o seguinte: o que temos documentado ao alcance do google é que Ruas, Rutten, Sakuraba, Wand etc. desafiaram e ele nunca aceitou os desafios.

Fala, MV8!

1- Cara, mas eu próprio disse no meu post que critico esse lance do cartel. O que eu disse antes é que o cartel que inventaram na internet, com lutas treinos etc, é fake. Criticar o Gracie por contar lutas a portas fechadas e torneios de jiu-jitsu é uma coisa (bem como esconder a derrota no Sambo). Criticar em cima de uma lista fake de treinos e o cacete, aí sim é a babaquice que fazem e eu fico puto.

2- Bem, a questão de estar certo é bem pessoal. Eu não questiono isso. Hj em dia, desafio é algo praticamente patético, mas o contexto da época permitia tal artimanha. Quase todas as lutas que criaram a rivalidade JJ vs LL foram nesse esquema. O que eu disse é que, sem dúvidas, o Ruas arriscou com um profissionalismo que não existia na época, mas eu no lugar dele teria participado do desafio. O Ruas lutou em 84 com o Pinduka. Depois, só conseguiu fazer uma luta em 92. E, sem o boom do Rorion com o UFC, provavelmente jamais voltaria a lutar. Seu nome jamais teria entrado na história com a dignidade merecida. Pelo tamanho, força e versatilidade, teria grandes chances de vitória e fatalmente mudaria a história dos Gracie (no mínimo, a do Rickson) e a sua própria.

Naquela época, o Rickson não usava a bolsa milionária para evitar ameaças ao seu cartel. O Ruas foi profissional, mas poderia ter feito história já nos anos 80. E correu o risco de não ter tido uma carreira profissional de destaque.

3- Sim, foi o Hélio. O Rickson é que não curtiu muito a ideia.

Abraços.

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Fala, MV8!

1- Cara, mas eu próprio disse no meu post que critico esse lance do cartel. O que eu disse antes é que o cartel que inventaram na internet, com lutas treinos etc, é fake. Criticar o Gracie por contar lutas a portas fechadas e torneios de jiu-jitsu é uma coisa (bem como esconder a derrota no Sambo). Criticar em cima de uma lista fake de treinos e o cacete, aí sim é a babaquice que fazem e eu fico puto.

2- Bem, a questão de estar certo é bem pessoal. Eu não questiono isso. Hj em dia, desafio é algo praticamente patético, mas o contexto da época permitia tal artimanha. Quase todas as lutas que criaram a rivalidade JJ vs LL foram nesse esquema. O que eu disse é que, sem dúvidas, o Ruas arriscou com um profissionalismo que não existia na época, mas eu no lugar dele teria participado do desafio. O Ruas lutou em 84 com o Pinduka. Depois, só conseguiu fazer uma luta em 92. E, sem o boom do Rorion com o UFC, provavelmente jamais voltaria a lutar. Seu nome jamais teria entrado na história com a dignidade merecida. Pelo tamanho, força e versatilidade, teria grandes chances de vitória e fatalmente mudaria a história dos Gracie (no mínimo, a do Rickson) e a sua própria.

Naquela época, o Rickson não usava a bolsa milionária para evitar ameaças ao seu cartel. O Ruas foi profissional, mas poderia ter feito história já nos anos 80. E correu o risco de não ter tido uma carreira profissional de destaque.

3- Sim, foi o Hélio. O Rickson é que não curtiu muito a ideia.

Abraços.

2 - Pelo contrário Rama. Os grandes desafios sempre foram em eventos. O de 84, o de 91, Wallid vs. Johil, Renzo vs. Eugênio...

O Ruas não tinha como adivinhar que ia existir um UFC criado pelos Gracie e que se tivesse uma fita derrotando o Rickson se consagraria. Se queria o dinheiro que o promotor tinha pra fazer o evento todo então Rickson se escondeu atrás da bolsa sim!

A aposta mais segura na época era: venço ele num ringue, faço meu nome e tenho como ganhar a vida pelo menos dando aula.

Hoje o Ruas não tem o reconhecimento que merece mas pelo menos foi campeão do UFC e ganhando ou perdendo saiu na mão com as pedreiras que botaram na frente dele.

Rickson vive de vitórias sobre o grande Takada e de histórias como Brian Amona o Gigante havaiano de 1,60m e Equada o lutador que ninguém nunca ouviu falar e nem o Google conhece! Além de ter recusado os desafios de Ruas, Bas, Sakuraba etc.

Não dá pra comparar.

Convenhamos se essa treta tivesse sido com o Royce ou com o Renzo, tu acha que a luta não tinha saído?

Esses sim são os dois casca grossa da família na época moderna do VT/MMA, saíram na mão com quem apareceu!

E na geração anterior o grande nome foi o Carlson! Se não tivesse Carlson Gracie ninguém falaria em família Gracie hoje em dia!

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2 - Pelo contrário Rama. Os grandes desafios sempre foram em eventos. O de 84, o de 91, Wallid vs. Johil, Renzo vs. Eugênio...

Crezinho Souza Vs. Alan Carvalho no Canecão foi foda também, quem é das antigas sabe...

Teve Johil de Oliveira Vs. Selvagem, Carlão x The Pedro, Luciano Azevedo Vs. Suyan Queiroz...

Rivalidade boa!!

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A questão é que, por conta de atitudes bizarras (e até mesmo questionáveis) para manter a aura de invencível, Rickson é muito criticado e até mesmo avacalhado, muitas vezes de forma e por razões equivocadas.

Tudo o que direi aqui é baseado no que li desde meados dos anos 90. Não posso provar nada, pois não tenho mais as revistas e sequer sei quais eram as edições etc. Acredite quem quiser. Agora, quem como eu lia revistas como Combat Sports, Cobrão Vale Tudo e as Tatames mais antigas, sabe que não estou mentindo.

Mas vamos lá:

1- Até hj perturbam com o tal cartel patético das 400 lutas do Rickson que colocaram na internet, um cartel que incluía treinos com amigos e tudo. É simplesmente inacreditável que ainda hoje haja alguma alma viva que acredite naquela bobagem. Aquilo já foi desmentido há muito tempo e, mesmo se não tivesse sido (pq, sinceramente, nem era preciso), não fazia o menor sentido. Havia sim o polêmico cartel. Porém, aquele cartel publicado, com vitórias de treinos, não tinham nada a ver. Pura invenção.

Aliás, referente ao assunto, o próprio Rickson já desdenhou do seu cartel de 400 lutas (que, é óbvio, não tem relação com os treinos bizarros publicados). Quem leu uma das últimas tatames (o Gracie Magazine) dele ainda oficialmente como lutador sabe disso. O cara disse que não se importava com o cartel e deixou claro que se referia a sua carreira como atleta, não como atleta de MMA. Por isso, tinha lutas de jiu-jitsu, Vale Tudo, Sambo e desafios de porrada. Essa é a realidade. Agora, a crítica: é claro que o Gracie usou a mística do cartel para se promover nos anos 90, sem contar que ignorou a derrota no Sambo para o Ron Tripp, em que foi quedado.

2- Eu confirmo o que o RVMS disse. Houve um segundo desafio sim, diretamente ao Marco Ruas. Eu tinha a revista citada. Na entrevista, o Ruas dizia que o Hélio chegou e disse algo como: "- Em primeiro lugar, vc é lutador de jiu-jitsu, mas meu filho é o melhor do mundo e cobra tanto". Aí o Ruas falou que esse valor era o que os promotores queriam para o evento inteiro. Aí, o Hélio disse que os dois poderiam fazer um a luta a portas fechadas então. Ruas recusou, dizendo ser profissional. E foi isso. Não direi que o Ruas estava errado. O cara sempre foi profissional ao extremo e seguiu a sua conduta ética. Mas, se eu fosse ele teria aceitado o desafio. Ruas estava na geladeira dos eventos há anos e quase desistiu da carreira de lutador. Era maior, mais forte e mais pesado. Quem conhece as regras do antigo desafio a portas fechadas sabe que havia uma regra clara: o vencedor ficava com a gravação da luta. Se o Ruas tivesse vencido, mesmo não sendo em um evento, aquela fita o tornaria uma lenda e abriria todas as portas. Fora que a aura de invencível do Rickson sumiria e, claro, sequer seria divulgada no exterior.

3- Quanto ao desafio no Boqueirão, há um assunto muito polêmico. Essa versão do Ruas é a segunda, e não a primeira. Novamente eu digo: se alguém aqui no fórum devorou todas as revistas dos anos 90 sobre lutas, sabe que não estou mentindo, até pq não sou advogado de ninguém e não ganho nada com essa porra. O Rickson sempre disse que desafiou geral. Sempre. Pelo que sei, rolava mesmo o boato de que a Luta Livre e o MT se uniram para acabar com a predominância Gracie. Aí, o Rickson foi ao Boqueirão e desafiou legal. Os caras pediram tempo para treinar e o Gracie disse algo como: "- Vcs estão brincando. Eu já nasci pronto". O clima ficou tenso e algum Gracie tentou remediar a situação, pedindo para os caras da LL fazerem uma lista de quem gostaria de enfrentar o Rickson numa outra oportunidade. Nessa, o Hugo falou para botar o nome dele e o Rickson ficou puto: "- Isso não é jogo do bicho. Ou luta agora ou fica quieto". Só sei que o clima entre o Hugo e o Rickson ficou tenso e a coisa piorou quando o Eugênio pediu a palavra e disse que lutaria com qualquer um do peso dele. Só o Rickson e o Eugênio estavam dispostos a lutar na hora, mas eram de pesos completamente diferentes. No fim das contas, o Rickson cercou o Hugo na praia, disse que o tempo dele para treinar já tinha acabado e deu um tapa em seu rosto, iniciando aquela famosa briga, cujo vídeo tem o Ryan gritando loucamente para os curiosos: "- Sai da frente, porra! Sai da frente, caralho!". Na semana seguinte, o Hugo juntou uma galera e invadiu a área Gracie. E brigou com o Rickson de novo. E apanhou de novo, mas dessa vez sem a desculpa da areia da praia atrapalhando e sem a justificativa de ter sido pego de surpresa e cercado pela multidão rival, até pq a multidão dessa vez era da galera dele. ALiás, o Ruas disse que havia sido convidado pelo Hugo, mas não foi, pq era contra invasões.

Agora, sobre o assunto polêmico das versões do Ruas. Antes de dizer que estava lá e que o Rickson o chamou de casca grossa, ele havia dado uma entrevista anos antes em que dizia claramente que não havia sido desafiado, pois não estava presente no dia. Lembro claramente disso. Aliás, pouco depois o Rickson falou pela primeira vez sobre o assunto, dizendo que desafiou geral. A partir daí, o Ruas mudou o discurso, dizendo que estava presente, só que nunca foi desafiado. Mas é aquilo: quem leu a revista, seja ela qual tenha sido, sabe que não estou mentindo. Quem não leu, acredita se quiser. Isso é irrelevante.

É claro que tanto o Ruas quanto o Hugo cansaram de desafiar o Rickson depois e o mesmo, ciente de os caras estavam muito mais fortes e completos tecnicamente, não quis arriscar perder sua aura de imbatível. Essa é minha crítica com relação ao Gracie nos anos seguintes. Com medo de perder o marketing pessoal, fugiu dos desafios. Porém, é inegável que, nos anos 80, essa palhaçada de aura ainda não era levada a sério pelo Gracie e ele lutou com quem tinha à disposição ou, pelo menos, fez os desafios.

Abraços.

Gostei tanto do post do RAMANESS, que até vou me ressuscitar após anos, rs. Também acompanhei bastante o troço todo a partir dos meados dos 90 até meados dos 00. Tenho muita revista ainda guardada desse tempo inesquecível, até edições do jornal Ring, falecido. Entre tantos assuntos estimulantes à época, Rickson vs Ruas realmente estava nas cabeças. Realmente, o lance do cartel requer interpretação. A imprensa, em especial a que adora floreio, é quem fazia questão de enfeitar o pavão para vender notícia. Lembro, por exemplo, de uma matéria publicada acho que até na Playboy, em que fizeram questão de enaltecer a história das 400 lutas para em seguida falar do desafio ao Tyson. Não dá para negar a coragem e determinação do cara ao encarar um sujeito como o Zulu, por exemplo, quando ainda era quase um molecote ainda. Mas o tempo avançou e o Rickson quis investir nessa áurea de imbatível também no mma, creio. Ao que tudo indica, contribuiu para render muita grana para ele.

Quanto à treta específica com o Rickson, rendeu muita conversa e nada além. Do que eu me recordo por alto, o Gracie era econômico ao elogiar o Ruas, se não me falha a memória, até dizendo que o conhecimento dele de chão era elementar. Isso saiu na Tatame, acho, em que ele era capa e a chamada dizia algo do tipo "No templo do samurai", referente a uma entrevista na casa dele nos EUA. Falou até do Coleman, que estava no auge nessa época tbm. Ruas queria muito lutar com o Gracie eficava tão puto, que comentou uma entrevista em que, segundo ele, o Rickson dizia q o atropelaria. Marco falou "só se for de Ranger Rover", mas que isso seria proibido nos EUA, rs.

Particularmente, deixei o Rickson de lado naqueles tempos depois que vi que o Saku bagunçou a família e ele ainda ficava apegado a história de bolsa. E outra: enquanto a "monstraida" se matava no Pride, ele preferiu ficar só na zona de conforto, com Takada e cia. Claro, o cara tinha que ganhar o seu, mas ficou bem esclarecido que o lance dele era investir na invencibilidade.

Qualquer dia desses tiro a poeira das revistas e catalogo os trechos mais interessantes do Rickson ao longo do vt nos 90 e 00.

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2 - Pelo contrário Rama. Os grandes desafios sempre foram em eventos. O de 84, o de 91, Wallid vs. Johil, Renzo vs. Eugênio...

O Ruas não tinha como adivinhar que ia existir um UFC criado pelos Gracie e que se tivesse uma fita derrotando o Rickson se consagraria. Se queria o dinheiro que o promotor tinha pra fazer o evento todo então Rickson se escondeu atrás da bolsa sim!

A aposta mais segura na época era: venço ele num ringue, faço meu nome e tenho como ganhar a vida pelo menos dando aula.

Hoje o Ruas não tem o reconhecimento que merece mas pelo menos foi campeão do UFC e ganhando ou perdendo saiu na mão com as pedreiras que botaram na frente dele.

Rickson vive de vitórias sobre o grande Takada e de histórias como Brian Amona o Gigante havaiano de 1,60m e Equada o lutador que ninguém nunca ouviu falar e nem o Google conhece! Além de ter recusado os desafios de Ruas, Bas, Sakuraba etc.

Não dá pra comparar.

Convenhamos se essa treta tivesse sido com o Royce ou com o Renzo, tu acha que a luta não tinha saído?

Esses sim são os dois casca grossa da família na época moderna do VT/MMA, saíram na mão com quem apareceu!

E na geração anterior o grande nome foi o Carlson! Se não tivesse Carlson Gracie ninguém falaria em família Gracie hoje em dia!

MV8, Há 2 Rickson Gracie, ou 2 fases dele, se vc preferir. Há o Rickson dos anos 80, que enfrentou na maioria das vezes de graça quem pintou pela frente. Ele saiu na mão 2 vezes o CARA da LL, o Hugo Duarte. O Rickson mitológico e "imbatível" dos anos 90 em diante é outro. Esse sim merece críticas e jamais enfrentou quem tivesse a chance de desbancar sua aura. De qualquer forma, não se pode usar uma fase para justificar outra. O Rickson dos anos 80 não era o marketeiro que surgiu de 1995 para cá.

Há questões que não se resolvem com informações nos googles da vida. Se vc encontrar revistas antigas, verá declarações até mesmo do Ruas a respeito da dificuldade de se criar um evento de Vale Tudo nos anos 80 (ele não só reclama disso, mas também da geladeira em que foi colocado). Raras foram as lutas oficiais, até pq pouca gente tinha acesso ao Vale Tudo. É só vc ver que quase não houve eventos. Os caras resolviam as diferenças nos desafios a portas fechadas. Qualquer um que critica isso o faz pq não tem ideia do que foi a época ou tem má vontade em entender que aquilo foi o que tornou possível a existência de eventos como o UFC.

Sobre os desafios, há um equívoco no que vc disse. Mas a culpa não é sua. Na internet, o que dizem é que a rivalidade JJ vs LL começou com o desafio de 84, mas isso não é verdade. O que gerou toda a treta foi a briga do aluno do Flávio Molina com o Charles Gracie e, principalmente, a retaliação feita pelo Rolls. O evento de 84 saiu disso e, na verdade, foi mais JJ contra outras artes do que contra a LL, até pq Marco Ruas nunca se considerou um representante de uma única arte e a vitória do JJ saiu em cima da luta contra o Bruce Lúcio, que nada tinha a ver com a LL. É claro que enfrentar adversários como Pinduka e Renan Pitanguy ajudou a inflamar, mas a rivalidade já estava estabelecida e a única luta realmente ligada com a rivalidade inicial foi Molina vs Marcelo Behring.

De qualquer forma, lá vai a estória do desafio: o Molina teve a academia invadida e, ao defender o aluno que agrediu o Charles, gerou uma porradaria geral, em que Rolls e cia causaram um massacre. Tempos depois, o Flávio quis dar o troco e, com o Rolls morto, desafiou o Rickson. O Gracie desdenhou o talento do Molina e disse que, se ele fosse capaz de derrotar seu aluno Marcelo Behring, ele se provaria digno de enfrentá-lo. Como o Molina foi rapidamente massacrado, a estória morreu, deixando rusgas, é claro.

Tirando isso, os grandes desafios da LL vs JJ nos anos 80 ocorreram nos desafios. Aí sim havia a participação direta dos Gracie. Foi aí que rolaram os desafios do Rickson à LL e ao Ruas, foi aí que a porrada comeu entre o Gracie e o Hugo, foi aí que houve a porradaria entre Eugênio e Royler. O principal da rivalidade envolvendo os Gracie nos anos 80 está aí. Não houve eventos. O desafio de 91 reacendeu a rivalidade, mas foi um desafio feito pelo Wallid. O Rickson não tem nada a ver com isso.

Outra questão: o que vc disse sobre o Ruas (de não poder adivinhar que não haveria UFC) apenas confirma o que eu disse. Por muito pouco, ele não ficou esquecido na história. Sobre a consagração ao ter como provar que derrotou o Rickson em um desafio, é claro que ele sabia que isso ocorreria. Hugo Duarte dizia que falar em Rickson Gracie nos anos 80 era algo assustador. Eu, como disse, não julgo o Ruas por querer ser ultra profissional naquela época, mas repito que ele sabia sim a repercussão que a fita teria e, eu, em seu lugar, teria lutado. Mas isso é opinião minha apenas, sem julgamentos. O que importa é que o Gracie dos anos 80 desafiou geral. Aceitou quem quis.

Sobre o tal desafio que o Hélio fez, o velho mestre educadamente desafiou o Ruas e disse o valor do filho (se vc ler entrevistas do Ruas, o mesmo sempre foi muito respeitoso com o Hélio). Quem informou que um valor como aquele era esperado para bancar todo o evento foi o Ruas. Não houve isso de se esconder atrás de bolsa. O Hélio não sabia quanto queriam investir no evento. De qualquer forma, rolou a possibilidade de haver o desafio a portas fechadas. Então, vc pode achar a postura do Ruas correta. E não está errado. O cara queria ser profissional. Na minha opinião, ele poderia ter aceitado e isso poderia abrir portas enormes. Mas o que importa é que, considerando a possibilidade do desafio certa ou errada, não se pode dizer que o Gracie se escondeu atrás de bolsa, até pq foi proposto o desafio. É claro que se fosse o Royce ou o Renzo, eles provavelmente aceitariam um valor menor pela luta, mas aí é postura deles. Caso não aceitassem, iriam propor o desafio também, como participaram de centenas no passado. Mas o que eu quero dizer é que o Rickson daquela época não vivia atrás de bolsas milionárias. Naquela época pré Rickson marketeiro, ele até tinha seu preço, mas não era o absurdo dos anos seguintes e, se não rolasse, havia o desafio. Vc citou o Royce e o Renzo como exemplos da filosofia de se aceitar um evento, mesmo não recebendo o valor que eles desejavam. Da mesma forma que se pode fazer isso, pode-se citar os caras como Hugo e Eugênio, que teriam aceitado o desafio.

Aliás, vale lembrar que o Rickson lutaria no UFC em seus primórdios, lá para 1994. A ideia era essa. Não rolou por conta da briga com o Rórion, que praticamente escravizou o Royce. Renzo e Ryan comprovam isso, bastando ver o documentário "Gracies: o berço do Vale Tudo". Ou, se preferir, o livro da Reyla.

Então, o Rickson não foi campeão do UFC por culpa do Rórion, mas foi campeão do Japão Open. Aí vc pode pensar: "-Ah, mas os caras que o Rickson pegou em 1994 eram fracos demais". Tudo bem, mas que grande desafio ele teria se tivesse lutado no UFC 2 (que era o programado)? E vamos ver uma coisa importante. No Japão Open seguinte, por muito pouco o Rickson não enfrentou o finalista do UFC 1 Gerard Gordeau, que foi derrotado antes pelo Nakai.

Por isso que eu insisto: o Rickson imortal e inatingível de 95 em diante merece todas as crítica sim. Mas não se pode comparar esse Rickson com aquele dos anos 80. O Gracie dos anos 80 era um guerreiro muito digno. Lembre-se: não diminuí o Ruas em nenhum momento (acho que ele deveria ter aceitado o desafio, mas não critico sua recusa e seu profissionalismo) e não defendo o Rickson caozada de 95 para cá. Mas defendo sim o Rickson dos anos 80 e comecinho dos anos 90. Aquele Rickson era digno.

Abraços.

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Gostei tanto do post do RAMANESS, que até vou me ressuscitar após anos, rs. Também acompanhei bastante o troço todo a partir dos meados dos 90 até meados dos 00. Tenho muita revista ainda guardada desse tempo inesquecível, até edições do jornal Ring, falecido. Entre tantos assuntos estimulantes à época, Rickson vs Ruas realmente estava nas cabeças. Realmente, o lance do cartel requer interpretação. A imprensa, em especial a que adora floreio, é quem fazia questão de enfeitar o pavão para vender notícia. Lembro, por exemplo, de uma matéria publicada acho que até na Playboy, em que fizeram questão de enaltecer a história das 400 lutas para em seguida falar do desafio ao Tyson. Não dá para negar a coragem e determinação do cara ao encarar um sujeito como o Zulu, por exemplo, quando ainda era quase um molecote ainda. Mas o tempo avançou e o Rickson quis investir nessa áurea de imbatível também no mma, creio. Ao que tudo indica, contribuiu para render muita grana para ele.

Quanto à treta específica com o Rickson, rendeu muita conversa e nada além. Do que eu me recordo por alto, o Gracie era econômico ao elogiar o Ruas, se não me falha a memória, até dizendo que o conhecimento dele de chão era elementar. Isso saiu na Tatame, acho, em que ele era capa e a chamada dizia algo do tipo "No templo do samurai", referente a uma entrevista na casa dele nos EUA. Falou até do Coleman, que estava no auge nessa época tbm. Ruas queria muito lutar com o Gracie eficava tão puto, que comentou uma entrevista em que, segundo ele, o Rickson dizia q o atropelaria. Marco falou "só se for de Ranger Rover", mas que isso seria proibido nos EUA, rs.

Particularmente, deixei o Rickson de lado naqueles tempos depois que vi que o Saku bagunçou a família e ele ainda ficava apegado a história de bolsa. E outra: enquanto a "monstraida" se matava no Pride, ele preferiu ficar só na zona de conforto, com Takada e cia. Claro, o cara tinha que ganhar o seu, mas ficou bem esclarecido que o lance dele era investir na invencibilidade.

Qualquer dia desses tiro a poeira das revistas e catalogo os trechos mais interessantes do Rickson ao longo do vt nos 90 e 00.

Boa!!

Também era colecionador de revistas...tinha várias O Tatame (começou assim, lembra?), Gracie Magazine, Fighting News, Nocaute...

Sou nostálgico pra caramba, melhor época das lutas foi essa dos desafios, rivalidades, GP's, sem luvas...

Abraços!

Editado por Raphael Rezende

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O bacana é isso: trazer de volta os debates, com respeito, educação e informação. É bom dialogar assim e fico feliz em saber que a galera está curtindo.

Abraços a todos.

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MV8, Há 2 Rickson Gracie, ou 2 fases dele, se vc preferir. Há o Rickson dos anos 80, que enfrentou na maioria das vezes de graça quem pintou pela frente. Ele saiu na mão 2 vezes o CARA da LL, o Hugo Duarte. O Rickson mitológico e "imbatível" dos anos 90 em diante é outro. Esse sim merece críticas e jamais enfrentou quem tivesse a chance de desbancar sua aura. De qualquer forma, não se pode usar uma fase para justificar outra. O Rickson dos anos 80 não era o marketeiro que surgiu de 1995 para cá.

Há questões que não se resolvem com informações nos googles da vida. Se vc encontrar revistas antigas, verá declarações até mesmo do Ruas a respeito da dificuldade de se criar um evento de Vale Tudo nos anos 80 (ele não só reclama disso, mas também da geladeira em que foi colocado). Raras foram as lutas oficiais, até pq pouca gente tinha acesso ao Vale Tudo. É só vc ver que quase não houve eventos. Os caras resolviam as diferenças nos desafios a portas fechadas. Qualquer um que critica isso o faz pq não tem ideia do que foi a época ou tem má vontade em entender que aquilo foi o que tornou possível a existência de eventos como o UFC.

Sobre os desafios, há um equívoco no que vc disse. Mas a culpa não é sua. Na internet, o que dizem é que a rivalidade JJ vs LL começou com o desafio de 84, mas isso não é verdade. O que gerou toda a treta foi a briga do aluno do Flávio Molina com o Charles Gracie e, principalmente, a retaliação feita pelo Rolls. O evento de 84 saiu disso e, na verdade, foi mais JJ contra outras artes do que contra a LL, até pq Marco Ruas nunca se considerou um representante de uma única arte e a vitória do JJ saiu em cima da luta contra o Bruce Lúcio, que nada tinha a ver com a LL. É claro que enfrentar adversários como Pinduka e Renan Pitanguy ajudou a inflamar, mas a rivalidade já estava estabelecida e a única luta realmente ligada com a rivalidade inicial foi Molina vs Marcelo Behring.

De qualquer forma, lá vai a estória do desafio: o Molina teve a academia invadida e, ao defender o aluno que agrediu o Charles, gerou uma porradaria geral, em que Rolls e cia causaram um massacre. Tempos depois, o Flávio quis dar o troco e, com o Rolls morto, desafiou o Rickson. O Gracie desdenhou o talento do Molina e disse que, se ele fosse capaz de derrotar seu aluno Marcelo Behring, ele se provaria digno de enfrentá-lo. Como o Molina foi rapidamente massacrado, a estória morreu, deixando rusgas, é claro.

Tirando isso, os grandes desafios da LL vs JJ nos anos 80 ocorreram nos desafios. Aí sim havia a participação direta dos Gracie. Foi aí que rolaram os desafios do Rickson à LL e ao Ruas, foi aí que a porrada comeu entre o Gracie e o Hugo, foi aí que houve a porradaria entre Eugênio e Royler. O principal da rivalidade envolvendo os Gracie nos anos 80 está aí. Não houve eventos. O desafio de 91 reacendeu a rivalidade, mas foi um desafio feito pelo Wallid. O Rickson não tem nada a ver com isso.

Outra questão: o que vc disse sobre o Ruas (de não poder adivinhar que não haveria UFC) apenas confirma o que eu disse. Por muito pouco, ele não ficou esquecido na história. Sobre a consagração ao ter como provar que derrotou o Rickson em um desafio, é claro que ele sabia que isso ocorreria. Hugo Duarte dizia que falar em Rickson Gracie nos anos 80 era algo assustador. Eu, como disse, não julgo o Ruas por querer ser ultra profissional naquela época, mas repito que ele sabia sim a repercussão que a fita teria e, eu, em seu lugar, teria lutado. Mas isso é opinião minha apenas, sem julgamentos. O que importa é que o Gracie dos anos 80 desafiou geral. Aceitou quem quis.

Sobre o tal desafio que o Hélio fez, o velho mestre educadamente desafiou o Ruas e disse o valor do filho (se vc ler entrevistas do Ruas, o mesmo sempre foi muito respeitoso com o Hélio). Quem informou que um valor como aquele era esperado para bancar todo o evento foi o Ruas. Não houve isso de se esconder atrás de bolsa. O Hélio não sabia quanto queriam investir no evento. De qualquer forma, rolou a possibilidade de haver o desafio a portas fechadas. Então, vc pode achar a postura do Ruas correta. E não está errado. O cara queria ser profissional. Na minha opinião, ele poderia ter aceitado e isso poderia abrir portas enormes. Mas o que importa é que, considerando a possibilidade do desafio certa ou errada, não se pode dizer que o Gracie se escondeu atrás de bolsa, até pq foi proposto o desafio. É claro que se fosse o Royce ou o Renzo, eles provavelmente aceitariam um valor menor pela luta, mas aí é postura deles. Caso não aceitassem, iriam propor o desafio também, como participaram de centenas no passado. Mas o que eu quero dizer é que o Rickson daquela época não vivia atrás de bolsas milionárias. Naquela época pré Rickson marketeiro, ele até tinha seu preço, mas não era o absurdo dos anos seguintes e, se não rolasse, havia o desafio. Vc citou o Royce e o Renzo como exemplos da filosofia de se aceitar um evento, mesmo não recebendo o valor que eles desejavam. Da mesma forma que se pode fazer isso, pode-se citar os caras como Hugo e Eugênio, que teriam aceitado o desafio.

Aliás, vale lembrar que o Rickson lutaria no UFC em seus primórdios, lá para 1994. A ideia era essa. Não rolou por conta da briga com o Rórion, que praticamente escravizou o Royce. Renzo e Ryan comprovam isso, bastando ver o documentário "Gracies: o berço do Vale Tudo". Ou, se preferir, o livro da Reyla.

Então, o Rickson não foi campeão do UFC por culpa do Rórion, mas foi campeão do Japão Open. Aí vc pode pensar: "-Ah, mas os caras que o Rickson pegou em 1994 eram fracos demais". Tudo bem, mas que grande desafio ele teria se tivesse lutado no UFC 2 (que era o programado)? E vamos ver uma coisa importante. No Japão Open seguinte, por muito pouco o Rickson não enfrentou o finalista do UFC 1 Gerard Gordeau, que foi derrotado antes pelo Nakai.

Por isso que eu insisto: o Rickson imortal e inatingível de 95 em diante merece todas as crítica sim. Mas não se pode comparar esse Rickson com aquele dos anos 80. O Gracie dos anos 80 era um guerreiro muito digno. Lembre-se: não diminuí o Ruas em nenhum momento (acho que ele deveria ter aceitado o desafio, mas não critico sua recusa e seu profissionalismo) e não defendo o Rickson caozada de 95 para cá. Mas defendo sim o Rickson dos anos 80 e comecinho dos anos 90. Aquele Rickson era digno.

Abraços.

Parabéns, teu post foi perfeito!!!

Bom ver alguém por aqui que tenha acompanhado de fato aquela época...

Nota-se a diferença de comentários e argumentação de quem viveu aquilo, para quem busca o passado 20 anos depois pela internet.

Abraços!!

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MV8, Há 2 Rickson Gracie, ou 2 fases dele, se vc preferir. Há o Rickson dos anos 80, que enfrentou na maioria das vezes de graça quem pintou pela frente. Ele saiu na mão 2 vezes o CARA da LL, o Hugo Duarte. O Rickson mitológico e "imbatível" dos anos 90 em diante é outro. Esse sim merece críticas e jamais enfrentou quem tivesse a chance de desbancar sua aura. De qualquer forma, não se pode usar uma fase para justificar outra. O Rickson dos anos 80 não era o marketeiro que surgiu de 1995 para cá.

Há questões que não se resolvem com informações nos googles da vida. Se vc encontrar revistas antigas, verá declarações até mesmo do Ruas a respeito da dificuldade de se criar um evento de Vale Tudo nos anos 80 (ele não só reclama disso, mas também da geladeira em que foi colocado). Raras foram as lutas oficiais, até pq pouca gente tinha acesso ao Vale Tudo. É só vc ver que quase não houve eventos. Os caras resolviam as diferenças nos desafios a portas fechadas. Qualquer um que critica isso o faz pq não tem ideia do que foi a época ou tem má vontade em entender que aquilo foi o que tornou possível a existência de eventos como o UFC.

Sobre os desafios, há um equívoco no que vc disse. Mas a culpa não é sua. Na internet, o que dizem é que a rivalidade JJ vs LL começou com o desafio de 84, mas isso não é verdade. O que gerou toda a treta foi a briga do aluno do Flávio Molina com o Charles Gracie e, principalmente, a retaliação feita pelo Rolls. O evento de 84 saiu disso e, na verdade, foi mais JJ contra outras artes do que contra a LL, até pq Marco Ruas nunca se considerou um representante de uma única arte e a vitória do JJ saiu em cima da luta contra o Bruce Lúcio, que nada tinha a ver com a LL. É claro que enfrentar adversários como Pinduka e Renan Pitanguy ajudou a inflamar, mas a rivalidade já estava estabelecida e a única luta realmente ligada com a rivalidade inicial foi Molina vs Marcelo Behring.

De qualquer forma, lá vai a estória do desafio: o Molina teve a academia invadida e, ao defender o aluno que agrediu o Charles, gerou uma porradaria geral, em que Rolls e cia causaram um massacre. Tempos depois, o Flávio quis dar o troco e, com o Rolls morto, desafiou o Rickson. O Gracie desdenhou o talento do Molina e disse que, se ele fosse capaz de derrotar seu aluno Marcelo Behring, ele se provaria digno de enfrentá-lo. Como o Molina foi rapidamente massacrado, a estória morreu, deixando rusgas, é claro.

Tirando isso, os grandes desafios da LL vs JJ nos anos 80 ocorreram nos desafios. Aí sim havia a participação direta dos Gracie. Foi aí que rolaram os desafios do Rickson à LL e ao Ruas, foi aí que a porrada comeu entre o Gracie e o Hugo, foi aí que houve a porradaria entre Eugênio e Royler. O principal da rivalidade envolvendo os Gracie nos anos 80 está aí. Não houve eventos. O desafio de 91 reacendeu a rivalidade, mas foi um desafio feito pelo Wallid. O Rickson não tem nada a ver com isso.

Outra questão: o que vc disse sobre o Ruas (de não poder adivinhar que não haveria UFC) apenas confirma o que eu disse. Por muito pouco, ele não ficou esquecido na história. Sobre a consagração ao ter como provar que derrotou o Rickson em um desafio, é claro que ele sabia que isso ocorreria. Hugo Duarte dizia que falar em Rickson Gracie nos anos 80 era algo assustador. Eu, como disse, não julgo o Ruas por querer ser ultra profissional naquela época, mas repito que ele sabia sim a repercussão que a fita teria e, eu, em seu lugar, teria lutado. Mas isso é opinião minha apenas, sem julgamentos. O que importa é que o Gracie dos anos 80 desafiou geral. Aceitou quem quis.

Sobre o tal desafio que o Hélio fez, o velho mestre educadamente desafiou o Ruas e disse o valor do filho (se vc ler entrevistas do Ruas, o mesmo sempre foi muito respeitoso com o Hélio). Quem informou que um valor como aquele era esperado para bancar todo o evento foi o Ruas. Não houve isso de se esconder atrás de bolsa. O Hélio não sabia quanto queriam investir no evento. De qualquer forma, rolou a possibilidade de haver o desafio a portas fechadas. Então, vc pode achar a postura do Ruas correta. E não está errado. O cara queria ser profissional. Na minha opinião, ele poderia ter aceitado e isso poderia abrir portas enormes. Mas o que importa é que, considerando a possibilidade do desafio certa ou errada, não se pode dizer que o Gracie se escondeu atrás de bolsa, até pq foi proposto o desafio. É claro que se fosse o Royce ou o Renzo, eles provavelmente aceitariam um valor menor pela luta, mas aí é postura deles. Caso não aceitassem, iriam propor o desafio também, como participaram de centenas no passado. Mas o que eu quero dizer é que o Rickson daquela época não vivia atrás de bolsas milionárias. Naquela época pré Rickson marketeiro, ele até tinha seu preço, mas não era o absurdo dos anos seguintes e, se não rolasse, havia o desafio. Vc citou o Royce e o Renzo como exemplos da filosofia de se aceitar um evento, mesmo não recebendo o valor que eles desejavam. Da mesma forma que se pode fazer isso, pode-se citar os caras como Hugo e Eugênio, que teriam aceitado o desafio.

Aliás, vale lembrar que o Rickson lutaria no UFC em seus primórdios, lá para 1994. A ideia era essa. Não rolou por conta da briga com o Rórion, que praticamente escravizou o Royce. Renzo e Ryan comprovam isso, bastando ver o documentário "Gracies: o berço do Vale Tudo". Ou, se preferir, o livro da Reyla.

Então, o Rickson não foi campeão do UFC por culpa do Rórion, mas foi campeão do Japão Open. Aí vc pode pensar: "-Ah, mas os caras que o Rickson pegou em 1994 eram fracos demais". Tudo bem, mas que grande desafio ele teria se tivesse lutado no UFC 2 (que era o programado)? E vamos ver uma coisa importante. No Japão Open seguinte, por muito pouco o Rickson não enfrentou o finalista do UFC 1 Gerard Gordeau, que foi derrotado antes pelo Nakai.

Por isso que eu insisto: o Rickson imortal e inatingível de 95 em diante merece todas as crítica sim. Mas não se pode comparar esse Rickson com aquele dos anos 80. O Gracie dos anos 80 era um guerreiro muito digno. Lembre-se: não diminuí o Ruas em nenhum momento (acho que ele deveria ter aceitado o desafio, mas não critico sua recusa e seu profissionalismo) e não defendo o Rickson caozada de 95 para cá. Mas defendo sim o Rickson dos anos 80 e comecinho dos anos 90. Aquele Rickson era digno.

Abraços.

Como eu tinha dito sobre o UFC, era pra ter sido o Rickson. Daí pra ficar bonito escolheram o Royce pq era mais magro e queriam mostrar a eficiência do jiu-jitsu. Hahaha sem essa.

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Parabéns, teu post foi perfeito!!!

Bom ver alguém por aqui que tenha acompanhado de fato aquela época...

Nota-se a diferença de comentários e argumentação de quem viveu aquilo, para quem busca o passado 20 anos depois pela internet.

Abraços!!

Valeu!

Abraços.

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Como eu tinha dito sobre o UFC, era pra ter sido o Rickson. Daí pra ficar bonito escolheram o Royce pq era mais magro e queriam mostrar a eficiência do jiu-jitsu. Hahaha sem essa.

Velho, não entendi completamente. Vc está concordando ou discordando do que eu disse sobre o Rickson no UFC??????

Abraços.

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Velho, não entendi completamente. Vc está concordando ou discordando do que eu disse sobre o Rickson no UFC??????

Abraços.

Concordando! Pq os caras tinham contestado quando eu falei isso

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