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Proposta para preparação física especifica para lutas de jiu-jitsu

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fonte: http://www.efdeportes.com/efd158/preparacao-fisica-para-lutas-de-jiu-jitsu.htm

Resumo

Em competições de alto rendimento, técnicos e treinadores sempre almejam que seus atletas atinjam o maior índice de desenvolvimento possível de suas qualidades motoras, para isso devem buscar sempre métodos de treinamento teorias e práticas desenvolvidas pela ciência esportiva e pesquisadores da área. Existem poucos estudos relacionados com treinamentos específicos para a arte marcial, Jiu-Jitsu Brasileiro, notando esta carência o presente trabalho foi direcionado a área de preparação desportiva em alto nível e teve como problemática central apresentar uma proposta de treinamento baseado em referências descritas na literatura especifica, inicialmente foi realizado uma explanação da fases e os princípios do treinamento esportivo, após estudamos o sistema apresentado preconizado pelo cientista russo Yuri Vitale Verkhoshanski, denominado modelo de treinamento de cargas concentradas de força. Baseado na revisão da literatura foi proposto um modelo de periodização, voltado para lutadores de Jiu-Jitsu de alto nível, de acordo com o calendário das competições anuais da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ).

Unitermos: Jiu-Jitsu. Treinamento. Periodizações. Cargas concentradas.

Abstract

In a high performance competition, experts and coaches always long for their athletes to reach the highest index possible development of their motor qualities, for this, they must often seek methods of training, theory and practice developed by the Sportive Science and researchers of the area. There are few studies related to specific trainings for the Martial Art, Brazilian Jiu-jitsu; observing this deficiency, this study was directed to the area of Active Sports Preparation in high level and it had as central question introducing a propose of training based on the explanation of the jiu-jitsu history, the phases and the principles of the Active Sport Training; we studied the system, brought by Russian scientist Yuri Vitale Verkhoshansky, who was named model of concentrated loads training of strength. Based in the literature review, it was proposed a model of periodization aimed to jiu-jitsu fighters of high level, according to the Annual Competition Calendar of the Brazilian Confederation of Jiu-jitsu.

Keywords: Jiu-jitsu. Training. Periodizations and concentrated loads.

Introdução

O condicionamento físico ideal de um atleta depende do desenvolvimento de suas capacidades motoras (força, flexibilidade, velocidade, coordenação e resistência) que estão diretamente relacionadas com a performance dentro de sua modalidade.

Quase todas as atividades físicas incorporam estes elementos, dessa forma, cabe aos treinadores analisar e identificar os melhores métodos de treinamento para aprimorar estas capacidades, tendo em vista a modalidade esportiva praticada, visando assim o sucesso de seu atleta durante as competições.

Platonov, Bulatova (2003) esclarecem que a preparação física é um dos aspectos primordiais no desenvolvimento das qualidades motoras.

Em atletas de alto nível o desenvolvimento adequado das qualidades físicas é fundamental, para isso é constante a busca cientifica e prática, exigindo grande dedicação de atletas, treinadores e pesquisadores. No treinamento moderno as metodologias visando o melhor aprimoramento das habilidades e capacidades motoras são temas de um grande número de pesquisas.

A preparação física é um processo complexo, onde o treinador tem que conhecer muito bem a modalidade para poder montar um esquema de treinamento adequado, sempre objetivando melhorar a performance dos desportistas .

As dificuldades encontradas pelos treinadores durante a análise da melhor forma de conduzir o treinamento, estão além do desenvolvimento das qualidades motoras também é preciso organizar o treino a fim de aperfeiçoar a técnica e tática, isto pode ser alcançado através de uma boa periodização de treinamento.

Em esportes competitivos de alto rendimento, técnicos e treinadores sempre almejam que seus atletas atinjam o maior índice de desenvolvimento possível de suas qualidades motoras, para isso buscam embasamento em teorias e práticas desenvolvidas pela ciência esportiva e pesquisadores da área.

Para Gomes (2002) o termo treinamento desportivo corresponde à adaptação psico-morfofuncional que é alterada durante o período de treinamento, onde a organização, a estruturação e o controle do treinamento auxiliam de forma decisiva o ganho da performance e alto rendimento.

Matveev (1997) esclarece que o treinamento desportivo é definido como um processo pedagógico pertencente à educação física que visa diretamente o alcance de resultados desportivos superiores.

Outro conceito sobre treinamento desportivo é proposto por Barbanti (1979, p.01) “O treinamento esportivo é um processo organizado de aperfeiçoamento, que é conduzido com base em princípios científicos, estimulando modificações funcionais e morfológicas no organismo, influindo significantemente na capacidade de rendimento do esportista”.

Segundo Barbanti (2004) a palavra ‘periodização’ é relativamente recente dentro da esfera dos desportos, pois a sua concepção dentro do treinamento esportivo foi inicialmente descrita pelo prof. Matveev por volta de 1965.

Gomes (2005) cita que Matveev foi o primeiro pesquisador das ciências do esporte a sistematizar e organizar o treinamento desportivo a qual ele chamou de periodização do treinamento.

De acordo com Gil’ Ad. (1998), o sistema de periodização pode ser definido como uma técnica desenvolvida com o objetivo de planejar os processos de treinamento visando às competições, dividindo o plano anual de treinamento em uma sucessão de períodos, já Gomes (2002, p. 85) “A periodização do treinamento desportivo consiste, antes de tudo, em criar um sistema de planos para distintos períodos que perseguem um conjunto de objetivos mutuamente vinculados.”

Uma boa periodização de treinamento deve seguir uma lógica buscando o aperfeiçoamento a curto, médio ou longo prazo de acordo com as necessidades e calendários de competição dos atletas, onde a organização bem estruturada e controlada do treinamento de acordo com a modalidade especifica, norteiam o caminho a seguir pelo técnico objetivando a eficácia de seu trabalho e o sucesso de seu atleta.

Barbanti (2002) aponta alguns dos principais objetivos da periodização do treinamento, que são:: preparar o atleta para conseguir melhores resultados; preparar para as principais competições do ano e preparar para que o mesmo atinja a melhor forma em sua competição mais importante.

Gomes (2002) ressalta que a origem do trabalho orientado no sentido de aumentar as capacidades de rendimento na atividade física é tão antiga como o próprio desporto. Existem poucos estudos relacionados com a organização de treinamentos focados especificamente para o Jiu-Jitsu, percebendo esta carência o presente trabalho foi direcionado a área de preparação desportiva de alto nível, de acordo com Callister et al. (1990) o judô e o jiu-jitsu são artes marciais praticadas em quase todos os continentes. Entretanto, apesar de serem bastante difundidas e também ser um esporte olímpico, no caso do judô, o número de artigos científico abordando essas modalidades esportivas são muitos reduzidos.

Dessa forma, isso acaba dificultando o planejamento mais detalhado e científico dessas lutas, fazendo com que muitos técnicos ainda ministrem o treinamento da mesma forma que aprenderam com seus mestres. (FREITAS, 1989). As lutas corpo a corpo sempre fizeram parte da história da humanidade, seja como esporte, defesa ou ataque despertando o interesse da sociedade, pôr isso todas as pesquisas relacionadas com este tema poderão contribuir para a melhora da performance física dos atletas e facilitando o trabalho dos profissionais envolvidos.

O jiu-jítsu é uma luta de origem japonesa que tem como objetivo arremessar o adversário ao solo e dominá-lo através de técnicas de imobilização, estrangulamento ou chave articular. As técnicas de estrangulamento e de chave articular têm como finalidade fazer com que o adversário desista da luta. Nessa modalidade os atletas são subdivididos de acordo com a graduação e a massa corporal. Um dos princípios do jiu-jítsu é utilizar golpes que constituem alavancas mecânicas e nesse sentido possibilitam que um indivíduo com menor força muscular consiga vencer um adversário mais forte, porém com menor habilidade nas execuções das técnicas.(FRANCHINI E., TAKITO M.Y., PEREIRA J. N. C., 2003)

O jiu-jítsu desportivo é a parte competitiva, onde os atletas exibirão suas habilidades técnicas, físicas e psicológicas com o objetivo de alcançar a vitória superando seus adversários. Os brasileiros desenvolveram e aprimoraram as técnicas de chão e de submissão levando o Brasil a se tornar o centro mundial desta preciosa arte. As competições são o marco do esporte, é o momento mais importante para os atletas, técnicos, professores e para todos aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente. (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE JIU-JITSU, 2009).

Os primeiros passos para um trabalho eficiente de preparação física passam pela identificação das particularidades do esporte. “Ao organizar o processo de preparação física especifica, é indispensável não perder de vista as exigências específicas da modalidade esportiva em questão.” (PLATONOV, 2003, p.09).

O objetivo principal deste trabalho é a partir da revisão literária especifica apresentar uma proposta do sistema de treinamento de cargas concentradas ou sistema em blocos voltado para lutas de jiu-jítsu desenvolvido de acordo com o calendário de competições da CBJJ (Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu).

Princípios de treinamento

Para Gomes (2002) o termo treinamento desportivo corresponde à adaptação psico-morfofuncional que é alterada durante o período de treinamento, onde a organização, a estruturação e o controle do treinamento auxiliam de forma decisiva o ganho da performance e alto rendimento.

Já para Matveev (1997) o treinamento desportivo é definido como um processo pedagógico pertencente à educação física que visa diretamente o alcance de resultados desportivos superiores.

Outro conceito sobre treinamento desportivo é proposto por Barbanti (1979, p.01) “O treinamento esportivo é um processo organizado de aperfeiçoamento, que é conduzido com base em princípios científicos, estimulando modificações funcionais e morfológicas no organismo, influindo significantemente na capacidade de rendimento do esportista”.

De acordo com Oliveira (2008) ao se aplicar o sistema de treinamento em blocos com relação à aplicação de cargas deve-se sempre observar os princípios do treinamento desportivo, sendo essencial para o sucesso no desenvolvimento das capacidades fisiológicas dos atletas treinados.

Tubino (1979) dividiu o treinamento desportivo em 05 fases interrelacionadas entre si que são:

Individualidade Biológica, cada ser humano possui características próprias físicas, psicológicas, os treinadores devem utilizar de testes para verificar o potencial de cada indivíduo, seus pontos fortes e fracos e propor um treinamento de acordo com suas necessidades, visando à melhora de suas qualidades físicas

Principio da adaptação, é compreendido como a assimilação do organismo ao treinamento, onde para cada ação externa há uma reação do organismo, dividida em 03 fases: De alarde, caracterizada pelo desconforto, devido à aplicação de sobrecargas. Da resistência, caracterizada pela dor, onde o organismo se adapta a carga imposta, sendo a fase que interessa ao treinamento. Da exaustão, que é o excesso de treinamento, onde o estímulo é alem da capacidade de recuperação, tem como característica o colapso, podendo chegar à morte.

Principio da sobrecarga, também chamado de principio da progressão gradual, é fundamental para a evolução desportiva, o organismo após uma sessão de exercícios restitui as energias perdidas e prepara-se para uma carga de trabalho maior, onde são criadas maiores reservas de energia, dotando o organismo de uma maior fonte de energia para os novos estímulos.

Principio da continuidade, é a sistematização do trabalho sem a quebra da continuidade, o processo de treinamento devera ser continuo, sem paralisações, o treinamento deve ser executado com uma freqüência para que as modificações fisiológicas e a performance adquirida se estabilize e otimize.

Principio da interdependência volume – intensidade, de um modo geral os melhores resultados no treinamento físico podem ser obtidos através de maiores quantidades de trabalho com o aumento da intensidade, sempre adequando as fases do treinamento, porem a combinação de quantidade e intensidade, aumentando uma e diminuindo a outra ou vice versa de acordo com o tipo e fase do treinamento adotado.

O principio do heterocronismo, proposto por Hernandes Jr. (2000), onde o treinador após aplicar uma carga de trabalho ao atleta deve respeitar o tempo de descanso adequado para a recuperação do organismo antes de realizar uma nova seção, se for aplicado cedo demais o organismo do atleta entrara em um ciclo de desgaste das reservas energéticas, se o tempo para uma nova seção for muito longo acontecera uma perda dos benefícios da super compensação.

Segundo Barbanti (1997), Supercompensação é o termo utilizado na Teoria do Treinamento para designar as adaptações estruturais, funcionais, ou ambas, que ocorrem em virtude de submeter o corpo a um estimulo de treinamento. Todo gasto energético para a realização de um movimento traz em si um estimulo para a reconstituição de energia, que se faz acima da condição anterior. A quantidade ou condição reconstituída acima da condição anterior é a super compensação, caracterizando as substancias vivas de um notável poder de adaptação a esforços físicos

Respeitando o tempo de descanso muscular correto o organismo do atleta terá recuperado a energia e a sua performance do atleta será maximizada (HERNANDES JR., 2000).

Principio da utilidade, o treinamento deverá ser montado de acordo com as necessidades do praticante, respeitando os períodos de descanso, cargas e intensidade aplicadas sem subestimar ou superestimar a capacidade do atleta.

Principio da sistematização, a montagem da estrutura do treinamento com seus conteúdos deverão ter uma seqüência pedagógica de acordo com as teorias do treinamento, a cada sistema de treino adotado deve-se ter uma justificativa para os procedimentos, iniciando com conteúdos de menor complexidade, evoluindo progressivamente com as cargas e intensidade.

Principio da conscientização, o atleta na medida do possível deverá compreender o objetivo dos movimentos realizados, para que possa executa-los sabendo da importância daquele exercício para a melhora em sua performance dentro do esporte.

O principio da especificidade do treinamento proposto por Foss; Keteyian (2000) onde o programa elaborado visa o desenvolvimento dos músculos e órgãos diretamente relacionados com a atividade desportiva praticada pelo atleta.

Modelo de periodização em blocos

Surgiram nos últimos anos várias teorias relacionadas ao treinamento desportivo, entre elas esta a do professor Yuri Vitale Verkhoshansky que desenvolveu sua própria metodologia, não se utilizando dos termos planejamento e planificação, defendendo a idéia que o processo de treinamento deve ser dividido em; conceito de programação, conceito de organização e conceito de controle. (GOMES, 2002).

Segundo Gomes (2002) no conceito de programação é a determinado a estratégia, o conteúdo, e a forma de estruturação do treinamento, o conceito da organização se dá através da realização do programa, verificando as condições, possibilidades reais e concretas do atleta, e no ultimo conceito de controle são executados testes que foram estabelecidos previamente e durante a execução do treinamento proposto, estes testes com o objetivo principal de informar o nível de desenvolvimento atual do atleta e verificar o resultado do treinamento.

Este sistema de treinamento proposto é denominado Sistema de Treinamento em Blocos, sua principal característica são as cargas concentradas que são distribuídas ao longo do ciclo anual na periodização simples, ao longo do semestre na dupla e quadrimestral na tripla (VERKHOSHANSKI, 2001).

De acordo com Oliveira, Silva (2001) possível destacar duas características no sistema contemporâneo, a individualização das cargas de treinamento, ou seja as cargas de trabalho se baseiam nos princípios individuais de adaptação e as concentrações de cargas de uma mesma orientação utilizadas em períodos curtos de tempo.

Este tipo de periodização segundo Verkhoshanski (2001) é composto por blocos de treinamento onde o período completo é dividido em 03 partes denominadas como A, B, e C, onde no bloco C estão concentradas as competições principais, as competições secundárias estão distribuídas nos blocos A e B, o tempo de duração dos blocos são diminuídos de acordo com o sistema adotado durante o ano ou pelo numero de competições importantes, podendo ser composto de 02 ou 03 ciclos divididos durante o ano.

No bloco de treinamento A, também chamado de etapa de base é concentrado o maior volume de toda a temporada, deve ser suficiente para desestabilizar os níveis de performance adaptados da temporada anterior e criar novas bases para a nova temporada (Verkhoshanski,1999, 2001).

Oliveira, Silva (2001) escreve que a etapa A ou etapa de base é caracterizada pelo treinamento voltado para a força, com a utilização de cargas concentradas.

O Bloco A é dedicado a ativação e preparação morfofuncional do organismo com o objetivo principal de aumentar o potencial motor do atleta, executando exercícios que se relacionem com a especificidade do desporto escolhido (JABUR, 2001).

Verkhoshanski (2001) confirma os principais objetivos do bloco A, que são:

Ativação dos mecanismos do processo de adaptação

Especialização morfo-funcional do organismo direcionado ao regime motor específico.

Aumento do potencial motor do atleta, considerando sua utilização nas competições.

De acordo com Verkhoshanski (2001) o emprego de cargas concentradas de força no Bloco A levam a diminuição dos parâmetros funcionais relacionados com a capacidade específica do atleta, sendo que neste período não se consegue uma melhora da técnica desportiva e ocorre uma redução na velocidade do Atleta.

Porem o autor salienta que esta fase é temporária e que após este período de cargas concentradas, é observado nas fases seguintes de treinamento um aumento notável e estável dos parâmetros funcionais, ultrapassando os níveis iniciais.

Verkhoshansky (2001) afirma que por este motivo a melhora da técnica e da velocidade de execução das habilidades de competição devem ser treinadas nas etapas posteriores a etapa inicial, a etapa A precede o trabalho de polimento das habilidades específicas e velocidade de execução.

O bloco de treinamento A é subdividido em três partes distintas denominadas microblocos A1, A2 e A3, o microbloco A1 é objetivado a preparação do aparelho locomotor sendo composto de exercícios multissaltos, de musculação etc., no A2 o objetivo é o aumento de impulso nervoso com exercícios de força rápida e cargas mistas na musculação, já no A3 são aumentadas a influencia das cargas no organismo, com a continuação do alto volume de cargas (VERKHOSHANSKI, 2001).

Verkhoshansky (2001) esclarece que no bloco B são trabalhados o desenvolvimento da potência de trabalho motor do organismo em condições que correspondem às utilizadas nas competições, com o objetivo principal de aumentar o potencial motor específico de competição numa escala crescente, devendo o atleta nesta fase participar de competições.

No bloco B, também denominado de etapa especial a estrutura é montada de forma que o volume é diminuído, permitindo o aperfeiçoamento das capacidades competitivas do atleta, preparando-o para a programação do próximo bloco C, chamado de etapa das competições importantes, que é o bloco onde estão concentradas as principais competições da temporada (GOMES, 2002).

De acordo com Verkhoshansky (2000) no modelo de treinamento em blocos na etapa A são aplicadas cargas concentradas de força, acompanhada de estimulações específicas, na etapa B próxima a competição é criado uma base de aprimoramento das capacidades específicas, onde na etapa B ou especial ocorre um fenômeno denominado Efeito Posterior Duradouro de Treinamento, (E.P.D.T.), que favorece o desenvolvimento eficaz da técnica específica e da velocidade motora, da força e deslocamento, este efeito não é possível no método tradicional.

Jabur (2001) escreve que durante o bloco B o principio do treinamento é voltado para o trabalho de potência com movimentos específicos correspondentes a competição, o atleta deverá assimilar a capacidade de executar habilmente os movimentos específicos requeridos pela modalidade escolhida.

Segundo Oliveira, Silva (2001) na etapa B o objetivo principal é o aprimoramento das ações técnicas e diversidade de esquemas táticos, a adaptação do metabolismo especifico de competição também é aperfeiçoada nesta etapa, no ultimo bloco, denominado C, visa-se a manutenção das diferentes capacidades biomotoras adquiridas e o aperfeiçoamento das técnicas e das táticas que serão utilizadas e requeridas durante as competições.

Verificamos em Jabur (2001) que o Bloco C é a conclusão do ciclo de treinamento e a transformação do organismo ao nível máximo de potência de trabalho específico, com o objetivo principal da realização em máxima capacidade e eficácia os movimentos utilizados em condições competitivas.

Verkhoshansky (1999, 2001) afirma que na etapa C se concentram as principais competições, onde é prevista a conclusão do ciclo de adaptação, o organismo deverá atingir o máximo nível de potência, sendo o objetivo principal desta fase a assimilação da capacidade de realizar com máxima eficácia os movimentos motores nas condições de competições.

Arruda, et al (1999) evidenciam que na etapa C o organismo do atleta tem uma reação eficaz as cargas de intensas, porem as cargas volumosas são contra indicadas, devem ser aplicados exercícios de força rápida e máxima com alta intensidade e curta duração, mantendo o tônus muscular.

Verkhoshansky (2001) faz uma síntese do conjunto deste modelo de periodização onde afirma que no bloco A, são iniciados a utilização dos meios de força, sucessivamente continuada no bloco B através dos meios de preparação técnica e da velocidade, onde também são desenvolvidas no organismo do atleta a capacidade de potência específica do desporto no ultimo bloco C é composto pelas atividades de competição concluindo a preparação da base energética para máxima intensidade requerida nas competições.

Segundo verkhoshansky (2001) existem 03 níveis de intensidade de trabalho que devem ser regulados e dosados de modo a não provocar o excesso de treinamento do organismo do atleta que são:

A intensidade ótima, aplicada na etapa base onde é desenvolvido o volume principal da carga de treinamento.

A intensidade máxima, que pode ser alcançada pelo atleta na etapa especial, respeitando os tempos de descanso evitando a fadiga excessiva do organismo.

A intensidade limite, que é o objetivo principal do treinamento, alcançada na etapa das principais competições

No esquema abaixo verkhoshansky (2001) exemplifica o modelo geral do sistema de treinamento em blocos denominado Grande Ciclo de Adaptação (CGA).

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A linha tracejada azul indica o nível máximo dos parâmetros funcionais mais importantes alcançados na preparação anterior

A linha continua que representa os indicadores funcionais indica a queda de rendimento na etapa A de base, após na etapa B acontece o Efeito Posterior Duradouro de Treinamento (E.P.D.T.), onde pode-se verificar um grande aumento dos parâmetros funcionais que no final etapa C de competição supera os níveis anteriores.

A linha tracejada indica o volume das cargas aplicada em cada bloco.

Oliveira, Silva (2001) esclarecem que são realizados uma bateria de testes de controle, efetuados com a finalidade de saber a situação inicial do atleta e para acompanhar a dinâmica da alteração das diferentes capacidades biomotoras ocorridas durante o macro ciclo, estes testes são aplicados ao final de cada micro etapa A1, A2, A3 e das etapas B e C.

Proposta de utilização do sistema de treinamento em blocos para lutas de Jiu-Jitsu

Devido ao calendário de competições do jiu-jítsu conter três ou mais competições importantes durante o ano o atleta lutador de alto nível tem que ter mais de um pico de performance, não podendo focar apenas uma ou duas competições anuais.

Em modalidades para atletas profissionais onde o calendário de competição tiver uma divisão visando duas competições importantes durante o ano pode ser empregado a periodização dupla, uma vez que a periodização tripla ou de ciclos acoplados segundo Barbanti (1997) não tem uma estrutura rígida.

Como o objetivo deste trabalho é a periodização e treinamento voltado para o atletas de competição em alto nível, propomos o sistema de cargas concentradas baseados nos estudos do Prof. verkhoshansky (1990, 2000, 2001) para desportos que exigem velocidade e força. O modelo abaixo foi hipotetizado a partir das competições oficiais baseado no calendário oficial da Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu (2009), são elas:

Campeonato Brasileiro em maio, Campeonato Paulista em junho, Campeonato Mundial em julho

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Figura 1. Modelo de Periodização em blocos e divisão das etapas de treinamentos A, B, C, em um macrociclo

apresentado, montada de acordo com o calendário oficial da confederação Brasileira de jiu-jitsu para o ano de 2009.

Quadro 01. Divisão das etapas de treinamento, objetivos, duração e métodos utilizados para a preparação

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Verkhoshanski (2001) afirma que o bloco A tem como objetivo a ativação e preparação morfofuncional do organismo aumentando o potencial motor do atleta, os exercícios aplicados devem ser relacionados com a especificidade do desporto, no bloco A são aplicadas cargas máximas e quase máximas para o aperfeiçoamento da coordenação intramuscular e propagação do impulso nervoso quebrando a homeostase.

De acordo com Verkhoshanski (1998) apud Platonov, Bulatova (2003) para o desenvolvimento da força máxima, sem aumentar significamente a massa muscular podemos aplicar os seguintes modelos seções de treinamento:

02 ou 03 movimentos específicos com pesos,cargas de 90% a 95% do máximo, dois regimes de trabalho: 1º sem relaxamento da musculatura entre cada execução, 2º relaxando a musculatura em cada execução. 05 séries com grupos musculares específicos, 03 repetições com 90% do máximo, 01 repetição com 95% do máximo, 01 repetição com 97% do máximo, 01 repetição com 100%, 01 repetição com 100% mais 01 ou 02 kg, entre as séries intervalos de 03 a 04 minutos, com exercícios para relaxamento da musculatura, se o atleta não conseguir executar a ultima série, deverá descansar de 06 a 08 minutos e repetir as primeiras séries.

Executar, 04 a 05 séries especificas com carga de 100%, O intervalo entre as séries, fica a critério do atleta.

Trabalho excêntrico específico com carga de 120% a 130%, três séries de 04 a 05 repetições, Intervalos de 03 a 04 minutos entre as séries, a carga volta a posição inicial com ajuda de companheiros.

Trabalho específico excêntrico e concêntrico, no concêntrico, cargas de 70% a 90%, no excêntrico, cargas de 120% a 130%, 02 séries de 02 a 03 repetições, Intervalos de 03 a 05 minutos entre as repetições, Intervalos de 06 a 08 minutos entre as séries.

Segundo Verkhoshansky (2001) no bloco B são trabalhados o desenvolvimento da potência de trabalho motor do organismo em condições que correspondem as utilizadas nas competições, o objetivo principal é de aumentar o potencial motor específico em uma escala crescente, o atleta deverá assimilar a capacidade de executar habilmente os movimentos específicos requeridos pela modalidade escolhida.

Os treinamentos no bloco B devem ser estruturados dando-se ênfase ao aspecto qualitativo (Intensidade), devido as altas cargas empregadas no bloco A. OLIVEIRA (2008).

De acordo com verkhoshansky (1998) apud Platonov, Bulatova (2003), para a eficácia no desenvolvimento da força – velocidade podem ser aplicados os seguintes sistemas de treinamento:

Cargas de 90% e 30%, duas séries de 02 ou 03 repetições, realizadas de forma lenta, com 90%, três séries de 06 a 08 repetições, com esforço máximo, com 30%, relaxando os músculos após cada movimento, Intervalo entre as séries de mesma carga de 03 a 04 minutos, entre as séries de troca de carga, intervalo de 04 a 06 minutos, entre cada série completa de 08 a 10 minutos.

Combinação de regimes isométricos para o mesmo grupo muscular: Cargas de 100%, 02 ou 03 tensões isométricas de 06 segundos, com intervalos de 02 a 03 minutos entre as séries. Após um intervalo de 03 a 04 minutos, realizando relaxamento muscular. Realizar mais 05 ou 06 repetições do mesmo exercício, porem com uma rápida movimentação excêntrica e concêntrica, com carga de 80%. Entre as séries realizar um descanso ativo de 08 a 10 minutos.

Combinação de regimes isométricos e dinâmicos com trabalho muscular global: Utilizando movimentos específicos de competição, realiza-se de 02 a 03 repetições com uma tensão isométrica máxima (100%) por 06 segundos, realizando um relaxamento muscular de 02 minutos entre cada repetição. Imediatamente executar duas séries de 04 a 06 repetições, executando a movimentação com cargas de 40% a 60% da máxima, realizando um descanso de 04 a 06 minutos entre as séries. Deve-se realizar 02 séries completas, com intervalo de 04 a 06 minutos.

Saltos a partir da posição agachada, Saltos com esforço submáximo. Exemplo: 02 séries, de 05 a 06 execuções de 08 saltos, alternando os pés,Repetir a combinação por 02 ou 03 vezes, com intervalo de 04 a 06 minutos entre as combinações.

05 a 06 séries de 02 repetições do exercício de agachamento, cargas de 70% a 80% do máximo, intervalo de 04 a 06 minutos, 02 séries de 06 a 08 repetições de saltos no mesmo lugar, Intervalos de 06 a 08 minutos

02 séries com 02 a 03 repetições de agachamento, cargas de 80% a 85% da máxima, intervalo de 03 a 04 minutos, 02 a 03 séries de 04 a 06 repetições de saltos com peso, realizar combinação completa por 02 ou 03 vezes, intervalo entre as combinações de 06 a 08 minutos.

02 séries com 02 repetições de agachamento, cargas de 90% a 95% do máximo, intervalo entre as séries de 02 a 04 minutos, 02 séries de salto em profundidade, intervalo de 04 a 06 minutos, após 06 a 08 saltos de impulsões verticais.

Verkhoshansky (1998) apud Platonov, Bulatova (2003), Oliveira (2008), no bloco C a preparação deve ser voltada para os aspectos técnicos e táticos da luta, nesta etapa deve ser executada as correções, elaboradas as táticas de combate, os exercícios de força na musculação devem ser com características de manutenção, com volumes reduzidos, porem a intensidade deve ser alta, para força máxima e explosiva.

Podem ser aplicados nesta fase exercícios na seguinte seqüência:

Força máxima: exercícios com alta intensidade e escasso volume, 03 séries de 02 repetições com cargas entre 98% a 100%, com intervalos entre 1 e 2 minutos, exercícios multiarticulares e básicos, supino, agachamento, arremesso em dois tempos, pulley de frente.

Força explosiva: exercícios com alta intensidade, executados na maior velocidade possível, 04 séries de 04 repetições, com cargas de 90%, intervalos entre as séries de 02 minutos, mesmo exercícios utilizados para força máxima.

Resistencia de força: montar um circuito contendo os seguintes exercícios, agachamento, supino reto,extensora, pulley frente, flexora, rosca direta, tríceps pulley, arremesso, com velocidade 1/1, tempo de estimulo de 01 minuto com 20 segundos de descanso entre exercícios e 01 minuto entre séries, realizar 03 séries completas.

Considerações finais

Nos últimos tempos o treinamento desportivo passou por significantes mudanças, que contribuíram para a melhora nos resultados em competições de atletas, com a ampla base de conhecimentos atuais os treinamentos devem seguir modelos com estruturação voltada para os calendários de competições atuais, vimos no sistema de treinamento em blocos proposto pelo professor verkhoshansky uma alternativa aos modelos de periodizações aplicados atualmente que visam uma ou duas competições importantes anuais.

Neste modelo as cargas de treinamento e competição aplicadas aos atletas são de extrema magnitude de volume, de intensidade, de densidade e de duração, visam explorar com totalidade a Reserva Atual de Adaptação (RAA) dos atletas, levando-os a adaptações máximas de desempenho.

O professor verkhoshansky coordenou o maior centro de pesquisa do desporto da antiga URSS, sendo assim este modelo de treinamento foi aplicado em atletas russos da elite mundial e olímpica.

Verkhoshansky (1990) enfatiza que a periodização em blocos produz uma adaptação compensatória, e que neste modelo são aplicados um grande volume de preparação física especial, que devem reproduzir os movimentos requeridos pelo atleta nas competições, o treinamento inicial deve proporcionar uma quebra da homeostase do corpo, por isso no inicio deve ocorrer uma queda nos marcadores funcionais de performance, com a redução dos volumes e condições ótimas de recuperação nas próximas fases deve ocorrer o fenômeno (EPDT) Efeito Posterior Duradouro de Treinamento, que elevara os marcadores funcionais de performance a níveis posteriores aos iniciais.

Este modelo segundo Oliveira (1998), devido as altas cargas aplicadas deve ser muito bem controlado para se evitar o Over training, a aplicação deve estar voltada para atletas de competição, sendo evitado na preparação de jovens esportistas.

Em Verkhoshansky (1990), verificamos as condições fundamentais para que a ocorrência do EPDT se manifeste plenamente que são:

Aplicação de cargas de força com altos volumes concentrados em limitados tempos, que garantam a quebra da homeostase no atleta

Quanto maior for a queda nos parâmetros funcionais de força rápida nas primeiras etapas do treinamento maior será a adaptação posterior.

O emprego das cargas de forças devem seguir os princípios do treinamento.

A manifestação do EPDT ocorre através de um trabalho de desenvolvimento geral, combinado com trabalho de caráter especifico de movimentações requerida nas competições, aplicados de forma gradual e crescente.

A duração do EPDT e determinada pelo volume e pela duração da carga concentrada de força, a principio é igual a duração da etapa de treinamento concentrado de força.

O EPDT tem característica individual e depende da capacidade do atleta de suportar cargas com um certo volume e da capacidade de recuperação após a aplicação das cargas.

Este modelo de treinamento já foi aplicado no Brasil por vários pesquisadores em esportes coletivos e individuais como por exemplo no Basquetebol, no futebol, no futsal e voleibol, nas lutas somente foi aplicado e desenvolvido no Judô, sendo que para o jiu-jítsu não existe nenhum modelo especifico proposto, esperamos com este trabalho auxiliar técnicos e treinadores na preparação física de atletas competidores na modalidade de jiu-jítsu.

Referências

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Editado por Malacarne

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que loco... sempre procurei um estudo desse pro jiu

Editado por malicia

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UM brother que é especialista em fisioterapia esportiva que me passou! Me senti na obrigação de compartilhar com os amigos.

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deu uma lida por cima parece muito interessante valeu por compartilhar cara

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Nossa senhora.. 3 dias pra eu ler isso td! Mas belo material! Vou dar uma olhada com certeza!

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Terminei de ler, finalmente hehe. Mas tava pensando na possibilidade de viabilizar isso pra mim e achei que é bem complicado pra galera mais amadora, que trabalha e/ou estuda além de treinar e que geralmente não tem um acompanhamento tão detalhado. Mas de qualquer forma fico muito feliz de o JJ estar avançando nesse quesito, formalizando cientificamente métodos de treinamento e etc.

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Acho que não vale a pena criar um novo tópico, boa matéria sobre aquecimento !

https://brazilianblackbelt.com/preparador-fisico-ensina-formula-para-aquecer-sem-exagerar-nos-treinos

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http://www.tatame.com.br/preparador-fisico-ensina-formula-para-aquecer-sem-exagerar-nos-treinos/

* Já visitei muitas academias de Jiu-Jitsu. Não sei se fui na sua em particular, mas garanto que adivinho como foi o seu aquecimento nas últimas aulas: corrida, alongamento e séries de abdominal, flexão e polichinelo. Sabe como acertei? Pois é assim que a maioria faz!

Uma vez ministrei um curso para professores de Jiu-Jitsu onde eu falava especificamente sobre o aquecimento na aula. Expus alguns conceitos teóricos, fui criticado por alguns professores com anos de faixa preta e sugeri que fôssemos para a prática. Ao final dela, esses mesmos professores que criticaram me elogiaram e disseram que eu estava quebrando paradigmas. Agradeci e respondi da seguinte forma: “O Jiu-Jitsu evolui, as posições evoluem, a ciência evolui, por que o aquecimento é o mesmo de anos atrás?”

Lembro-me de que quando eu era criança, nas aulas de Judô, meu aquecimento era compostos por corridas, abdominais e séries de alongamento onde o bom era sentir dor! Fui crescendo, migrei para o Jiu-Jitsu e o aquecimento continuava o mesmo. Hoje, já faixa-preta formado, visito algumas academias de meus atletas e amigos e verifico que não mudou muita coisa. Não vou dizer que está errado, mas será que isso é o certo?

Vamos a alguns fatores:

Primeiro; o alongamento: ele pode servir como trabalho de força, de flexionamento, de relaxamento, pode ser passivo ou ativo. De certo modo, para uma musculatura relaxar, a outra tem que fazer força. E dependendo do tempo em que ficamos em cada posição, o trabalho pode ser muito mais forte do que imaginamos, chegando até mesmo a gerar ácido lático. Ter ácido lático na musculatura antes mesmo de começarmos o treino pode ser bem prejudicial. Trabalhar com alongamento é bem complicado, pois os malefícios que podemos causar (por fazermos mais que o necessário ou menos) são maiores que os benefícios. Então de cara já cortamos o alongamento do nosso aquecimento.

Segundo; Corrida: Qual o objetivo da corrida? Aumentar o batimento cardíaco? Elevar a temperatura corporal? Ok, isso é importante para a aula! Mas a especificidade é zero! Podemos fazer o batimento cardíaco e a temperatura corporal subirem utilizando outros movimentos muito mais específicos para as artes marciais. Correr no tatame pode ser prejudicial por corremos em círculos (não muito grandes devido ao tamanho do tatame) e isso acaba forçando muito mais a articulação do tornozelo e joelho. Quem tem lesão no menisco ou um desgaste na articulação do tornozelo pode sofrer muito mais com essa corrida em circulo. O quadril também sofre muito. Um lado do corpo percorre um caminho menor do que o outro lado do corpo e com isso este procura compensar essa diferença na distância de alguma forma, sendo prejudicial para ele mesmo.

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Terceiro; abdominais: ótimos exercícios, mas lembrando que não só a flexão e extensão de quadril devem ser utilizadas. Exercícios de sala de musculação ficam em sala de musculação. No tatame os próprios movimentos de lutam podem servir para exercícios abdominais. O objetivo não é ficar “tanquinho” e sim ter uma musculatura apta a realizar aquela atividade. Exercícios em duplas, utilizando movimentos específicos e giros de tronco, são os mais indicados.

Quarto; flexão de braços e polichinelo: utilização zero no treino de Jiu-Jitsu. Em vez de colocar seu aluno para fazer flexão, coloque-o em duplas onde um fica nos 100kg e o outro (por baixo) afasta e repõe a guarda. Ele estará aquecendo a mesma musculatura (peitoral) da flexão de braços, mas de uma forma muito mais dinâmica, especifica, e utilizando mais musculaturas do que na flexão de braços.

O aquecimento é uma forma que temos de preparar o corpo para a atividade que vem a seguir. Corredores aquecem correndo, nadadores aquecem nadando, só que de uma forma mais lenta, suave, trabalhando bem a amplitude articular. Lutadores (sejam de Jiu-Jitsu, Judô ou MMA) devem aquecer com movimentos das lutas. Geralmente em minhas aulas começo sentado, com movimentos de rolamentos para frente e para trás, de um lado para o outro. Passo a movimentar o quadril, girando o abdômen, ficando em pé, depois trabalho os giros em duplas e por aí vai.

Nas aulas com crianças, as brincadeiras são sempre bem-vindas (e não devem ser excluídas das aulas dos adultos também não). Brincadeiras que façam os alunos pensar rápido e buscar a melhor maneira de concluir uma tarefa simples fazem o aluno aprender a lidar com o corpo além de aquecer. Aprender brincando é sempre mais gostoso.

Criem métodos de aquecimentos alternativos, movimentem o corpo com características da modalidade, estiquem, alonguem, girem, rolem, sempre de maneira dinâmica. Preparem o corpo para começar uma atividade, não o cansem antes do objetivo da aula.

* Ítallo Vilardo é preparador físico especializado em esportes de combate e treina atletas de MMA, Jiu-Jitsu e Judô

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O fato de aquecer fazer exercícios da própria arte é bem positivo, dá pra fazer escolinha todos os treinos e deixar algumas posições básicas bem fixadas na cabeça dos atletas.

O treinamento funcional também é focado nisso, e alguns exercícios podem ser adaptados para o aquecimento pré-treino diário.

Agora, os alongamentos......ahhh não mexe nos alongamentos, quando eu tinha 15 anos nem precisava. Hoje essa é a única reclamação que tenho até o momento, num dá pra treinar sem dá uma boa alongada antes.

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O fato de aquecer fazer exercícios da própria arte é bem positivo, dá pra fazer escolinha todos os treinos e deixar algumas posições básicas bem fixadas na cabeça dos atletas.

O treinamento funcional também é focado nisso, e alguns exercícios podem ser adaptados para o aquecimento pré-treino diário.

Agora, os alongamentos......ahhh não mexe nos alongamentos, quando eu tinha 15 anos nem precisava. Hoje essa é a única reclamação que tenho até o momento, num dá pra treinar sem dá uma boa alongada antes.

:lol:

eu te entendo...

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li esta última matéria sobre aquecimento...muito legal, vou deixar pra ler a outra de cima amanhã pq é muito grande :lol:

vou ver se acho alguns livros sobre aquecimentos dinâmicos, especificadamente para lutas e alguns livros de alongamentos.

se eu achar posto no tópico de Livros em PDF.

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Onde eu treino rola um circuito às segundas e quartas e um aquecimento mais específico (saída de quadril, armlock na guarda durante 1 min, saída dos 100kg etc.) às terças e quintas.

Nada de polichinelos e corridinha :D

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